Envolvimento renal nas doenças sistêmicas Flashcards
Qual a relação epidemiológica da DM com a doença renal?
É a principal causa de doença renal crônica DRC no mundo (Brasil: 2a - a 1a é a HAS).
Em qual DM (1 ou 2) há maior chance de desenvolver doença renal diabética (DRD)?
O risco é IGUAL independentemente se é tipo 1 ou tipo 2.
Quais os principais alvos renais da DM?
Os glomérulos, sendo que, após seu acometimento, a doença pode progredir para as outras estruturas renais.
Quando se iniciam as lesões renais pelo DM?
Após cerca de 2 anos do dx de DM.
Quais as formas de lesão renal na diabetes?
Glomeruloesclerose difusa e GE nodular.
Comente sobre a HN das lesões iniciais da DRD.
Há hipertrofia glomerular (por hiperfiltração - há nefromegalia) e espessamento da MBG ocorrem em todos os diabéticos e não necessariamente progridem para a glomeruloesclerose. Porém a expansão mesangial é um marcador de glomerulopatia diabética (é o que faz a lesão renal), podendo progredir para a glomeruloesclerose (colapso e distorção dos capilares), proteinúria e queda na TFG.
Como evolui a exapansão mesangial?
O crescimento mesangial pode ser difuso (glomeruloesclerose difusa - acomete todo o glomérulo –> mais comum) ou em apenas algumas regiões (nodular nódulos intercapilares - nódulos de Kimmelstiel-Wilson –> mais específica). Dessas lesões há esclorose global, isquemia e fibrose tubulointersticial (rim terminal).
Os nódulos de KW são específicos da nefropatia diabética?
Sim, desde que excluídos os seguintes diagnósticos: amiloidose, GNMP e GN por depósito de cadeia leve de Ig.
Qual lesão tubulointersticial é quase que patognomônica de nefropatia diabética?
A lesão de Armanni-Ebstein, sendo caracterizada pelo acúmulo de glicogênio e vacuolização das células da alça de Henle e do TC.
Quais as lesões tubulointersticiais possíveis na nefropatia diabética?
Necrose de papila, arteriosclerose hialina (especialmente das arteríolas eferentes).
Qual a HN da nefropatia diabética?
Fase I: logo após a instalação da DM, há hiperfiltração glomerular por aumento do fluxo e na TFG (nefromegalia), além de um espessamento da MBG. Essas alterações são dependentes da hiperglicemia crônica. Até 40% desses pacientes vão evoluir para a fase II em 10 anos.
Fase II: já há glomerulopatia diabética por expansão mesangial, se manifestando pela MICROALBUMINÚRIA (30-300 mg/dia ou 30-300 mg/g de cr em amostra isolada - esta é a forma para rastreio). Caso não tratada, evoluirá, invariavelmente, para doença renal diabética declarada - fase III).
Fase III: albuminúria > 300 mg, proteinúria no EAS. Progride rapidamente para nefrótica pela rápida lesão renal –> edema (1a manif clínica) e desenvolve HAS (ou piora dela). Aqui não há como curar ou impedir a progressão para IR, mas posso ainda retardar.
Fase IV: TFG < 40, começa a ter azotemia após 4-6 anos da fase III. Agora é regra a evolução para rins terminais
Qual exame é usado para detectar a microalbuminúria?
Radioimunoensaio ou ensaio imunoenzimático. O EAS NÃO É CAPAZ DE DETECTAR MICROALBUMINÚRIA (detecta apenas quando > 300 mg/dia ou /g).
Quando eu vou rastrear a nefropatia diabética e como fazer isso?
DM 1: após CINCO anos do dx.
DM 2: IMEDIATAMENTE QUANDO FEITO O DX (pois como é uma doença silenciosa, eu não sei quando foi que começou essa DM).
O rastreio é feito da seguinte forma: Cr sérica + estimativa da TFG –> EAS (positivo: doença renal diabética declarada; negativo: continuar) –> pesquisar microalbuminúria (para ser positiva, deve se repetir em 2 de 3 dosagens em um período de 3-6 meses) –> se negativo: rastrear anualmente.
Qual lesão microvascular está presente quando há nefropatia diabética em fase III? Qual a importância dela?
A retinopatia diabética, sendo que a presença de fase III de nefropatia diabética e ausência de retinopatia fala contra o dx de nefropatia diabética e eu devo investigar outra causa dessa nefropatia.
Qual a fisiopatologia da nefropatia diabética?
O conjunto de 3 fatores: metabólicos (hiperglicemia, dislipidemia, sorbitol, citocinas e AT II), hemodinâmicos e genéticos.
Como a hiperglicemia contribui para a gênese da nefropatia diabética?
A hiperglicemia promove glicosilação não enzimática de diversas proteínas plasmáticas que, caso não sejam revertidas, sofrem alteração molecular formando os AGEs (produtos glicosilados avançados). Esses AGEs promovem dano tecidual por reagirem com outras proteínas, alterando suas estruturas ou promovendo sua ativação (expansão mesangial acelular)
Como os fatores hemodinâmicos contribuem para a gênese da nefropatia diabética?
Hiperfiltração –> hipertensão intraglomerular –> esclerose glomerular. É dependende da hiperglicemia, sendo revertida quando esta é corrigida: mais glicose na urina –> maior reabsorção (junto com o Na) –> aumento da volemia –> ANP –> dilatação da aferente –> aumento da pressão glomerular. Começa haver shunts para os glomérulos remanescentes, sobrecarregando eles ainda mais, acelerando o processo de glomeruloesclerose.
Quais os FR para nefropatia diabética?
História familiar, HAS, hb glicosilada, duração da DM (até certo ponto), retinopatia, hipercolesterolemia, raça e tabagismo.