Sífilis, HIV e Toxoplasmose Flashcards
Pré-natal e HIV
Objetivo: chegar ao fim do pré-natal com carga viral indetectável;
Todo pré-natal de HIV é alto risco= encaminhar;
TARV= TDF+ 3TC+ Ral
Quando? A partir da 14a sem;
Não aguardar resultado de genotipagem para iniciar o tratamento!
Via de parto
CV desconhecida ou <1000= cesárea eletiva 38s
CV<1000= parto normal (AZT venoso intraparto)
CV indetectável= parto normal
Cuidados no Periparto
Via de parto
CV desc ou >1000: cesárea eletiva 38s+ AZT
CV <1000: parto normal+ AZT
CV indetectável: parto normal+ TARV oral
AZT 2mg/kg na 1a hora; 1mg/kg nas horas subsequentes; iniciar 4h antes da cesariana;
Clampeamento imediato? Discutível! Na prova marcar que sim!!
Amamentar? Não!!
No RN: AZT até 4sem, 4mg/kg/dose a cada 12h;
Evitar procedimentos invasivos durante o trabalho de parto (amniocentese, amniotomia, escalpo cefálico);
Limpar o RN com compressas macias, todo o sangue e secreções visíveis na superfície corporal> banho em água corrente> aspiração de vias aéreas, se necessário;
FR associados à transmissão vertical: CV, Def materna de Vit A, intervalo prolongado entre rotura da memb amniótica e o parto, doença venérea na gravidez, parto prematuro, tabagismo, uso de droga na gestação, amniocentese, corioamnionite e amniorrexe prematura;
Antirretrovirais
TARV é indicada para todas as gestantes independentemente de CV ou CD4 (diminui a taxa de transmissão vertical); iniciar antes mesmo dos resultados de CV, CD4 ou genotipagem;
Quando iniciar? A partir da 14a sem (não há segurança comprovada do uso de TARV no 1°trim);
1a escolha: TDF+ 3TC+ Ral
2a escolha: TDF+ 3TC+ EFZ* (precisa do resultado da genotipagem);
Intraparto:
Escolha: AZT venoso 1-2mg/kg/h
Impossibilidade: AZT oral 300mg 3/3h
CV indetectável 35sem+ esquema tríplice: parto normal+ TARV oral;
HIV e Parto normal
Via de parto
CV desc ou >1000= cesárea eletiva 38sem;
CV<1000 a partir 34sem= parto normal se uso regular do TARV;
CV indetectável a partir 34sem= parto normal se uso regular do TARV;
Bolsa rota: aumenta taxa de transmissão vertical progressivamente a partir de 4h;
Evitar procedimentos invasivos, AZT no início do trabalho de parto (exceto se indetectável) e clampeamento imediato do cordão;
Cuidados com o RN: parto impelicado, banho imediato, evitar traumas, iniciar AZT oral nas primeiras 4h;
Detalhes
Testar na 1a consulta, 3° trim e na admissão;
Teste de rastreio (Ac): teste confirmatório (Ag);
Se discordantes: CV em 30 dias;
Carga viral: 1a consulta, 4sem após introduzir/modificar TARV, com 34sem;
CD4: 1a consulta, a cada 3m e com 34sem;
Genotipagem: para todas!!
Contraindicação absoluta de amamentação!!
Cesárea não é via de parto exclusiva!! (Apenas se CV desconhecida ou >1000 cópias)
Sífilis: apresentação clínica
Sífilis primária: úlcera; linfonodomegalia genital unilateral, múltipla e sem flogose; “cancro duro”; aparece após 21d de contato sexual e desaparece após 4s;
Sífilis secundária: 4 a 8sem após cancro duro; regride 2-6sem; remissão mais intervaladas; condiloma plano, lesões eritematosas em tronco e lesões palmo-plantares; alopecia, madarose;
Sífilis terciária: 3 a 20 anos após infecção; 1/3 das sífilis secundárias evoluem; resultado da reação de complexos imunológicos; gomas sifilíticas, demência, tabes dorsalis (marcha tabética), aneurisma aórtico (geralmente ascendente);
Reação de Jarisch-Herxheimer: SIRS secundária a antígenos treponêmicos;
VDRL
Anticorpo contra cardiolipina do treponema; presente também nas células dos mamíferos e se manifesta após dano celular (pode dar falso-positivo); positivam após 3-6sem do contato sexual;
Sorologia obrigatória no 1° e 3° trimestres e na admissão da maternidade;
Como interpretar VDRL?
VDRL+ <1/8: já tratou? Tem teste treponêmico?
VDRL >=1/8: tratar sempre!
Após tto acompanhar com VDRL mensal!!
Teste Treponêmico
Identifica anticorpo contra as espiroquetas (confirmam contato com Treponema); Muito específico (pouco falso +); positivam 1-2sem após contato sexual;
FTA-Abs IgM é capaz de identificar atividade da doença!!
Como interpretar? TRT+/VDRL+: cicatriz/doença TRT+/VDRL-: cicatriz sorológicos TRT-/VDRL-: sem sífilis TRT-/VDRl+: falso positivo
Os testes treponêmicos não servem para controle de tto!
Tratamento e dessensibilização
Sífilis primária, secundária, latente recente: Penicilina G benzatina, IM, 2.400.000 UI, dose única;
Sífilis terciária, latente tardia: Penicilina G benzatina, IM, 2.400.000 UI, 3x;
Neurossífilis: Penicilina Cristalina, IV, 4.000.000 UI, 4/4h, 14d;
Na gestação, na maioria das vezes será tratamento para fase latente tardia!! 3doses;
Sempre tentar tto com Penicilina, mesmo se alérgica!! Tentar dessensibilização!
Dessensibilização: droga Penicilina V oral;
Na impossibilidade: Ceftriaxone;
Evitar: Eritromicina;
Tto adequado: tto completo com Penicilina, início 30d antes do parto, parceiro tratado corretamente;
Sífilis congênita
O tto deve ser instituído o mais breve possível para evitar transmissão vertical!!
Preenche critérios para tto adequado?
50% dos RNs são assintomáticos!
Neonatologista fará pesquisa ativa!
Diagnóstico do RN
Hemograma, RX de ossos longos, perfil hepático, eletrólitos, otorrino, oftalmo;
*FTA-Abs IgG podem ser maternos; FTA-Abs IgM são sempre do RN;
Toxoplasmose: visão geral
Toxoplasma gondii (protozoário), parasita obrigatório; transmissão fecal-oral; ciclo de vida: hospedeiro definitivo (gatos) e intermediário (ovelhas, bovinos, humanos); susceptibilidade: orientações (contato com gatos, ingerir carne mal passada, manipular carne, lavar frutas e verduras);
Sinais na USG: calcificações cerebrais difusas, hepatoesplenomegalia e calcificações hepáticas, RCIU e polidramnia, derrame pericárdico;
Triagem sorológica
80% das pacientes são assintomaticas; alta prevalência (60%); sorologia obrigatória; IgM positiva com 1sem de infecção; IgG positiva com 2sem;
Interpretação: IgG-/IgM-: susceptível IgG+/IgM-: imunidade IgG-/IgM+: aguda/falso+ IgG+/IgM+:aguda/imune
Teste de Avidez: infecção<16sem: baixa <30%; se infecção>16sem: alta >60%;
Conduta
IgG-/IgM+ (infecção ultra-aguda ou falso positivo)> repetir IgG em 03sem e iniciar tto;
Teste de avidez: IgG e IgM+ (até 16a sem);
Investigação fetal: IgM+ >16sem, baixa avidez, positivação do IgG;
Qndo tratar? Sempre que IgM +
Como tratar? Espiramicina;
Como seguir? Repetir IgG, Avidez, Investigação fetal;
Investigação fetal: Amniocentese (padrão-ouro; PCR de LA); Cordocentese (discutir com a pcte);
Tto: sem acometimento fetal= manter espiramicina (3g/dia; 1g de 8/8h); com acometimento fetal= Sulfadiazina, Pirimetamina, Ácido Folínico; revezar 3sem de espiramicina e 3sem de esquema tríplice;
*Ácido Folínico é usado para amenizar efeitos tóxicos na medula pela Pirimetamina; suspender Sulfadiazina a partir da 34a sem;