Aula 17 - Acidentes por animais peçonhentos Flashcards
ACIDENTE BOTRÓPICO (Jararaca)
sangrante, edema local, perde-se a sensibilidade, começa a formar bolhas,
doloroso e aumento progressivo já nas primeiras 24-48h da picada.
facilitando formação de abscesso (meio de cultura p/ bactérias Gram negativas, principalmente morganella morganii) Síndrome intracompartimental= ausência de vascularização, isquemia, compressão extrínseca, aumento de pressão dentro do compartimento fáscia. (não fazer torniquete!!)
Principal complicação acidente botrópico:
Insuficiência renal.
_ faz também coagulopatia de consumo.
🚨Ações do veneno: proteolítico, coagulante, hemorrágico
Tratamento acidente botrópico:
Tratamento:
- LEVE = 4 ampolas do soro (dor, edema, equimoses discretas, TC normal)
- MODERADO = 8 ampolas do soro (dor, edema, equimoses evidentes, TC normal ou alterada) - GRAVE = 12 ampolas (dor, edema, edema intenso, choque hemorrágico, TC alterada)
Obs.: Se após 12 h de soro o tempo de coagulação estiver incoagulável completar dose em 4h (TC > 30 min). Pode adicionar de 5 a 8 ampolas.
ACIDENTE CROTÁLICO (Cascavel)
Local da picada: alteração discreta hiperemia e edema discretos, pode ter parestesia discreta.
Manifestações Gerais: dor abdominal, dor muscular, mal estar geral, vômitos, câimbras, alteração da marcha, escotomas, duplicação visual, paralisia venopalatina, prostração, sonolência ou agitação.
Neurotoxicidade: fáceis miastênica de Rosenfeld = do bêbado, tonto, cansado.
- Faz ptose palpebral, perde rigidez muscular, perde capacidade de vômitos, paralisia venopalatina, oftalmoplegia. Anisocoria, sialorreia.
Miotoxicidade: crotoxina age também na musculatura causando lise das células musculares esqueléticas = rabdomiólise (dores musculares, fraqueza muscular, urina avermelhada ou marrom).Lise da célula muscular libera mioglobina que vai impregnar no rim, além da ação renal do venenolevando a insuficiência renal = principal complicação e óbito do acidente crotálico.
Diagnóstico acidente crotálico:
Diagnóstico: CPK, CKMB, DHL (precoce nas 24h), TGO.
Obs.: Há também distúrbios hemostáticos, porém apenas ação do fibrinogênio gerando sangramentos pequenos, sem grande importância.
🚨CROTALICO
Ação do veneno: neurotoxicidade, miotoxicidade e coagulante.
Tratamento acidente crotálico:
- LEVE = 5 ampolas (facie miastênica, visão turva ausente, mialgia discreta, TC normal)
- MODERADO = 10 ampolas (facie miastenica, visão turva evidente, mialgia discreta, hematúria) - GRAVE = 20 ou mais ampolas (facie miastenica, visão turva, mialgia intensa, hematúria evidente) Obs.: acompanhar também com tempo de coagulação.
ACIDENTE LAQUÉTICO (surucucu)
- Região da Mata Atlântica e Amazônia (não é comum aqui)
- São acidentes graves, com manifestações clínicas semelhantes ao botrópico e crotálico.
Ação do veneno: proteolítico, coagulante e neurotóxico. Tratamento: 10 a 20 ampolas (são consideradas graves).
ACIDENTE ELAPÍDICO (coral verdadeira)
- Acidente gravíssimo, geralmente tem 1h para fazer o soro no paciente.
Neurotoxinas elapídicas: neuroparalíticas agem bloqueando transmissão pós-sináptica, sendo assim os sintomas vão aparecer muito mais rápidoPode originar uma insuficiência respiratória, fáceis miastênicas. - Neostigmina em doses altas para reverter o bloqueio; doses altas podem intoxicar o paciente sendo necessário uso de atropina (antídoto).
Ação do veneno: neurotoxicidade grave.
Tratamento: - Moderado e grave = 10 ou mais ampolas de soro.
Obs.: Bloqueio pós-sináptico muito rápido leva a uma paralisia dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais) evoluindo com parada respiratória importanteNeostigmina 5 amploas = inibe ação pós-sináptica.
ACIDENTE POR ESCORPIÃO
- Titys bahienes = escorpião marrom (SP)
- Titys serrulatus = escorpião amarelo (MG)
- Quadro clínico: dor no local da picada, agitação, hiperatividade, desconforto respiratório, movimentos rotatórios dos olhos, convulsão, sialorreia, broncoespasmo, febre, cianose, hipotensão, priaprismo, broncorreia, edema agudo de pulmãotanto efeitos simpáticos como parassimpáticos.
- Tratamento: soro antiescorpiônico – 5 a 10 ampolas EV – Lidocaína p/ bloqueio anestésico (sem vasoconstrictor) – tratar sintomas e intercorrências.
ACIDENTE POR ARANHAS
Loxoceles – aranha marrom Latrodectus – viúva negra Pamphobeteus – caranguejeiras
*Phoneutria – aranha armadeira80% dos acidentes por aranha; provoca uma despolarização das fibras musculares e sensitivaspaciente vai ter muita dor e alterações musculares.
Quadro clínico: agitação, sudorese, náuseas, vômitos, priaprismo, hipotensão, bradicardia, choque, dor no local da picada.
Geralmente leve, moderada e gravena grave necessita usar o soro, na leve só o botão anestésico alivia os sintomas.
Tratamento: soro antiaracnídeo – 5 a 10 ampolas.
Administrou soro e deu reação1o passo: parar a administração!
Iniciar teste de dessensibilização – 1 ml de soro e diluir em 9 ml de ABD = dessa diluição tira 1 ml em 9 ml de ABD, repete esse processo até a 10a diluição (5 a 10x).
Pega 0,1ml da menor concentração e aplica na região intradérmica, espera para ver se vai formar pápula – vai fazendo assim até que não tenha mais pápula ou que a pápula não ultrapasse 0,2mm; então pode reiniciar administração do soro.
A dessensibilização é feita para poder readministrar o soro, para fazer o organismo reconhecer
aquilo como algo bom; o corticoide vai tratar a reação, mas quando for readministrar o soro, vai ter reação novamente.
Reações adversas do soro:
dispneia, edema angioneurótico, sibilando.
Para retirar da crise alérgica faz anti-histamínico (prometazina) e corticoide (dexa), mas para refazer o soro tem que dessensibilizar.
Aplicação do soro: depende do protocolo do serviço, se vai ser em bolus ou diluído.
Vai usar 10 ampolas, pega 5 ampolas e faz venoso em bolus e as outras 5 ampolas dilui e faz e tempo menor.
1/2 em boléus e outra metade dilui.
Tratamento das reações ao soro:
Tratamento das reações: prometazina, corticoide.