TRAUMA TORÁCICO Flashcards
- Qual a implicação das lesões penetrantes e transfixantes de tórax?
As penetrantes acometem, na maior parte das vezes, estruturas na periferia dos pulmões, o que proporciona o surgimento de hemotórax e também pneumotórax.
As lesões transfixantes que atingem o mediastino podem afetar grandes vasos, coração, pericárdio e esôfago. De forma geral, todo paciente com instabilidade hemodinâmica que possui esse tipo de comprometimento deve ser portador, até segunda ordem, de uma lesão torácica exsanguinante, sendo indicada a toracotomia.
- Quais as possíveis repercussões de um paciente vitima de trauma torácico fechado?
O trauma torácico fechado pode induzir lesão por golpe direto ao tórax, com fraturas de costelas; lesão por desaceleração com ruptura da aorta, contusão pulmonar ou cardíaca, e lesão por esmagamento, com ruptura do coração e diafragma
- Quais as possíveis causas de choque e de choque não responsivo a reposição de volume no trauma?
-Hemorragia – 1ª causa
-Pneumotorax hipertensivo
-Lesão miocárdica
-Tamponamento cardíaco
-Embolia aérea para artéria
coronária com infarto extenso
-Choque cardiogênico
(lembrem-se das armadilhas da fase B)
Quais as principais indicações de toracotomia em centro
cirúrgico no trauma?
(1) Hemotórax maciço, ou seja, drenagem imediata de 1500 ml (ou 1/3 da volemia) pelo dreno tubular de toracostomia ou saída de 200 a 300 ml/hora nas primeiras 2 a 3 horas iniciais.
(2) Lesões penetrantes na parede torácica anterior com tamponamento cardíaco.
(3) Feridas da caixa torácica de grandes dimensões.
(4) Lesões a vasos nobres no tórax na presença de instabilidade hemodinâmica.
(5) Lesões traqueobrônquicas extensas.
(6) Evidência de Perfuração esofagiana.
- Como é feita a toracotomia de reanimação?
A A abordagem deve ser feita através de toracotomia anterolateral esquerda (no nível do 4º ou 5º espaço intercostal). Durante o procedimento, o cirurgião clampeia a aorta torácica descendente – reduzindo perdas abaixo do diafragma, com o objetivo de redistribuir o fluxo sanguíneo para cérebro e coração –, controla diretamente lesões torácicas exsanguinantes, realiza massagem cardíaca aberta e pode evacuar o saco pericárdico (em casos de tamponamento).
- Quando esta indicada a toracotomia de reanimação?
A Nos pacientes vítimas de trauma torácico penetrante e que se apresentam em parada cardíaca em Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP), o procedimento é feito na sala de emergência. Nos.: Nenhuma medida adicional de reanimação deve ser feita em vítimas de lesões penetrantes torácicas que foram submetidas, no ambiente pré-hospitalar, a manobras de ressuscitação cardiopulmonar e que agora se apresentam na Sala de Emergência sem pulsos palpáveis e sem atividade elétrica à monitorização cardíaca.
- Qual a conduta no trauma de costelas?
A Na presença de comprometimento de um a dois arcos costais sem lesão pleural ou pulmonar, o tratamento é ambulatorial, com analgesia. Idosos, por possuírem uma complacência torácica reduzida e/ou doença parenquimatosa pulmonar, podem apresentar repercussões mais sérias, como acúmulo de secreções, atelectasia e posterior infecção causada pela dor à inspiração, o que mpede a expansibilidade adequada do tórax. Nesses pacientes,esta indicada a analgesia oral ou intravenosa, se refratária, requer bloqueio intercostal e, em casos de múltiplas fraturas bilaterais, analgesia epidural. Estes procedimentos permitem uma melhor expansibilidade torácica e a eliminação mais eficaz de secreções traqueobrônquicas.
- Qual a importância de diagnosticar o trauma do osso esterno?
Devido a sua associação com lesões de estruturas subjacentes (coração, pericárdio e grandes vasos) e com tórax instável, envolvimento da aorta torácica, contusão miocárdica, contusão pulmonar perfuração esofagiana.
- Quais estruturas osseas quando traumatizadas devem nos faze suspeitar de lesão de grandes vasos?
NA presença de fraturas do 1º ao 3º arcos costais, daescápula e da clavícula, TCE e trauma raquimedular.
- Qual o risco de fraturas da 10º a 12ª costelas?
Lesão hepática ou esplênica.
- O que é o tórax instável?
ocorre quando um segmento da parede torácica perde continuidade com o restante da caixa torácica; o que pode ocorrer, por exemplo, por fraturas de dois ou mais arcos costais consecutivos, sendo que cada arco costal esteja fraturado em pelo menos dois pontos ou separação costocondral, causando dor surante a inspiração, o que leva a respiração paradoxal, aumento do trabalho em respirar e hipoventilação alveolar, que associado a contusão do pulmão, que geralmente ocorre nesse tipo de trauma, ou mesmo um tórax instável isolado, em idosos, por exemplo, pode levar a Ins. respiratória.
- Qual o tto do tórax instável?
- Analgesia com opiáceos
- Bloqueio intercostal
- Anestesia epidural Aliviar a dor permite expansibilidade torácica, o que leva a alinhamento das fraturas (com maior rapidez da consolidação) e evita acúmulo de secreções pulmonares.
- Cautela ao administrarmos volume em excesso, o que pode piorar os infiltrados pulmonares e deteriorar o quadro respiratório e gasométrico do paciente;
- Monitorização hemodinâmica invasiva torna-se um bom guia para a infusão adequada de líquidos.
- Correção de anemia é fundamental para que haja melhora na oferta de oxigênio aos tecidos.
- Quais as indicações de intubação com ventilação de pressão positiva no trauma torácico?
Pacientes que apresentam frequência respiratória superior a 40 irpm, hipoxemia, nível de
consciência rebaixado, doença pulmonar crônica ou lesões abdominais concomitantes
devem ser imediatamente intubados e colocados em ventilação com pressão positiva.
- Em que tipo de trauma a contusão é mais comum e quais os pacientes mais sujeitos a complicações por contusão pulmonar?
-Mais comum em trauma fechado de tórax;
-Pode complicar com pneumonia ou Sindrome do Desconforto respiratório agudo, o que ocorre mais frequentemente em pacientes idosos, com alguma doença pulmonar de base, ou lesões associadas a lesão do tórax e pulmão.
Obs.: em adultos a contusão pulmonar está geralmente associada a trauma de costelas, o que não é necessariamente uma realidade em crianças, já que essas possuem costelas mais cartilaginosas, portanto mais elásticas.
- Quais as implicações radiológicas da contusão pulmonar?
Achados radiológicos se dão pelo acumulo de sangue e liquido. Os achados mais precoces ocorrem geralmente em lesões menos graves e achados tardios (24-48h) são mais comuns.
-Um desafio é diferencia a CP da atelectasia, um macete é que a atelectasia não ultrapassa as fissuras pulmonares, enquanto a CP ultrapassa, não respeitando esses segmentos.
- Qual a CD em pacientes com CP?
- SaO2 > 90% em ar ambiente: administração de oxigênio e analgesia para as fraturas costais; Os pacientes devem ser monitorizados com oximetria de pulso, eletrocardiografia contínua e dosagem dos gases arteriais.
- Hipoxemia significativa (PaO2 < 65 mmHg ou SaO2 < 90%): podem requerer intubação e ventilação mecânica dentro da primeira hora após o trauma. Condições associadas, como DPOC e doença renal crônica,aumentam a probabilidade do paciente evoluir para insuficiência respiratória aguda.
- O que é penumotorax simples, pequeno, grande e quais as condutas terapêuticas para cada um?
- Pneumotórax simples é todo aquele que não apresenta desvio do mediastino, podendo ser decorrente tanto do trauma torácico penetrante quanto fechado;
- Pneumotórax pequeno é aquele em que a perda de parênquima é inferior a 1/3 do volume do pulmão: observar o paciente clinicamente durante as primeiras 24 horas, caso venha a progredir, ou o paciente se apresente taquipneico, está indicada a drenagem torácica, outras indicações de drenagem torácica em selo d’água no pneumotórax pequeno é se o paciente for se submeter ao transporte aéreo ou à ventilação mecânica.
- Grande pneumotórax é caracterizado por colapso de todo ou quase todo o pulmão, sem a presença de desvio do mediastino ou hipotensão: a CD é a drenagem intercostal em selo d’água.
- Qual o ponto de inserção do dreno no pneumotórax, quais os critérios de remoção do dreno?
Entre o 4º e o 5º espaços intercostais, anteriormente à linha axilar média. Os critérios para a retirada do dreno incluem um pulmão totalmente expandido e o não borbulhamento pelo frasco de drenagem por 48 a 72 horas.
- Quais as possíveis causas de pneumotórax hipertensivo no trauma de tórax?
O que caracteriza o distúrbio é a entrada de ar unidirecional (mecanismo de válvula) ou seja, com direção única, permitindo a entrada de ar e impedindo a sua saída, sob pressão, levando ao acúmulo de ar sob pressão no espaço pleural e colapso do pulmão ipsilateral e desvio do mediastino
-Ventilação com pressão positiva em pacientes com lesões pleuropulmonares prévias, que
passaram despercebidas durante o exame primário.
-Lesões de parênquima pulmonar no trauma fechado com escape de ar para o espaço pleural, que é conhecida como ruptura alveolar em “saco de papel”.
- Quais as possíveis manifestações e desdobramentos clínicos do pneumotórax hipertensivo?
O acumulo de ar na pleura causa compressão do pulmão ipsilateral, e empurra, desvia o mediastino, contra o pulmão contralateral comprimindo-o também e ocasionando insuficiência respiratória. O desvio mediastinal leva à angulação dos vasos da base, o que dificulta o retorno venoso e provoca turgência jugular. A diminuição do retorno venoso tem como consequência uma queda acentuada no débito cardíaco, ocasionando hipotensão e/ou choque
Presença de dispneia importante acompanhada de redução da expansibilidade do hemitórax envolvido, associada a um dos seguintes achados: desvio contralateral da traqueia, ausência ou diminuição do murmúrio vesicular no hemitórax acometido, turgência jugular, hipotensão ou enfisema subcutâneo. Nos pacientes em ventilação mecânica, usualmente sedados, muitas vezes notamos uma incapacidade de se estabelecer parâmetros adequados de ventilação e desenvolvimento de hipotensão ou choque.
- Como é feito o diagnostico do Pneumotorax hipertensivo?
-O diagnostico é clinico.
- Qual o tto do pneumotórax hipertensivo?
A toracocentese, introduzindo a agulha no 2o espaço intercostal na linha hemiclavicular (toracocentese), com o objetivo de transformar este quadro em um pneumotórax sem desvio do mediastino, portanto sem hipertensão.Em adultos a toracocentese é feita no nível do 5º espaço intercostal, na linha axilar média.
O tratamento definitivo é drenagem torácica intercostal em selo d’água, com a introdução
de um dreno tubular no 5o espaço intercostal,imediatamente anterior a linha axilar média,
na linha mamilar. Após a incisão, com o auxílio de uma pinça hemostática (pinça de Kelly), o cirurgião divulsiona os tecidos até acessar a cavidade pleural. Em seguida, introduz seu dedo indicador para checar o trajeto. Só após este procedimento, o dreno é passado, o dreno ficará por sobre a margem superior do
6º arco costal.
- Após a toracocentese e drenagem torácica do pneumotorax hipertensivo, o debito e características do debito do dreno deve ser avaliado periodicamente, caso o pneumotórax persista, do que suspeitar e qual CD tomar?
Suspeitar imediatamente de lesão de via aérea de grosso calibre se comunicando com a cavidade pleural. Esta situação exige toracotomia em centro cirúrgico para a abordagem do defeito.