Vulvovaginites Flashcards

1
Q

Exames na prática ginecológica

A
  • pH vaginal: na parede vaginal lateral
  • teste das aminas: 1 a 2 gotas de KOH a 10% na superfície com conteúdo vaginal -> sente odor da amina quando há aumento da flora anaeróbia
  • exame bacterioscópico: coleta do conteúdo da parede vaginal -> disposto em 3 laminas -> 1 coloração gram (defesa, tipo, trichomonas fixas, clue cells, hifas, blastóporos), 1 com soro a 0,9% (trichomonas móveis, clue cells, bacilar ou cocácea?) e outra com KOH a 10% (hifas e blastóporos)
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2
Q

Vaginose bacteriana

A
  • etiologia: Gardnerella
  • fisiopato: desencadeado por contato com semen ou sangue (básicos) -> alteração da resposta imune local -> imunossupressão -> susceptibilidade a hpv e hiv, abortamento, neoplasias
  • mais comum em inférteis
  • pode ascender pras trompas
  • diagnóstico: clínico -> corrimento fétido que piora com sexo e menstruação
  • exame: coloração esbranquiçada ou branco-acinzentada ou amarelo esverdiada
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3
Q

Vaginose bacteriana - critérios de amsel

A

3 dos 4 critérios
-Corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais
- Medida do pH vaginal maior do que 4,5
- Teste das aminas (whiff test) positivo
- Presença de “clue cells” – células alvo (vem no resultado do preventivo)

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4
Q

Vaginose bacteriana - escore de nugente

A

Elementos avaliados na bacterioscopia do conteúdo vaginal (Gram)
Escore de 0 a 3 – padrão normal
Escore de 4 a 6 – flora vaginal intermediária
Escore de 7 a 10 –VB

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5
Q

Vaginose bacteriana - tratamento

A

x sintomas e restabelecer o equilíbrio da flora
- Metronidazol 500 mg, VO, 2x/dia, 7 dias
- Cetanidazol (menos efeitos colaterais)
- Metronidazol gel, intravaginal ao deitar, 5 dias (oral + tópico)
- Clindamicina creme, intravaginal ao deitar, 7 dias
- Alternativamente: Tinidazol 2g, VO, 2x/ dia, 2 dias; OU - Tinidazol 1g VO, 1x/dia, 5 dias; OU - Clindamicina (mais resistentes) 300 mg,VO, 12/12h, 7 dia
*evitar uso de álcool na semana de tratamento -
efeito antabuse
*Pode ser necessário tratar o parceiro também
*Gardnerella + mas sem clínica: não trata

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6
Q

Candidíase

A
  • proliferação de fungos: Candida albicans
  • comum em: problemas emocionais, ATB, quimio, dieta desequilibrada, jeans apertado, lycra -> abaixa o pH
  • Fisiopato: candida em altas [] - queda do pH -> desequilíbrio da flora -> saprófita -> infecciosa -> invasão -> inflamação -> sintomas
    • capacidade de formar biofilmes - recidivas
  • grupo de risco: gestantes, doidas, imunossuprimidos
  • vagina, mama, região pélvica - locais de choque -> instabilidade emocional -> comprometimento da imunidade e pH -> candidíase
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7
Q

Candidíase - diagnóstico

A
  • Clínico!
  • prurido e corrimento exteriorizado ou não (grumoso, nata de leite) mais intensos pré menstrual (acidifica), disúria e dispareunia, hiperemia vulvar, edema, fissuras, escoriações (também da uretra e região perianal)
  • exame especular: hiperemia, conteúdo esbranquiçado ou amarelado, fluido, espesso ou floculado
  • pH abaixo de 4,5
  • confirmação de fungos
    • KOH 10% ou soro -> grumos ou espiroquetas ou leveduras no microscópio
    • bacterioscopia gram
    • cultura em meios específicos
  • sensibilidade de 50 a 60%
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8
Q

Candidíase não complicada - tratamento

A
  • esporadicamente, leve-moderada, Candida albicans, em mulheres não comprometidas
  • tratamento com diagnóstico clínico
  • Tópicos:
    * Fenticonazol creme um aplicador ao deitar, 7 dias, ou óvulo vaginal, dose única
    • Clotrimazol creme, 7 dias, ou comprimido vaginal, dose única
    • Miconazol creme 14 dias, econazol creme 14 dias, butaconazol DU, terconazol 5 dias, tioconazol 7 dias, ou óvulo 300 mg DU
    • Nistatina creme vaginal por 14 dias
  • Sistêmico (cuidado fígado > 8s)
    • fluconazol 150 mg DU;
    • cetoconazol 200 mg 02x dia, 5 dias (em casos de repetição);
    • itraconazol (alternativa para fluconazol) 100 mg, uma cápsula, 2x/dia, 1 dia
  • Em casos de repetição há esquemas alternativos
  • Na pratica tópico + sistêmico pela praticidade
  • Em gestante só é feito tratamento tópico
  • Antifúngico + corticoide para reduzir a irritação
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9
Q

Candidíase complicada - tratamento

A
  • Recorrente, severa, não albicans, diabetes, imunoc.
  • Confirmar + do fungo antes de iniciar o tratamento
  • Creme vaginal 7 a 14 dias ou por VO, fluconazol 150 mg ao dia, 3/3dias, 3 tomadas
  • Esquema de supressão com um comprimido de fluconazol 150 mg 1x/ s por 6 meses. Ou tratamentos por via local, de maneira intermitente
  • Manifestações severas: eritema extenso, edema, escoriações e fissuras – medicamentos por via local, no período de 7 a 14 dias, ou fluconazol 150 mg 3/3 dias, 2 doses
  • Espécies não albicans: tratamento prolongado (7 a 14 dias) com medicamentos que não sejam fluconazol; utilização de óvulos vaginais manipulados contendo 600 mg de ácido bórico (ceto-intraconazol)
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10
Q

Tricomoníase

A

Trichomonas vaginalis (protozoário), de transmissão sexual e que tem a capacidade de fagocitar bactérias, fungos e vírus -> para o trato genital superior
- fisiopato: penetra - adere - liga a proteína de superfície - eritrócitos incorporam sua membrana para adquirir ferro - inflamação - risco de HIV
- risco de infertilidade

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11
Q

Tricomoníase x HIV

A
  • inflamação - infiltração de leucócitos e cel alvo do hiv (tcd4) - hiv se liga
  • causa pontos hemorrágicos na mucosa
  • aumento da carga viram na secreção uretral
  • aumento da secreção de citocinas - degrada o inibidor que bloqueia o ataque do hiv
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12
Q

Tricomoníase - diagnóstico

A
  • Corrimento intenso, amarelado, esverdeado, seguido de ardor genital, queimação, disúria e dispareunia, Hiperemia dos genitais externos e presença de corrimento
  • Exame especular: aumento do conteúdo vaginal amarelo, pequenas bolhas. Hiperemia, as vezes “colo uterino de morango” (colpitis macularis) - sufusões hemorrágicas (tigroide)
  • Não há sensação de prurido e nem odor
  • O pH > de 4,5 e o teste das aminas (whi test) pode ser + devido à germes anaeróbios associados à VB (menor intensidade que na vaginose bacteriana)
  • Bacterioscopia: a fresco - parasito com mov. pendulares, gram - parasito imovel
  • cultura - sintomas + exames anteriores -
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13
Q

Tricomoníase - tratamento

A
  • Imediato
  • Metronidazol 2g, VO, DU ou tinidazol 2g, VO, DU
  • Metronidazol 500 mg,VO, 12/12h, 7 dias
  • Abstenção de álcool durante 24 horas após o uso de metronidazol e 72 horas após o uso de tinidazol (efeito antabuse – vermelhidão da face, vômito e taquicardia)
  • É importante referenciar o(s) parceiro(s) sexuais
  • Recomenda-se a pesquisa de outras IST
  • Tratamento curativo
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14
Q

Vaginose citolítica

A
  • excessiva proliferação de Lactobacillus, pela redução do pH vaginal e pela citólise
  • fisiopato: o pH mais ácido facilitaria desenvolv. dos Lactobacillus ou o inverso? Excesso lactobacillar aumenta processo citolítico - sintomas
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15
Q

Vaginose citolítica - diagnóstico

A
  • Corrimento esbranquiçado e prurido que piora no período pré-menstrual, ardor, queimação, disúria e dispareunia
  • Exame clínico: conteúdo vaginal em geral aumentado, de aspecto flocular, fluido ou em grumos, aderente ou não às paredes vaginais
  • O pH igual ou < 4
  • A bacterioscopia do conteúdo vaginal (Gram): aumento excessivo de Lactobacillus, raros leucócitos ou ausência, núcleos desnudos e restos celulares devido à lise das células epiteliais. Não são encontrados elementos fúngicos (hifas e/ou esporos)
  • Irritação menor que na candidíase
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16
Q

Vaginose citolítica - tratamento

A
  • Não existe um tratamento específico
  • Recomendações: medidas que alcalizem o meio vaginal (duchas vaginais com bicarbonato de sódio), particularmente no período pré menstrual
  • Instruir medidas que permitam a ventilação
    Pode ser prescrito Clobetazol (clobetazona) para diminuir o prurido externo -> corticoide sem antifúngico
17
Q

Vaginite inflamatória descamativa

A
  • Forma severa da vaginite purulenta cronica
  • mais comum em transição menopáusica - baixo estrogenio
  • Alguns casos, têm sido identificados Streptococcus do grupo B e Escherichia coli (processo inflamatório intenso)
  • fisiopato: existem dúvidas se a afecção seria
    primariamente uma alteração do sistema imune, com infecção bacteriana secundária
18
Q

Vaginite inflamatória descamativa - diagnóstico

A
  • Corrimento intenso ou moderado de cor inespecífica ou amarelo-esverdeado (E. coli), seguido de desconforto acentuado, dispareunia, ardor
  • Exame ginecológico: inflamação, de intensidade variável, com eritema, pode ter petéquias ou equimoses na mucosa do trato genital ou cérvice
  • Importante excluir tricomoníase
  • Microscopia: aumento nos PMN e nas células parabasais, ausência de Lactobacillus e presença de outras bactérias
  • O pH vaginal encontra-se acima de 4,5
19
Q

Vaginite inflamatória descamativa - tratamento

A
  • Três diferentes esquemas terapêuticos:
  • Clindamicina creme vaginal 2% – 5g, durante 21 dias
  • ou Hidrocortisona 10% intravaginal durante 2-4s
  • Creme combinando clindamicina e hidrocortisona
  • Para alguns autores, estrogênios, por via vaginal (2-6m) utilizados periodicamente poderiam reduzir as recidivas e inflamação - restabelece microbiota
20
Q

Vaginite aeróbica

A
  • Bactérias aeróbicas entéricas (Enterocococus faecalis, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus B)
  • Redução ou ausência de Lactobacillus e processo inflamatório de diferentes intensidades
  • Flora aeróbia seria a causa da vaginite aeróbica ou secundária a alterações imunológicas?
  • Mais comuns em pcts adolescente -> decorrente de má higienização
  • Fisiopato: bactérias - aumenta citocinas - inflamação
21
Q

Vaginite aeróbica - diagnóstico

A
  • Corrimento vaginal, amarelado, por vezes com aspecto purulento e odor desagradável; dependendo da inflamação, há queixa de disúria e dispareunia
  • Exame ginecológico: inflamação do vestíbulo
  • Exame especular: hiperemia da mucosa vaginal e aumento do conteúdo vaginal, em graus variáveis. O quadro clínico severo de vaginite aeróbia assemelha-se ao da vaginite inflamatória descamativa
  • Microscopia do conteúdo vaginal: são avaliadas a flora microbiana e a presença de leucócitos. De acordo com a quantidade é classificada em quatro graus, denominados de “graus lactobacilares”
22
Q

Vaginite aeróbica - tratamento

A
  • Não existem normatizações para o tratamento.
  • Antibióticos, por via local ou sistêmica (variável)
  • Baseado nos achados microscópicos: predomínio de inflamação, hidrocortisona 10% por via vaginal; se predomínio de atrofia, usar estrogênios via vaginal; se houver excessivo número de bactérias, uso
    de antibióticos; clindamicina 2% por via local