Introdução às doenças dos rins e vias urinárias (N1 - C1) Flashcards

1
Q

Qual a origem das escórias nitrogenadas excretadas pelos rins?

A

São originadas do metabolismo proteico.

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2
Q

Explique, na imagem, os aspectos da anatomia renal.

A

O parênquima renal é dividido em córtex e medula, sendo envolvido pela cápsula renal e esta é envolta pela gordura perirrenal (fáscia de Gerota). A urina é formada no parênquima renal e despejada nos cálices (menores -> maiores) e, então, na pelve renal

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3
Q

Imagem microscópica da papila renal.

A
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4
Q

Onde estão localizados os glomérulos renais?

A

No córtex renal, fazendo com que este seja resposável pela depuração do sangue.

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5
Q

O que compõe a medula renal?

A

É composta pelas pirâmides de Malpighi, sendo que a ponta da pirâmide faz saliência no cálice renal (papila renal). Nas regiões laterais, fazem contato com tecido cortical que adentra na meudla (colunas de Bertin).

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6
Q

O que são os lobos renais?

A

1 pirâmide de Malpighi + tecido cortical adjacente. Todas as estruturas do néfron estão localizadas nesses lobos. A vascularização renal segue os lobos.

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7
Q

O que compõe um néfron?

A

É formado pelo corpúsculo de Malpighi (tufo glomerular - córtex) mais o sistema tubular (túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor). O corpúsculo de Malpighi, o contorcido proximal e distal se localizam no córtex, enquanto que a alça de Henle e a maior parte dos coletores se localizam na medula.

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8
Q

O que compõe o corpúsculo de Malpighi?

A

Tufo glomerular + cápsula de Bowman.

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9
Q

Comente sobre a formação do glomérulo.

A

A artéria renal se ramifica e se direciona ao córtex renal, onde dá origem às várias arteríolas aferentes, que se ramificam em uma rede de capilares que se enovelam, formando o glomérulo. Essa rede se conflui novamente para formar a arteríola eferente.

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10
Q

Qual a importância fisiológica da arteríola eferente?

A

É ela que controla a pressão hidrostática no glomérulo, sendo responsável, portanto, pelo principal fator da filtração glomerular. É na musculatura lisa dessa arteríola que atua a AT II.

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11
Q

O que forma a cápsula de Bowman? Comente sobre sua anatomia e função.

A

É formada por 2 folhetos: um aderido intimamente aos capilares do glomérulo e outro que delimita externamente o corpúsculo de Malpighi (folhetos visceral e parietal, respectivamente). Entre os folhetos está o espaço capsular, que recebe o filtrado glomerular.

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12
Q

Imagem corpúsculo de Malpighi.

A
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13
Q

Comente sobre a estrutura do folheto visceral da cápsula de Bowman.

A

Não é uma estrutura de células contínuas, como no parietal, mas sim células especiais chamadas de podócitos, que emitem prolongamentos (1ário e 2ário) que delimitam as fendas de filtração.

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14
Q

O que separa o sangue glomerular do espaço de Bowman?

A

Como o folheto visceral da cápsula de Bowman é descontínuo (podócitos) e o endotélio capilar é fenestrado, a única barreira entre esses 2 compartimentos é a membrana basal do endotélio capilar glomerular.

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15
Q

O que compõe a membrana Glomérulo-capilar e qual a sua função?

A

É composta pelo endotélio glomerular + membrana basal desse endotélio + fendas de filtração (podócitos). É por essa estrutura que o plasma é filtrado e origina o fluido tubular (futura urina). Vale ressaltar que a membrana basal pode revestir um CONJUNTO de alças capilares, não necessariamente apenas uma.

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16
Q

O que é o mesângio, onde está localizado e qual sua função?

A

É um tecido conjuntivo de sustentação localizado entre as alças glomerulares (dentro do conjunto tufo glomerular), também composto pelas células mesangiais. É responsável, além da sustentação, por eliminar resíduos aprisionados no processo de filtração.

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17
Q

Imagem tufo glomerular.

A
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18
Q

O que compõe o sistema tubular? Qual a função dele?

A

Túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor. O fluido tubular, formado pela filtração pelas alças capilares e que cai na cápsula de Bowman, segue para o sistema tubular, que irá processar esse fluido, formando a urina, e conduzí-lo aos cálices renais.

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19
Q

O que é, o que compõe e qual a função do aparelho justaglomerular?

A

É uma estrutura formada pela mácula densa e pelas células justaglomerulares. Estas células são localizadas na arteríola aferente que, antes de formar o glomérulo, local em que o túbulo distal se aproxima dessa arteríola do mesmo néfron. Portanto há uma relação entre o túbulo distal e a arteríola aferente do mesmo néfron nesse local, sendo que as células justaglomerulares estão na camada média da arteríola e a mácula densa é a parede modificada do túbulo quando encontra a arteríola. Funciona como um meio de comunicação entrei o fluido tubular e a arteríola aferente = feedback túbuloglomerular, sendo importante na filtração glomerular.

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20
Q

Estrutura didaticamente a vascularização renal.

A

A artéria renal, antes de penetrar no parênquima, divide-se em ramos. Esses ramos, após invadirem o tecido renal, dão origem às artérias interlobares (entre as pirâmides de Malpighi). Ao atingirem as bases das pirâmides, elas passam a percorrer a exata separação entre o córtex e a medula e passam a se chamar de artérias arciformes, que andam paralelas à cápsula e originam as interlobulares (perpendiculares à cápsula e em direção à ela). Estas originam várias arteríolas aferentes, que vão formar as alças dos glomérulos -> eferentes, que continuam para nutrir o parênquima do córtex renal, emitem as peritubulares, que fazem a reabsorção tubular, e emitem os vasos retos, que vão irrigar a medula renal.

21
Q

Qual a peculiaridade da irrigação da medula renal?

A

É uma irrigação extremamente escassa, fazendo com que essa região se torne muito sensível a pequenas alterações de perfusão.

22
Q

Qual estrutura renal é a mais suscetível à isquemia e necrose?

A

A papila renal, pois é a mais distante do tecido renal, por isso existe a entidade patológica “necrose de papila renal”.

23
Q

Qual a relação da anemia falciforma com a necrose de papila renal?

A

O afoiçamento das hemáceas (enrigecidas) prejudica a fraca circulação da medula renal, favorecendo a necrose de papila renal.

24
Q

Explique a formação da urina.

A

Se inicia com a formação do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi (filtração glomerular). Este ganha a cápsula de Bowman e se direciona ao sistema tubular, onde cerca de 99% do filtrado é reabsorvido (reabsorção tubular). É nesta etapa que é eliminado a quantidade estritamente necessária de água, eletrólitos e outras substâncias, garantindo o equilíbrio hidroeletrolítico, sendo que as células epiteliais que fazem essa função são altamente específicas e diferentes para cada segmento. Outro fenômeno que ocorre é a secreção tubular, onde algumas substâncias (K+, H+, ácido úrico, …) passam diretamente dos capilares peritubulares para os túbulos, utilizando carreadores específicos.

25
Q

O que influencia a função renal?

A

A filtração glomerular, sendo calculada pela taxa de filtração glomerular (TFG). Seu valor normal é 80-120 mL/min.

26
Q

Como é formado o filtrado glomerular?

A

Pela ação da pressão hidrostática nas alças glomerulares em oposição a outras forças: pressão oncótica do plasma, pressão do líquido nos túbulos e pressão do interstício renal (que se reflete na cápsula de Bowman).

27
Q

Como um rim sadio mantém a pressão constante nas alças glomerulares?

A

Através da autorregulação da TFG, mantendo esta constante, e através da autorregulação do fluxo sanguíneo renal, que mantem este constante.

28
Q

Como as variações de pressão dentro das alças glomerulares afetam os rins, caso não houvessem os mecanismos de autorregulação?

A

A redução, causada, por exemplo, por uma hipotensão arterial, resultaria em dificuldade de formação de urina e insuficiência renal. Níveis aumentados constantemente provocariam danos a essas alças.

29
Q

Explique os mecanismos de autorregulação do fluxo sanguíneo renal.

A

O fluxo sanguíneo renal é mantido constante apesar de variações na PA. Entre PAM de 80-200 mmHg, o fluxo é mantido constante por alterações na arteríola AFERENTE (principal determinante da resistência vascular do órgão). Aumenta PA -> vasoconstricção; reduz PA -> vasodilatação. PAM < 70-80 mmHg, há redução no fluxo pela máxima vasodilatação dessas arteríolas. Tal mecanismo ocorre por receptores de estiramento nessas arteríolas, sendo que quando são muito distensidos, há constricção e quando pouco distendidos, há dilatação. Este último é dependente também da liberação de PGE2, cininas e NO.

30
Q

Explique os mecanismos de autorregulação da TFG.

A
  1. Vasoconstrição da a. eferente: se contrai quando há baixo fluxo renal (estímulo das células justaglomerulares -> renina -> … -> AT II), aumentando a pressão intraglomerular (PIG), mantendo a TFG constante. 2. Vasodilatação da a. aferente: a AT II, que vasoconstringe a eferente, promove liberação de vasodilatadores na aferente, aumetando o fluxo renal e a PIG. 3. Feedback túbuloglomerular: caso haja redução inicial da TFG, menos NaCl chegará à mácula densa e, portanto, menos Cl- sera reabsorvido. Essa queda na reabsorção de cloreto é detectado pelas células justaglomerulares da aferente e promove vasodilatação dela, corrigindo a TFG. 4. Retenção hidrossalina e natriurese: a situação do item 3 promove liberação de renina pela mácula densa, culminando na AT II e aldosterona. Este estimula a retenção de sódio e água nos túbulos renais, restaurando o fluxo e a TFG. A natriurese ocorre por diminuição do SRAA e pela liberação do peptídeo natriurético atrial (hipervolemia).
31
Q

Quais os acontecimentos no túbulo contorcido proximal (TCP)?

A

Reabsorvem a maior parte do fluido tubular (65%), sódio, bic, cloreto, água, K+, glicose, aa, ácido úrico. Secreção de substâncias: ácido úrico, penicilinas, cefalosporinas, creatinina, cimetidina.

32
Q

Qual a importância da reabsorção do sódio para a fisiologia renal? Como é feita essa reabsorção?

A

Determina, direta ou indiretamente, a reabsorção da maioria dos eletrólitos e substâncias. É feita por transporte ativo, em que uma Na/K ATPase na membrana basoalteral da célula deixa as concentrações intracelulares de sódio baixas, fazendo com que o gradiente seja de reabsorção do sódio com eliminação de 1 H+. A reabsorção do sódio precisa ser acompanhada pela de ânios (manter o equilíbrio elétrico), sendo o bic na primeira porção do TCP e o cloreto na segunda porção.

33
Q

Como é a reabsorção de bic no TCP?

A

O bic luminal é convertido em H2O e CO2, usando o H+ secretado na troca pelo Na+. O CO2 então é reabsorvido e reconvertido em bic dentro da célula

34
Q

Qual o efeito da inibição da anidrase carbônica intracelular? Qual medicamento faz isso?

A

A reabsorção de bic é inibida junto com a reabsorção de Na+, promovendo natriurese e bicarbonatúria (alcalinização da urina). O medicamento é a acetazolamida (Diamox).

35
Q

Como é a reabsorção do Cl- no TCP?

A

O ânion formato, formando dentro da célula tubular, é secretado para o lúmen do TCP em troca da reabsorção de Cl-, que é retirado da célula para a corrente sanguínea pelo cotransportador Cl-/K+. O formato reage com os íons H+ liberados para o lúmen na troca com o Na+, gerando ácido fórmico que se difunde novamente para o interior da célula tubular.

36
Q

Como é a rabsorção de água no TCP e como isso influencia na reabsorção de outros íons?

A

Ocorre por osmose, sempre acompanhando os solutos reabsorvidos, mantendo a osmolaridade luminal constante e semelhante a do plasma (290 mOsm/L). Além disso, a água passa por convecção, intercelularmente e arrastando junto com ela alguns íons, como sódio, cloreto e praticamente TODO o potássio reabsorvido no TCP.

37
Q

Qual a importância da alça de Henle?

A

É fundamental para a osmolaridade de urina e do insterstício renal, onde ocorre o mecanismo de contracorrente.

38
Q

Explique o mecanismo de contracorrente.

A

É ele que mantém o interstício renal hiperosmolar e um fluido tubular hipo-osmolar: a porção descendente da alça de Henle aumenta a tonicidade do fluido tubular (por ser permeável a água e impermeável a solutos). Na porção ascendente, ocorre o contrário, não há reabsorção de água mas há saída de solutos para as células pelo carreador Na-K-2Cl impulsionado pelo gradiente de concentração gerado pela bomba de sódio e potássio. Isso promove, no fim do trajeto, uma urina hipo-osmolar e um interstício renal hiperosmolar.

39
Q

O que ocorre no TCD?

A

Reabsorção de 5% do líquido e sódio filtrados (há um carreador Na-Cl passível de inibição pelos tiazídicos), contém a mácula densa e é o principal sítio de regulação da reabsorção renal de cálcio sob ação do paratormônio (PTH). O fluido que chega ao TC é hipo-osmolar, porém o interstício renal é cada vez mais hiperosmolar quanto mais se reaproxima da papila renal (1200 mOsm/L), promovendo reabsorção de água e concentração da urina.

40
Q

O que compõe o néfron distal? Qual a importância dele?

A

O túbulo coletor (TC) + o TCD. Apesar de apenas reabsorver 10% do fluido e sódio filtrados (5% para cada), é responsável pelo ajuste fino da reabsorção e secreção tubular, respondendo a ação de hormônios reguladores do equilíbrio eletrolítico.

41
Q

Qual a divisão do TC?

A

TC cortical e TC medular. O cortical é responsivo à aldosterona (controla a reabsorção distal de sódio e a secreção de K+ e H+).

42
Q

Como a aldosterona promove reabsorção de sódio?

A

É diferente dos outros segmentos do néfron, sendo eletrogênica: um sódio é reabsorvido sem nenhum ânion o acompanhando, gerando um gradiente intraluminal. Com o lúmen mais negativo, o K+ e H+ são atraídos para o fluido tubular. A aldosterona faz isso estimulando a bomba de sódio e potássio (diminui sódio e aumenta potássio na célula) e estimulando os canais de K+ e Na+, resultando na reabsorção de Na+ e secreção de K+.

43
Q

Como o ADH afeta a osmolaridade da urina?

A

O ADH atua no TC, aumentando a permeabilidade à água, fazendo com que ela seja reabsorvida para o interstício hiperosmolar, deixando a osmolaridade da urina o mais próximo de 1200 mOsm/L. Quando o ADH está suprimido, praticamente não há absorção de água no TC, diluindo mais ainda a urina (pois os eletrólitos continuam a ser reabsorvidos), aproximando-se o máximo de 50 mOsm/L, a diluição urinária máxima.

44
Q

Imagem osmolaridade da urina.

A
45
Q

Como é a evolução das patologias renais?

A

Apesar de, inicialmente, elas começarem em algum local dos rins (glomérulos, túbulos, interstício, vasos e sistema uroexcretor), com a progressão da doença, invariavelmente todas as estruturas renais acabam sendo destruídos, caracterizando o rim terminal.

46
Q

Quais os 5 DDx para necrose de papila renal ao exame macroscópico?

A

DM, nefropatia obstrutiva, pielonefrite, anemia falciforme e nefropatia analgésica.

47
Q

Qual a importância de deformidade calicial (cicatrizes fibróticas) no ddx de nefropatias?

A

Quase sempre indica pielonefrite crônica.

48
Q

Imagem causas de IR com rim de tamanho normal ou aumentado.

A

Isso é relevante pois as outras nefropatias crônicas promovem sempre um rim de tamanho reduzido.