TORCHES Flashcards
Sífilis Congênita
Infecção pelo T.Pallidum transmitida por via transplacentária hematogênica em qualquer fase gestacional, diagnóstico é baseado nos sintomas que a maioria dos infectados apresenta ao nascer, como alterações radiológicas (periostite e osteocondrite) de LCR e hematológicas (anemia, leucocitose e monocitose)
Verdadeiro ou falso?
- Falso
- Mais de 50% nasce assintomático
- Sintomas se manifestam dentro dos 3 primeiros meses de vida
Hepatite B congênita
Período gestacional com maior risco de transmissão transplacentária
Risco de transmissão
- Primeiro trimestre: 10%
- Segundo e terceiro trimestre: 60%
PS
Caso mãe portadora crônica e com HBSag/HbAG reagentes, não fazer imunoprofilaxia, mais 90% das crianças irão desenvolver infecção aguda para VHB e poderão progredir para infecção crônica
- Maioria dos RNs é assintomática
CMV perinatal (parto/pós-parto)
* Transmissão
* Sequelas: físicas e em imagem
* Diagnóstico: método e até quando fazer
* Tratamento: medicamento, o vírus é eliminado totalmente
- CMV perinatal é adquirido principalmente devido a exposição a secreções genitais infectadas e no aleitamento
- Infecção subclínica (assintomática) na maioria das vezes, importante realizar exames audiométricos e avaliações do desenvolvimento periódico
Principal sequela.
- Surdez neurosensorial detectada nos 3 primeiros anos de vida, é a principal causa de surdez neonatal não hereditária
Outras alterações:
- Calcificações periventriculares (na toxoplasmose é intraparenquimatosa)
- Alterações oculares
- Restrição crescimento uterino
- Hepatomegalia
Diagnóstico:
- Isolamento viral ou PCR em urina ou saliva até 3 semanas de vida no máximo
- Realizado logo após o nascimento
Tratamento: imagem
O VÍRUS TRATADO FICA APENAS LATENTE, PODE SER REATIVADO!!
TORCHES
Sífilis gestacional
Peridiocidade testes na gestante e retratamento
Acompanhamento
- Teste não treponêmico (VDRL) mensal
RETRATAMENTO
- Não redução da titulação em 2 diluições no intervalo de 6 meses (sífilis recente) ou 12 meses (sífilis tardia) após tratamento adequado
- Aumento da titulação em 2 diluições em qualquer momento do seguimento
- Persistência ou recorrência de sinais e sintomas em qualquer momento do seguimento
Sífilis gestacional
- Diagnóstico
- Tratamento
- Retratamento
Diagnóstico
- Na gestante basta 1 teste positivo para fechar diagnóstico infecção por T.Pallidum
- Pode ser não treponêmico (VDRL,RPR) ou treponêmico (FTA-ABS,TPHA e ELISA)
Tratamento
- Iniciar tratamento com Bezentacil 30 dias antes do parto
- Controle terapêutico com VDRL mensal
- Tratamento do parceiro sexual não é mais critério de tratamento adequado
RETRATAMENTO (sempre avaliar VDRL)
- Não redução da titulação em 2 diluições (EX: 1:16->1:4) no intervalo de 6 meses (sífilis recente) ou em 12 meses (sífilis tardia) após tratamento adequado
- Aumento da titulação em 2 diluições em qualquer momento do seguimento
- Persistência ou recorrência de sinais e sintomas em qualquer momento do seguimento
Toxoplasmose gestacional
* Diagnóstico: até quando fazer?
* Tratamento: Quando iniciar esquema triplice
RESUMO
IGG/IGM(+)–>Iniciar Espiramicina–>Avidez (-)(só solicitar até 16 semanas): continuar espiramicina –> 18 semanas, solicitar USG e PCR –> se positivos, trocar para esquema triplíce (sulfadiazina, ácido folínico e pirimetamina)
PRIMEIRO TRIMESTRE
Sorologia TXP IGG e IGM
- Suscetível: IGG e IGM (-)
- Imune: IGG (+) e IGM (-)
- Soroconversão: previamente IGG/IGM(-) vira IGG/IGM (+)
- Casos suspeitos: IGM/IGG (+) na primeira consulta, sem informações prévias. O IGM pode permanecer positivo por mais de 1 ano após infecção aguda, portanto a gestante pode ter infecção aguda ou crônica
- Já iniciar espiramicina em casos suspeitos
- Solicitar avidez nos casos suspeitos, só pode ser feita até 16-20 semanas
- Avidez alta: infecção antiga, 4-5 meses atrás, IGM falso positivo
- Avidez baixa: infecção aguda ou casos crônicos
- Ao se confirmar infecção fetal, mudar esquema para triplice (acido folínico, pirimetamina e sulfadiazina) até o momento do parto
Toxoplasmose >16 semanas
- Trocar espiramicina por pirimetamIna+sulfadiazina+ácido fólico se infecção aguda diagnóstica apenas no 3 trimestre, não há necessidade de amniocentese
- Iniciar investigação fetal com 18 semanas (e após 4 semanas de infecção materna) por meio da amniocentes, USG e PCR.
- Alterações no USG incluem: focos hiperecogênicos, hidrocefalia, rest, cresc, hepatoespenomegalia, ascite, calcificações intra hepáticas, hidropsia fetal
- Se PCR do liquido amniotico positivo para toxoplasmose, manter esquema triplice até o parto, não precisa suspender sulfadiazina 1 mês antes do parto
- Se PCR negativo, manter espiramicina até o parto
HIV gestacional
- Diagnóstico: quando fazer? quantos testes? Quando iniciar tratamento?
- Via do parto: como e quando é definida? Qual medicação usar?
- Contraindicações do parto?
- Profilaxia do RN?
- Teste para HIV deve ser feito no 1 e 3 trimestre e no momento do parto
- Diagnóstico só é confirmado com 2 testes diferentes positivos
- TARV deve ser iniciada assim que houver diagnóstico: TDF+3TC+DTG
Com 34 semanas, baseado na CV, definimos a via de parto:
- CV desconhecida ou >1000 cópias/ml: cesárea eletiva com 38 semanas+Zidovudina/AZT EV no parto 3 hrs antes e mantido até ligadura do cordão umbilical
- Trabalho de parto antes de 38 semanas + 4cm de dilatação: AZT EV e cesarea após 3hrs, suspender AZT após clampeamento do cordão
- CV< 1000: parto segundo indicação obstétrica, pode ser vaginal->AZT injetável IV no parto
- Indetectável: parto vaginal segundo recomendação obstétrica, pode ser vaginal. Não precisa de AZT, apenas continuar usando TARV
- CV>1000 cópias em momento de parto ativo: parto vaginal + AZT EV
Cuidados com o RN
- Evitar amniotomia,evitar clampeamento imediato, evitar aspirar VA, evitar instrumentos e realizar banho precoce para remover sangue
- HIV é contraindicação absoluta a amamentação
Profilaxia do RN
RN de baixo risco (mãe com TARV regular desde primeira metade da gestação +CV indetectável a partir da 28 semana):
- apenas Zidovudina (AZT) por 28 dias
RN de alto risco (tudo que não se encaixa na de baixo risco):
- AZT +Lamivudina (3TC) + Raltegravir (RAL) por 28 dias.
HEPATITE B GESTACIONAL
- Exames para definir conduta
- Vacinar RN e mãe? (Meses?) Forma de parto? Pode amamentar?
- Gestantes HBsAG reagentes no exame de triagem deverão complementar a avaliação com solicitação de HBeAG, ALT (TGP) e CV-HBV.
- CV> 200.000 e AST/ALT >2x normal indica TDF
- Se HBeAG reativo (replicação viral) fazer profilaxia com TDF (tenofovir) no 3 trimestre (28-32 semanas) e manter após o parto
- PS: se HBeAG reativo, CV-HBV não tem importância, pois já se assume que a carva viral é alta.
Conduta
- Vacinar gestantes contra hepatite B (0-1-6 meses)
- Parto vaginal(obstétrico)+lactação permitida (se fissura com sangue, usar outra mama)
- RN deve ser vacinado e receber imunoglobulina (HBIg) ao nascimento, AMBAS ATÉ 12 HORAS
Rubéola congênita
Semestre de risco, quadro clínico e tratamento
- Causada pelo vírus RNA do gênero Rubivírus da família Togaviridae
- Risco de transmissão vertical maior se contraído no primeiro trimestre e até 18-20 semanas, chegando a 90% se contraído antes das 11 semanas
Principais manifestações( OCO-ouvido, coração, olho ):
- Perda auditiva: manifestação tardia mais comum. Geralmente bilateral e origem neurosensorial (degeneração da coclea e orgão de corti)
- Catarata:
- Cardiopatia congênita (Persistência do canal arterial a mais comum)
Tratamento:
Sem tratamento
Sífilis Congênita
- Manifestações precoces e radiograficas
Manifestações precoces- até 2 anos
- Rinite sífilica ou corrimento nasal: secreção purulenta excessiva
- Rash maculopapular e exantema vesicular (pênfigo bolhoso): área de eritema acompanhada de descamação em palma das mãoes e planta de pé com vesículas de conteúdo purulento, contato transmite infecção
- Pseudoparilisa de Parrot: limitação de movimento unilateral de MMSS devido a osteocondrite
-
Alterações radiográficas:
1. Periostite:
2. Sinal de Wimberger: degeneração da porção proximal da tíbia
Sífilis congênita
Manifestações tardias (>2 anos)
Principais:
- Dentes de Huntchington
- Coriorretinite
- Perda auditiva sensorial
- Tíbia em sabre
- Nariz em cela
Sífilis Gestacional
- Paciente com Cicatriz sorológica-conduta
- Se mãe com sífilis gestacional prévia, com histórico comprovado de tratamento adequado e documentação de queda de VDRL em 2 diluições (1/16->1/4)
- Apresenta teste treponêmico positivo (hemaglutinação indireta)
- Conduta: coletar VDRL do RN
Sífilis Congênita
Conduta
- Caso a gestante não tenha feito exames para sífilis e já tenha ocorrido o parto, coletar teste rápido. Se positivo, avaliar histórico de tratamento da gestante (se negativo, não necessidade de tratamento para bebe ou gestante)
- Verificar se foi tratada adequadamente durante a gestação (Benzetacil 30 dias antes do parto)
- Coletar VDRL materno e infantil
Caso 1: VDRL infantil menor que 2 diluições do que VDRL materno (EX: VDRLi: 1/2, VDRLm:1/8)
- Fazer exame físico na criança
- Se normal, considera-la exposta a sífilis, sem necessidade de tratamento imediato (mais precisa ser acompanhada)
- Se alterado, verificar VDRL
- Se VDRL reagente (qualquer titulação): seguir conduta de sífilis congênita (CASO 2)
- Se não reagente: investigar para outras TORCHES
Caso 2: VDRL infantil maior que 2 diluições do VDRL materno (EX: VDRLi: 1:16, VDRLm:1/4)
- Considerar sífilis congênita, notificar
- Realizar no RN: HMG, glicemia, RX de ossos longos e líquor (VDRL, glicorraquia, celuraridade, proteínorraquia)
- Se exames normais (LCR sem nenhuma alteração em prot,glicose,VDRL,celularidade): aplicar Penicilina Benzatina 50.000 UI IM DU
- Exame alterados EXCETO liquor: Penicilina cristalina EV ou Penicilina Procaína IM por 10 dias
- Alteração liquor (ou se não foi possível coletar): neurosífilis-> Penicilina Cristalina EV por 10 dias
- PS: VDRL +, Proteína > 150 e celularidade acima de 25 são alterações do liquor, bastando um deles
Seguimento (do RN)
- VDRL seriado: 1,3, 6, 12 e 18 mes
- Espera-se que começe a cair no terceiro mês e negativado no sexto, se não cair ou subir por muito tempo, devemos retratar
- Fazer teste treponêmico aos 18 meses (confirma)
- Fazer seguimento oftalmológico, neurológico e audiológico
HIV congênito
Investigação no RN
- Solicitar carga viral nos prazos abaixo e com 1 ano a sorologia
- Se todos negativos, a infecção por HIV é descartada