Doença diverticular e diverticulite Flashcards

1
Q

Divertículo verdadeiro ou de Merkel

A

Possui todas as camadas histológicas presente no TGI (mucosa, submucosa, muscular e serosa)

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2
Q

Camadas histológicas do TGI

A
  • Mucosa
  • Submucosa
  • Muscular – 2 planos: longitudinal (que forma as tênias no cólon) e circular
  • Serosa
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3
Q

Divertículo falso ou pseudodivertículo

A
  • Não apresentam camada muscular, o prolapso é somente da mucosa e da submucosa através da musculatura em direção a serosa, por uma fragilidade da mesma nos locais de inserção dos vasos retos
  • Podem ser congênitos ou Adquiridos
  • São encontrados na diverticulose, doença diverticular ou diverticulite do cólon
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4
Q

Principal diferença entre o divertículo verdadeiro e o pseudodivertículo

A

Histopatológica

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5
Q

Tamanho dos divertículos

A

Variável, geralmente entre 0,2 a 4 cm.

A média é em torno de 0,5 - 1 cm

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6
Q

A maioria dos pacientes que apresentam divertíiculos é assintomática. V ou F?

A

Verdadeiro

A maioria dos pacientes são assintomáticos (sintomas aparecem em 10 a 20%)

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7
Q

Principal local de aparecimento de divertículos

A

Sigmoide, mas é possível ter divertículos em todo o cólon

  • 60% cólon sigmoide
  • 40% envolvimento de outros segmentos
    • Descendente
    • Transverso
    • Ascendente
  • Ásia (Japão) – cólon direito
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8
Q

Diverticulose

A

Presença de divertículos sem sintoma algum

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9
Q

Doença diverticular

A

Presença de divertículos com sintomas associados

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10
Q

Diverticulite

A

Processo inflamatório relacionado aos divertículos

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11
Q

Fatores de risco

A
  • Estão associados a dieta pobre em fibra, frutas e vegetais e rica em carne vermelha, gordura e açúcar (o que explica o aumento da doença diverticular em locais com maior número de obesos)
  • Pacientes com boa renda – comem mais
  • Idade: quanto mais velho, maior a chance de diverticulose. 75% em pacientes com mais de 80 anos
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12
Q

Fisiopatologia estrutural da formação do pseudodivertículo

A
  • Sivertículos são originários de uma fragilidade da parede do cólon, normalmente entre as 3 tênias do no local onde os vasos retos (vasa recta – arteríola que faz a irrigação normal da parede muscular) entram perpendicularmente na camada muscular circular interna da parede do intestino.
  • O divertículo ocorre por uma falha nessa musculatura, formando um prolapso da mucosa e da submucosa em direção à serosa.
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13
Q

Fisiopatologia funcional da formação do pseudodivertículo

A
  • Motilidade propulsiva aumentada
  • Lúmen estreito e contrações segmentares → É necessário forte pressão e contração para empurrar o bolo fecal através do cólon e para o reto.
  • Pressão intracólica aumentada → Quanto maior essa pressão, maior a probabilidade das áreas de fraqueza protruírem e formarem divertículos
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14
Q

Fisiopatologia genética da formação do pseudodivertículo

A

Sabe-se que existe um componente genético, mas só isso

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15
Q

Localização EXATA dos divertículos

A

BORDA MESENTÉRICA DA TÊNIA ANTIMESENTÉRICA

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16
Q

Divertículos

FORMA HIPOTÔNICA

A
  • Colo/óstio largo
  • Se invaginam na falha de uma camada muscular delgada, hipotrófica
  • Maioria dos casos
  • Mais comum em idosos
  • Complicação mais comum = SANGRAMENTO
  • Localização mais comum em cólon direito
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17
Q

Principal complicação dos divertículos hipotônicos

A

SANGRAMENTO

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18
Q

Díverticulos

FORMA HIPERTÔNICA

A
  • Colo estreito
  • Se invaginam na falha de uma camada muscular espessa, hipertrófica
  • Mais jovens, constipados (maior pressão no intestino)
  • Complicação mais comum = DIVERTICULITE
  • Mais presente em cólon esquerdo
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19
Q

Principal complicação dos divertículos hipertônicos

A

DIVERTICULITE AGUDA

20
Q

DOENÇA DIVERTCULAR

CLÍNICA

A
  • Clínica inespecífica, geralmente quadro de curso crônico
    • Tenesmo
    • Mudança no hábito intestinal (constipação ou diarreia)
    • Acúmulo de flatos → distensão abdominal
    • Cólicas
  • Menos de 5% tem complicações, sendo a mais frequente a diverticulite
  • Em relação aos divertículos do lado direito (geralmente hipotônicos) a complicação mais frequente é sangramento (hematoquezia)
  • A doença diverticular é a principal causa de hemorragia digestiva baixa
21
Q

DOENÇA DIVERTICULAR

EXAMES

A
  • Colonoscopia
  • Enema opaco
  • Coprofuncional
22
Q

DOENÇA DIVERTICULAR

Colonoscopia (porque fazer, riscos e preparo do cólon)

A
  • VPN é maior que o enema opaco
  • Possibilidade de descartar outras patologias
  • Risco de perfuração
    • Pela distensão gasosa do aparelho
    • O examinador pode entrar em divertículos com o colo amplo e causar perfuração
  • Preparo prévio com POLIETILENOGLICOL, como enema catártico. Prescrito 4 a 6 horas antes do procedimento, para pacientes em 12h de dieta zero.
23
Q

DOENÇA DIVERTICULAR

Quando solicitar Enema Opaco?

A
  • Quando o paciente não puder fazer a colonoscopia
  • Se existir alguma dúvida em relação a anatomia do cólon
  • Se houver indícios que a paciente irá precisar operar (raro na doença diverticular simples não complicada)
24
Q

DOENÇA DIVERTICULAR

Exame coprológico funcional ou coprofuncional

A
  • Importante em casos crônicos
  • Inclui sangue oculto nas fezes, gordura fecal, leucócito fecal, proteína, perda de fibra, pH fecal
  • Importante para diagnósticos diferenciais (principalmente com doenças inflamatória intestinais)
25
Q

DOENÇA DIVERTICULAR

Tratamento

A

Meramente dietético: dieta rica em fibras, melhor controle da evacuação. Não existe um tratamento específico, a maioria dos pacientes segue com poucos sintomas.

26
Q

DIVERTICULITE

Fisiopatologia

A

A obstrução do divertículo por fecalito leva a abrasão da mucosa, inflamação e pela diminuição do clearence, proliferação bacteriana. Assim, naquela região, ocorre diminuição do fluxo venoso e isquemia, podendo evoluir para perfuração

27
Q

Fisiopatologia da peritonite por diverticulite aguda

A

A isquemia diverticular pode levar a primeiro uma microperfuração, seguida de extravasamento fecal e contaminação da cavidade abdominal

28
Q

Por que não existem divertículos no reto?

A

Pela conformação da musculatura, mesmo se todo o cólon for acometido, o reto será poupado

29
Q

Quadro clínico diverticulite aguda

A
  • Dor abdominal (visceral que posteriormente se localiza) ⇒ Geralmente em FIE
  • Defesa local (nem todo mundo tem peritonite)
  • Dor à descompressão busca
  • Irradiação por nflamação de outros órgãos
  • Formação de massa abdominal (no local da microperfuração)
  • Peritonite generalizada (Abdome em tábua)
  • Náusea
  • Febre
  • Pode ter choque
30
Q

Diagnóstico diverticulite aguda

A
  • Clínico + laboratorial
  • TC de Abdome com contraste (padrão – ouro)
  • Rotina radiológica de abdome agudo: RX em 3 incidências → Tórax em PA ou oblíquo (para visualização de cúpulas diafragmáticas, pesquisar pneumoperitónio), Abdominal em ortostase e decúbito.
  • Rotina laboratorial de dor abdominal aguda: hemograma (leucocitose → geralmente não muito alta, 13 - 14 mil), glicemia, ureia, creatinina, amilase, PCR, EAS, e se for mulher betaHCG.
  • USG: Na fase aguda pode evidenciar → espessamento da parede, a presença e o tipo de coleção e afastar outros diagnósticos diferenciais. Ultrassom para abdômen agudo nunca será descartável. Mas na DA não é a primeira escolha
  • RM: pode ser feita para pacientes com problemas renais ou alérgicos ao contraste da TC
31
Q

DIVERTICULITE AGUDA

Por que a TC de Abdome com contraste é o padrão – ouro?

A

Visualização de abcesso, comprometimento de outros órgãos, guia para drenagem de coleções.

Achados: espessamento da parede do cólon, borramento regional da alça intestinal e da gordura pericólica, presença de líquido ou ar fora de alça (sugere abcesso, perfuração ou fístula)

Contraste venoso e oral (contraindicado contraste retal pelo risco de perfuração, mas contrasta todo o resto)

32
Q

DIVERTICULITE AGUDA

Por que não fazer colonoscopia?

A

O intestino do paciente está inflamado, friável e durante o procedimento há injeção de ar e aspiração, assim pode ocorrer distensão e perfuração de divertículos inflamados!

33
Q

CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY

A
  • Hinchey I: Abcesso pericólico bem localizado.
    • Tratamento: clínico, com ATB oral ou EV
  • Hinchey II: Abscesso a distância localizado, coleções extra-pélvicas (retroperitoneal ou pélvico)
    • Drenagem do abscesso
    • ATB EV
  • Hinchey III: coleção purulenta → LAPAROTOMIA
  • Hinchey IV: coleção fecal → LAPAROTOMIA
    • A diferenciação entre Hinchey III e IV é feita na cirurgia
34
Q

Hinchey I (definição e tratamento)

A
  • Abcesso pericólico bem localizado.
    • Tratamento: clínico, com ATB oral ou EV. Cobertura de anaeróbio e gram negativo (cefalosporina + metronidazol)
    • Se esse paciente não tiver nenhuma fragilidade tratamento é ambulatorial
    • Critérios de internação: idoso, imunossupressão, diabetes. São seguidos por 48 horas e se não tiver nenhuma piora, podem ter alta
35
Q

Hinchey II (definição e tratamento)

A
  • Abscesso a distância localizado, coleções extra-pélvicas (retroperitoneal ou pélvico)
    • Drenagem do abscesso
    • ATB EV
    • Os pacientes podem ser divididos em dois grupos
      • Aqueles com coleção até 4 cm → Internação + ATB (igual HI) por 48h → reavaliação com exame de imagens. Se melhora → ATB ambulatorial, se nenhuma melhora ou piora → drenagem
      • Aqueles com coleção ≥ 5 cm → DRENAGEM (percutânea guiada, transretal, laparotomia) → ATB
36
Q

Hinchey III (definição e tratamento)

A

Peritonite purulenta decorrente de ruptura de abcesso → LAPAROTOMIA

37
Q

Hinchey IV (deifinição e tratamento)

A
  • Coleção fecal pela perfuração de divertículo livre não inflamado → LAPAROTOMIA
    • A diferenciação entre Hinchey III e IV é feita na cirurgia
    • Cirurgia de Hartmann (retossigmoidectomia + colostomia)
38
Q

Tratamento clínico ambulatorial diverticulite aguda leve

A
  • Dieta líquida (para dar um descanso intestinal)
  • ATB (mínimo 7 a 10 dias)
  • Analgésicos
  • Anti-inflamatórios
39
Q

Tratamento clínico hospitalar na crise de diverticulite aguda

(Hinchey I e II)

A
  • Punção ou drenagem percutânea de abscesso
  • ATB parenteral
  • Observação da evolução
  • Tratamento cirúrgico eletivo (para retirar o segmento de cólon acometido)
40
Q

Tratamento cirúrgico na crise aguda (Hinchey III e IV ou falha do tratamento conservador nos I e II)

A

Laparotomia com ampla limpeza da cavidade. +:

  • Abrir, suturar o buraco, lavar, drenar e deixar a alça (geralmente em I e II)
  • Ressecção* e anastomose primária (só em doentes estável, com poucos ou nenhum sinal sistêmico e, no máximo Hinchey III)
  • Cirurgia de Hartmann (retossigmoidectomia + colostomia) →Hinchey IV

*sigmoidectomia/Hemicolectomia esquerda

41
Q

RECIDIVA DIVERTICULITE AGUDA

A
  • Nova crise → Até 30%
  • 90% das recidivas até 5 anos
  • Risco muito pequeno de perfurações nas crises subsequentes – raro, quase nulo, risco grande de perfuração só na primeira crise.
42
Q

Colonoscopia eletiva após diverticulite aguda

(quando e por que é feita? Encaminhamentos a partir do resultado)

A

Após resolução da inflamação (06-08 semanas);

É importante para saber se o paciente não tem um tumor associado.

  • Paciente que só teve 1 episódio de diverticulite, fez a colonoscopia e o resultado foi normal (presença de diverticulose apenas) → só orientá-lo que ele pode ter novo episódio, conduta expectante
  • Caso o paciente tenha um segundo surto, colonoscopar de 06-08 semanas após a resolução e encaminhar para colectomia
43
Q

CIRÚRGIA ELETIVA DIVERTICULITE AGUDA

A
  • Colectomia
  • Indicada após uma crise complicada (abscesso, obstrução ou fístula)
  • Após 2 crises necessitando de hospitalização
  • Incapacidade de excluir doença neoplásica
  • Geralmente é feita de 6 a 8 semanas após a crise
44
Q

Principais complicações da diverticulite aguda

A

FÍSTULAS

  • Externas
    • Colocutâneas
  • Internas
    • Colovesicais
    • Colovaginais
    • Coloentérias (cólon + delgado)
  • Estenoses (inflama, melhora, pode estenosar)

Tratamento → ressecção do segmento acometido

45
Q

Principal complicação da diverticulite aguda

A

Fístula colovesical

  • MAIS FREQUENTE (12% dos casos)
  • Pneumatúria, fecalúria, ITU’s de repetição
  • Tratamento cirúrgico fora da fase aguda, na fase aguda geralmente faz-se a colostomia
46
Q

Paciente Hinchey 2, qual o tratamento?

A

Depende do tamanho do abscesso!

  • Menor que 5cm: começar o antibiótico e reavaliar em 48h. Se esse paciente não melhorou ou piorou (abscesso aumentou, febre não retrocedeu, leucograma aumentou), você tem que drenar. Ou seja, nem todo abscesso precisa drenar.
  • Maior que 5cm: drena e antibiótico