Urologia - Uropatia e Nefropatia Obstrutiva Flashcards

1
Q

O que é a hidronefrose?

A

É a dilatação pielocalicial que ocorre por uma obstrução do trato urinário.

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2
Q

Qual a diferença entre uropatia e nefropatia obstrutivas?

A

Uropatia obstrutiva: impedimento do fluxo de urina no trato urinário (pelve - uretra).
Nefropatia obstrutiva: anormalidade renal (funcional ou anatômica) decorrente da obstrução urinária.

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3
Q

Qual a classificação da uropatia obstrutiva de acordo com a duração? Quais as principais causas?

A

Agudo: a obstrução ocorre em horas a dias -> cálculos renais, ligadura inadivertida dos ureteres e HPB.
Subaguda: obstrução em dias-semanas -> gravidez.
Crônica: semanas-meses -> HPB e ca de próstata.

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4
Q

Qual a classificação da uropatia obstrutiva quanto à gravidade?

A

Alto grau: impedimento completo ao fluxo urinário.

Baixo grau: obstrução parcial/incompleta ao fluxo urinário.

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5
Q

Qual o divisor de trato urinário alto e baixo?

A

A junção ureterovesical.

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6
Q

Qual a importância da uropatia obstrutiva na população pediátrica?

A

É a principal causa de DRFT nessa população.

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7
Q

O que é e qual a importância da obstrução congênita da junção ureteropélvica?

A

É uma estenose desse segmento (raramente é uma compressão extrínseca por artéria anômala), sendo a PRINCIPAL CAUSA DE UROPATIA OBSTRUTIVA NA INFÂNCIA.

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8
Q

Como identificar a obstrução da junção ureteropélvica?

A

USG no pré-natal (hidronefrose fetal), massa palpável abdominal no RN e como hematúria, infecção urinária ou dor abdominal ou em flancos em pré-escolares, escolares e adolescentes.
Pode ser dx em adultos também.

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9
Q

Qual a conduta em paciente com obstrução da junção ureteropélvica?

A

Determinar o grau dessa estenose através de um renograma com um radiofármaco associado ao uso de furosemida (renograma diurético com MAG-3).

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10
Q

Comente sobre o ureter retrocava.

A

É o ureter atrás da VCI com compressão dele e obstrução à passagem do fluxo urinário. O sinal radiológico é o J invertido. Se há obst. -> cx.

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11
Q

Comente sobre o refluxo vesicoureteral.

A

É uma causa funcional de obstrução ao fluxo urinário, sendo decorrente de uma inserção anormal dos ureteres na bexiga havendo fluxo retrógrado de urina.

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12
Q

Comente sobre a bexiga neurogênica por meningomielocele.

A

O disrafismo (defeito no fechamento do tubo neural) é o não fechamento em 3-4s do período embrionário. A meningomielocele é o grau mais grave de disrafia e faz bexiga neurogênica.

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13
Q

Qual a principal causa de hidronefrose bilateral em meninos?

A

Válvula na uretra posterior.

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14
Q

Quais as principais causas adquiridas de uropatia obstrutiva intrínsecas?

A

Intrarrenais: depósito de cristais de ácido úrico, aciclovir, indinavir e depósito de cadeias leves de Ig (mieloma múltiplo).
Extrarrenais: nefrolitíase e necrose de papila.

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15
Q

Quais medicações podem promover obstrução funcional da bexiga e por quê?

A

Os ADTs (efeito anticolinérgico) e a levodopa (efeito alfa-adrenérgico), aumentam a resistência ao esvaziamento da bexiga (o primeiro por alterar o m. detrusor e o 2° por promover espasmo do colo vesical).

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16
Q

Quais as principais causas adquiridas de uropatia obstrutiva extrínsecas?

A

Gravidez, endometriose, HPB, ca de próstata, Crohn, diverticulite, apendicite, …

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17
Q

Como a hemodinâmica renal se altera quando há obstrução total e aguda unilateral?

A

Há aumento na pressão tubular imediatamente, havendo a liberação de prostaglandinas que vasodilatam a a. aferente (fase hiperêmica), aumentando a TFG. Porém após horas da obstrução, há produção excessiva de vasoconstrictores que promovem queda na TFG, promovendo IRA.

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18
Q

Como a hemodinâmica renal se altera quando há obstrução parcial e crônica?

A

O grau de comprometimento da TFG vai depender do grau de obstrução e se o paciente está ou não normovolêmico, nesse caso mantendo a TFG constante por vasoconstrição da a. eferente.

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19
Q

Qual a consequência renal de uma obstrução prolongada ao fluxo urinário?

A

Leva, invariavelmente, à isquemia renal, perda glomerular e comprometimento do interstício por fibrose e atrofia tubular -> nefropatia obstrutiva crônica.

20
Q

Quando é mais comum as alterações na função tubular por uropatia obstrutiva? Quais são essas alterações?

A

Nas obstruções parciais e crônicas. As alterações são de capacidade de concentrar a urina (poliúria e isostenúria) e de acidificar ela (ATR I e IV).

21
Q

Como a uropatia obstrutiva promove perda na capacidade tubular de concentrar a urina?

A

Menor responsividade do TCM ao ADH, diminuição na quantidade de solutos que chegam à alça de Henle, diminuindo o mecanismo de contracorrente e a concentração medular (fundamental para concentração da urina).

22
Q

Qual a clínica da uropatia obstrutiva?

A

Cólica renal (dor lombar com irradiação para grandes lábios/escroto - influenciada pela velocidade da distensão e não pelo grau de distensão da cápsula), massa palpável em flanco (hidronefrose), massa palpável em hipogastro (bexigoma), poliúria/anúria (obst parcial/total), infecção urinária.

23
Q

Qual a diferença da clínica entre a obstrução aguda e a crônica?

A

Aguda: cólica renal, IRA pós-renal, HAS, anúria, hematúria e policitemia (produção excessiva de eritropoetina pelo rim isquêmico).
Crônica: assintomático ou dor intermitente, azotemia leve, poliúria e isostenúria, hematúria, HAS e ATR IV.

24
Q

Qual o achado patognomônico para refluxo vesicoureteral?

A

Dor em flancos apenas durante a micção.

25
Q

Quais os objetivos do dx de uropatia obstrutiva?

A

Identificar se ela existe, onde ela está nas vias urinárias e o que causou ela.

26
Q

Quais exames podem ser usados para identificar se a obstrução das vias urinárias existe?

A

O primeiro exame é o USG (revela hidronefrose - a ausência não exclui o dx). O EAS pode ser de grande ajuda.

27
Q

Quais exames podem ser usados para identificar onde está a obstrução?

A

Novamente, a USG é o exame mais utilizado, porém caso não visualize, posso usar a urografia excretora, a radiografia simples, a TC, …

28
Q

Comente sobre a urografia excretora.

A

Visualize bem os cálices, a pelve e os ureteres, detectando com precisão, muitas vezes, o local da obstrução. Não deve ser usado em pacientes com filtração renal prejudicada (3-4 Cr) e em pacientes com alergia ou predisposição à nefrotoxicidade pelo contraste (DM, idoso, nefropatia crônica).

29
Q

Qual a importância da associação entre uropatia obstrutiva e infecção?

A

Quando ambos estão presentes, deve haver drenagem imediata do conteúdo com alívio da obstrução, pois senão em pouco tempo pode haver perda renal e sepse. Na ausência de infecção, pode-se aguardar a estabilização do paciente para depois realizar a desobstrução (mesmo que anúrico).

30
Q

Qual o tto na uropatia obstrutiva e paciente anúrico?

A

Ou a obstrução foi uretral (HPB) ou foi bilateral nos ureteres, sendo que o tratamento consiste, respectivamente, de RTU ou prostatecto aberta e catéter ureteral retrógrado (duplo J) ou nefrostopia percutânea.

31
Q

Qual o tto na uropatia obstrutiva aguda unilateral?

A

Como os cálculos são a causa mais comum, o tto é o tto dos cálculos; LOCE, litotripsia por ureterorenoscopia, nefrlitotomia percutânea e nefrolitotomia aberta (anatrófica).

32
Q

O que deve ser considerado no tto na uropatia obstrutiva crônica?

A

Como é parcial sempre, pode-se retardar o tratamento, principalmente em pacientes assintomáticos. Vai ser imediato quando houver ITU de repetição, sintomas significativos, retenção urinária ou evidências de lesão renal

33
Q

Eu devo sempre tratar aqueles pacientes assintomáticos com hidronefrose? Explique.

A

Depende se essa hidronefrose já promoveu perda total da função desse rim ou o rim está em sofrimento e ainda é viável. Rim viável: desobstrução cirúrgica ou não. Rim terminal: nefrectomia.

34
Q

Qual exame é usado para avaliar a função renal?

A

A cintilografia renal (renograma). Utiliza-se um radioisótopo e furosemida.

35
Q

Como é o manejo da bexiga neurogênica?

A

Devo primeiro diferenciar entre atônica (def no neurônio motor inferior - DM) ou espástica (neurônio motor superior - Parkinson).
Atônica: medicações colinérgicas (betanecol). Alfa bloq para relaxar o esfíncter uretral interno tem mts efeitos colaterais, mas pode ser usado. Caso refratário: cateterização urinária intermitente (4-5x/dia).
Espástica: objetivo é relaxar o órgão -> anticolinérgicos -> cateterização intermitente caso refratário.
PARA NENHUM DOS DOIS: NUNCA RECOMENDAR CATETER URINÁRIO DE PERMANÊNCIA.

36
Q

Comente sobre a diurese pós-obstrutiva.

A

É uma poliúria intensa que ocorre após desobstrução de obstrução bilateral visando eliminar o excesso de água e eletrólitos. Porém, em alguns pacientes pode ser exagerada e promover desidratação e choque -> se atentar para as necessidades do pcte (se precisa ou não de volume).

37
Q

O que é o refluxo vesicoureteral?

A

É um fluxo retrógrado de urina da bexiga em direção aos rins causado por incompetência da junção vesicoureteral.

38
Q

O que causa o refluxo vesicoureteral?

A

Grande maioria das vezes é congênita (predisposição genética), mas pode ser causada por obstrução ou infecções.

39
Q

Quais as consequências do refluxo vesicoureteral?

A

Por facilitar o transporte de bactérias do trato inferior para o superior, favorece a pielonefrite de repetição, produzindo, com o passar dos episórios, injúria e fibrose do parênquima.

40
Q

Qual a importância do refluxo vesocoureteral (RVU) na população pediátrica?

A

É a principal causa de DRC neles e uma das causas mais comuns de hipertensão também (renina dependente).

41
Q

Como é feito o dx de refluxo vesicoureteral?

A

Através da uretrocistografia miccional (fazer em todos os lactentes e crianças com ITU).

42
Q

Qual a importância do dx de refluxo vesicoureteral?

A

Pode estar associado a outras malformações do trato urinário, devendo ser investigado os rins e as vias urinárias -> USG ou cintilografia renal (padrão ouro para cicatriz renal).

43
Q

Qual a importância do grau de refluxo?

A

Quanto maior, menor a chacne de se resolver espontaneamente e aumenta a chance de ter cicatrizes renais.

44
Q

Qual o obj do tto do RVU?

A

Evitar ITU, prevenir cicatrizes renais.

45
Q

Como tratar pacientes com RVU?

A

Antibioticoprofilaxia em graus III-V (sulfametoxazol + trimetoprim; trimetoprim isoladamente ou nitrofurantoína).
Correção cirúrgica (reimplante dos ureteres na bexiga): ITU mesmo com ATB, 2-3 anos com RVU.
Graus I-II: ATB opcional (caso ITU -> ATB profilático).