Via biliar Flashcards

Icterícia colestática Coledocolitíase Colecistite aguda e outras afecções da vesícula

1
Q

Icterícia

A
  • Expressão clínica do aumento da bilirrubina total (normal: 0,3 a 1,3)
  • Pigmentação amarelada (inclusive escleras, mucosas)
  • Acima de 2 a 2,5 mg/dL: acúmulo nos tecidos
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Q

Referência

Bilirrubina total

A

0,3 a 1,3 mg/100ml

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Q

Referência

Bilirrubina indireta

A

0,2 a 0,8 mg/100ml

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4
Q

Referência

Bilirrubina direta

A

0,1 a 0,3 mg/100ml

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5
Q

Metabolismo da bilirrubina

A
  1. Hemácias senescentes são degradas.
  2. A enzima HEME OXIGENASE transforma o grupamento HEME na biliverdina.
  3. A biliverdina redutase, em seguida, transforma a biliverdina em BILIRRUBINA INDIRETA/NÃO CONJUGADA.
  4. A bilirrubina indireta é lipossolúvel, precisa de um carreador para “andar” no sangue: ALBUMINA.
  5. A bilirrubina indireta ligada a albumina entra no fígado e são separados. Então a BI é conjugada no hepatócito. A conjugação é a associação da bilirrubina indireta com o ácido glicurônico feita pela UDP glicuroniltransferase.
  6. Essa bilirrubina direta/conjugada, hidrossolúvel, é excretada junto com os outros componentes da bile no duodeno.
  7. A bilirrubina direta no cólon é transformada em urobilinogênio que pode ser absorvido e posteriormente pelo sistema porta (ciclo entero hepático) ou pode continuar no cólon e ser transformado em estercobilinogênio (substância que dá a cor característica das fezes).
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6
Q

Causas da icterícia

Geral, mecanismos que causam

A
  • Pré hepáticas (relacionadas com o aumento da bilirrubina indireta)
    • Aumento da produção de bilirrubina indireta (hemólise por exemplo)
    • Diminuição da captação hepática
  • Hepáticas (geralmente provoca hiperbilirrubinemia mista)
    • Diminuição da conjugação
  • Pós-hepáticas – colestase (relacionadas com o aumento da bilirrubina direta)
    • Diminuição da excreção
      • Intra-hepática (hepatite)
      • Extra-hepática (obstrução)
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7
Q

ICTERÍCIA NÃO COLESTÁTICA

A
  • Aumento da bilirrubina indireta
  • Maior oferta de bilirrubina ao fígado, com:
    • Deficiência de captação pelo hepatócito
    • Defeito no seu transporte extracelular
    • Defeito na conjugação
    • HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA
  • Hemólise: principal causa de aumento da bilirrubina indireta
  • Icterícia do recém-nascido, é por bilirrubina indireta (e como a B. Indireta pode ultrapassa a barreira hematoencefálica pode causar o Kernicterus)
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8
Q

ICTERÍCIA COLESTÁTICA

A
  • Colestase: “estagnação de bile” no fígado
  • Deficiente fluxo de bile para o duodeno
  • HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA
  • Principal causa: coledocolitíase
  • Causas: Intra-hepática (hepatite A) e extra-hepática (obstrutivas)
  • Obstrução das vias biliares (obstrução do colédoco por cálculo, tumor de papila, de cabeça do pâncreas)
  • A bilirrubina não consegue ser escoada, parte é absorvida pela circulação (pigmento se acumula em mucosas, na esclera e em outros tecidos)
  • Por ser eliminada em larga escala pelos rins a urina fica escura (coca cola, café) e por não chegar no cólon as fezes ficam brancas (hipocolia ou acolia fecal).
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9
Q

Icterícia obstrutiva

A
  • Obstrução ao fluxo de bile extra-hepático

Causas

  • Coledocolitíase (pode dar uma icterícia flutuante)
  • Tumores periampulares
    • Cabeça de pâncreas
    • Papila (pode dar uma icterícia flutuante)
    • Colédoco distal
    • Duodeno
  • Estenose inflamatória
  • Colangite esclerosante primária
  • Lesões iatrogênicas
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10
Q

Possíveis causas de icterícia flutuante

A

Coledocolitíase

Tumor periampular de papila

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11
Q

Aspectos clínicos da Icterícia obstrutiva

A
  • Icterícia
  • Colúria
  • Acolia fecal
  • Prurido (acúmulo de sais biliares na pele. Que só melhora mesmo com a desobistrução da via biliar)
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12
Q

Forma de manifestação da icterícia que podem dar pista do diagnóstico

A
  • Lenta e progressiva na neoplasia (associada a perda de peso também)
  • Precedida de cólica biliar na litíase
  • Flutuação no tumor de papila e coledocolitíase
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13
Q

Vesícula de Courvosier – Terrier

A
  • Vesícula palpável e indolor em um paciente com icterícia colestática (icterícia + acolia fecal + colúria)
  • Significa neoplasia periampular
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14
Q

Ictetrícia obstrutiva

Exames laboratoriais

A

Provas de função hepática

  • Bilirrubinas
  • TAP/INR
  • Albumina
  • Bilirrubina total aumenta ao custo de BD, o TAP e o INR devem estar normais. Mas, podem ser alterados por não chegar à bile no intestino, assim não há emulsificação de gordura e absorção de vitaminas lipossolúveis (ADEK) e sem a vitamina K o TAP e INR podem ser alargados.

Provas de lesão hepática

  • TGO/AST e TGP/ALT (aminotransferases)
  • Levemente aumentadas nos casos obstrutivos (em casos de hepatite aguda estarão muito aumentadas)

Enzimas canaliculares

  • Fosfatase alcalina
  • Gama GT
  • Ambas estarão aumentadas
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15
Q

Ictetrícia obstrutiva

Primeiro exame de imagem

A

Primeiro exame de imagem será sempre a USG

  • Ele é ótimo para ver colédoco? Coledocolitíase? Não, mas é pra ver a vesícula biliar: colelitíase. Se tem pedra na vesícula e o paciente tem icterícia colestática provavelmente a pedra migrou para o colédoco.
  • As vezes o médico consegue ver o colédoco e cálculos no seu interior.
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16
Q

Ictetrícia obstrutiva

Exames de imagem

TC e RM

A

TC

  • Bom exame para ver o pâncreas
  • Pedir na suspeita de tumor periampular.

RM

  • Bom exame
  • Principalmente a colangioressonância que desenha toda a anatomia da árvore biliar.
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17
Q

Ictetrícia obstrutiva

Exames de imagem

Ecoendoscopia

A
  • Para ver lama biliar, microcálculos
  • USG na ponta de um endoscópio
  • Possível fazer biópsia na via biliar, no pâncreas
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18
Q

Ictetrícia obstrutiva

Exames de imagem

CPRE

A
  • Procedimento invasivo
  • 2 a 5% de complicações
  • Risco de pancreatite aguda grave
  • Não deve ser feita para diagnóstico, ela deve ser usada somente para TRATAMENTO.
  • TERAPÊUTICA.
  • Retira cálculos, faz papilotomia endoscópica, faz escovado de células
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19
Q

Ictetrícia obstrutiva

Exames de imagem

Duodenoscopia

A
  • Possibilita a visualização da papila por fora do duoneno, na EDA só vemos a frente, nesse exame dá pra ver lateralmente
  • Bom se suspeita de tumor de papila
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20
Q

Coledocolitíase

A

Litíase do colédoco

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21
Q

A maioria das coledocolitíases são _________

(primárias/secundárias)

A

Secundárias ou residuais

(toda litíase vem da vesícula até que se prove o contrário)

Porém, o cálculo pode se formar primariamente no colédoco quando existe um grau de obstrução e dilatação crônica, presença de colestase.

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22
Q

Quanto tempo após uma colecistectomia o cálculo do colédoco é tido como residual da vesícula?

A

2 anos

Dois anos após colecistectomia o cálculo no colédoco é tido como primário

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23
Q

Coledocolitíase

Quadro clínico

A
  • Icterícia colestática (icterícia + acolia + colúria - aumento de bilirrubina direta)
  • Dor (porque esse cálculo provavelmente migrou)
  • Vômitos
  • Colangite (se houver infecção associada a obstrução)
  • A icterícia pode ter um grau de flutuação (porque o cálculo pode se mover e escoar um pouco da bile)
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24
Q

Coledocolitíase

Exames

A
  • O primeiro exame é a USG, se não for possível visualizar o colédoco e não há litíase na vesícula:
    • Colangioressonância
    • Colangiografia intraoperatória (para casos de suspeita pequena que não vale a pena arriscar a CPRE sem ter certeza do diagnóstico)
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25
Q

Coledocolitíase

Tratamento

A
  • CPRE
    • Abrir a papila (sempre as 11h)
    • Papilotomia endoscópica
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26
Q

Risco de coledocolitíase secundária a colelitíase

A
  • Se tenho colecistolitíase (colelitíase) há risco de desenvolver coledocolitíase secundária, por isso, ao retirar a vesícula, se houver suspeita de migração de calcula, a exploração do colédoco deve ser feita.
  • Isso não ocorre sempre, vai depender do risco associado a coledocolitíase secundária.
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27
Q

Fatores de alto risco de coledocolitíase secundária a colelitíase

A
  • Icterícia flutuante
  • Colúria
  • Acolia fecal
  • Colangite
  • Exame comprovante coledocolitíase
  • Conduta: CPRE
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28
Q

Fatores de médio risco de coledocolitíase secundária a colelitíase

A
  • História prévia de icterícia
  • Dilatação do colédoco
  • Enzimas canaliculares aumentadas
  • Não está ictérico agora
  • Colangio RNM, se positiva: CPRE
  • Colangio RNM, se negativa: Colangiografia intraoperatória
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29
Q

Fatores de baixo risco de coledocolitíase secundária a colelitíase

A
  • História prévia de colecistite, colangite ou pancreatite
  • Enzimas canaliculares alteradas
  • Microcálculos
  • Colédoco normal
  • Conduta: colescistectomia com colangiografia transoperatória
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30
Q

Dreno de Kehr

A
  • Dreno inserido após colecistectomia ou outra EVB para ajudar no diagnóstico de obstruções por litíase residual, se a via biliar estiver pérvia, a bile passa direto do ducto hepático comum para o colédoco, caso o colédoco esteja bloqueado há intensa saída de bile pelo dreno
  • Através desse dreno, consegue-se fazer a colangiografia, inserindo contraste através do dreno
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31
Q

Papilotomia cirúrgica

A
  • Pode -se fazer papilotomia por via aberta
  • Faz-se pouco hoje porque por via endoscópica com a CPRE é mais simples, mas nem sempre possível
    • Ex: paciente que fez bariátrica, em Y de Roux, ao engolir o endoscópio, esse não passa no duodeno do Y vai direto pra baixo, n tem como explorar as vias biliares.
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32
Q

Derivação Biliodigestiva

A
  • Cálculo primário
  • Via biliar doente > 2 cm
  • A cirurgia de derivação biliodigestiva é realizado em situações que necessitem desviar o fluxo de bile do fígado diretamente para o intestino sem passar pelo colédoco
    • Obstruções por tumores ou até lesmo por lesões inadivertidas da via biliar como por exemplo durante uma cirurgia de vesícula (colecistectomia) - iatrogênia
  • A cirurgia consiste em criar uma anastomose entre os canais biliares hepáticos e o intestino (geralmente o jejuno - Hepatojejunostomia)
  • Esta cirurgia pode ser realizada por videolaproscopia, mas exige experiência laparoscopica avançada.
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33
Q

Coledocolitíase é a principal causa de colangite aguda

V ou F?

A

Verdadeiro

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34
Q

Vesícula em porcelana

A
  • Calcificação da parede da vesícula biliar
  • Variante incomum da colecistite crônica (secundária a crises de repetição)
  • 5x mais comum em mulheres (como todas as afecções da vesícula)
  • Tem associação com o câncer de vesícula (aumenta o risco)
  • Conduta: Colecistectomia
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35
Q

Pólipos de vesícula

A
  • Risco de câncer
  • Adenoma (comportamento pré-maligno)
  • Imagem fixa na parede (a pedra não é fixa)
  • Conduta: colecistectomia a depender de alguns critérios
36
Q

Pólipos de vesícula

Indicações para colecistectomia

A
  • Clínica relacionada com o pólipo
  • Pólipo séssil ou com base de inserção larga
  • Alterações ecográficas na parede vesicular
  • Idade do doente > 50 anos
  • POLIPOS > 1 CM (10 MM)
  • CRESCIMENTO DURANTE O ACOMPANHAMENTO (fez um USG e no próximo, algum tempo depois, houve crescimento)
  • COEXISTÊNCIA DE LITÍASE VESICULAR
37
Q

Câncer de vesícula

A
  • Tumor agressivo
  • Alto risco de metastase
  • Raro, mas é a neoplasia maligna mais comum da árvore biliar
  • Maior incidência: Mulheres na 6ª ou 7ª década de vida
  • Representa 1% das colecistectomias eletivas
  • SEMPRE Verificar o anatomopatológico após a colecistectomia (o câncer muitas das vezes aparece como achado eventual)
  • Grave, mau prognóstico, pelo diagnóstico tardio
  • Sobrevida em cinco anos: cerca de 5%
38
Q

Câncer de vesícula

Fatores de risco

A
  • Cálculo. Litíase biliar em 70 a 98% dos casos de câncer de vesícula
  • Dimensões dos cálculos (> 3cm)
  • Vesícula em porcelana (calcificada por muitas crises de colecistite)
  • Pólipos maiores de 10 mm
  • Cistos de colédoco
  • Colangite esclerosante primária (doença auto imune que causa estenose em diversos pontos da árvore biliar)
  • Doenças inflamatórias intestinais
39
Q

Câncer de vesícula

Diagnóstico

A
  • 90% no fundo ou no corpo da vesícula – assintomáticos
  • Sintomas dos cálculos (que podem ajudar o diagnóstico precoce)
  • Perda de peso, anorexia e massa palpável (tendem a parecer nas fases finais da doença)
40
Q

Cistos de colédoco

A
  • Dilatação cística congênita da via biliar, fica bile estagnada levando a colangite e possivelmente a coledococarcinoma
  • Mais comum no oriente
  • 2/3 diagnosticados na infância
  • Mulheres, orientais são o principal grupo de risco
  • Risco de malignização: até 30%
  • Tríade
    • Icterícia
    • Dor abdominal
    • Massa palpável

Classificação de Todani

41
Q

Tipos de cálculos

A

3 tipos

  • Brancos: são os cálculos de colesterol (maioria)
  • Calculos pigmentados:
    • Pretos: cálculos de bilirrubina (ligado a quadros de hemólise)
    • Marrons: mais raros, advindos de infecções (normalmente são cálculos do colédoco e não da vesícula).
42
Q

Como os cálculos surgem?

A

Através de um desequilíbrio dos componentes da bile: água, sais biliares, colesterol, bilirrubina direta/conjugada

43
Q

Fatores de risco para cálculos biliares

4 F’s

A
  • Female: mulheres
  • Fat: obesidade
  • Fertility: Multíparas (indica um componente hormonal na formação do cálculo)
  • Forty: > 40 anos

*Family: poderia ser colocado história familiar

44
Q

Colelitíase

A

Pedra na via biliar com paciente assintomático

(muito usada como sinônimo de colecistolitíase)

45
Q

Colecistopatia

A

Doença da vesícula biliar

46
Q

Colecistopatia calculosa

A

Doença calculosa da vesícula com paciente sintomático

(cólicas biliares)

47
Q

Colecistite aguda

A

Inflamação aguda da vesícula, geralmente secundária a obstrução calculosa

(é um abdome agudo inflamatório)

48
Q

Colecistite crônica

A

Paciente que teve múltiplas crises de colecistite aguda e não operou. Vesícula com paredes espessadas, atrófica.

49
Q

Coledocolitíase

A

Cálculo no colédoco

Cálculos podem sair da vesícula e descerem pelo colédoco causando obstrução, icterícia colestática, e ainda podem causar pancreatite por lesão de papila

50
Q

Colangite

A

Infecção dentro das vias biliares geralmente associada a um quadro de obstrução

51
Q

Melhor exame para identificar litíase biliar

A

USG

(visualização dos cálculos com reforço acústico posterior)

52
Q

Colecistolitíase e colecistopatia calculosa

Tratamento para pacientes sintomáticos

A

Colecistectomia por vídeo ou aberta

(Só vai fazer sem vídeo quando o paciente está instável ou se não tiver equipamento e perícia)

53
Q

Colecistolitíase e colecistopatia calculosa

Indicações cirúrgicas para pacientes assintomáticos

A
  • Cálculos grandes > 2 cm (fator de risco para câncer de vesícula)
  • Microcálculos <0,5 cm (fator de risco para coledocolitíase, pancreatite)
  • Imunossuprimidos
  • Renais crônicos
  • Diabéticos
  • Transplantados
  • Jovens
  • Vesícula em porcelana
  • Pólipo > 1cm (risco de câncer)
  • Qualquer tamanho de pólipo se associado com cálculo
54
Q

Em que circunstância não indicar cirurgia para colelitíse?

A

Paciente assintomático, com cálculo entre 0,5 e 2 cm, idoso, com fatores de risco para cirurgia.

RARO

55
Q

A melhor forma de tratar colecistite é quebrar a pedra com laser?

V ou F?

A

Falso

A ideia de quebrar a pedra é horrível porque formam microcálculos que podem causar coledocolitíase

56
Q

Triângulo de Calot

A

Um ponto de reparo anatômico utilizado para identificar estruturas importantes durante a colecistectomia

57
Q

Triângulo de Calot

Limites

A
  • Limites: Ducto cístico, ducto hepático comum e borda do fígado.
  • Dentro do triângulo está a artéria cística (ramo da hepática direita)
58
Q

Ducto de Luschka

A

Ducto de Luschka ou ducto colecisto-hepático é uma variação anatômica da via biliar

Canalículo biliar que drenam do fígado para a vesícula, se presente tem que ser clipado ou a bile cairá na cavidade

59
Q

Colangiografia intra-operatória

(Como é feita e indicações)

A

Contraste + raio x para o estudo da via biliar durante a cirurgia

A principal indicação é a dúvida anatômica.

  • Indivíduos com passado de icterícia para verificação de possíveis micro cálculos obstruindo parte do colédoco
  • Elevação de FA/GGT com bilirrubina normal (indicio razoável de coledocolitíase)
  • Via biliar dilatada
  • Micro cálculos
60
Q

Colecistite aguda

A

Inflamação aguda da vesícula (abdome agudo) geralmente por um cálculo impactado na saída

(estase de líquidos armazenados na vesícula, dilatação, necrose, pode haver contaminação bacteriana, formação de empiema e/ou perfuração)

61
Q

Principal causa de colecistite aguda

A

Coleciste litíasica (90-95%)

62
Q

50% dos pacientes com colelitíase terão colecistite aguda. V ou F?

A

Falso

5 % dos pacientes que tem cálculo terão colecistite

63
Q

Clínica colecistite aguda

A
  • Dor no QSD prolongada (que não passa com buscopan)
  • Sinais de toxemia: Febre, náuseas, vômitos, hiporexia
  • Pode ter uma massa palpável
  • Sinal de Murphy: interrupção da inspiração pela dor a palpação do ponto cístico
  • Leucocitose
64
Q

Sinal de Murphy

A

Interrupção da inspiração pela dor a palpação do ponto cístico

65
Q

Exames para colecistíte aguda

A
  • USG: cálculo com sombra acústica posterior IMÓVEL no infundíbulo (o cálculo estará impactado), espessamento da vesícula a partir de 4mm.
  • TC: boa pra ver complicações, principalmente relacionadas ao fígado (como abcesso hepático)
66
Q

Classificação patológica (de Tokyo)

A
  • Edematosa
  • 1ª Fase
    • 2 a 4 dias
    • Histologia: apenas edema
  • Necrótica
    • 2ª Fase
    • 3 a 5 dias
    • Histologia: trombose e oclusão
  • Supurativa
    • 3ª Fase
    • 7-10 dias
    • Abcesso parietal e perivesicular
  • Colecistite crônica
    • Surtos repetidos
    • Atrofia e fibrose

Melhor momento pra operar é na 1ª fase

67
Q

Grau de severidade (Tokyo)

A
  • GRAU I: Paciente está hígido sem falência orgânica
  • GRAU II: Alguma complicação local (inflamação local intensa)
  • GRAU III: Disfunção orgânica
68
Q

Grau de severidade (Tokyo)

Grau I

A

Paciente está hígido sem falência orgânica, faz colecistectomia segura e de baixo risco

Ausência dos critérios dos graus II e III

69
Q

Grau de severidade (Tokyo)

Grau II

A

Complicações locais

  • Leucocitose > 18k
  • Massa tensa à palpação em QSD
  • Sintomas > 72h
  • Inflamação local intensa
  • Peritoninte biliar, abcesso pericolecístico ou hepático, colecistite gangrenosa ou enfisematosa, pode ter plastrão em QSD
  • Colecistectomia
70
Q

Grau de severidade (Tokyo)

Grau III

A

Disfunção orgânica

  • Disfunção cardiovascular (hipotensão + DVA)
  • Neurológica, respiratória, renal, hepática
  • Hematológica (plaquetopenia)
  • Conduta: Estabilizar e fazer um tratamento intermediário antes da colecistectomia, drenagem, como uma colecistostomia
71
Q

Fístulas colecistoentérica

A

Fístula com:

  • Estômago (podo ocorrer de uma pedra grande passar para o estômago e entupir o piloro, o estômago fica muito dilatado e a pessoa vomita muito)
  • Delgado
  • Cólon (geralmente o cálculo sai nas fezes e a pessoa nem percebe)
72
Q

Síndrome de Bouveret

A

Obstrução gástrica ou duodenal em consequência da migração de um cálculo biliar para o TGI através de uma fístula bíliodigestiva

  • Causa rara de obstrução da saída gástrica, por impactação de grande cálculo
  • Predomínio em mulheres, principalmente entre a sexta e a sétima décadas de vida, com história pregressa de colelitíase
  • Sintomas mais comuns: vômitos persistentes e precoces, associados ou não à dor abdominal tipo cólica, pode ocorrer também icterícia, febre e sinais de hemorragia digestiva alta.
73
Q

Íleo biliar

A
  • Obstrução do íleo por cálculo biliar proveniente de fístula bíliodigestiva
  • O local mais comum de impactação destes cálculos é o íleo terminal, devido ao seu menor calibre
  • Pode causar um abdome agudo obstrutivo
  • Tríade de Riegler
    • Obstrução do intestino delgado
    • Cálculos biliares ectópicos
    • Pneumobilia (ou aerobilia)
  • Quando um cálculo impactado no duodeno for encontrado, procurar outros cálculos ao longo do intestino delgado, principalmente no íleo terminal.
74
Q

Qual o local mais comum de impactação de cálculos oriundos de fístula bíliodigestiva?

A

O íleo terminal, devido ao seu menor calibre.

75
Q

Tríade de Riegler

A
  • Obstrução do intestino delgado
  • Cálculos biliares ectópicos
  • Pneumobilia (ou aerobilia)
76
Q

Colecistite aguda alitiásica

A
  • Não há pedras (5 a 10% dos casos)
  • Traumas, queimaduras, NPT prolongada e procedimentos cirúrgicos complexos não biliares
  • Geralmente uma isquemia
  • A clínica é a mesma, paredes espessadas, só não tem pedras
  • Colescitectomia
77
Q

Colecistite enfisematosa

A
  • Gás na parede da vesícula
  • 1% dos pacientes com celecistite aguda
  • Homens idosos e diabéticos
  • Quadro grave
  • Operar imediatamente, alto risco de gangrena
78
Q

Síndrome de Mirizzi

A

Processo inflamatório tão grande na vesícula que comprime o ducto hepático comum, causando icterícia colestática

NÃO é normal ter icterícia em um quadro de colecistite aguda, o mais provável é colecistite com uma síndrome de Mirizzi, mas pode ocorrer de um microcálculo ter passado e ter uma coledocolitíase + uma colecistite aguda

79
Q

O que pensar nos casos de colecistíte aguda com icterícia?

A

Colecistite + síndrome de Mirizzi OU passagem de microcálculo causando juntamente coledocolitíase

80
Q

Colangite

A

Infecção + obstrução do trato biliar

81
Q

Causas de colangite

A
  • Coledocolitíase 60%
  • Tumores
  • Estenoses benignas
  • Anastomose biliodigestiva
  • CPRE
82
Q

Principal causa de morte entre os pacientes com litíase de via biliar

A

Associação com colangite

83
Q

Tríade de Chacot

A

Clínica clássica da colangite aguda

  1. Dor no hipocôndrio direito
  2. Icterícia
  3. Febre com calafrios
84
Q

Pêntade de Reynolds

A
  1. Dor no hipocôndrio direito (HCD)
  2. Icterícia
  3. Febre com calafrios
  4. Hipotensão
  5. Distúrbios neurológicos

*Charcot + hipotensão e sintomas neurológicos.

Serve para identificar: colangite tóxica

(indivíduo com choque séptico)

85
Q

Tratamento colangite

A
  • Suporte hemodinâmico
  • ATB precoce
  • Descompressão das vias biliares (drenagem por via endoscópica: papilotomia + retirada cálculos por CPRE) ou abordagem percutânea