Aula 6 - Desconforto Respiratório no RN Flashcards
Como fator de risco para SDR em prematuros, qual os efeitos do hiperinsulinismo na DMG neonatal?
Diminui a síntese do surfactante interferindo na ação do corticoide, diminui a eficácia do surfactante atrapalhando maturação pulmonar.
SDR?
Prematuro < 34 semanas.
Imaturidade bioquímica dos pneumócitos II, produtores de surfactante. Com isso, há instabilidade alveolar e trocas gasosas inadequadas.
SatO2 tolerável para RN em dificuldade respiratória?
90 a 93%
Eu inicio O2 inalatório se:
SatO2 < 90%
Esforço respiratório moderado:
Considerar usar assistência ventilatória
Taquipneia Adaptativa ou de Transição:
Adaptação da circulação fetal para a neonatal = desconforto respiratório. Durante essa transição, que pode ocorrer um pouco lenta, o bebê pode apresentar um esforço leve a moderado, que melhora entre 3 a 4 horas de vida. Durante a evolução, o esforço melhora, não piora
Transição Feto-Neonatal Inadequada – Causas:
Não há eliminação do líquido pulmonar.
Não há vasodilatação pulmonar.
TTRN:
Retardo na Reabsorção dos Líquidos Pulmonares.
Instabilidade alveolar por deficiência de surfactante.
Quando o RN entra em exaustão, os sinais de esforço vão desaparecer (são uma tentativa do organismo de vencer aquele obstáculo). Como saber se está ausente por melhora ou exaustão?
Exaustão – perfusão ruim, pulso ruim, hipotônico, não-reativo.
Administrar O2 para manter saturação entre 90-93%.
Dificuldade Respiratória Leve: Escore < 5
Resolução em até 3-4h
Obsevação
O2 inalatório para manter Sat. entre 90-93%
Se suspeitar, afastar processo infeccioso
Dificuldade Respiratória Moderada: Escore 5-8 ou persistência do escore < 5 por mais de 4h
Considerar ou ajustar o suporte ventilatório: CPAP/Ventilação Não Invasiva/Ventilação Invasiva
Assistência Ventilatória – CPAP para cima
*se já estava administrando O2 inalatório, iniciar CPAP, ou se não estava comm O2 iniciá-lo.
- TODO RN que requer suporte ventilatório:
Dificuldade respiratória moderada ou grave
- Solicitar: RX de tórax. Gasometria Arterial. Acesso Vascular Central ou Periférico para iniciar soroterapia.
Esforço respiratório grava (score >8, apneia ou gasping):
Considerar IOT, Ventilação invasiva e adequar suporte ventilatória.
O que é o “gasping”?
Padrão de movimento respiratorio em que há suspiros profundos entremeados por apneias.
Causas DR Anteparto?
IG, DM, HAS materna, infecção (STGB – pneumonia ou sepse precoce), oligoamnio, polidrâmnio, malformação fetal, uso de corticoide.
Causas DR Intraparto?
TP e tipo de parto – a reabsorção dos líquidos pulmonares se faz principalmente no final da gravidez e quando a mulher entra em trabalho de parto; sofrimento fetal, LAM, bolsa rota, corioamnionite, colonização por strepto grupo B.
Condições que devem ser avaliadas no DR ao nascimento, exame físico e testes diagnósticos:
1) FR, FC, Apgar, Peso, IG, Reanimação
2) Sinais de esforço respiratório, inicio do esforço, sinais vitais, ausculta.
3) RX, gasometria, HMG.
Desconforto respiratório após 12 horas sem fatores de risco, próximo das 24h RN começa a ficar gemente, sem querer mamar, mudar de cor…
Suspeitar de Cardiopatia Canal Arterial Dependente = o canal arterial fecha de 24-48 horas e o bebê começa a piorar, ou Sepse Grave.
Complicações do DR no RN:
Alterações na caixa torácica, fraturas, atresia de canas, traqueomalácia, alteração neuromuscular, edema cerebral, hipovolemia, acidose, hipotermia, enfisema pulmonar e anomalias.
Idade com que os pneumócitos II produzem quantidade adequada de surfactante:
34 a 35 semanas.
*inicia nas 32.
Ações do surfactante:
Protege contra formação de edema alveolar; DIMINUI TENSÃO ALVEOLAR SUPERFICIAL; bactericida; faz depuração ciliar (diminui espessura muco); serve como barreira de proteção para células epiteliais.
FR SDR:
Filhos de mãe diabética, Sexo Masculino (3x mais) – os hormônios androgênicos inibem a síntese de surfactante, asfixia ao nascer – hipóxia: gasto maior e diminuição de produção, administração materna de corticoide modifica sua evolução além de otimizar os efeitos da terapia surfactante.
Pré e perinatais: DPP, asfixia perinatal, eritroblastose fetal (anemia, hipóxia, asfixia = aumenta o gasto e diminui produção), DM materno, gemelaridade, cesárea eletiva, analgésicos e/ou anestésicos, sexo masculino.
Pós-natais: hipovolemia, hipotermia, alterações metabólicas, choque, hipoxemia prolongada.
Fisiopatologia da SDR:
Prematuridade - deficiência de surfactante - aumento da tensão superficial pulmonar e da força de retração elástica - atelectasia - diminuição da complacência pulmonar - diminuição da V/Q (hipoxemia ou hipercapnia ou acidose) - vasoconstrição e hipoperfusão pulmonar - aumento da pressão nas artérias pulmonares - shunt extra pulmonar (canal arterial e forame oval) - piora da hipoxia e acidose - uso de O2 + VM- lesão pulmonar induzida pela ventilação - recuperação ou displasia broncopulmonar ou óbito.
RX na SDR:
Alvéolos colabados + hiperinsuflados: imagem radiológica do SDR – INFILTRADO RETICULO-GRANULAR FINO ou Vidro Moído. Pontinhos brancos (alvéolos colabados) e pontinhos pretos (hiperinsuflados).
Broncograma aéreo e edema pulmonar. Volume pulmonar diminuído.
Causa de colabamento de alveolo na SDR:
Shunt Pulmonar – sangue virá do VD, passará pelo Canal Arterial e Forame Oval – já que a pressão pulmonar estará muito aumentada.
Clínica na SDR:
Dificuldade respiratória logo após o nascimento com piora nas primeiras 24 a 48 horas com melhora gradativa após 72 horas.
Má evolução: crises de apneia e deteriorização dos estados hemodinâmicos e metabólicos.
A evolução é modificada com o uso do corticoide antenatal, assistência ventilatória e uso precoce de surfactante.
Por quê a mulher que faz cesariana está mais susceptível a um RN com TTRN?
Os líquidos pulmonares são produzidos pelo próprio pulmão do bebê e 70% do líquido é reabsorvido durante o TP; 5% durante a passagem pelo canal do parto (se parto normal) e o restante depois da saída do bebê – na fase de adaptação do bebê.
O retardo na reabsorção dos líquidos pulmonares ≥ 34 semanas é a fisiopatologia da TTRN.
Classificação RX SDR:
Grau I: infiltrado bilateralmente, sem borramento de silhueta, com broncograma aéreo restrito ao mediastino.
Obs.: Broncograma aéreo no raio X: trajeto do brônquio, ramificação (“galhos de árvores”).
Grau II: infiltrado retículo granular fino maior com broncograma mais intenso, que já ultrapassa mediastino.
Grau III: infiltrado maior com broncograma até a periferia, o raio X está mais opacificado que os outros graus. Tem borramento de silhueta bilateral.
Grau IV: raio-X todo opacificado (tudo branco).
Obs.: Quanto mais alvéolos colabados, mais opacificado o raio X e mais grave é o paciente.
Na SDR o surfactante é feito na dose de:
100 a 200 mg/kg/dose de 6/6h via endotraqueal.