Afecções benignas do útero Flashcards

1
Q

Miomatose\leiomiona\fibroma

A
  • São tumores benignos da musculatura lisa uterina
  • A maioria será assintomática
  • O desenvolvimento de leiomiomas são resultantes
    de uma complexa interação entre os hormônios (estrogênio e progesterona), citocinas, fatores de crescimento e mutações somáticas
  • mioma tem receptores para estrogênio e progesterona. Na menopausa, há regressão
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2
Q

Miomatose - classificação

A
  • Mais associados a sintomas e infertilidades
  • Submucoso: totalmente ou parcialmente dentro da cavidade uterina
  • Intramural: totalmente localizado no miometro (não abaúla serosa e nem invade a cavidade endometrial)
  • Subseroso: abaúla a seroso ou está totalmente fora do útero mas ligado a serosa por um pedículo
  • Intracavitário
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3
Q

Miomatose - sintomas

A
  • Dor: pélvica, cíclica ou acíclica, dispareunia
  • Sangramento: durante o ciclo menstrual ou intermitente
  • Pressão/compressão: compressão de uretra, vesícula, intestinal => dor em flanco, dificuldade para evacuar, fezes afiladas
  • Infertilidade: não quer dizer que o mioma seja a causada infertilidade, pode ser outra causa, especialmente em mulheres maiores de 35
    anos. Já o submucoso, principal causa de infertilidade, deve ser feita abordagem cirúrgica
  • Complicações na gestação: parto prematuro e rotura prematura de membrana
  • 6-34% das mulheres com SUA e 2-7% das mulheres inférteis tem miomas submucosos
  • Útero miomatoso de grande volume -> fazer comparação com a provável idade gestacional
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3
Q

Miomatose - fatores de risco

A

Genética
* Raça negra: 2-9x
* Obesidade
* Exposição a estrogênio: menarca precoce, nuliparidade, intervalo interpartal longo
* Consumo de carne: citocinas e processo inflamatório
* Hipertensão: dano vascular no miométrio
* Processos inflamatórios e infecciosos
* O risco diminui em caso de progestágeno, multíparas, menopausa, tabagismo e dieta vegetal

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4
Q

Miomatose - exame físico

A
  • Aumento do volume abdominal em miomas grandes, aumento de mobilidade/irregularidade -> toque bimanual e palpação pélvica
  • Útero bocelado com mobilidade reduzida
  • Abaulamento na palpação do fundo de saco posterior
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5
Q

Miomatose - diagnóstico

A
  • Feito principalmente pelo ultrassom transvaginal: é o padrão-ouro
  • A ressonância magnética é feita em miomas muito volumosos pois a avaliação não é possível com o USG.
  • Além disso, faz-se também em caso de suspeita de alguma compressão como hidronefrose
    *Não há recomendação de manipulação do mioma durante a gestação (risco aumentado de sangramento)
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6
Q

Apresentações dos miomas

A
  • DEGENERAÇÃO DO MIOMA: O mioma cresce muito e por conta disso ocorre diminuição do suprimento sanguíneo
  • MIOMA PARIDO: Emergência medica, mioma submucoso pediculado desce da cavidade e sai pela vagina: paciente tem muita cólica associada a sangramento intenso, evento raro mas preocupante, Tratamento: torção do pedículo, retirando o mioma
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7
Q

Miomatose - tratamento

A

Levar em consideração:
1. Sintomas: o que mais incomoda?
2. Desejo reprodutivo?
3. Volume e localização dos miomas
- O tratamento cirúrgico deve ser o de escolha pois éo melhor. Contudo, é importante avaliar a questão da prole
- Nenhuma medicação (exceto análogo GNRH) reduz o avanço e crescimento do mioma
- Clínico: sintomas leves, fluxo aumentado mas sem incomodos e anemia, prole não constituída
- Cirúrgico: Sintomas intensos, obstruções, anemia, prole constituída, falha clínica

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8
Q

Miomatose - tratamento clínico

A
  • SIU liberador LNG (mirena): reduz sangramento, contraindicado se abaulamento na cavidade (submucoso)
  • Progestágenos: resultados conflitantes (alguns relatam que haja envolvimento com mioma). Exemplo: cerasete, nactale, juliete (marca do
    desogestrel)
  • Anticoncepcional combinado: controle do fluxo (pílula comum – uso contínuo ou cíclico não faz diferença)
  • Análogo GNRH: é o único que reduz o tamanho e progressão do mioma. Contudo, apresenta muitos efeitos colaterais e provoca menopausa temporária na paciente. Usa-se quando deseja diminuir o mioma
    para facilitar a retirada (pode ser usado apenas de 3- 6 meses)
  • Ácido tranexâmico: antifibrinogênico. Objetivo de reduzir o fluxo apenas no período menstrual (não é muito eficaz, mas ajuda)
  • AINE: diminui sangramento em 1/3 dos casos
  • Modulares seletivos dos receptores de progesterona (mifepristone/ulpristal): custo muito elevado, portanto pouco utilizados naprática clínica - diminui mioma
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9
Q

Miomatose - cirurgia

A
  • Histerectomia: via abdominal, vaginal, lapacoscópia assistida por vida vaginal
  • Miomectomia: laparotomia, laparoscopia, histeroscopia, mini laparotomia
  • Embolização: cateterização da veia femoral da paciente => localização do ramo arterial que está suprindo o mioma e inibe o suprimento
    sanguíneo. É caro, planos não cobrem e é para quem não quer fazer cirurgia/condições cirúrgicas. Não é bom para quem quer ter filhos
  • Ultrassom focado: ultrassom foca no mioma, causando necrose e atrofia do mioma. Pouco utilizado
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10
Q

Adenomiose

A
  • Presença de glândulas endometriais nas fibras do miométrio com hiperplasia do miométrio subjacente e aumento do volume uterino (células do endométrio nos músculos)
  • É diferente da endometriose (células do endométrio vão para fora do útero
  • Mais comum em multíparas, com pico na quarta/quinta décadas de vida
  • Sintomas: SUA, dismenorreia, dor pélvica, dispareunia, infertilidade
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11
Q

Adenomiose - diagnóstico

A
  • Biópsia é o padrão-ouro: invasivo
  • US: diminui acurácia quando associação com miomatose/úteros volumosos
    • utero normal: miométrio homogêneo, endométrio bem delimitado, endométrio trilaminar
    • adenomiose: miométrio heterogêneo, não é possível delimitar o endométrio (perda de interface), cisto, sinal da tempestade
  • RNM: o principal achado é o aumento da espessura da zona juncional (linha regular que tem espessura de cerca de 5mm – limite entre endométrio e miométrio). Na paciente com suspeita, maior ou igual a 12cm => sugere fortemente adenomiose
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12
Q

Adenomiose - tratamento

A
  • DIU hormonal e dienogestrel apresentaram bons resultados para o controle de sangramento e dor pélvica, respectivamente, em mulheres
    com adenomiose
  • No entanto, não há dados suficientes para endossar cada medicação para tratar essa doença
  • É uma doença recente
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13
Q

Pólipos uterinos

A
  • Definido como projeção digitiforme de tecido glandular, representando hipertrofia focal desse tecido com pedículo vascular
  • Rara associação com malignidade
  • Podem ser endometriais ou cervicais (estes podem se originar da ecto ou endocérvice)
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14
Q

Pólipo cervical

A
  • Maior hipertrofia focal do canal: endocervical
  • São únicos ou múltiplos e de tamanhos variáveis
  • Mais comum >40 anos e multíparas)
  • Etiopatogenia: inflamação crônica, congestão, estímulo hormonal
  • Maioria são assintomáticas, achados nos exames de colpocitologia oncótica
  • Podem causar sinusorragia, SUA e sangramento pós menopausa
  • Diagnóstico: exame especular ou ultrassom
  • Tratamento: Pode-se retirar tracionando com a pinça de Menckel. Em caso de pólipo de base larga (rara), evita-se esse procedimento porque pode sangrar muito. Assim, prefere-se histeroscopia
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15
Q

Pólipo endometrial

A
  • Projeção mucosa endometrial
  • Únicos ou múltiplos/tamanhos variáveis
  • 25% das mulheres
  • Multíparas 40-65 anos
  • Maioria assintomáticas
  • São responsáveis por 13-50% dos casos de SUA
  • Podem estar associados a infertilidade e doença pré-maligna/maligna do endométrio (raramente evoluem para malignidade)
  • Diagnóstico: ultrassom transvaginal (espessamentoendometrial / pólipo),
  • Padrão-ouro: histeroscopia
  • DD do espessamento endometrial: mioma submucoso, câncer de endométrio. Realizar histeroscopia para diferenciar.
  • O doppler também auxilia a diferenciar do mioma submucoso (neste o pedículo vascular é abundante. No pólipo é único)
  • Fatores relacionados com progressão para lesão maligna: idade avançada, alterações genéticas, tamanho do pólipo e sangramento associado
  • Principal fator de risco é o tamanho. O segundo é o sangramento
  • Tratamento: cirúrgico (histeroscopia) ou curetagem (feito às cegas)
  • Tratar quando: Menopausa, Pólipo>15mm, Sintomatologia