IRA - 25m Flashcards

1
Q

Quais as funções dos rins?

A

Filtração, equilíbrio hidroeletrolítico e AB e função endócrina (produção de eritropoetina e da forma ativa da vitamina D - calcitriol).

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2
Q

O que a perda da função de filtração renal promove?

A

Há uma diminuição na eliminação de escórias nitrogenadas, promovendo retenção dessas substâncias e podendo promover a síndrome urêmica (uremia).

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3
Q

Qual a diferença entre azotemia e uremia?

A

Azotemia é o aumento das escórias nitrogenadas detectada pelo aumento de Ur e Cr. Uremia é uma síndrome clínica que resulta da injúria renal grave.

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4
Q

Quando costuma ocorrer a uremia?

A

Quando TFG < 15-30 ml/min, o que corresponde a uma Ur e Cr maiores que 120 mg/dl e 4,0 mg/dl.

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5
Q

Qual a TFG normal?

A

Em torno de 120 ml/min.

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6
Q

Como medir a função de filtração dos rins?

A

Através da estimativa da TFG.

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7
Q

Como estimar a TFG?

A

Ureia sérica, Cr sérica, clearance da Cr, clearance de radiotraçadores e o clearance da inulina.

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8
Q

Qual o padrão ouro para estimar a TFG?

A

O clearance da inulina.

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9
Q

A ureia é um composto muito tóxico? Explique.

A

Não, produzindo toxicidade apenas em nívels > 380 mg/dl, promovendo anorexia, náuseas e vômitos e disfunção plaquetária.

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10
Q

Qual o valor normal da Ur sérica?

A

20-40 mg/dl.

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11
Q

Quais condições podem afetar o valor da Ur sem alterar a TFG?

A

Condições que aumentem a reabsorção tubular, como a hipovolemia, e após uma HDA irão aumentar a ureia sérica sem que haja necessariamente uma queda na TFG. Outros: corticoide, sepse e dieta hiperproteica.

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12
Q

Por que a Cr é melhor que a Ur sérica para estimar a TFG?

A

Pois a Cr é produzida de forma relativamente constante durante o dia e não é reabsorvida nos túbulos renais.

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13
Q

O que altera o valor da Cr?

A

Idade, raça, massa muscular, ingesta de carne, amputamento, doenças crônicas. Medicamentos (penicilina, cimetidina, …) e acetoacetado na CAD afeta no ensaio de mensuração.

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14
Q

Quais os níveis normais de Cr?

A

1,3 - 1,5 mg/dl.

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15
Q

Qual a desvantagem de usar a Cr sérica como estimativa da TFG?

A

Para que ultrapasse o limite superior da normalidade, deve haver uma queda grande na TFG , não diagnosticando a disfunção renal inicial.

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16
Q

O que é o clearance da Cr?

A

É o volume de plasma que fica livre da creatinina por minuto.

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17
Q

Qual a importância do clearance da Cr como estimativa da TFG?

A

É uma estimativa mais fidedigna da TFG pois a Cr não é reabsorvida. Porém, como uma parte da Cr é secretada nos túbulos, o clearance da Cr superestima um pouco a TFG.

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18
Q

Qual o valor normal do clearance da Cr?

A

91-130 ml/min.

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19
Q

Como medir o clearance da Cr?

A

É calculada através da coleta da urina de 24h, porém como é pouco prático fazer essa coleta, hoje existem fórmulas para fazer esse cálculo: MDRD, CKD-EPI (mais acurada) e Cockcroft-Gault (decorar).

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20
Q

Quando o clearance da Cr passa a perder sua precisão?

A

Quando a TFG cai muito, pois passa a superestimar muito a TFG (grande parte da Cr passa a ser excretada por secreção tubular ao invés da filtração).

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21
Q

Qual a fórmular de Cockcroft-Gault e quais suas limitações?

A

Cl (Cr) = (140 - idade) x peso/72 x Cr. Ela tem precisão diminuída em obesos, desnutridos e com pouca massa muscular.

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22
Q

Eu vou usar essas fórmulas para cálculo do clearance da Cr em todos os casos? Explique.

A

Eu não devo usá-las em caso de IRA, pois foram desenvolvidas para pacientes com função renal normal

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23
Q

Como calcular o clearance da Cr em crianças?

A

Pela fórmula de Schwartz: TFG = K x altura (cm)/Cr.

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24
Q

O clearance da cistatina C é melhor que o da Cr?

A

Não, pois sofre muitas alterações. Porém, o uso das 2 em concomitância produz uma TFG mais acurada que cada uma isoladamente.

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25
Q

Quais as alterações no equilíbrio AB e hidroeletrolítico a injúria renal pode causar?

A

Hipervolemia (redução na filtração -> edema, hipertensão e congestão), aumento de H, K e fosfato e queda de Ca e Na (BaCaNa - baixo cálcio e sódio).

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26
Q

Por que há queda no cálcio na injúria renal?

A

Pois o aumento de fosfato promove ligação dele com o cálcio, havendo precipitação e diminuição da calcemia.

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27
Q

Há manifestações de hipocalcemia na injúria renal?

A

Não, pois a acidose causada pela injúria renal diminui a afinidade do cálcio pela albumina, aumentando sua fração livre.

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28
Q

Quando ocorre as manifestações da perda de função endócrina na injúria renal? Quais são?

A

Apenas na DRC, pois elas levam tempo para ocorrer. São anemia da doença renal (queda na eritropoetina) e queda na vitamina D (doença óssea).

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29
Q

Faça uma comparação breve entre a IRA e a DRC.

A

IRA x DRC, respectivamente: -Evolução rápida e reversível x lenta e irreversível. -S/ anemia e doença óssea x com. -Cr prévia normal x alterada. -USG renal normal x alterada (rim < 8,5 cm, perda ad relação cortico-medular).

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30
Q

Quando costuma aparecer a azotemia? Por que isso é importante?

A

Geralmente apenas quando a TFG < 50% do normal, sendo importante pois eu só vou detectar azotemai quando já houve uma perda importante da função renal de filtração.

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31
Q

Qual a definição de injúria renal aguda (IRA)?

A

Aumento da Cr ≥ 0,3 mg/dl em 48h OU Amento da Cr ≥ 1,5x o valor de base em 7d OU Débito urinário (DU) < 0,5 ml/kg/h por mais que 6h.

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32
Q

Quais os tipos de IRA de acordo com o DU?

A

Oligúrica (< 400-500 ml/d); não oligúrica (> 400-500 ml/d) e anúrica (< 50-100 ml/d), sendo que mais de 50% é não oligúrica.

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33
Q

Tabela estadiamento da IRA.

A
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34
Q

Quais os tipos etiopatogênicos das IRAs? Qual a ocorrência de cada uma delas?

A

Pré-renal (hipofluxo renal), intrínseca (lesão no próprio parênquima renal) e pós-renal (obstrução do sistema uroexcretor). Pré: 50-60% Renal: 35-40% Pós: 5-10%. Essa proporção muda em doentes críticas (inverte pré e intrínseca).

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35
Q

Qual a causa mais comum de IRA intrínseca?

A

A NTA (90% dos casos).

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36
Q

O que é a azotemia pré-renal?

A

É o aumento de escórias nitrogenadas causado pela redução do fluxo sanguíneo renal, sendo reversível.

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37
Q

Quais as principais causas da IRA pré-renal?

A

Hipovolemia, choque, IC e cirrose hepática com ascite = diminuição do VCE (volume circulante efetivo - aquele que preenche o leito arterial e perfunde os órgãos). Outras: AINEs, IECA, BRA, nefropatia isquêmica (estenose de a. renal).

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38
Q

Qual a fisiopatologia da IRA pré-renal?

A

Quando os mecanismo de autorregulação do fluxo renal são sobrecarregados (PAM < 80), a arteríola aferente está em seu máximo de vasodilatação, produzindo o hipofluxo renal. Esse fato promove queda na TFG com estímulo do SRAA, além da própria hipotensão promover ativação do sistema adrenérgico e liberação não osmótica de ADH. Esses 3 mecanismo irão promover vasoconstrição periférica que, quando grave, atinge o rim, promovendo ainda mais queda na TFG. A AT II irá promover reabsorção de água e sódio no TCP, a aldosterona irá promover reabsorção de água e sódio no TCC e o ADH irá promover reabsorção de água livre no TCM, gerando OLIGÚRIA, URINA CONCENTRADA E POBRE EM SÓDIO.

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39
Q

Como os AINEs, IECAs e BRAs influenciam na gênese da IRA pré-renal?

A

Por prejudicarem os mecanismos de autorregulação renal do fluxo e da TFG, o uso dessas medicações podem precipitar uma IRA pré-renal em pacientes com baixo fluxo renal.

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40
Q

Quais outras drogas podem precipitar IRA pré-renal e como o fazem?

A

Drogas que promovem vasoconstrição renal, como a adrenalina, noradrenalina, dopamina, ergotamina, ciclosporina e contraste iodado.

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41
Q

Em quais pacientes a PAM mesmo que > 80 podem precipitar IRA pré-renal?

A

Idosos, HAS e diabéticos de longa data, pois já há um prejuízo na vasodilatação da arteríola aferente.

42
Q

O que é a síndrome hepatorrenal (SHR)?

A

É uma forma de IRA pré-renal que acomete os portadores de cirrose hepática avançada ou na insuficiência hepática fulminante.

43
Q

Qual a diferença da IRA na SHR da IRA pré-renal?

A

Diferentemente da IRA pré-renal, a IRA da SHR, apesar de ser pré-renal, não pode ser resolvida apenas com a normalização da volemia.

44
Q

Qual a fisiopatologia da SHR?

A

A SHR é o evento terminal de um continuum de alterações hemodinâmicas induzidas pela insuficiência hepática: hepatopatia grave -> vasodilatação esplâncnica -> VCE mantido por mecanismos compensatórios (DC, vasoconstrição) -> dilatação absurda esplâncnica -> mecanismos compensatórios tornam-se deletérios (adrenérgico promove vasoconstrição renal; AT II promove retenção de muito Na com hipervolemia; ADH retém água livre, faz vasoconstrição e hiponatremia -> piora do edema) -> queda no VCE + mecanismos compensatórios = redução na TFG -> oligúria e azotemia.

45
Q

Quais os tipos de SHR?

A

Tipo 1: Cr dobra em menos de 2s, ficando > 2,5 mg/dl. Ocorre geralmente por um evento desencadeador (eg, PBE). A IRA é oligúrica e o tto é o tx. Tipo 2: Cr dobra em mais de 2s (lenta e gradual), fazendo parte da HN da hepatopatia. Sem fatores agudos desencadeando, prognóstico melhor, tto tx e quadro de ascite refratária.

46
Q

Como fazer o dx de SHR?

A

É um diagnóstico de EXCLUSÃO, pois várias causas podem precipitar IRA nesses pacientes, como HDA, PBE (SHR = persistência da IRA mesmo após tto da PBE), furosemida, devendo ser excluídas essas outras causas.

47
Q

Quais os critérios para dx de SHR?

A
48
Q

O que é a IRA intrínseca?

A

É a azotemia que ocorre por lesão no próprio parênquima renal.

49
Q

Como a IRA intrínseca pode se manifestar no DU?

A

Oligúria (NTA isquêmica, rabdomiólise, GNDA), anúria (NCA) e não oligúrica/poliúrica (NTA por aminoglicosídeos - nefrotoxicidade direta).

50
Q

Quais as causas de IRA intrínseca?

A
51
Q

Comente sobre a NTA isquêmica.

A

Causada por quedas na perfusão renal, promovendo isquemia do sistema tubular. Ocorre na isquemia renal prolongada e/ou grave, porém se for nefropata crônico ou usar nefrotóxicos, ocorre mais facilmente. *Isquemia renal -> IRA pré-renal -> NTA isquêmica (a azotemia e oligúria não respondem mais ao volume).

52
Q

Comente sobre a rabdomiólise.

A

As principais causas são esmagamento e intoxicação alcoólica. Há necrose de MEE com liberação de seu conteúdo para o sangue, promovendo aumento de CPK (> 1000), hipercalemia, hiperpotassemia, hipocalcemia, acidose metabólica AG aumentado (lática tipo B). A mioglobina é filtrada no glomérulo e promove nefrotoxicidade direta e neutraliza o NO, prejudicando a vasodilatação renal. Há dor e fraqueza musculares, urina marrom e pode haver NTA. O tto é a hidratação vigorosa com SF 0,9% Oligúria refratária = hemodiálise de urgência.

53
Q

Comente sobre a nefrotoxicidade por aminoglicosídeos.

A

FR: ICC, idade avançada, nefropatia crônica e hipovolemia. Nefrotoxicidade direta, prejudicando a reabsorção tubular -> hipocalemia, hipoMg, não oligúria/poliúria.

54
Q

Comente sobre outras drogas que causam NTA.

A

Contraste iodado: principalmente em nefropatas crônicos, desidratados, ICC e diabetes. Em pacientes de alto risco, faço hidratação para prevenir a NTA. Pode ser oligúria ou não oligúrica. Ciclosporina: nefrotoxicidade direta. Anfotericina B: nefrotoxicidade direta, IRA não oligúrica.

55
Q

Outras causas de NTA.

A

Chumbo, mercúrio, inseticidas (paraquat), etilenoglicol, evenenamento por cobras (jararaca) ou aranhas (loxoceles), hemoglobina.

56
Q

Comente sobre a SLT.

A

Ocorre em neoplasias malignas com muito agressivas com alto turn over celular ou na após o início da quimioterapia. Há uma grande lise de células tumorais com liberação de seu conteúdo para o sangue, promovendo hipercalemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia. Estes 2 últimos se depositam no túbulo renal e promovem obstrução ao fluxo tubular, promovendo a IRA. É suspeitado na presença de relação ácido úrico urinário/Creatinina > 1. Prevenção: hidratação, alopurinol ou rasburicase.

57
Q

Comente sobre a IRA por leptospirose.

A

Pode ser não oligúrica ou oligúrica e cursa com hipoK/K normal mesmo quando há oligúria. Pode ser prevenida com hidratação, apesar de ser uma causa intrínseca. Tto com hidratação e ATB.

58
Q

Comente sobre a NIA.

A

É uma inflamação aguda no insterstício renal que tem como principal causa a hipersensibilidade a alguma medicação, especialmente as sulfas, AINEs, rifampicina e betalactâmicos. Há edema intersticial que promove compressão tubular extrínseca e há IRA oligúrica, além de manifestações sistêmicas de alergias, como rash, artrite e febre. Há leucocitúria com eosinofilúria e eosinofilia. Tto com suspensão da droga e corticoide caso grave.

Pode ser causada também por pielonefrite.

59
Q

Comente sobre a GNDA.

A

É uma causa de oligúria porém não é sempre que promove IRA. Há um processo inflamatório agudo nos GLOMÉRULOS, promovendo oligúria, HAS, edema, hematúria dismórfica, proteinúria subnefrótica e cilíndros hemáticos e leucocitários. A principal causa é a GNPE.

60
Q

Comente sobre a nefroesclerose hipertensiva maligna.

A

Causa da IRA intrínseca pelo aumento exagerado e súbito da PA, geralmente acima de 220 x 120. A fundoscopia mostra hemorragias, exsudatos e/ou papiledema. Há, nos rins, necrose fibrinoide arteriolar e arteriosclerose hiperplásica em bulbo de cebola. O controle da PA pode reverter em parte a injúria renal.

61
Q

Comente sobre o ateroembolismo promovendo IRA intrínseca.

A

Ocorre principalmente após a manipulação de vasos por arteriografia, promovendo rompimento de placa aterosclerótica e formando arteroêmbolos. As manifestações são livedo reticular, síndrome do dedo azul, IRA e placas de Hollenhorst. Há eosinofilúria também e fissuras biconvexas vasculares.

62
Q

Comente sobre a SHU.

A

Ocorre após uma gastroenterite por E. coli do grupo O157:H7, havendo liberação de uma toxina (verotoxina) que promove lesão endotelial nos glomérulos, promovendo a formação de um trombo glomerular, resultando em plaquetopenia, redução da função renal de filtração (IRA) e anemia hemolítica microangiopática.

63
Q

Comente sobre a NCA.

A

É uma necrose cortical aguda que ocorre principalmente em pacientes com sepse e complicações gestacionais graves, como DPP, PP e síndrome HELLP. O quadro é da tríade clássica em pacientes com as condições citadas: anúria, hematúria e lombalgia.

64
Q

Comente sobre a trombose de veia renal.

A

Pode levar à IRA, causas de SN (glomerulopatia membranosa, GNMP e amiloidose são as principais). O dx é aumento do tamanho renal na USG e confirmado por angioTC ou angioRNM. O tto é com anticoagulantes.

65
Q

O que deve acontecer para se desenvolver a azotemia pós-renal?

A

A obstrução deve ter repercussão bilateral (uretral, colo vesical, ureter bilateral ou ureter em rim único).

66
Q

Por que a obstrução urinária unilateral não causa azotemia?

A

Pois o rim contralateral, quando apresenta função normal, é capaz de suprir a função do outro. Porém se o paciente já for um nefropata crônico (rim não normofuncionante), a obstrução unilateral pode promover azotemia pós-renal.

67
Q

Tabela causas de azotemia pós-renal.

A
68
Q

Qual a causa mais comum de injúria pós-renal?

A

Hiperplasia benigna de próstata. É interessante comentar que a IRA pós-renal nesses casos pode ser precipitada por algumas condições, como espasmo do colo vesical, disfunção aguda do m. detrusor da bexiga e edema de glândula, levando à retenção urinária.

69
Q

Tabela drogas que podem causar retenção urinária aguda.

A
70
Q

Quais as causas mais comums de IRA anúrica?

A

NCA, GNRP e IRA pós-renal.

71
Q

Qual a fisiopatologia da IRA pós-renal?

A

Inicialmente após a obstrução, há um aumento na TFG por vasodilatação da arteríola aferente, sendo chamada de fase hiperêmica. Após as primeiras horas da obstrução (12-24h), há liberação de AT II que diminui a TFG. Se a obstrução for persistente (mesmo que unilateral), haverá processo inflamatório nos túbulos renais, promovendo uma NIC (nefropatia obstrutiva). Há infiltração de mononucleados que promovem fibrose dos túbulos -> poliúria (perda da função de reabsorção) e ATR IV.

72
Q

Qual o grande risco do paciente com obstrução urinária?

A

A infecção, pois a pielonefrite em obstrução leva à perda renal em poucos dias. Portanto, deso desobstruir imediatamente.

73
Q

Qual o QC da IRA?

A

Geralmente o quadro é da condição que causou a IRA e não da IRA em si. Porém as manifestações da IRA podem ocorrer e são da síndrome urêmica aguda (uremia).

74
Q

Quais os distúrbios que ocorrem na síndrome urêmica aguda (SUA)?

A

Acúmulo de toxinas nitrogenadas, hipervolemia e desequilíbrio hidroeletrolítico e AB.

75
Q

À partir de qual nível de Ur e Cr há SUA?

A

Cr > 4 mg/dl e Ur > 120 mg/dl.

76
Q

Quais as manifestações cardiopulmonares da SUA?

A

Hipervolemia, pericardite urêmica.

77
Q

Explique a hipervolemia da SUA. Quais suas consequências?

A

Quando IRA oligúrica ou anúrica, há retenção de líquidos e sódio -> hipervolemia. Há, então, HAS, EAP e edema periférico.

78
Q

Como é a HAS da SUA?

A

Pode ser grave e refratária ao tto medicamentoso, respondendo apenas à diálise.

79
Q

Comente sobre o acometimento pulmonar na SUA.

A

Pela hipervolemia pode haver congestão pulmonar e EAP. Porém, além disso, as escórias nitrogenadas em excesso podem aumentar a permeabilidade capilar dos vasos pulmonares e levar a um componente não cardiogênico de edema pulmonar do tipo SDRA (pulmão urêmico).

80
Q

Comente sobre a pericardite urêmica.

A

Manifesta-se como dor torácica pleurítica, atrito pericárdico e/ou alterações de ECG de pericardite aguda. Há predisposição de rotura de capilares, fazendo com que o líquido pericárdico seja HEMORRÁGICO. Pode haver tamponamento cardíaco.

81
Q

Quais as causas mais comuns de líquido pericárdico hemorrágico?

A

Neoplasias, SUA e TB.

82
Q

Quais as manifestações hematológicas da SUA?

A

Disfunção plaquetária (tempo de sangramento aumentado, fwW disfuncionante, s/ fator III) -> epixtase, gengivorragia, HDA/HDB.

83
Q

Qual medicação pode ser usada para melhorar o distúrbio hemostático na uremia?

A

A desmopressiva (dDAVP) por aumentar a disponibilidade do fwW.

84
Q

Quais as manifestações neurológicas da SUA?

A

Encafalopatia urêmica, síndrome das pernas inquietas, neuropatia periférica (parestesia de extremidades), soluços incoercíveis (acometimento do n. frênico) -> tendem a melhorar com a diálise.

85
Q

Comente sobre a encefalopatia urêmica.

A

Confusão mental, agitação psicomotora, mioclonia, asterixis, hiper-reflexia tendinosa e Babinski bilateral, podendo haver crise convulsiva tônico-clônica, torpor, coma e óbito por edema cerebral.

86
Q

Quais as manifestações GI da SUA?

A

Geralmente são os 1os sintomas da SUA, havendo inflamação de mucosas e disfunção na motilidade -> anorexia, náusease vômitos, diarreia ou íleo metabólico/paralítico -> melhoram com diálise.

87
Q

Quais os distúrbios hidroeletrolíticos e AB da SUA?

A

Dependem da forma da IRA: 1. Oligoanúrica: hipercalemia, hiponatremia, acodise metabólica, hiperfosfatemia e hipocalcemia. 2. Não oligúrica: hipoK e hipoMg.

88
Q

Comente sobre a hiperK na SUA.

A

Redução da excreção renal de K, podendo chegar a valores extremamente perigosos.

89
Q

Comente sobre a hipoNa na SUA.

A

Retenção de água livre maior que de sódio quando houver ingesta de líquidos com mais água livre do que NaCl.

90
Q

Comente sobre a acidose metabólica na SUA.

A

Retenção de H+ com SO4 -> acidose AG elevado.

91
Q

Comente sobre a hiperfosfatemia e hipocalcemia na SUA.

A

Como o fosfato precisa do rim para ser eliminado, há retenção dele, promovendo hiperfosfatemia (> 4,5) quando TFG < 20. A hiperfosfatemia promove deposição de sais de fosfato de cálcio, promovendo hipocalcemia. As manifestações dessa são tetania, convulsão, coma. A acidose protege contra essas manifestações.

92
Q

Como é feito o dx de azotemia pré-renal?

A

Sinais de hipovolemia (desidratração, hipotensão postural, taquicardia postural, hipotensão, taquicardia em decúbito, choque. A relação ureia/Cr está maior do que 40. EAS: cilíndros hialinos, Na(u) < 20, FENa < 1%, Osm(u) > 500.

93
Q

Como é feito o dx de azotemia pós-renal?

A

Paciente agudamente anúrico ou com flutuação do DU (anúria x poliúria). EAS: hematúria, piúria, caso avançado de nefropatia obstrutiva -> ~NTA. USG: dilatação do sistema pielocalicial.

94
Q

Como é feito o dx da azotemia renal intrínseca?

A

Específico para a causa suspeita da IRA. EAS é muito importante.

95
Q

Como diferenciar IRA pré-renal da NTA?

A

IRA pré-renal de intrínseca, respectivamente:

  • Na(u): < 20 / > 40
  • FENa: < 1% / > 1%
  • Osm(u): > 500 / < 350
  • Ur/Cr(s): > 40 / < 20.
  • Cilíndros (EAS): hialinos / epiteliais ou granulares.
96
Q

Qual parâmetro posso usar ao invés do FENa e quando vou fazer isso?

A

A FE de ureia, pois esta não é falseada pelo uso de diuréticos.

97
Q

Quais IRAs intrínsecas são exceção à regra na bioquímica urinária?

A

A rabdomiólise, NTA por contraste iodado e hemoglobinúria e ciclosporina produzem bioquímica urinária de IRA pré-renal.

98
Q

Qual o tto das IRAs?

A

As IRAs pré e pós-renais são prontamente reversíveis com a terapêutica adequada, já a NTA precisa apenas de suporte e retirar a causa base para os néfrons lesados se regenerarem (7-21d): -Pré: suspender AINEs, IECA/BRAs, repor cristaloides. -Pós: cateter de Foley, cistostomiam cateter duplo J (obst ureteral e hidronefrose), nefrostomia percutânea (obst ureteral não vencida). -Intrínseca (NTA): hidratação, nutrição e suporte. NÃO USAR DOPAMINA EM DOSE “RENAL”, É PROSCRITO. Pode-se usar furosemia para tratar a hipervolemia.

99
Q

Quando dialisar de urgência o paciente com IRA?

A

Quando for muito grave: SUA (encefalopatia, pericardite, hemorragia); refratariedade de hipervolemia, hiperK, acidose; intoxicação exógena.

100
Q

Quais os fatores de mau prognóstico na NTA?

A

Sepse, oligúria, refratariedade à furosemida, SUA e SDMOS.

101
Q

Qual minha conduta em caso de suspeita de IRA pré-renal hipovolêmica?

A

Faço uma prova terapêutica com SF 0,9% 1000 mL. A resposta inclui aumento do DU. Caso não responda, pode ser NTA ou hipovolemia mais grave.