Envolvimento renal nas doenças sistêmicas Flashcards

1
Q

Qual a relação epidemiológica da DM com a doença renal?

A

É a principal causa de doença renal crônica DRC no mundo (Brasil: 2a - a 1a é a HAS).

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2
Q

Em qual DM (1 ou 2) há maior chance de desenvolver doença renal diabética (DRD)?

A

O risco é IGUAL independentemente se é tipo 1 ou tipo 2.

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3
Q

Quais os principais alvos renais da DM?

A

Os glomérulos, sendo que, após seu acometimento, a doença pode progredir para as outras estruturas renais.

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4
Q

Quando se iniciam as lesões renais pelo DM?

A

Após cerca de 2 anos do dx de DM.

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5
Q

Quais as formas de lesão renal na diabetes?

A

Glomeruloesclerose difusa e GE nodular.

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6
Q

Comente sobre a HN das lesões iniciais da DRD.

A

Há hipertrofia glomerular (por hiperfiltração - há nefromegalia) e espessamento da MBG ocorrem em todos os diabéticos e não necessariamente progridem para a glomeruloesclerose. Porém a expansão mesangial é um marcador de glomerulopatia diabética (é o que faz a lesão renal), podendo progredir para a glomeruloesclerose (colapso e distorção dos capilares), proteinúria e queda na TFG.

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7
Q

Como evolui a exapansão mesangial?

A

O crescimento mesangial pode ser difuso (glomeruloesclerose difusa - acomete todo o glomérulo –> mais comum) ou em apenas algumas regiões (nodular nódulos intercapilares - nódulos de Kimmelstiel-Wilson –> mais específica). Dessas lesões há esclorose global, isquemia e fibrose tubulointersticial (rim terminal).

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8
Q

Os nódulos de KW são específicos da nefropatia diabética?

A

Sim, desde que excluídos os seguintes diagnósticos: amiloidose, GNMP e GN por depósito de cadeia leve de Ig.

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9
Q

Qual lesão tubulointersticial é quase que patognomônica de nefropatia diabética?

A

A lesão de Armanni-Ebstein, sendo caracterizada pelo acúmulo de glicogênio e vacuolização das células da alça de Henle e do TC.

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10
Q

Quais as lesões tubulointersticiais possíveis na nefropatia diabética?

A

Necrose de papila, arteriosclerose hialina (especialmente das arteríolas eferentes).

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11
Q

Qual a HN da nefropatia diabética?

A

Fase I: logo após a instalação da DM, há hiperfiltração glomerular por aumento do fluxo e na TFG (nefromegalia), além de um espessamento da MBG. Essas alterações são dependentes da hiperglicemia crônica. Até 40% desses pacientes vão evoluir para a fase II em 10 anos.
Fase II: já há glomerulopatia diabética por expansão mesangial, se manifestando pela MICROALBUMINÚRIA (30-300 mg/dia ou 30-300 mg/g de cr em amostra isolada - esta é a forma para rastreio). Caso não tratada, evoluirá, invariavelmente, para doença renal diabética declarada - fase III).
Fase III: albuminúria > 300 mg, proteinúria no EAS. Progride rapidamente para nefrótica pela rápida lesão renal –> edema (1a manif clínica) e desenvolve HAS (ou piora dela). Aqui não há como curar ou impedir a progressão para IR, mas posso ainda retardar.
Fase IV: TFG < 40, começa a ter azotemia após 4-6 anos da fase III. Agora é regra a evolução para rins terminais

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12
Q

Qual exame é usado para detectar a microalbuminúria?

A

Radioimunoensaio ou ensaio imunoenzimático. O EAS NÃO É CAPAZ DE DETECTAR MICROALBUMINÚRIA (detecta apenas quando > 300 mg/dia ou /g).

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13
Q

Quando eu vou rastrear a nefropatia diabética e como fazer isso?

A

DM 1: após CINCO anos do dx.
DM 2: IMEDIATAMENTE QUANDO FEITO O DX (pois como é uma doença silenciosa, eu não sei quando foi que começou essa DM).
O rastreio é feito da seguinte forma: Cr sérica + estimativa da TFG –> EAS (positivo: doença renal diabética declarada; negativo: continuar) –> pesquisar microalbuminúria (para ser positiva, deve se repetir em 2 de 3 dosagens em um período de 3-6 meses) –> se negativo: rastrear anualmente.

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14
Q

Qual lesão microvascular está presente quando há nefropatia diabética em fase III? Qual a importância dela?

A

A retinopatia diabética, sendo que a presença de fase III de nefropatia diabética e ausência de retinopatia fala contra o dx de nefropatia diabética e eu devo investigar outra causa dessa nefropatia.

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15
Q

Qual a fisiopatologia da nefropatia diabética?

A

O conjunto de 3 fatores: metabólicos (hiperglicemia, dislipidemia, sorbitol, citocinas e AT II), hemodinâmicos e genéticos.

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16
Q

Como a hiperglicemia contribui para a gênese da nefropatia diabética?

A

A hiperglicemia promove glicosilação não enzimática de diversas proteínas plasmáticas que, caso não sejam revertidas, sofrem alteração molecular formando os AGEs (produtos glicosilados avançados). Esses AGEs promovem dano tecidual por reagirem com outras proteínas, alterando suas estruturas ou promovendo sua ativação (expansão mesangial acelular)

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17
Q

Como os fatores hemodinâmicos contribuem para a gênese da nefropatia diabética?

A

Hiperfiltração –> hipertensão intraglomerular –> esclerose glomerular. É dependende da hiperglicemia, sendo revertida quando esta é corrigida: mais glicose na urina –> maior reabsorção (junto com o Na) –> aumento da volemia –> ANP –> dilatação da aferente –> aumento da pressão glomerular. Começa haver shunts para os glomérulos remanescentes, sobrecarregando eles ainda mais, acelerando o processo de glomeruloesclerose.

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18
Q

Quais os FR para nefropatia diabética?

A

História familiar, HAS, hb glicosilada, duração da DM (até certo ponto), retinopatia, hipercolesterolemia, raça e tabagismo.

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19
Q

Quais as manifestações clínicas da nefropatia diabética?

A

Geralmente se inicial já com lesão renal estabelecida (fase III): edema, HAS, hipoglicemia (em diabéticos que usam insulina e apresentam queda na TFG –> rins filtram a insulina), sd urêmica (diabéticos toleram menos essas manifestações da uremia)

20
Q

Qual o tto da nefropatia diabética?

A

Controle glicêmico (HbA1c ≤ 7%), IECA/BRA (reduzem o hiperfluxo e sobrecarga dos glumérulos), controle da HAS (meta PA < 130x80), restrição proteica (discutível, não menos que 0,8 g/kg/dia), controle dislipidemia (estatinas), hábitos de vida (perda de peso, parar tabagismo, atividade física), diálise (volta dieta hiperproteica) e tx renal.

21
Q

Quais as fases da nefropatia diabética que mais se beneficiam do tto?

A

As fases precoces: I e II.

22
Q

Quais outras manifestações podem ser causadas pela DM?

A

ATR IV (destruição da mácula densa que produz renina - hipoaldo hiporreninêmico), infecção urinária (cistite enfisematosa, pielonefrite enfisematosa, necrose de papila, bact assint.), bexiga neurogênica (estase urinária com resíduo miccional - tto com cateterismo intermitente).

23
Q

Qual o tto para cada fase da nefropatia diabética?

A

Fase I: controle glicêmico.
Fase II: idem + IECA/BRA.
Fase III: idem + estatinas + BCC/diurético (para HAS) + dieta hipoproteica + diálise, …

24
Q

O que é a nefroesclerose hipertensiva (nefroangioesclerose)?

A

É a lesão renal decorrente da HAS afetando principalmente as interlobulares e aferentes (arterioloesclerose).

25
Q

Quais os tipos de nefroesclerose hipertensiva?

A

Benigna e maligna.

26
Q

Qual o principal fator de risco para nefroesclerose hipertensiva?

A

A raça negra.

27
Q

Qual a patogenia da nefroesclerose hipertensiva benigna?

A

O aumento da PA cronicamente lesa diretamente as arteríolas aferente e interlobulares, promovendo hipertrofia da camada média para poupar os glomérulos dessa pressão elevada, porém essa hipertrofia pode ser exagerada e determinar isquemia glomerular, que leva à glomeruloesclerose focal e global, com perda total do néfron. Os glomérulos remanescentes são sobrecarregados e começam a desenvolver a GEFS

28
Q

Qual a patogenia da nefroesclerose hipertensiva maligna?

A

Esses pacientes possuem uma sd multissistêmica (hipertensão maligna), sendo uma emergência hipertensiva (PA > 180 x 120), promovendo retinopatia (hx), EAP, encefalopatia e nefroesclerose. Esse aumento súbito e rápido da PA promove necrose na aferente e interlobular e espessamento desses vasos (lesão em bulbo de cebola), porém muito mais intenso do que na benigna, promovendo uremia grave com necessidade de diálise. Pode haver glomerulonefrite isquêmica necrosante (hematúria). SRAA aumenta ainda mais a pressão. O rim fica com aspecto de picada de pulga (petéquias corticais).

29
Q

Quais as manifestações clínicas das nefroescleroses hipertensivas?

A

Benigna: retinopatia I ou II, HVE, EAS normal, proteinúria < 1,5, redução do rim, IR lenta e progressiva.
Maligna: PA muito elevada, proteinúria > 4, lesões retinianas III ou IV, EAS com lesão glomerular,

30
Q

Qual o tto da nefroesclerose hipertensiva benigna?

A

Medicações anti-hipertensivas: IECA/BRA com meta < 130 x 80 em nefropatas crônicos.

31
Q

Qual o tto da nefroesclerose hipertensiva maligna?

A

Rápido controle da PA com nitroprussiato de sódio ou hidralazina/nicardipina/labetalol parenterais. Para desmame dessas drogas, usar IECA, porém não posso abaixar muito (máximo 25% da disatólica em 2-6h –> alvo de 100-105, reduzindo para a normalidade em 2-3 meses) pelo alto risco de isquemia miocárdica, cerebral ou renal.

32
Q

A nefroesclerose pode ocorrer em qual outra situação?

A

No envelhecimento, sendo um processo normal.

33
Q

Qual achado renal é critério dx para LES?

A

Proteinúria > 500 mg/d ou EAS com cilíndros hemáticos.

34
Q

Quais as alterações laboratoriais na nefrite lúpica?

A

Anti-DNAds positivo, queda no complemento

35
Q

Comente sobre as classes da nefrite lúpica.

A

Vai de I-VI, sendo que a IV (proliferativa difusa) é a mais comum e mais grave (nefrótica + nefrítica, sendo um quadro renal GRAVE) e a V (membranosa) é uma glomerulopatia membranosa (nefrótica pura) mas que promove queda do complemento.

36
Q

Quando biopsiar o rim de um paciente com LES?

A

Ptn > 500 mg/d, EAS com hematúria persistente (≥ 5 hc por campo) ou azotemia sem outra etiologia.

37
Q

Qual o tto da nefrite lúpica?

A

IV: IMSP agressiva (GC + citotóxicos: ciclofosfamida, micofenolato, azatioprina).
V: GC. Se não houver remissão: GC + citotóxico.

38
Q

Comente sobre o acometimento renal na esclerose sistêmica.

A

Ocorre apenas na forma cutânea difusa em que há um “fenômeno de Raynaud nos rins” (~nefroesclerose maligna - lesão em bulbo de cebola), liberando muita renina e faz uma crise hipertensiva gravíssima com IR rapidamente progressiva. É facilmente abortiva com o uso de IECA/BRA. Pode haver anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia.

39
Q

Comente sobre o acometimento renal na SAF.

A

Trombose nos vasos sanguíneos renais (~sd hemolítico-urêmica), podendo ser um critério dx para SAF. Tto com anticoagulação pelo resto da vida (cumarínicos com INR 2-3). Se IRA por microangiopatia trombótica, fazer plasmaférese + GC pulso (metilprednisolona).

40
Q

Comente sobre o acometimento renal na Sd Sjogren.

A

Faz uma NIC (Fanconi, ATR I, DIN) ou por deposição de imunocomplexos. Caso grave (raro) GC + citotóxicos (caso uso prolongado de GC).

41
Q

Comente sobre o acometimento renal na AR.

A

Lesão pelo tratamento (AINEs, sais de ouro, d-penicilamina) ou por amiloidose.

42
Q

Quais as vasculites mais envolvidas na lesão renal?

A

Granulomatose de Wegener e poliangeíte microscópica, podendo se relacionar com GNRP.

43
Q

Qual a principal manifestação renal das vasculites?

A

A IRA

44
Q

Comente sobre o envolvimento renal na GW.

A

Manifesta-se como uma glomerulonefrite com laboratório de GNDA, podendo promvoer GEFS e GNRP, e evolui para IRA

45
Q

Comente sobre o acometimento renal na PAN e na PAM.

A

PAM: sd pulmão-rim (principal causa quando por vasculite primária), p-ANCA.
PAN: poupa pulmão, anginas mesentérica e testicular, relação com HBV.
O tratamento das duas é idêntico: GC (pulsoterapia caso grave) + ciclofosfamida.

46
Q

Comente sobre a lesão renal por sd de Churg-Strauss.

A

Eosinofilia, asma, rinite, pólipos nasais, infiltrado pulmonar migratório, mononeurite múltipla, p-ANCA. GEFS leve.