Urologia - Ca de bexiga e outros uroteliais Flashcards
Como é chamado o epitélio da bexiga onde mais ele está localizado?
É chamado de epitélio de células transicionais e está localizado na pelve renal, ureteres, bexiga e 2/3 proximais de uretra. Tem esse nome pois é uma transição entre o epitélio cilíndrico tubular e o epitélio estratificado da uretra distal.
Comente sobre a anatomia da PAREDE da bexiga.
Mucosa -> muscular da mucosa -> muscular própria (músculo detrusor).
Comente sobre as características anatômicas da bexiga.
Trígono vesical, esfíncter ureteral (ureter atravessa a parede da bexiga de forma oblíqua), úraco (resquísicio do alantoide embrionário).
Qual o principal ca que acomete as vias urinárias?
O ca de células transicionais, sendo mais de 90% na bexiga.
Qual a epidemiologia do ca de bexiga?
Homens, > 40 anos (pico de incidência 60-70), brancos.
Quais os principais fatores de risco para ca de bexiga?
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Qual o principal tipo de ca de bexiga e como se apresenta?
O ca de células transicionais (95%). 75% se apresenta de forma superficial, 20% são músculo-invasivos (detrusor) e 5% já tem metástase na apresentação.
A invasão de qual estrutura é importante no ca de bexiga e por quê?
A invasão do músculo detrusor, pois é esse fator que vai ser determinante em relação à conduta e ao prognóstico.
Em qual fase a maioria dos ca de bexiga são diagnosticados?
A grande maioria (80%) é diagnosticado quando ainda não invadiu a muscular própria.
Quais os tipos de crescimento do ca de bexiga?
Tumor papilar: lesão exofítica da parede vesical, podendo ser de 3 tipos (neoplasia urotelial papilar de baixo potencial maligno, carcinoma urotelial papilar de baixo grau e de alto grau). Tumor plano: carcinoma in situ, apresenta alta chance de metástase já no diagnóstico. Tumor séssil: lesões sólidas.
Como o ca de bexiga se dissemina e quais os principais locais?
Contiguidade, linfática ou hematogênica. Os principais locais são fígado, pulmão e ossos.
Quais as manifestações clínicas do ca de bexiga?
Quase sempre se manifestam com hematúria macro (micro é rara), podendo conter coágulos. A 2a manifestação mais comum são os sintomas irritativos (polaciúria, disúria, urgência urinária).
Qual a HND do ca de bexiga?
O carcinoma papilar superficial (tipo mais comum de ca de bexiga) apresenta baixo potencial invasivo, porém alta tendência à recidiva (3 meses para recidivar, geralmente). Já os invasivos progridem na sequência: muscular própria -> gordura perivesical -> estruturas adjacentes (útero, vagina, ducto deferente, próstata, …) -> linfonodos pe´lvicos (ilíacos e periaórticos).
Quando vou investigar para ca de bexiga?
Todo paciente acima de 40 anos com hematúria macroscópica persistente.
Quais os exames empregados no dx de ca de bexiga?
O de escolha é a tc de vias urinárias com e sem contraste. Pode-se fazer USG das vias urinárias também. A cistoscopia é um exame mandatório, pois é através dela que eu vou fazer a biópsia e avaliar melhor as lesões, e pode ver lesões que a TC e USG não viram. A citologia urinária deve ser feita de rotina.
A urografia excretora também pode ser usada.
O que significa citologia urinária positiva para células neoplásicas porém ausência de lesão na cistoscopia?
Esse tumor é de pelve ou ureter.
Como é feito o tratamento do ca de bexiga?
O ca de bexiga entra para o hall de cânceres com alto potencial de cura. O tratamento daquele sem invasão da muscular própria (Ta e T1) é por ressecção pela cistoscopia e acompanhamento regular com novas ressecções caso recidiva. T2: invade muscular própria -> cistectomia radical. T3: invasão da gordura perivesical: cistectomia radical. Metástases (T4, N1-3 e M1): poliquimioterapia.
Em tumores superficiais (Ta, T1 e TIS), qual o tratamento?
O tratamento é pela ressecção por via cistoscópica (RTU) da lesão, devendo ser complementada pela terapia intravesical.
O que é a terapia intravesical?
É a injeção local de substâncias quimioterápicas ou imunomoduladoras (BCG -> previne recidivas por imunomodulação -> estimula a eliminação imunológica das células neoplásicas).
Qual o principal efeito adverso do BCG?
Paraefeitos locais (cistite, disúria, hematúria) ou sistêmicos (febre, bacilemia, hepatite e pneumonite –> tratar com drogas tuberculostáticas).
Qual a conduta após RTU por cistostomia dos tumores superficiais?
Deve haver rigoroso controle de cura, repetindo a cistoscopia a cada 3 meses no 1° ano e a recidica é tratada com nova ressecção + terapia intravesical.
Qual o tratamento para tumores de bexiga localmente invasivos (T2 e T3)?
Cistectomia radical, podendo ser associada a quimioterapia neoadjuvante (pré-operatória) e pode-se considerar a Qt adjuvante (pós-operatória) em pacientes com alto risco de recidiva.
O que é removido na cistectomia radical?
Bexiga, próstata, vesículas seminais, vasos deferentes e uretra proximal no homem. Na mulher: bexiga, útero, trompas, ovários e parede vaginal anterior.
Qual a principal complicação da cistectomia radical?
A impotência sexual, sendo quase que universal.
Para onde vai a urina após a cirurgia?
Cirurgia de Studer (confecção de neobexiga com um segmento ileal - ortotópica -, mantendo o mecanismo miccional próximo ao normal) ou ressecção de segmento ileal, coloca os ureteres nesse segmento e faz uma ureteroileostomia permanente (neobexiga heterotópica) -> uso permanente de bolsa urinária.
Qual o tratamento nos tumores metastáticos (T3, N1-3 e M1)?
QT sistêmica isolada (M-VAC ou GC - gencitabina e cisplatina).
Comente sobre os ca de pelve e ureter (epidemio, FR, clínica, dx, tratamento).
Epidemiologia: homens, 7a década de vida, carcinoma de cél transicionais. FR: idem bexiga. Clínica: hematúra macro (p), cólica nefrética. Dx: urografia excretora ou pielografia retrógrada ou ureteropieloscopia com biópsia. Tto: nefroureterectomia radical para os locais e QT idem bexiga para metastáticos.