TRAUMA ABDOMINAL Flashcards

1
Q
  1. O objetivo número 1 na avaliação do trauma abdominal é verificar se há ou não necessidade de intervenção cirúrgica. Quais aspectos da avaliação vão nortear essa decisão?
A
  • Trauma penetrante ou trauma fechado
  • Estado hemodinâmico do paciente: instável ou estável;
  • Presença de irritação peritoneal
  • Pneumoperitôneo
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2
Q
  1. Quando está indicada a exploração da cavidade no trauma abdominal?
A
  • Ferida por arma de fogo: mais de 90% tem lesão de órgãos da cavidade abdominal, sendo mais frequente na FAF o acometimento do intestino delgado, colon, fígado e vasos abdominais;
  • Ferida por arma branca: acometem mais raramente vísceras abdominais, mas requer exploração por laparotomia se o paciente apresentar: instabilidade hemodinâmica, evisceração (exteriorização de vísceras através da ferida) ou sinais de peritonite.
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3
Q
  1. Feridas no flanco (no trauma se estende entre as linhas axilares anterior e posterior, desde o sexto espaço intercostal até a crista ilíaca) podem acometer quais estruturas, e qual a conduta necessária para estudo dos possíveis danos da ferida?
A

-Pode acometer órgãos intraperitoneais e também retroperitoneais, além de outras estruturas retroperitoneais como coluna vertebral, medula espinhal e grandes vasos abdominais e pélvicos, assim, se a vitima estiver hemodinamicamente estável, esse tipo de lesão requer uma TC com reconstrução tridimensional para análise, pois lesões de órgãos retroperitoneais podem desencadear sinais de peritonite mais tardios.

Se tratar-se de um trauma penetrante de flanco e dorso está indicada TC de abdome de triplo contraste (intravenoso, oral e retal) pois a exploração digital da ferida, a Ultrassonografia (USG) e a laparoscopia diagnóstica não são métodos precisos para esse tipo e localização de lesão.

Pacientes com sinais/sintomas abdominais e aqueles nos quais o PAF claramente penetrou o abdome (lesando estruturas viscerais ou estando localizado próximo a vísceras) devem ser operados.

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4
Q
  1. Quais as estruturas mais afetadas na lesão penetrante de abdome por arma de fogo?
A

-São elas: intestino delgado, colon, fígado e vasos abdominais;

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5
Q
  1. Quais as estruturas mais afetadas na lesão penetrante de abdome por arma branca?
A

-São elas: fígado, delgado, diafragma e colon.

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6
Q
  1. O que fazer quando não há indicação imediata de laparotomia exploradora?
A

-Anestesia local da ferida e exploração digital/ manual de seu interior.

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7
Q
  1. Não havendo indicação imediata de laparotomia, após exploração digital, o que fazer se exploração negativa, positiva ou duvidosa?
A

A a exploração é considerada negativa quando a aponeurose do musculo reto do abdome está integra, nesse caso, fazer os cuidados necessários com a ferida e dar alta;

Em casos positivos ou em interpretações duvidosas, o paciente deve permanecer em
unidade fechada se submetendo a avaliações periódicas. Estas consistem em exames físicos seriados e dosagem dos níveis de hemoglobina a cada oito horas.
Se durante o tempo de observação, surgirem sinais peritoneais ou instabilidade hemodinâmica, a laparotomia exploradora deve ser realizada de imediato.

Os pacientes estáveis hemodinamicamente que apresentarem queda maior do que 3 g/dl nos valores de hemoglobina ou leucocitose merecem avaliação cuidadosa. Nesses casos, existe probabilidade aumentada de lesão intra-abdominal; sendo assim, recomenda-se a realização de uma TC de abdome ou de lavado peritoneal diagnóstico (ver adiante). Em caso de positividade para comprometimento de estruturas abdominais, a laparotomia exploradora se encontra indicada.

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8
Q
  1. Quais os limites da transição toracoabdominal e o efeito de lesões penetrantes (FAF e FAB) nessa região?
A

A A Transição Toracoabdominal (TTA) tem como limite superior uma linha que passa anteriormente, na altura dos mamilos, e se continua posteriormente por sobre a ponta das escápulas (parte mais inferior da escápula). O comprometimento ou não do abdome nas feridas. Na transição toracoabdominal vai depender do trajeto do objeto agressor e da fase do ciclo respiratório que o paciente se encontrava no momento que foi vitimado pela lesão, na expiração, por exemplo, a retração dos pulmões e elevação do diafragma, aumenta a probabilidade de penetração em cavidade peritoneal.
Lesões nessa região culminam com hérnias diafragmáticas traumáticas com invasão do tórax por vísceras abdominais, o que pode ser imediatamente após o acidente ou se desenvolver lentamente ao longo do tempo.

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9
Q
  1. Qual a CD e o tipo de abordagem em pacientes vitimas de lesão penetrante em região da transição toracoabdominal?
A

No paciente sintomático, peritonite, por exemplo, fazer a laparotomia exploradora.

No paciente assintomático, onde não se sabe se a lesão atingiu ou não as vísceras, fazer laparoscopia. Na ausência de envolvimento de estruturas nobres, somente a rafia das lacerações diafragmáticas (quando presentes) é realizada.

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10
Q
  1. Quais os órgãos mais afetados no trauma fechado ou contusão do abdome?
A

-São: baço, fígado, delgado e hematoma retroperitoneal.

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11
Q
  1. Qual a CD e o tipo de abordagem em pacientes vitimas de trauma fechado de abdome?
A

No paciente desperto, estável hemodinamicamente e sem lesões em outros sistemas (somente contusão abdominal), o exame físico é suficientemente sensível para o diagnóstico de lesão intra-abdominal grave.
Os sinais são: descompressão abdominal dolorosa, defesa abdominal involuntária, que são sinais de irritação peritoneal.
Na presença de sinais claros de irritação peritoneal: laparotomia exploradora

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12
Q
  1. O que pode dificultar a identificação de lesão abdominal e nesses casos o que fazer para aumentar a acurácia diagnostica?
A

-Paciente sob efeito de álcool e drogas;
-Lesões de estrutura retroperitoniais ou que estão abaixo do reflexo do peritônio, às quais quando lesadas não causam dor
-Lesões ao cérebro, medula ou estruturas adjacentes como arcos costais e coluna vertebral;
-Algumas lesões abdominais evoluem sem sinais evidentes de irritação peritoneal: Assim, qualquer doente que tenha sofrido traumatismo fechado no tronco, seja por impacto direto, seja por desaceleração brusca, ou que tenha sido vítima de ferimentos penetrantes no tronco, deve ser considerado portador de lesão vascular, de víscera abdominal ou pélvica até prova em contrário.
Em tais casos , o exame físico deve ser substituído por algum exame complementar: USG Fast ou lavado peritoneal diagnostico.

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13
Q
  1. Quando esta indicado o LPD?
A

-Usado em pacientes sem indicação cirúrgica imediata, normalmente utilizado em indivíduos não responsivos (TCE, intoxicação exógena) e/ou hipotensos sem causa aparente, já que estando o paciente incapaz de comunicar-se e responder aos estímulos, o exame físico perde a acurácia.
-Pacientes comatosos com lesões multissistêmicas, hipotensos ou chocados, em
que o sangramento pode ser proveniente de qualquer uma das principais fontes (abdome e fraturas pélvicas)
-Hipotensão ou choque no politrauma sem causa aparente.
-Usado geralmente em serviços que não dispõem de videolaparoscopia.

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14
Q
  1. Como é feito o LPD?
A

O O LPD é realizado através de colocação de um cateter de diálise peritoneal na cavidade
do peritônio, através de pequena incisão infraumbilical, sob visão direta. Em gestantes e em pacientes com fraturas pélvicas, o acesso deve ser realizado através de incisão supraumbilical para evitarmos o útero gravídico e um possível hematoma no retroperitônio.

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15
Q
  1. Quais as características de LPD positivo?
A

O retorno de mais 10 ml de sangue no aspirado inicial.
-Se não ocorrer, esta indicada a infusão de 1.000 ml de solução de Ringer lactato aquecida (10 ml/kg na criança). A compressão abdominal e a rotação lateral do paciente facilitam a mistura da solução infundida com o conteúdo intra-abdominal; em seguida, um mínimo de 200 ml de líquido de retorno (efluente) deve ser obtido para o sucesso do exame. O efluente é enviado ao laboratório para análise bioquímica, com dosagem de amilase e fosfatase alcalina, e contagem celular. A presença de 100.000 hemácias/mm3 ou mais, 500 leucócitos/mm3 ou mais, amilase acima de 175 U/dl ou pesquisa positiva para bile, bactérias ou fibras alimentares torna o LPD positivo para lesão intra-abdominal, estando indicada a laparotomia exploradora.

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16
Q
  1. Quais as desvantagens do LPD?
A
  • Ele torna os resultados do USG FAST e da TC de abdome menos confiáveis.
  • Pode não diagnosticar lacerações diafragmáticas, lesões da porção extraperitoneal da bexiga, hematomas retroperitoneais, pequenas lesões intestinais e lesões em pâncreas, rim e duodeno
17
Q
  1. Quais as CI absolutas e relativas do LPD?
A
  • Indicação de laparotomia bem estabelecida: sinais de peritonite, evisceração, trauma penetrante que certamente atingiu uma víscera.
  • Contraindicações relativas incluem cirurgia abdominal prévia, obesidade mórbida, cirrose avançada e presença de coagulopatia.
18
Q
  1. Qual o objetivo do USG FAST e quais locais ele pode investigar?
A
  • O objetivo principal do método é identificar líquido livre na cavidade abdominal, que pode ser tanto sangue quanto conteúdo extravasado de víscera oca. As áreas examinadas correspondem ao espaço hepatorrenal, ao espaço esplenorrenal e à pelve (fundo de saco de Douglas).
    Embora o foco de atenção primária seja a cavidade peritoneal, o espaço pleural e o pericárdio também são examinados. O FAST identifica com grande sensibilidade sangue
    em cavidade pericárdica.
19
Q
  1. O que pode interferir no resultado do USG FAST?
A
  • Obesidade e grande quantidade de ar são condições que podem dificultar a interpretação
    dos achados.
    -É um exame operador dependente.
20
Q
  1. Sobre CD instáveis ou estáveis, TC, LPD e FAST:
A
  • Pacientes INSTÁVEIS HEMODINAMICAMENTE com LPD ou FAST positivos, nos
    quais a hipotensão se mantém mesmo após a infusão de volume, está indicada a LAPAROTOMIA EXPLORADORA. Nos HEMODINAMICAMENTE ESTÁVEIS (porque sempre estiveram ou porque recuperaram a hemodinâmica após infusão rápida de volume), o próximo passo é a realização de TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME.
21
Q
  1. Qual a indicação da TC?
A
  • A TC de abdome está indicada somente nas vítimas estáveis hemodinamicamente, com LPD ou FAST positivos.
    Ou seja:
    -Contusão abdominal + Irritação peritoneal: Laparotomia exploradora
  • Contusão abdominal + Sem irritação peritoneal + distensão e escoriações + Redução de PA: Laparoromia exploradora
  • Contusão abdominal + Sem irritação peritoneal + distensão e escoriações + PA normal: TC de abdome
  • Contusão abdominal + Politrauma (Abdome e pelve) + Redução do nível de consciência = FAST ou LPD se FAST ou LPD positivos e PA normal: fazer TC
  • Contusão abdominal + Politrauma (Abdome e pelve) + Redução do nível de consciência + PA baixa refrataria a infusão de volume = Laparoromia exploradora
22
Q
  1. O achado de liquido no abdome, na TC, isoladamente é o bastante para indicar laparotomia exploradora em paciente estável, ou são necessárias outras considerações a respeito?
A

Na TC de abdome, a presença de líquido livre em cavidade requer avaliação cuidadosa. Se este achado é acompanhado de envolvimento de vísceras sólidas (como o fígado e baço), inicialmente devemos acreditar que este fluido seja sangue e a conduta nem sempre é cirúrgica. O grande desafio é quando encontramos líquido livre em cavidade de forma isolada; esta alteração pode ser decorrente de lesão de vasos mesentéricos, e o sangramento costuma cessar rapidamente. Contudo, não podemos descartar a presença de lesão intestinal. Quando a quantidade de líquido é visualizada em mais de um quadrante do abdome, o comprometimento de vísceras ocas tem maior probabilidade de estar presente, o queindica laparotomia exploradora.

23
Q
  1. Quando considerar a possibilidade de trauma esplênico?
A

Na presença de:

  • Dor subescapular esquerda (Sinal de Kehr).
  • Fratura de arcos costais a esquerda;
  • Trauma abdominal importante, por que o baço é o órgão mais comumente afetado;
24
Q
  1. Quais os achado radiológicos de trauma de baço na TC com contraste?
A
  • Extravasamento de contraste na fase arterial próximo ao hilo esplênico;
  • Lesão do órgão;
25
Q
  1. Quais as possíveis complicações pós esplenectomia em crianças e adultos?
A
  • Sepse grave e choque séptico – especialmente em crianças;

- Redução da IgG serica;

26
Q
  1. Além das indicações de CD conservadora no trauma abdominal (citar quais são) quais as indicações de CD conservadora na lesão esplênica?
A

(1) estabilidade hemodinâmica;
(2) exame abdominal negativo para irritação peritoneal;
(3) ausência de indicações precisas de laparotomia ou de lesões associadas que necessitem intervenção cirúrgica;
(4) ausência de condições clínicas que aumentem o risco de sangramento (coagulopatias, uso de anticoagulantes orais e insuficiência hepatocelular crônica);
(5) lesões esplênicas graus I a III

27
Q
  1. Como conduzir um trauma esplênico em paciente estável?
A
  • Internar em UTI por 48 – 72h;
  • Passar sonda nasogastrica;
  • Medidas seriadas de hematócrito, avaliação clínica e exame físico abdominal;
  • Na presença de alteração de Ht fazer no va TC de abdome;
  • Não havendo alteração no período descrito, o paciente é encaminhado para Unidade de Terapia Intermediária, liberamos a dieta e ele começa a deambular;
28
Q
  1. Qual o tto para contrast blush (coleção hiperdensa, formada por meio de contraste, no parênquima esplênico)?
A

Embolização angiográfica da lesão sangrante.

29
Q
  1. No trauma esplênico, em quais cisrcunstancias está indicada a laparotomia exploradora?
A

Estabilidade hemodinâmica com sinais de irritação peritoneal, instabilidade hemodinâmica com LPD ou FAST positivos, lesões esplênicas graus IV e V, de acordo com a AAST, e presença de coagulopatia.

30
Q
  1. Quais os cuidados recomendados ao paciente esplenectomizado?
A
  • Pacientes esplenectomizados devem ser submetidos à imunização para prevenção de infecções pneumocócicas, meningocócicas e aquelas ocasionadas por Haemophilus influenzae tipo B, o melhor momento para administração das vacinas devido à esplenectomia é após o 14º dia de pós-operatório. Embora adultos esplenectomizados tenham uma probabilidade baixa de infecção por hemófilo, a vacina conjugada mesmo assim deve ser administrada.
31
Q
  1. Qual a CD no paciente vitima de trauma hepático?
A
  • Se estáveis e sem sinais clínicos de peritonite, os pacientes mesmo com lesões graus IV e V, podem ser acompanhadas clinicamente;
  • Esses pacientes devem permanecer internados por no mínimo 5 dias, passando as primeiras 48h em UTI;
  • SSVV e Ht são verificados devem ser seriados e na presença de queda do Ht, fazer nova TC;
32
Q
  1. O que é a Manobra de Pringle?
A
É utilizada no trauma hepático, onde clampeamos com pinça vascular as estruturas do
ligamento hepatoduodenal (colédoco, artéria hepática e veia porta). Este procedimento permite a diferenciação entre sangramentos provenientes de ramos da veia porta, que não para de sangrar após clampeamento, do sangramento de ramos da artéria hepática, que param de sangrar.
33
Q
  1. O que fazer no trauma hepático onde a rafia dos vasos não interrompe o sangramento devido a extensão da lesão?
A

Abre-se a cavidade abdominal e deixa-se as compressas sobre o fígado, o paciente é enviado para UTI para correção da hipotermia, acidose e coagulopatia, sendo reabordado depois para controle de danos. Em lesões venosas justa—hepáticas, de elevada mortalidade (77%) o médico de transplante hepático deve ser contatado.