Choque Flashcards
Choque circulatório
Fluxo sanguíneo inadequado generalizado pelo corpo, na extensão em que os tecidos corporais são danificados, especialmente em decorrência do suprimento deficiente de oxigênio e de outros nutrientes para as células teciduais.
*Há uma diminuição da oxigenação tecidual (dificuldade de perfusão tecidual), levando a uma anóxia celular.
Causas fisiológicas do choque
Diminuição do débito cardíaco (anormalidades cardíacas, fatores que diminuem o retorno venoso [diminuição do volume, do tônus ou bloqueio do fluxo])
Sem diminuição do débito cardíaco (metabolismo excessivo do corpo, de modo que mesmo o débito cardíaco normal seja inadequado; ou padrões de perfusão tecidual anormal, de modo que a maior parte do débito cardíaco esteja passando por vasos sanguíneos que não os que suprem os tecidos locais com nutrientes.)
Estágios do choque
Estágio não progressivo - estado compensado: Geralmente há recuperação completa a partir de mecanismos compensatórios
Estágio progressivo - sem terapia o choque torna-se progressivo e continua piorando até a morte
Estágio irreversível - Nenhuma forma de terapia consegue salvar a vida da pessoa, embora ela possa estar viva naquele momento
Choque hipovolêmico
Causa mais comum - hemorragia.
A hemorragia diminui a pressão de enchimento da circulação e, como consequência, diminui o retorno venoso. Como resultado, o débito cardíaco cai abaixo do normal e pode sobrevir o choque.
Quais os 3 principais efeitos causados pela estimulação dos barorreflexos e outros receptores de estiramento ?
Estimulam o sistema vasoconstritor simpático na maioria dos tecidos do corpo:
- As arteríolas se contraem na maior parte da circulação sistêmica, aumentando, assim, a resistência periférica total.
- As veias e os reservatórios venosos se contraem, ajudando, desse modo, a manter o retorno venoso adequado, apesar da diminuição do volume sanguíneo.
- A atividade cardíaca aumenta acentuadamente, elevando a frequência cardíaca por vezes, do valor normal de 72 batimentos/min para até 160 a 180 batimentos/min.
Os fatores, que fazem com que a pessoa se recupere de graus moderados de choque, são todos os mecanismos de controle por feedback negativo da circulação, que tendem a normalizar o débito cardíaco e a pressão arterial. Eles incluem os seguintes:
- Reflexos barorreceptores (provocam potente estimulação simpática)
- Resposta isquêmica do sistema nervoso central (última trincheira - estimulação simpática potente no corpo, porém só ativada quando a PA cai abaixo de 50 mmHg)
- O relaxamento reverso por estresse do sistema circulatório - os vasos sanguíneos se contraem em função da diminuição do volume sanguíneo, de modo que o volume sanguíneo disponível encha mais adequadamente a circulação.
- Aumento da secreção de renina pelos rins e formação de angiotensina II (constrição das arteríolas periféricas e diminuição do débito de água e de sal pelos rins, ambos ajudando a impedir a progressão do choque)
- Elevação da secreção de vasopressina (ADH) - aumenta, de modo acentuado, a retenção de líquido pelos rins.
- Aumento da secreção de epinefrina e norepinefrina pela medula adrenal - contrai as arteríolas e veias periféricas e eleva a frequência cardíaca.
- Mecanismos compensatórios que fazem com que o volume sanguíneo retorne ao normal - absorção de grandes quantidades de líquido pelo trato intestinal, pelos capilares sanguíneos dos espaços intersticiais do corpo, conservação de água e de sal pelos rins, aumento da sede e aumento do apetite por sal.
Choque progressivo - fatores que ocorrem na progressão da deterioração cardiovascular
Depressão cardíaca - com a queda bastante acentuada da PA, ocorre diminuição do fluxo coronariano - feedback positivo - choque cada vez mais
Insuficiência vasomotora - Chega-se a um ponto que o centro cerebral que regula os reflexos para aumento da RVP simplesmente para
Bloqueio de Vasos muito Pequenos por “Sangue Estagnado” - dificulta o fluxo sanguíneo
Aumento da Permeabilidade Capilar - ocorre em estágios graves, após horas de hipóxia
Liberação de toxinas pelo tecido isquêmico - endotoxinas
Deterioração celular generalizada
1. Diminuição do transporte ativo de sódio e potássio. Acumulo de sódio e cloreto nas células, e o potássio é perdido pelas células.
2. Depressão da atividade mitocondrial
3. Os lisossomos começam a se romper, com liberação intracelular de hidrolases, que causam deterioração intracelular adicional.
4. O metabolismo celular dos nutrientes, como a glicose, é por vezes muito deprimido nos estágios avançados do choque - depressão de quase 100%
das ações da insulina.
Todos esses efeitos contribuem para a deterioração adicional de muitos órgãos do corpo como o fígado.
Acidose no choque
A má distribuição do oxigênio para os tecidos diminui de forma acentuada o metabolismo oxidativo dos produtos alimentícios - as células obtêm a maior parte de sua energia pelo processo anaeróbico da glicólise, o que resulta em quantidades imensas de ácido lático em excesso no sangue.
Além disso, o fluxo sanguíneo reduzido pelos tecidos impede a remoção normal do dióxido de carbono. O dióxido de carbono reage localmente nas células com a água, para formar altas concentrações de ácido carbônico intracelular; este, por seu turno, reage com várias substâncias químicas teciduais para formar muitas outras substâncias ácidas intracelulares.
Quatro tipos de hipóxia
hipóxia por: • Falta de oxigenação; • Perfusão inadequada • Má distribuição; • Obstrução qualquer na chegada.
Mecanismos regulatórios do choque
Barorreceptores SNC Catecolaminas SRAA ADH Insulina (baixa)/Glucagon (alto)
Mecanismos contrarregulatórios do choque
Cininas Mediadores inflamatórios Endotoxinas Metabólitos teciduais Acidemia
O primeiro sinal laboratorial de alta gravidade do choque
Alto ácido lático - acidemia
Tipos de choque
• Hipovolêmico • Cardiogênico • Obstrutivo (hipoxêmico) • Distributivo -Séptico/inflamatório -Anafilático -Neurogênico
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Causado por hemorragia ou perda plasmática (obstrução intestinal, queimaduras)
Algumas das causas desse tipo de choque: hemorragias, contusões, sudorese excessiva, perda hídrica na diarreia grave ou por vômitos, excesso de perda de líquido pelos rins, ingestão inadequada de líquido e de eletrólitos, sequestro do líquido para o terceiro espaço ou destruição dos córtices
adrenais (perda da secreção de aldosterona).
o problema maior do choque hipovolêmico é a pré-carga, não chega volume no coração!
CHOQUE CARDIOGÊNICO
Causas mais comuns → anormalidades cardíacas, o problema está na bomba (coração). Qualquer coisa que diminua a performance cardíaca ou tenha diminuição da produção do débito de origem cardíaca é considerado CHOQUE CARDIOGÊNICO
Insuficiência do VE, IAM, miocardite, miocardiopatia, disfunção miocárdica da sepse, lesões valvares, Shunt arterial, Shunt A-V, arritmias, aneurismas vasculares e doença arterial coronariana
O volume que chega pode ser bom, mas o volume que sai (fração de ejeção) é deficiente - principal problema no choque cardiogênico.
Hipotensão, sudorese, palidez, mas o que diferencia aqui é a presença de achados cardiológicos: sopro, hipofonese, arritmias, ou seja, sinais de disfunção miocárdica