Tumores benignos e cistos ovarianos Flashcards

1
Q

Ovários

A
  • Os ovários são compostos de tecido de três diferentes origens embriológicas, justificando a variedade de tumores e de fatores de risco envolvidos, assim, podendo acometer mulheres de diferentes faixas
    etárias
  • Totipotentes
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2
Q

DIVISÃO TUMORES OVARIANOS

A
  • Não neoplásicos: endometriomas, abscessos tubo-ovarianos, ovários policísticos e os cistos funcionais (cistos foliculares, cistos do corpo lúteo e cistos tecaluteínicos)
  • Proliferativos ou neoplásicos: tumores epiteliais, o cistoadenoma seroso, o cistoadenoma mucinoso e o tumores de células germinativas (teratoma cístico benigno)
  • Sólidos Benignos: fibroma, tumor de Brenner e o luteoma da gravidez
  • Funcionantes: podem ser feminilizantes (tecomas, tumores de células hilares e gonadoblastomas) ou virilizantes ou ainda struma ovarii
  • Limítrofes
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3
Q

Tumores ovarianos - infância

A
  • Cistos funcionais: mais frequentes
  • Tumores sólidos: multilobulados e de dimensões mais amplas (tto cirúrgico)
  • Nessa faixa etária, o ovário apresenta maior mobilidade anatômica, propiciando torções e lesão definitiva por isquemia e necrose
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4
Q

Tumores na adolescência - pós menarca

A
  • O aumento das gonadotrofinas pode formar os cistos ovarianos funcionais
  • Devem ser tratados como doenças benignas e na maioria das vezes resolvem-se espontaneamente após a menstruação
  • Tratamento cirúrgico: caso novo exame ultrassonográfico evidencie persistência da massa
  • Diagnósticos diferenciais: abscessos tubo-ovarianos e gravidez ectópica
  • Predominam os tumores das células germinativas
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5
Q

Tumores no menacme

A
  • Cistos funcionais do ovário, endometriomas e tumores epiteliais do ovário (cistoadenoma seroso e o mucinoso)
  • A maioria dos tumores não produz sintomas
  • Sintomas inespecíficos: dor abdominal, sintomas urinários e/ou gastrointestinais
  • Tumores produtores de hormônios (funcionantes): sangramento pode estar presente
  • Teratomas: células germinativas
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6
Q

Tumores pós menopausa

A
  • Tumores benignos são menos comuns e aumenta a incidência de malignidade
  • A avaliação ultrassonográfica e a palpação no exame físico tornam-se mais difíceis devido a atrofia fisiológica do período
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7
Q

Etiologia

A
  1. Cistos funcionais
  2. Tumores epiteliais (entre 20 e 40 anos idade)
  3. Tumores de células germinativas
  4. Tumores sólidos benignos
  5. Tumores funcionantes (Estroma Gonádico)
  6. Tumores limítrofes
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8
Q

Cistos funcionais - folicular

A
  • Mais comum
  • Cisto simples > 3cm e < 8 cm
  • Do folículo estimulado que não se rompeu no ciclo
  • Mais frequentes após menarca, ramos na menopausa
  • Pode ocorrer no período fetal por estimulação das gonadotrofinas maternas -> após o nascimento é reabsorvido
  • Geralmente assintomáticos e com resolução espontânea de 4-8 semanas (ou até 3m) -> pode usar ACO por 3-4 m
  • Complicações: ruptura ou torção de ovário - parece abdome agudo. Nesses casos e caso persistência do cisto por mais de 3 meses ou ainda cistos maiores que 8 cm -> avaliação de tratamento cirúrgico
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9
Q

Cistos funcionantes - luteínico

A
  • Menos comuns e derivam da persistência do corpo lúteo que se torna cístico devido a hemorragia aumentada na cavidade folicular, ou por acúmulo anormal de líquido devido à estimulação excessiva do LH
  • Maioria dos casos ocorre regressão espontânea
  • Complicações: rotura e hemorragia -> com instabilidade hemodinâmica, cabe abordagem cirúrgica com preservação do ovário
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10
Q

Cistos funcionantes - tecaluteínico

A
  • Menos comuns
  • Em geral, são bilaterais, multicísticos, podem atingir grandes dimensões (até 30 cm) e tendem a regredir espontaneamente
  • Ocorrem durante a gravidez, principalmente naquelas complicadas com mola hidatiforme ou coriocarcinoma, em pacientes com diabetes, com sensibilização Rh, que usaram citrato de clomifeno e uso de análogos do GnRH
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11
Q

Tumores epiteliais - cistoadenoma seroso

A
  • Epitélio superficial do ovário
  • 15 a 25% dos tumores benignos
  • São multiloculares, raramente tem septações grosseiras, podem ser bilaterais, medindo geralmente de 5-15cm
  • Corpos de Psammoma: são áreas de granulações calcificadas que podem estar presentes de forma difusa pelo tumor e se evidenciam pelo raio X
  • Detectados de forma incidental
  • Conduta depende da idade da paciente e se a prole está constituída, mas somente a cirurgia é o tratamento definitivo
  • Se suspeita de malignidade, está indicado o exame histológico por congelação no perioperatório e o estudo em parafina para confirmar a ausência de invasão estromal - em centro cirúrgico de referência - tumor delicado -> 20% dos cistoadenomas serosos são malignos e 5 a 10% dos tumores epiteliais são limítrofes
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12
Q

Tumor epitelial - cistoadenoma mucinoso

A
  • São mais volumosos que os tumores serosos, chegando até a 50 cm de diâmetro, podem ser bilaterais, geralmente multilobulados, císticos, de conteúdo mucóide e acastanhados ao corte
  • Suspeitou? encaminhar para ambiente oncológico
  • Complicação: formação de pseudomixoma peritoneal, caracterizado pela secreção exacerbada de mucina, levando à formação de ascite, a qual recidiva com frequência após o tratamento cirúrgico (mais comum nos carcinomas mucinosos, mucocele do apêndice e no carcinoma bem diferenciado do cólon)
  • Tratamento: cirúrgico e a extensão varia conforme idade e se há pretensões reprodutivas, estando indicada a ooforectomia - (TRH se fizer) -> A histerectomia total abdominal e salpingo-ooforectomia bilateral está reservada para pacientes na pós-menopausa
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13
Q

Tumores de células germinativas - teratoma cístico benigno

A
  • 10 a 15% de todos os tumores ovarianos
  • Pico aos 30 anos
  • Mais unilaterais, baixa malignidade (pior pós menopausa - carcinoma de células escamosas)
  • Totipotentes: diferentes tecidos
  • Composição: células bem diferenciadas de
    todos os três folhetos embrionários - folículos pilosos, material sebáceo, cartilagem, osso, dentes, calcificação e tecido tireoidiano
  • Complicação: torção do pedículo devido ao conteúdo gorduroso que faz com que ele ‘flutue’ na pelve -> aumenta mobilidade c\ maior chance de ocorrer a torção
  • Tratamento: cistectomia ovariana com preservação do ovário ou ooforectomia (prole ok)
  • Cuidado com extravasamento do conteúdo do cisto para a pelve -> lavagem exaustiva -> peritonite química
  • Cisto dermoide torcido: avaliar infarto. Se houver necrose - ooforectomia, se não houver - desfazer torção e cistectomia
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14
Q

Tumor sólido - fibroma

A
  • Tumores do cordão sexual (mais comuns)
  • Derivam das células estromáticas da granulosa, mas não apresentam atividade hormonal
  • Associados à ascite e hidrotórax (respectivamente em 10-15% e 1% dos casos) -> síndrome de Meigs
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15
Q

Tumor sólido benigno - tumor de brenner

A
  • Epitélio transicional, de histopatologia incomum, com ilhotas de células cubóides claras, os ninhos de células de Walthard
  • Raramente ocorre transformação maligna
  • Pode estar associado à síndrome de Meigs (resolve ao retirar tumor) e a um cistoadenoma mucinoso, assemelhando-se ao quadro de um tumor maligno
  • Estão associados à ela os fibromas, os tumores de Brenner e Krukenberg
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16
Q

Tumores sólidos benignos - luteoma da gravidez

A
  • Raro, pode ser bilateral e aumentar ovário em até 12cm
  • Se inicia no 2º trimestre da gestação devido à produção de testosterona, pode por isso estar associado à virilização, e ocorrer ainda a masculinização de um feto do sexo feminino
  • A maioria regride espontaneamente, mas o aumento persistente indica cirurgia
17
Q

Tumores funcionantes - feminilizantes

A
  • Tecomas
  • Origem: estroma cortical dos ovários, normalmente são unilaterais e raramente malignos
  • Predominam na pós-menopausa e são produtores de estrógenos, provocando sintomas compatíveis com indução estrogênica, incluindo sangramento genital e hiperplasia endometrial na pós-menopausa
  • Recomenda-se a ooforectomia
18
Q

Tumores funcionantes - virilizantes

A
  • Gonadoblastomas
  • Tumor misto - elementos germinativos e do
    cordão sexual, podendo produzir androgênios e estrogênios
  • Tratamento: ooforectomia
  • Pacientes com disgenesia gonadal e presença de cromossoma Y são consideradas de alto risco para o desenvolvimento deste tumor.
  • Conduta: gonadectomia
19
Q

Tumores funcionantes - Struma ovarii

A
  • Variante do teratoma cístico maduro (predomínio de mais de 50% de tecido tireoidiano, havendo produção ectópica dos hormônios tireoidianos, podendo inclusive provocar sintomas de tireotoxicose em cerca
    de 5% dos casos)
  • Baixo potencial de malignidade
20
Q

Tumores limítrofes

A

-Tumores de baixo potencial maligno ou borderline
- 10 a 15% dos tumores epiteliais e possuem aspectos
que os caracterizam entre os benignos e os malignos
- Tendem a se manter restritos aos ovários por longos períodos, tendo baixo potencial de crescimento tumoral e também de invasão, são capazes de se metastatizar, porém não apresentam invasão estromal
- Bom prognóstico
- Predominam na perimenopausa, em torno dos 46 anos
- Tratamento cirúrgico, exceto nos pacientes com desejo reprodutivo (conduta conservadora -acompanhamento)

21
Q

QUADRO CLINICO

A
  • A maioria é assintomática, dificultando o diagnóstico
  • Alterações menstruais em algumas situações
  • Cistos de corpo lúteo hemorrágicos: dor ou sinais de peritonite, especialmente se ocorrer ruptura
  • Dor abdominal intensa: torção anexial de um cisto ou massa, geralmente > 4 cm
  • Ascite e derrame pleural pode acompanhar fibromas
  • Palpação de massa pélvica anexial
22
Q

Diagnóstico - USTV

A

Exame de escolha para avaliação de massas ovarianas
Diferencia massa cística de sólida
Massas ovarianas benignas: < 8 cm; parede interna regular; conteúdo unilocular ou cístico; ausência de septações
Em geral, as massas são detectadas casualmente
Solicita-se teste de gravidez - gestação ectópica
US transvaginal: confirma o diagnóstico
Massas com características radiográficas de câncer (p. ex., componentes císticos e sólidos, excrescência na superfície, aparência multilocular, forma irregular) exigem consulta com um especialista e excisão

23
Q

Diagnóstico - teste para marcador tumoral

A

Massa que exige excisão ou se câncer ovariano estiver sendo considerado
Marcadores tumorais: Beta-2 microglobulina, antígeno de câncer (CA) 125 II, apolipoproteína A-1, pré-albumina, transferrina
Utilizados para monitorar a resposta ao tratamento, em vez triagem, para a qual eles não possuem sensibilidade
Podem ser falsamente elevados em mulheres com endometriose, miomas uterinos, peritonite, colecistite, pancreatite, doença inflamatória do intestino ou vários cânceres

24
Q

TRATAMENTO

A
  • Expectante ou cirurgico - cistectomia ou ooforectomia (volumoso, multilocular, aspecto maligno)
  • Infância: 80% são malignas, devendo ter diagnóstico
    confirmado e tratamento cirúrgico para todos os tumores císticos em pacientes pré púberes
  • Adolescência: Cistos funcionais ->acompanhados até resolução espontânea; Tumores sólidos (de células germinativas) ->cirúrgico
  • Peri menopausa - cistos funcionais: acompanhamento até sumir por 3 meses. Cirurgia se dor intensa, suspeita de malignidade ou de torção, tentando preservar fertilidade
  • Peri menopausa - massas benignas: cirurgia em caso de suspeita maligna ou sintomatologia importante, tentar manter fertilidade
  • Pós-menopausa: A depender do risco de lesão maligna
    - Risco mínimo, cisto unilocular < 5,0cm à USG: conduta expectante (acompanhamento de 6 em 6 meses, USG e CA 125)
    - Risco intermediário ou alto risco malignidade: tratamento cirúrgico
    - Cistos funcionais < 5 cm desaparecem sem tratamento - faz-se ultrassonografia seriada para documentar seu desaparecimento
    - Mulheres assintomáticas, em idade reprodutiva, com massas anexiais císticas simples na parede fina de 5 a 8 cm (em geral, foliculares) sem características de câncer: tratamento expectante (US TV controle)
25
Q

Indicações de cirurgia

A
  • Peri-menopausa
    • Tumores sólidos em qualquer faixa etária
    • Tumores císticos > 5 cm por mais de 6 meses
    • Tumores mistos, cístico sólido, independentemente do tamanho e persistente por mais de três meses
    • Mulheres assintomáticas com cistos >10 cm
    • Suspeitos de malignidade, independentemente
      do tamanho: aparência ultrassonográfica do cisto, nenhuma mudança ou aumento no tamanho, níveis elevados de CA 125 (> 200 U/ml), ascite, suspeita de doença metastática, ou história familiar de um parente de primeiro grau com câncer de mama ou de ovário
  • Pós menopausa
    • Cistos >5 cm
    • Cisto sintomático
    • CA 125 > 35 U/ml (não usar como fator isolado)
    • Ascite ou outros sinais suspeitos de metastase
    • Tumores benignos exigem tratamento
    • Massas com características radiográficas de câncer são excisadas por laparoscopia ou laparotomia
    • Sempre que possível, tentar preservar os ovários (cistectomia)
26
Q

Indicações de ooforectomia

A
  • Fibromas que não podem ser removidos por cistectomia
  • Cistadenomas
  • Teratomas císticos > 10 cm
  • Cistos que não podem ser removidos separadamente dos ovários
  • A maioria dos cistos detectados na pós-menopausa e com > 5 cm