9. Retinopatia Diabética Flashcards
Retinopatia Diabética - Qual é a prevalência geral em Portugal?
- 13%
- 41,6% de considerarmos hiperglicemia aumentada em jejum
Retinopatia Diabética - Que alterações a DM pode dar a nível ocular além da RD? (5)
- Flutuação refractiva
- Catarata (SCP e Snow-flake)
- Diminuição da sensibilidade corneana
- Parésias oculomotoras
- Alterações da motilidade pupilar
Retinopatia Diabética - Que % dos Diabéticos vão ter RD? E passado 15 anos de doença activa?
- 1/3 dos diabéticos vão ter RD
- Prevalencia aumenta com duração da doença
Passado 15 anos: - Tipo 2 - 65%
- Tipo 1 - 88 %
Retinopatia Diabética - Quais são os factores de risco da DM para desenvolver RD? Qual é o timing mais importante para haver controlo metabólico?
DURAÇÃO da DM
- Principal factor
- RD é rara ANTES da puberdade
CONTROLO GLICEMICO
- Controlo metabólico ANTES do desenvolvimento das complicações está associado a muito melhor prognótico
- Depois do dano se iniciar, mesmo um controlo metabólico estrito pode estar associado a progressão :O
Retinopatia Diabética - Que efeito paradoxal pode haver momentaneamente com o controlo intensivo e rápido dos DM?
O controlo intensivo e rápido da glicémia pode AGRAVAR TEMPORARIAMENTE a RD :OO
Retinopatia Diabética - Qual deve ser o alvo terapêutico para a Hba1c?
- Hba1c deve ser entre 6,5 e 7,5%
- Redução de cada 1% pode diminuir em 40% o risco de RD
Retinopatia Diabética - Qual é o fármaco sistémico para o tratamento de DM que pode aumentar a probabilidade de EMD?
GLITAZONAS
Retinopatia Diabética - Controlo de outros factores de risco - Quais provaram ser eficazes? Que estudos é que o comprovaram?
HTA
- Controlo DIMINUI a progressão da RD :O
- UKPDS - UK Prospective Diabetes Study
Dislipidémia
- Niveis de colesterol e triglicerídeos aumentam exsudados na retina
Retinopatia Diabética - Que fármaco se mostrou recentemente benéfico na prevenção do agravamento da RDNP ligeira a grave?
Fenofibrato
- Está a ser estudado neste momento pelo DCRC Protocolo AF
- Já foi demonstrado pelos estudos ACCORD e FIELD
Retinopatia Diabética - Qual é o papel do DPV na RD? e da Miopia? Porque?
Descolamento posterior do vítreo :O
- Associado a MENOR incidência de EMD e Proliferação NV :O
- Vítreo parece ter papel na patogénese dessas complicações
Miopia
- Associada MENOR probabilidade de EMD
- DPV mais frequente (protector)
- Olho maior permite diluir citocinas
- Menor espessura coriorretiniana parece aumentar difusão de oxigénio
Retinopatia Diabética - Fisiopatologia - Qual é o efeito da hiperglicemia crónica? Quais são as suas consequências? Quais são as alterações pró-trombóticas?
HIPERGLICEMIA CRONICA leva a
- Aumento de produtos finais de glicosilação
- Aumento do sorbitol intracelular
- Aumento de Proteina Quinase C
Por sua vez, isto leva a:
- Stress Oxidativo
- Produção de citocinas PRO inflamatórias e ANGIOGENICAS (IL6, IL8, TNFa)
- VEGF
A hiperglicemia prolongada pode ainda induzir alterações Hematológicas Pró-trombóticas:
- Aumento da ADESAO plaquetar
- Aumento da agregação dos Eritrócitos
- Fibrinólise defeituosa
Retinopatia Diabética - Fisiopatologia - Quais são as principais células lesadas?
- Células endoteliais
- Pericitos
- Células da Microglia e Macroglia (Astrocitos)
- Células de Muller
Lesa todas as estruturas da Barreira Hemato Retiniana Interna
Retinopatia Diabética - Qual é o efeito nas Barreiras Hematorretinianas (Interna e Externa)
Barreira Hematorretiniana Interna
- Lesa todas as estruturas da Barreira Hemato Retiniana Interna
Barreira Hematorretiniana Externa
- Lesão das tight-juctions do EPR
- Coroidopatia Isquémica e Inflamação :O
Retinopatia Diabética - Rastreio - A quem deve ser feito e em que timings?
Diabéticos Tipo 1
- 5 anos após o diagnóstico e após a puberdade
- ANUALMENTE
Diabéticos Tipo 2
- Desde o diagnóstico (porque não sabemos há quanto tempo o doente realmente tem)
- ANUALMENTE
Grávidas com Diagnóstico Prévio de DM
- Pré-concepção
- 1º Trimestre gestacional
Retinopatia Diabética - Rastreio - Como deve ser tecnicamente feito em Portugal, segundo as normas da DGS de 2018? Como é classificada?
2 Retinografias por olho
- 1 Centrada na Macula
- 1 Centrada na Papila
Leitura feita num centro automático e classificação como:
Normais
Anormais - são posteriormente vista por um oftalmologista, que as vai classificar como:
R1 - RDNP mínima
- Repetir ao fim de 1 ano
R2 - RDNP moderada
- Consulta de RD em < 2 meses
R3 - RDNP grave ou RDP
- Consulta de RD em < 1 mês
M1 - Maculopatia
- Consulta de RD em < 1 mês
V1 - RDP de alto risco OU Hemovitreo OU Descolamento Traccional
- Consulta de RD em < 15 dias
ICN - Inconclusivo
- Consulta de Oftalmologia Geral
Retinopatia Diabética - Classificação - Em que consiste o Estadiamento do ETDRS? Qual é o valor preditivo da escala? É usada em que contexto?
- Baseia-se na analise de retinografias de 7 campos
- Imagens são quantificadas de 0 a 4 por comparação com fotografias standard
Tem valor preditivo de evolução
- 50% dos doentes com RDNP Grave podem evoluir para RDP num ano
Apesar de precisa e reprodutível é demorada e trabalhosa - é mais usada para Ensaios Clinicos
Retinopatia Diabética - Classificação - Como era a Classificação Clássica do Edema Macular Diabético (antes de haver OCT?)
Edema Macular Clinicamente Significativo
- Espessura a ≤ 500 μm do CENTRO da FOVEA
e/ou
- Exsudados duros a ≤ 500 μm do CENTRO da FOVEA associados a ESPESSAMENTO da retina adjacente
e/ou
- Zonas de espessamento da retina com a área ≥ 1 DD com parte da área incluída à distancia de 1 DD do centro
Retinopatia Diabética - Classificação - Classificação INTERNACIONAL da Retinopatia Diabética (incluindo classificação do EMD)
RDNP Ligeira
- Apenas Microaneurismas
RDNP Moderada
- Mais do que penas microaneurismas, mas menos do que RDNP Grave
RDNP Grave
Qualquer um dos seguintes:
- Mais do que 20 hemorragias intrarretinianas em CADA UM dos 4 quadrantes
- Anomalias venosas (venous beading) em ≥ 2 quadrantes
- IRMAs em ≥ 1 quadrante
# Regra 4-2-1
Se houver MAIS do que um destes critérios em simultâneo, estamos na presença de uma RDNP MUITO Grave
RD Proliferativa
- Neovascularização
ou
- Hemorragia pré-retiniana ou Hemovítreo
Classificação do EMD
Ligeiro
- Algum espessamento retiniano ou exsudados duros no polo posterior DISTANTES do centro da macula
Moderado
- Espessamento retiniano ou exsudados duros PROXIMOS da macula, sem a atingir
Grave
- Espessamento retiniana ou exsudados duros NO CENTRO da macula
Recentemente foi feito um update a esta classificação com a distinção entre Central e Não central
Central - se envolve a cona central de 1 mm de diâmetro
Retinopatia Diabética - Classificação - Critérios do GER para RDP?
RDP de baixo Risco
- NV do Disco (no prório DO ou a < 1 DD do DO) com área < 1/3 DD
ou
- NVE com área < 1/2 DD
RDP de Alto Risco
- NV do Disco (no próprio DO ou a < 1 DD do DO) com área ≥ 1/3 DD
ou
- NVE: com área ≥ 1/2 DD
Ou
Critérios de baixo risco + pequena hemorragia vítrea ou subhialoideia
RDP com Doença Ocular Diabética Avançada
- Hemovítreo / Hemorragia sub-hialoideia
ou
- Rubeosis da Íris
ou
- Descolamento traccional
ou
- Proliferação vítreo-retiniana com tração
Retinopatia Diabética - Retinografia - Utilização em que contexto? Achados?
- Util no rastreio POPULACIONAR
- Acompanhamento e documentação da evolução
Vê: - MAs
- MHs
- Exsudados duros
- Manchas algodonosas
- IRMAs (Alterações microvasculares Intra-retinianas)
- Alterações venosas (loops e beading venoso)
- Alterações arteriais
- Neovasos
Retinopatia Diabética - Angiografia Fluoresceínica - utilidade?
- Avaliação de áreas de NÃO perfusão
- Avaliação de NV
- Para guiar o tratamento do LASER focal
Retinopatia Diabética - Retinografia e AngF Ultrawidefield - qual a vantagem? Em que % dos casos altera a gravidade? Que % dos olhos pode ter lesões fora das imagens convencionais do ETDRS? Que protocolo do DRCR estudou recentemente isso?
- Exames 110-220º
- Visualização de muito maior % da retina (até 80%)
- Identificam melhor áreas de NÃO perfusão e NV periféricas
- Em 10% dos casos, classificam a RD como mais grave do que exames convencionais
- Lesões fora das 7 imagens do ETDRS podem estar presentes em até 40% dos olhos
Protocolo DRCR AA
- Concluiu que AngF Widefield aumenta em 1,7x deteção de lesões que prevêm risco de agravamento
- Concluiu que Retinografia não é tao útil como AngF
Retinopatia Diabética - OCT - qual é o cut-off de espessura macular geralmente usado para definir edema?
Não há definição de espessura central normal da retina (cut-off varia em aparelhos)
Linha guia:
Homens - < 320 μm
Mulheres - < 305 μm
Retinopatia Diabética - OCT-A - Qual é a vantagem? O que permite diferenciar? Qual é o plexo vascular aparentemente mais afectado?
- Avaliação da densidade vascular e arquitectura microvascular dos plexos superficiais e profundo
(apesar de não ser totalmente claro, o plexo profundo parece mais afectado do que o superficial na RD :O) - Avaliação da FAZ
- Diferenciar IRMAs de NV
- NV tem fluxo ACIMA da MLI (IRMAs não)
Retinopatia Diabética - Novos sistemas de avaliação de EMD - Quais são os 2?
- SAVE
- ESASO - 2020
Retinopatia Diabética - Novos sistemas de avaliação de EMD - Em que consiste o SAVE?
S - Presença de fluido Subretiniano
A - Area de espessamento retiniano
V - Anormalidades da interface vítreo-retiniana
E - Tipo de Edema ao OCT e AngF:
Tipo 1 - Focal
AngF - leakage focal ou multi-focal
OCT - Edema exsudativo
Tipo 2 - Difuso
AngF - leakage NÃO focal (não se conseguem identificar os focos precisos)
OCT - Edema exsudativo
Tipo 3 - Isquemico
AngF - Isquemia macular ou periférica
OCT - Com edema
Tipo 4 - Atrofico
Edema atrófico com OCT a mostrar ausência de células de muller ou disrupção das camadas na fóvea
Retinopatia Diabética - Novos sistemas de avaliação de EMD - Em que consiste o ESASO?
- Espessamento
- Quistos
- Estado da camada Elipsoide e MLexterna (DREL)
- DRIL
- FOCOS hiperreflectivos
- Fluido Subretiniano
- Status da interface vítreo-retiniana)
Ultimos 3 parametros são complementares
Retinopatia Diabética - Biomarcadores na retinopatia Diabética - O que são? Quais são os principais que se podem ver ao OCT?
Conjunto de características e indicadores que permite prever o RISCO DE PROGRESSÃO da RD e da resposta à terapêutica (8)
- Espessura central
- Quistos intra-retinianos
- Fluido subretiniano
- Pontos hiperreflectivos
- Exsudados duros
- DRIL (Disrupted retinal inner layers)
- DROL (Disrupted retinal outer layers)
- Interface vítreo-retiniana
Retinopatia Diabética - Biomarcadores na retinopatia Diabética - Quistos Intra-retinianos - Que padrão tem pior prognóstico, em relação a tamanho e localização?
- Quistos GRANDES tem PIOR prognostico
- Quistos GRANDES responde MELHOR aos CCE :O
- Quistos na CGL tem MAU prognóstico (estragam corpos celulares das GCL…)
- Quistos na Nuclear Externa te MAU prognostico (estragam corpos celulares dos Fotorreceptores…)
Retinopatia Diabética - Biomarcadores na retinopatia Diabética - Pontos hiperreflectivos - O que traduzem? Onde começam e como progridem? Ligados a melhor resposta com que tipo de tratamento?
- Associados à activação da Microglia
- Inicialmente presentes nas camadas INTERNAS
- Migram para as EXTERNAS com progressão
- Preditores de melhor resposta a CCE