18. Patologia do Vítreo e Interface Vítreo-retiniana. Patologia Congénita do Vítreo Flashcards

1
Q

Retina - Quais são os constituintes principais da MLI?

A

Lamina basal das células de Muller

Colagénio Tipo I e IV, proteoglicanos, FIBRONECTINA e LAMININA

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2
Q

Retina - O que é a MLI de Elschnig? Qual é a constituição?

A

MLI no bordo do Nervo Optico, onde é composta por Astrócitos

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3
Q

Retina - O que é o menisco de Kuhnt?

A

MLI dentro , onde é composta por Glicosaminoglicanos

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4
Q

Retina - Quais são as zonas de aderência firme entre o vítreo e a retina?

A
  • Base do vítreo (a mais DENSA) - 2 mm anterior e 3-4 mm posterior à ora serrata
  • Margem do disco óptico
  • Fóvea e a 1500 μm do centro da mácula
  • Arcadas Vasculares da Retina
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5
Q

Retina - Que 2 processos mecânicos ocorrem durante o Descolamento do Vítreo?

A

Sinquise - Liquefacção
Sinerése - Agregação

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6
Q

Retina - Sinquise vítrea - em que consiste? Quando se inicia? % aos 50 e aos 80 anos?

A
  • Reorganização e destruição de complexos do Acido Hialoronico
  • Separação em fase aquosa e fase gel
  • Formação de bolsas líquidas no interior do vítreo - Bursa pre-macular
    Inicia aos 2-4 anos de idade
  • Aos 50 anos 25% está em fase aquosa
  • Aos 80 anos, 50% está em fase aquosa
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7
Q

Retina - Sinerese vítrea - em que consiste? Que 2 moleculas envolve principalmente? Ocorre devido à perda de que?

A
  • Alteração química da interface entre Acido Hialuronico e colagénio
  • Devido a perda das cadeias de sulfado de condritoina e Colagénio IX
  • Dá-se um aumento da concentração por área de colagénio (mas = concentração total) e cross-linking em fibras maiores
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8
Q

Retina - Através de que mecanismos se dá a perda da aderência do córtex vítreo à MLI?

A
  • Perda de células de Muller
  • Espessamento progressivo da MLI
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9
Q

Retina - Em que local se costuma iniciar o processo de descolamento do vítreo por disseção por vítreo liquefeito?

A
  • Geralmente processo inicia-se na Macula ou no Menisco de Kuhnt
    isto leva a:
  • Disseção PROGRESSIVA do plano Hialoide / MLI adjuvado pelos movimentos oculares
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10
Q

Descolamento Posterior do Vítreo - Epidemiologia - Está presente em que % aos 65 anos e aos 80 anos?

A
  • Cerca de 65% aos 65 anos, 87% aos 80

((Tem as % das idades)

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11
Q

Descolamento Posterior do Vítreo - Causas secundárias? (4)

A
  • Traumatismo
  • Cirurgia de catarata
  • Uveite
  • LASER
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12
Q

Descolamento Posterior do Vítreo - Factores de Risco (5)

A
  • IDADE
  • Cirurgia (++ se complicações)
  • Miopia
  • Sexo FEMININO (mesma taxa mas MAIS CEDO)
  • Vitreorretinopatias congénitas - S. Stickler e D. Wagner
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13
Q

Descolamento Posterior do Vítreo - Qual é o trajecto habitual do descolamento?

A

Progressão:
Processo inicia-se geralmente na 4 década de vida
- Perifoveal
- Toda a macula
- Alargamento até ao bordo do disco
- Extensão até arcadas vasculares
- Extensão TEMPORAL-SUPERIOR e depois NASAL-INFERIOR
(processo muito lento, de DECADAS)

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14
Q

Descolamento Posterior do Vítreo - Como é a calssificação em OCT do DPV?

A

Estadio 0 - só se ve a bursa pre macular
Estadio 1 - zona peri-foveal
Estadio 2 - até à fovéola
Estadio 3 - Descolou da região foveal e mácula mas aderente ao disco
Estadio 4 - Totalmente separado da mácula e disco

Pode ser DIFICIL distinguir estadio 0 do 4 ao OCT !

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15
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Como se distingue da RD à Ecografia

A
  • Membrana mais fina
  • Menor reflectividade
  • Mais movimento e after-movement
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16
Q

Descolamento Posterior do vítreo - O que é que provoca as miodesopsias?

A
  • Scattering
    e
  • Sombra causada pelos agregados de fibrilhas de colagénio e tecido glial epirretiniano
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17
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Qual é a prevalência de miodesopsias aos 50 anos?

A
  • 90% aos 50 anos - com ou sem DPV :O
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18
Q

Descolamento Posterior do vítreo - De que depende a gravidade das miodesopsias?

A
  • Diametro da opacidade
  • Distancia à retina - sombras MAIOR para corpos MAIS PERTO da retina
  • Diametro pupilar - sombras MAIORES para pupilas MENORES !!

(por isso é que na praia são tão intensas !)

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19
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Qual é a localização em que os doentes referem mais frequentemente as fotopsias? Tem relação com o local da rasgadura?

A

TEMPORAL - NÃO tem relação com a localização da rasgadura

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20
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Qual é o motivo para um DPV anómalo? Porque é que é mais provável em determinados olhos? Quais são as consequências?

A
  • Ocorre por alteração do balanco entre liquefação do vítreo e enfraquecimento da adesão vitreorretiniana
  • Maior probabilidade em olhos com liquefação precoce (miopia, trauma, etc)
  • Associado a Rasgaduras, Hemorragia, Tração vitreomacular…
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21
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Perante um DPV, quais são os sintomas/sinais que devem levar à suspeita de rasgadura?

A
  • Presença de 10 ou mais floaters visualizados no fundo
  • Sensação de névoa difusa descrita pelo doente
  • Presença de hemorragia do vítreo - 70% dos casos tem rasgadura
  • Pigmento no vítreo - Tobaco dust sign
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22
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Em relação a que outras doenças da retina é protector? Porque? (3)

A

Retinopatias proliferativas
DPV DIMINUI risco de complicação e NV
- O plano sobre o qual os NV crescem é o vítreo posterior !
DMI
DPV reduz o risco
- Mecanismos desconhecidos
- Doentes com aderência foveal tem mais risco
Edema macular
DPV reduz o risco e pode até MELHORAR um Edema pre existente
(Edema macular refractário com tração existente é indicação para cirurgia)

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23
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Miodesopsias - porque é que os sintomas diminuem com o tempo?

A
  • Neuroadaptação
  • Colapso anterior do vítreo desloca floaters anteriormente
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24
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Como deve ser a reavaliação perante um quadro de miodesopsias de novo?

A
  • Idealmente, reavaliação em 4-6 semanas para excluir rasgaduras de novo
  • Avisar sinais de alarme
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25
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Vitrectomia para Miodesopsias - Pontos a favor e contra? Que adaptações se podem fazer e qual é a respectiva limitação?

A

A favor - reduz os sintomas em 85-100% dos casos
Contra - Risco de formação de catarata e risco de rasgaduras iatrogénicas (ao induzir o DPV)
Técnica floaters-only:
- Parece reduzir risco de complicações (incluindo catarata)
- Mas se não induzirmos DPV podem aparecer floaters depois da cirurgia !

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26
Q

Descolamento Posterior do vítreo - Vitreólise LASER - Papel? Complicações?

A

Controversa

Complicações potenciais
- Catarata por lesão capsular
- Lesão da retina
- Aumento PIO

Melhor com LASERS modernos ??

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27
Q

Adesão Vítreomacular - Definição

A
  • Persistencia de adesão vítreo-foveal na ausência de sinais de disrupção da estrutura foveal normal
  • É frequentemente um passo normal do DPV
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28
Q

Adesão Vítreomacular - Cut-off para Focal / Larga

A

Focal < 1500 μm
Larga > 1500 μm

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29
Q

Tração Vítreomacular - Definição?

A
  • Persistencia de adesão vítre-foveal com sinais de tração antero-posterior e disrupção da anatomia da fóvea
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30
Q

Tração Vítreomacular - Epidemiologia - Sexo? %? Idade? Raça?

A
  • 1,5% da população
  • Maior prevalência em MULHERES
  • Qualquer idade
  • SEM predominância de RAÇA
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31
Q

Tração Vítreomacular - Epidemiologia - Olho adelfo está afectado em que % dos casos? Com que?

A
  • 70% dos olhos adelfos têm outra alteração da interface vítreo-retiniana
  • Tração, MER, Adesão e Buraco
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32
Q

Tração Vítreomacular - Sintomas?

A
  • Metamorfopsia / micropsia
  • Diminuição AV
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33
Q

Tração Vítreomacular - Cut-off Tamanho

A
  • Local < 1500 μm
  • Larga > 1500 μm
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34
Q

Tração Vítreomacular - A que outras alterações da interface / Retina se associa?

A
  • MER concomitante 40-100%
  • Quistos e edema macular
  • Descolamento neurossensorial da retina
  • Disrupção das camadas externas (Cotton-ball sign)
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35
Q

Tração Vítreomacular - O que é o Cotton-ball Sign?

A

Região hiperreflectiva arredondada altamente reflectiva entre a zona da transição Fotorreceptores Int/Ext e a camada externa

36
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - O que se faz em casos assintomáticos e sintomáticos? Em que % de casos resolve espontaneamente? Quais são as alternativas?

A

Sem sintomas
- VIGILANCIA
- Resolução espontânea em 30%

Com sintomas
- Vitreolise enzimática com Ocriplasmina
- Vitreólise Pneumática
- Vitrectomia - Gold Standard

37
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - Vitreolise com Ocriplasmina - o que é a Ocriplasmina? O que é que degrada? Qual é a eficácia?

A
  • Forma recombinada da Plasmina humana
    Degrada
  • Colagénio
  • Fibronectina
  • Laminina

(Tem plasmina no nome… é forma recombinante de plasmina)

Resolução de 26% dos casos em 28 dias (segundo MIVI-TRUST)
Encerramento de buracos em 40% a 6 meses

(Estudos subsequentes com melhor seleção de doentes mostraram melhores resultados)

38
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - Vitreolise com Ocriplasmina - Factores para o sucesso do tratamento

A
  • Idade < 65 anos
  • Doentes fáquicos
  • AUSENCIA de MER
  • Tração FOCAL ( < 1500 μm)
  • Buracos maculares pequenos (< 250 μm)
  • Patologia macular
39
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - Vitreolise com Ocriplasmina - Efeitos Iatrogénicos e desvantagem?

A
  • Ocriplasmina pode levar a DISRUPÇÃO da matriz dos fotorreceptores
  • Fármaco era muito caro
40
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - Vitreolise Pneumática - em que consiste? Que é que se usa? Em que quantidade? Como são os resultados?

A
  • Técnica antiga
  • Semelhante a retinopexia pneumática
  • Consiste na injeção de 0,3 mL C3F8 via pars plana
  • Evitar decúbito dorsal
  • Se for para Buraco Macular, fazer dace-down durante 4 dias
    Resultados
    Reportados resultados MUITO BONS
  • TVM 60-100%
  • Buraco macular 50-83%
    Muito mais barato que ocriplasmina…
41
Q

Tração Vítreomacular - Tratamento - Vitrectomia - Eficácia? Associada a melhoria da AV? Outras vantagens?

A
  • GOLD-STANDARD
  • Eficacia > 90%
  • Melhoria da AV ≥ 2 linhas em 45-100%
  • Permite tratamento de patologia concomitante como MER
42
Q

Buraco Macular / Buraco Lamelar / Pseudoburaco macular - Como se distinguem em relação à etiologia / Tração?

A

Buraco Macular - Tração antero-posterior e centrifuga
Buraco Lamelar - Tração variável / Degenerativo
Pseudoburaco Lamelar - Tração centrípeta (quase sempre por MER)

43
Q

Buraco Macular / Buraco Lamelar / Pseudoburaco macular - Como se distinguem em relação à perda de tecido

A

Pseudoburaco geralmente NÃO tem perda de tecido e está quase sempre associado a MER

Buraco lamelar pode ter ou não ter perda de tecido

44
Q

Pseudoburaco Macular - O que é? Qual é a causa? Qual é a morfologia? Como está a espessura central?

A

Não é um verdadeiro buraco - NÃO há perda de tecido
- Resultado de tração centrípetra, quase sempre no contexto de MER
- Espessura central normal ou aumentada

45
Q

Buraco Lamelar - Etiologias? Perda de tecido? Espessura central?

A
  • Etiologia traccional e por vezes degenerativo
  • Defeito de espessura parcial e separação em 2 camadas
  • Espessura central diminuida
  • Geralmente COM perda de tecido
46
Q

Buraco Macular - Epidemiologia? Sexo? Idade? Latreralidade?

A
  • Mais frequente em MULHERES
  • Mais frequente > 60 anos (EXCEPTO traumático)
  • BILATERAL em até 30% :O
  • Incidência muito variável em estudos
47
Q

Buraco Macular - Qual é o risco de desenvolver no olho adelfo? De que depende?

A
  • Se já houver DPV < 1%
  • Sem DPV - 30%
  • Buraco eminente - 60%
48
Q

Buraco Macular - O que é? Qual é a origem? Onde é o ponto exacto de rotura?

A
  • Defeito espessura completa desde MLI até aos fotorreceptores
  • Originado por Forças Traccionais postero-anteriores e centrífugas
  • Rotura ocorre no UMBO (parte mais frágil da mácula)
49
Q

Buraco Macular - Etiologia?

A

Idiopático - Exclusivamente por forças traccionais
Secundário
- Traumático
- Retinopatia Proliferativa
- Miópico (entidade com etiopatogenia diferente)

50
Q

Buraco Macular - Como estão distribuídas as células de Muller na Fóvea? Qual é a importância?

A

Cone de Células de Muller
- Porção central
- Providenciam resistência contra forças antero-posteriores
Celulas de Muller em Z
- Na parede lateral da fóvea
- Providenciam resistência contra forças tangenciais

51
Q

Buraco Macular - Qual é o mecanismo de formação no trauma? Como é a recuperação neste contexto?

A
  • Compressão axial subita, seguida de expansão
  • Globo é flexivel, mas vítreo não é
  • A força de tração induzia pelo vítreo nas paredes do globo neste processo leva à formação do buraco
  • Ocorre habitualmente em JOVENS
  • Associado a forte resposta cicatricial e recuperação estrutural (por serem doentes jovens) :O
  • Até 67% tem encerramento espontaneo em 3 meses :O
    *Pensar na bola de ténis a bater na raquete
52
Q

Buraco Macular - Quais são os sintomas? Como é o onset?

A
  • Perda de AV central (muitas vezes doentes não notam)
  • Metamorfopsia
  • Escotoma central
    Inicio pode ser GRADUAL ou SUBITO
53
Q

Buraco Macular - Qual é o gold-standard para o diagnósitico? O que se deve medir?

A

OCT
- Gold-standard
Medir:
- Diametro
- Diametro da base
- Altura

54
Q

Buraco Macular - Classificações - Qual era o nome da classificação clássica (pré-OCT) e como era?

A

Classificação de Gass (Fundoscopica - 1998)
Estadio 1A - Ponto AMARELO com PERDA da depressão foveal, na ausência de descolamento vítreo
Estadio 1B - Anel AMARELO com PERDA da depressão foveal, na ausência de descolamento vítreo
Estadio 2 - Buraco de largura < 400 μm
Estadio 3 - Buraco de largura > 400 μm, na ausência de descolamento vítreo
Estadio 4 - Buraco de largura > 400 μm, COM descolamento vítreo

55
Q

Buraco Macular - Classificações - Como se chama e como é a classificação recente, baseada em OCT?

A

Classificação Internacional
Tamanho
- Pequenos < 250 μm
- Médios 250-400 μm
- Grandes > 400 μm
Estado do vítreo
- COM tração vítrea
- SEM tração vítrea
Causa
- Primária
- Secundária

56
Q

Buraco Macular - Tratamento - Em que % ocorre encerramento espontâneo? Em que casos é mais provável?

A
  • Taxas até 3-9%
  • Muito mais provável nos buracos muito pequenos (50-100 μm)

Ocorre após a tração vítrea se libertar

57
Q

Buraco Macular - Tratamento - Alternativas terapêuticas?

A
  • Vitreólise Enzimática
  • Vitreólise Pneumática
  • VPP
58
Q

Buraco Macular - Tratamento - Qual é a técnica de VPP gold standard?

A

Vitrectomia
- GOLD-STANDARD
- Pelagem da MLI + tamponamento com gás
- Posicionamento

Há variações à técnica:
- Flap invertido
- Flap livre
- Membrana amniótica
- Concentrado de plaquetas
- Soro autoloco
- Enxerto de capsula
- Autotransplante de retina

59
Q

Buraco Macular - Tratamento - VPP - Qual é a importância de pelar a MLI?

A

Pelagem da MLI
- Aumenta para O DOBRO a taxa de encerramento
- Elimina células contrateis migradas na superfície
- Remove o substrato que permite novas trações

60
Q

Buraco Macular - Tratamento - VPP - Qual é o papel dos flaps invertidos? O que diz a evidência?

A

Devem ficar por cima e não dentro do buraco
- O objectivo é fazer scaffold para cicatrização

  • Evidencia suporta uso em buracos pequenos ou buracos miópicos
61
Q

Buraco Macular - Tratamento - VPP - Porque é que se faz tamponamento com gás?

A
  • Cria Tensão superficial
  • Remove o contacto da mácula com fluido permite maior reaproximação dos bordos
62
Q

Buraco Macular - Tratamento - VPP - Posicionamento - quanto tempo se deve fazer e em que casos?

A

É muito variável e a evidencia é muito díspar
Aparentemente mais importante em
- Cronicidade > 1 ano
- Alta miopia
- Diametro > 400 μm

63
Q

Buraco Macular - Quais são os principais factores de prognóstico? em que % recorre?

A
  • AV pré-operatória
  • Duração
  • Tamanho
  • Patologias associadas - Atrofia EPR, MER, Edema macular

Apenas 1% recorre

64
Q

Buraco Lamelar - Epidemiologia - Prevalencia - Sexo / Idade? Perda de tecido?

A
  • Prevalencia de 1-4% :O
  • Sem relação com SEXO ou IDADE
  • Pode TER ou NÃO TER perda de tecido (Pseudoburaco NUNCA tem)
65
Q

Buraco Lamelar - Que % agrava com o tempo? Que % progride para Buraco Macular completo?

A
  • A MAIORIA é ESTAVEL, mas 10-30% pode PROGREDIR estrutural e funcionalmente
  • Há progressão para Buraco completo em 6%
66
Q

Buraco Lamelar - Fisiopatologia - Que 3 mecanismos podem ocorrer?

A

Vários mecanismos:
- Deiscencia de uma parede interna de um QUISTO macular
- Buraco macular “abortado” - só leva à separação anterior
- Tração superficial por MER

67
Q

Buraco Lamelar - Causas

A

IDIOPATICOS
- A maioria
SECUNDARIOS
- Edema Macular Cistoide
- Inflamação
- DMI
- R. Pigmentosa
- Trauma
- Doenças hereditárias da retina

  • Bem mais do que o Completo
68
Q

Buraco Lamelar - Que 2 tipos existem? Como se caracteriza cada um deles? Qual tem melhor prognóstico?

A

Tracional
- Em BIGODE
- QUASE SEMPRE associado a MER
- Rácio retina Interna / Externa > 1/2
- Espaços QUISTICOS intrarretinianos
- Aparencia isquisis-like
- Há quem diga que é apenas um padrão traccional de MER
- Quando necessita cirurgia, tem muito melhor taxa de sucesso

Degenerativo
- Em CARTOLA
- Rácio retina Interna / Externa < 1/2
- Cavitação INTRARRETINIANA
- Perda de tecido e espessura de retina com disrupção de fotorreceptores
- Alterações da ELIPSOIDE

69
Q

Buraco Lamelar - O que é uma LHEP - Lamellar Hole-Associated Epiretinal Proliferation? Associada a que? Diferença para MER típica? Qual é a importância?

A
  • Membrana mais espessa com reflectividade moderada
  • Muitas vezes associada ao Buraco Lamelar ou Completo
    Composição DIFERENTE da MER convencional:
  • Células de Muller
  • Sem actina
  • Colagénio degradado

Na cirurgia
- São difíceis de fazer peeling
- São muito elásticas
- Elevada aderência

70
Q

Buraco Lamelar - Tratamento - Porque é que é controverso? Qual é o principal critério para operar?

A
  • Muitos doentes veem relativamente bem
  • Os que não vem bem geralmente são degenerativos

Por outro lado
- Há risco de Buraco Macular pos-operatório

Principal critério para operar é agravamento da visão com o tempo

71
Q

Buraco Lamelar - Tratamento - O que é que se tem de fazer na VPP? Qual é o risco?

A
  • Peeling da MER ou da LHEP
  • Quando há uma LHEP o peeling é mais difícil e agressivo e há maior risco de buraco macular
72
Q

Buraco Lamelar - Tratamento - Qual é o papel do tamponamento e do posicionamento?

A

Não são consensuais

73
Q

Membrana Epirretiniana - Epidemiologia - Idade? Sexo? Prevalência? Lateralidade?

A
  • Idade média do diagnostico 65 anos
  • Prevalencia de 2-29% :O wtf
  • Sexos com IGUAL prevalência (≠ Buraco Macular e companhia)
  • BILATERAL em 20%
74
Q

Membrana Epirretiniana - Causas?

A

IDIOPATICA
- A mais frequente
- Associada ao DPV
SECUNDARIA
- Trauma
- Oclusão vascular
- Retinopatia Diabética
- Cirurgia Intraocular ou LASER
- Inflamação
- Tumores
- Patologia Exsudativa
- Rasgaduras da retina (muitas vezes só detectadas na cirurgia da membrana !)

75
Q

Membrana Epirretiniana - Factores de Risco

A
  • IDADE
76
Q

Membrana Epirretiniana - Fisiopatologia?

A

Após a ocorrência de DPV formam-se brechas na MLI e restos de vítreo cortical criam scaffold para migração e proliferação da membrana

77
Q

Membrana Epirretiniana - Histologia? Componente celular e componente extracelular?

A

Células
- Células migradas do EPR
- Células de Muller

Matriz extracelular
- Colagénio sobretudo Tipo II (o do vítreo)
- Fibronectina e laminina
- Rede densa de fibrilhas dispostas
- Ancoragem da MER à MLI é geralmente feita por colagénio Tipo VI

78
Q

Membrana Epirretiniana - Sintomas - Como é a distribuição de AVs?

A
  • Dim AV
  • Metamorfopsia
  • Diplopia monocular (raramente)

Acuidades visuais
- 66% tem AV ≥ 6/10
- 85% tem AV ≥ 3/10
- 5% tem AV < 1/10

79
Q

Membrana Epirretiniana - Classificação de Gass (pré-OCT)

A

Estadio 0 - Maculopatia em Celofane
- Translucidas
- SEM distorção da retina
Estadio 1
- Com enrugamento irregular da superfície interna da retina
- Pode haver alguma distorção dos vasos parafoveais
- Geralmente SEM Edema macular cistoide, hemorragias, exsudados ou alterações do EPR
Estadio 2 - Pucker Macular
- Aparencia DENSA e OPACA
- Enrugamento de ESPESSURA COMPLETA da mácula
- Pode-se associar a edema, hemorragias e manchas algodonosas

  • Tem o mesmo nome que a classificação do Buraco Macular Pré-OCT
80
Q

Membrana Epirretiniana - Classificações da era pós-OCT

A

Há várias

Etiologia
- Idiopática - sem etiologia identificada
- Primária - por DPV
- Secundária - Secundária a outra doença
Espessura foveal
- Normal
- Espessada (depende do aparelho… > ~300 μm)
Integridade da camada elipsoide
- Intacta
- Alterada

81
Q

Membrana Epirretiniana - Tratamento - Decisão de tratar deve ser baseada em que? Quais são os critérios funcionais e estruturas?

A

FUNCIONAIS
- Acuidade visual
- Metamorfopsia e diplopia
- Impacto na qualidade de vida
ESTRUTURAIS
- Espessura
- PROGRESSÃO

Membranas SECUNDARIAS mais frequentemente intervencionadas

82
Q

Membrana Epirretiniana - Quais são os Factores de Prognóstico?

A
  • Duração da MER
  • Integridade das camadas EXTERNAS !!
    (Espessura central da retina é POUCO preditora) :O
  • Acuidade visual pré-operatória
  • Idade JOVEM
83
Q

Membrana Epirretiniana - VPP - por que região se costuma começar o peeling? Que pormenor na vitrectomia é importante?

A

TEMPORAL-INFERIOR (ou guiado por imagem pre ou intra-op)

  • Ver SEMPRE a periferia (rasgadura desconhecida pode ter sido a causa da MER)
84
Q

Membrana Epirretiniana - VPP - qual é o papel do Peeling da MLI? O que diz a evidencia?

A
  • Geralmente faz-se mas não é totalmente consensual
  • Remove restos de células que podem ter originado a MER
  • Remove o scaffold para formação
  • Lentifica recuperação de sensibilidade retiniana??

Meta-análise de 5 RCTs de 1645 olhos
Resultados:
- A CURTO PRAZO a pelagem da MLI melhora a AV
- A LONGO PRAZO a AV e espessura macular foi IGUAL
- Fica por esclarecer o papel

Rule of thumb:
- Parece ser mais importante nas secundárias
- Nas primárias… não consensual

85
Q

Membrana Epirretiniana - VPP - Como funciona a recuperação visual pós-cirurgia? Quanto tempo demora?

A
  • AV pode PIORAR nos primeiros meses após a cirurgia
  • Melhoria tende a ocorrer em 3-6 meses após a cirurgia
  • Metamorfopsias geralmente MELHORAM, mas NÃO resolvem