Doença Inflamatória Pélvica Flashcards
DIP X DIU
Divergências na literatura (MS e CDC):
CDC: risco de DIP só existe nas primeiras 3 semanas pós-inserção do DIU; infecção pré-existente; DIU apenas auxiliou na ascensão do microrganismos patológicos;
MS: risco de 3-5x maior; se tiver cervicite;
Condutas:
CDC: não precisa tirar o DIU de rotina; apenas se n houver melhora em 48-72h de tto;
MS: não precisa ser retirado de rotina; “caso exista contraindicação, remoção deve ocorrer após 2 primeiras doses do ATB”
Agente etiológico:
DIU: Actinomyces israelii
Inserção do DIU: sinais de cervicite ou vaginose bacteriana; tratar e reagendar!
Vaginose: associação com a DIP
Diagnóstico
QC: dor pélvica aguda (mais comum); corrimento mucopurulento; dispareunia de profundidade; sangramento uterino; febre;
Algumas pacientes tem sintomas sutis e inespecíficos;
Dx:
MS: 3 critérios maiores+ 1 critério menor OU 1 critério elaborado
–Maiores: dor no hipogastrio, dor à mobilização do colo e dor à palpação de anexos
–Menor: temperatura axilar >37,5° ou oral >38,3°; secreção vaginal/cervical anormal; massa pélvica; leucocitose cervical/sérico; aumento de PCT/VHS; gonoco, clamífia ou micoplasma+
–Elaborado: endometrite (histologia); abscesso tubo-ovariano (ex de imagem); laparoscopia com DIP;
Nos EUA, limiar para o Dx e TTO é mais baixo!
- -Mínimos: basta 1 dx: dor à palpação uterina OU dor à mobilização do colo OU dor à palpação de anexos;
- -Adicionais: clamídia ou gonococo endocervical; corrimento mucopurulento endocervical; febre, aumento de PCR; aumento de VHS; leucocitose em secreção vaginal
- -Específicos: semelhantes aos brasileiros
Exames complementares: exclui diagnósticos diferenciais e corroboram a nossa hipótese; no PS= BHCG (excluir gestação), HMG (ver parte Infecciosa), PCR/VHS (marcadores inflamatórios), U1/urocultura (afastar ITU), USG TV;
Outros: pesquisa de clamídia e gonococo, sorologias, biópsia de endométrio, Bacterioscopia de secreção vaginal, TC/RM;
Diagnósticos diferenciais:
- Ginecológicos: torção axial, cisto hemorrágico, gestação ectópica, endometriose (história mais crônico)
- Não ginecológicos: apendicite, ITU, litíase renal, gastroenterite, diverticulite
Tratamento
Maior parte dos casos: anamnese e exame físico!
Iniciar o tto o mais rápido possível!! Prevenção de sequelas.
Tto: ATB amplo espectro (flora polimicrobiana da DIP; efetivo contra clamídia e gonococo;
Ambulatório ou Internação hospitalar (abscesso tubo-ovariano, estado geral grave (febre, vômitos), sem melhora após 72h de ATB oral, intolerância de medicação VO, dificuldade de exclusão de emergência cirúrgica, gestação;
Ambulatório: “Coisa (ceftriaxona) Do (doxiciclina) Mal (metronidazol)”
Ceftriaxone IM dose única + Doxiciclina VO 14 dias e Metronidazol VO 14 dias
Hospitalar: opção 1: Cefoxitina EV+ Doxiciclina VO; opção 2: clinda (gram+ e anaeróbio) EV+ genta EV (gram-); Após 24-48h de melhora clínica pode receber alta com ATB VO.
Abscesso tubo-ovariano: não precisa ser drenado de rotina; internação e ATB EV; drenar se paciente n obtiver melhora com ATB, rotura do abscesso ou aumento do abscesso durante tto; laparoscopia, laparotomia, guiada por USG ou TC;
Seguimento pós tto: abstinência sexual, sorologias para ISTs, métodos de barreira, parceiros avaliados e tratados (60 dias).
Complicações
Agudas:
- abscesso tubo-ovariano;
- síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (fase aguda)- peri-hepatite;
- choque séptico.
Tardias:
- gestação ectópica: DIP é o principal fator de risco para a primeira gestação ectópica;
- infertilidade: 12 a 50% de chance de infertilidade; distorção anatômica e funcional das tubas; aderências+ obstrução+ tubária;
- Dor pélvica crônica: aderências pélvicas;
- Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (fase crônica): aderências em corda de violino; tto com Cefoxitina 2g EV 6/6h 14 dias+ Doxiciclina 100mg VO 12/12h 14 dias