Sangramentos de 2a metade da gestação Flashcards

1
Q

Quais as principais causas de sangramento na 2a metade?

A

DPP, PP, roturas (uterina, vasa prévia, seio marginal).

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2
Q

O que é o DPP?

A

É o descolamento prematuro da placenta após 20s e antes do período expulsivo do parto, promovendo a formação de um coágulo retroplacentário.

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3
Q

Qual a epidemiologia da DPP?

A

1-2% das gestações, principalmente entre 24-26s e é a principal causa de óbito perinatal.
*DPP > 50% normalmente determina óbito fetal.

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4
Q

Qual a classificação da DPP?

A

0 - assintomático (dx retrospectivo por histopatológico).
1 - sintomas leves (sangramento VV discreto, sem hipertonia significativa e sem dor) e prognóstico bom (vitalidade fetal preservada, sem coagulopatia ou repercussão hemodinâmica).
2 - intermediário (sangramento mais intenso, hipertonia franca com contrações tetânicas, taqui materna e hipotensão postural). O feto está vivo porém com comprometimento da vitalidade.
3 - o QC é grave (hipotensão materna, óbito fetal). A. sem coagulopatia; B. com coagulopatia.

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5
Q

Quais os FR para DPP?

A

HAS (p - 50% dos casos de DPP não traumático), trauma (p acidente automobilístico), idade > 35 anos, retração uterina intensa (polidramnia com rotura de bolsa, gemelaridade), brevidade do cordão, versão fetal externa, miomas e drogas (tabaco/cocaína).

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6
Q

Como a HAS/DHEG promove DPP?

A

Por obstrução das artérias deciduais e infartos placentários.

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7
Q

Como a sobredistensão uterina favorece a DPP?

A

Com o rompimento da bolsa e a saída de líquido (ou após a saída do 1° gemelar), há uma descompressão muito rápida da pressão intrauterina com possibilidade de DPP.

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8
Q

Qual a fisiopatologia da DPP?

A

O sangue fora do vaso (no hematoma) tende a invadir a placenta e a descolar ela cada vez mais, entrando em um ciclo vicioso de sangramento/descolamento. O sangue extravasado apresenta capacidade de irritação da parede uterina conforme vai infiltrando-a, promovendo contratilidade uterina e hipertonia (maioria: evolui para TP). A infiltração do sangue no miométrio passa a desorganizasr sua citoarquitetura, ocorrendo a passagem da hipertonia para hipotonia no pós-parto (útero com sufusões hemorrágicas, arroxeado e edemaciado - útero de Couvelaire ou apoplexia uteroplacentária). É importante lembrar que a formação do coágulo consome fatores de coagulação e pode promover uma coagulopatia. Além disso, a tromboplastina liberada no coágulo passa para a circulação materna e estimula a CIVD, aumentando ainda mais o consumo dos fatores de coagulação além de disfunções orgânicas (NCA). O resultado é a incoagulabilidade sanguínea.

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9
Q

Como é a hipertonia da DPP?

A

Por taquissistolia (antes do relaxamento já sobrevém outra contação) e por hipertonia autêntica, decorrente da irritação do sangue sobre as fibras musculares.

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10
Q

Qual o QC da DPP?

A

Dor abdominal (lombar se placenta posterior), taquissistolia, hipertonia (não há relaxamento - consistência lenhosa), SFA (é a regra se a criança já não morreu), hemoâmnio (entra sg na cavidade amniótica - LA rosado) e sangramento vaginal (sangue escuro, pois é coágulo - pode ou não estar presente).

  • Hipertonia em > 20s quase certeza que é DPP na prova.
  • *Se TP, a dor do DPP se mantém entre as contrações.
  • **O parto é frequentemente em alude: feto, placenta e páreas expulsos em turbilhão.
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11
Q

Qual a peculiaridade do pulso materno na DPP?

A

Inicialmente pode estar normal apesar da perda sanguínea importante (pulso paradoxal de Boero), porém, no decorrer do quadro, irá se manifestar classicamente como choque hipovolêmico.

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12
Q

Por que ocorre o SFA na DPP?

A

Pois há uma contração excessiva do útero, comprimindo os vasos e diminuindo a vascularização fetal, e há uma perda da superfície de troca materno fetal, pois uma parte descolou ou está descolendo.

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13
Q

O sangramento vaginal ocorre sempre na DPP?

A

Não, pois às vezes o coágulo retroplacentário só aparece após a retirada da placenta (o sangramento é oculto - ocorre em 20% dos casos).

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14
Q

Como identificar, na hora da prova, uma DPP sem sangramento vaginal?

A

HIPERTONIA uterina com mais de 20 semanas.

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15
Q

Como fazer o dx da DPP?

A

Através do QUADRO CLÍNICO APENAS (anamnese e EF)!!!
*NÃO HÁ NECESSIDADE DE OUTROS EXAMES (ex: USG não vê o hematoma na fase aguda - não vou perder tempo para fazer outros exames pois pode significar a vida do feto - NÃO DEVE SER FEITO!!!). Eu só cogito se não puder distinguir de PP.

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16
Q

Quando eu posso pedir USG no sg de 2a metade?

A

Quando houver dúvida dx, exemplo: paciente com sangramento porém sem clínica ou epidemiologia de DPP.

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17
Q

Qual o objetivo dos exames laboratoriais na DPP e quais devem ser solicitados?

A

Avaliar as complicações do DPP (anemia, choque hipovolêmico e discrasia sanguínea). Realizar HMG, rotina DHEG, tipagem e Rh e coagulograma, além da função renal (DPP é causa importante de NCA).

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18
Q

Qual teste pode ser usado para avaliar o estado de coagulação da paciente? Explique-o.

A

O teste de Weiner, podendo ser realizado a beira leito sem a necessidade de laboratório. São obtidos 8 mL de sangue e colocados em tubo de ensaio à 37° e aguarda-se a coagulação. Um coágulo em 5-10 min que permanece firme nos próximos 15 minutos afasta distúrbios de coagulação.

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19
Q

Qual a conduta após dx de DPP?

A

É uma conduta IMEDIATA e deve ser resolvida RAPIDAMENTE (a depender do feto):

1) Feto vivo: tirar o mais rápido possível - cesariana. Posso fazer vaginal se for IMINENTE (período expulsivo) com condição para fórceps.
2) Feto morto: a minha preocupação é só com a mãe, sem necessidade de interrupção imediata. É preferível o parto vaginal. Cesária apenas se o parto vaginal for demorar.
* DEVO SEMPRE REALIZAR A AMNIOTOMIA ANTES DE QUALQUER VIA DE PARTO (descompressão da VCI, dificulta a ampliação do descolamento, melhora hipertonia, identifica hemoâmnio, diminui pressão intrauterina, diminui risco de coagulopatia, induz ou acelera parto).

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20
Q

Qual o risco materno da DPP?

A

A presença do coágulo se formando progressivamente promove o consumo de fatores de coagulação, podendo fazer com que a paciente evolua com alguma coagulopatia e predisponha ao sangramento. Por isso não é indicado a cesária com feto morto, pois irá sangrar muito se houver coagulopatia.

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21
Q

Por que a amniotomia é importante na conduta de DPP?

A

Pois ajuda a descomprimir a área do hematoma (diminuindo a progressão do sangramento), menor o risco de coagulopatia (CIVD), diminui a chance de hipotonia uterina.

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22
Q

Por que ocorre a hipotonia uterina no DPP?

A

Pois esse sangue no hematoma retroplacentário em contato com o útero por tempo prolongado é capaz de infiltrar nas fibras uterinas e promover um desarranjo dela, prejudicando a contração uterina e aumentando o risco de hipotonia uterina no pós-parto.

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23
Q

Quais as complicações da DPP?

A

Útero de Couvelaire (apoplexia uteroplacentária), CIVD, sd de Sheehan, IRA, choque hipovolêmico.

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24
Q

O que é o útero de Couvelaire?

A

É um útero com sufusões hemorrágicas (sangue que infiltrou na parede uterina) promove dificuldade das contrações miometriais (o sangue desorganiza as fibras miometriais), fazendo com que esse útero não se contraia e não pare de sangrar.

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25
Q

Qual a conduta caso útero de Couvelaire?

A

Por ser uma das grandes causas de morte materna no mundo, devo realizar a massagem uterina + ocitocina EV em dose alta. Caso refratariedade, sutura de B-Lynch (sutura compressiva para diminuir a perfusão). Caso refratariedade, ligamento de a. uterina ou hipogástrica. Caso refratariedade, histerectomia.

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26
Q

Qual a importância de DPP com feto morto?

A

É uma DPP grave, pois o próximo passo é uma coagulopatia.

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27
Q

O que é a PP?

A

Placenta que está próxima (até 2 cm de distância) ou sobre o OCI cofirmada APÓS 28s. Também chamada de inserção viciosa da placenta.

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28
Q

Por que eu defino PP apenas após 28s?

A

Pois cerca de 90% das gestações apresentam a placenta entre a apresentação e o colo no 2° trimestre no USG, porém conforme o passar da gestação, ocorre a migração placentária, em que o corpo uterino cresce e a placenta perde a relação com o colo. Se eu identifiquei a placenta próxima ao colo no USG de 2° tri, eu devo, obrigatoriamente, realizar outra após 28s para ver se ela se deslocou.

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29
Q

O que significa o termo “prévio” em obstetrícia?

A

Qualquer coisa que está localizada entre o colo e a apresentação fetal, podendo ser a placenta, o cordão umbilical, um vaso fetal desprotegido, etc.

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30
Q

Qual a epidemiologia da PP?

A

1% das gestações, tendo maior risco em multíparas.

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31
Q

Quais os tipos de implantação placentária?

A

Tópica (sítio habitual, no segmento corporal da cavidade uterina), heterotópica (local anômalo porém na matriz uterina) e ectópica (fora do útero - GE).

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32
Q

Quais os possíveis locais da placenta heterotópica?

A

Cornual/Angular (nos ângulos da cavidade uterina), baixa (ocupa o segmento inferior porém não alcança o OCI) e cervical (colo uterino).

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33
Q

Qual a classificação da PP? Qual a importância dela?

A

É feita de acordo com a relação da placenta com o colo, sendo importante para definir via de parto e o risco de maior ou menor chance de complicação:

  • Marginal (inserção baixa): está na margem do colo mas não chega a ocluir o colo (nem parcialmente).
  • Parcial: cobre parcialmente o colo.
  • Total/Centrototal: cobre totalmente o colo, fechando-o totalmente.
  • Febrasgo: não diferencia PP parcial de total, pois a conduta é a mesma para as duas. E a marginal ele chama de inserção baixa da placenta (não atinge o OI, mas se localiza até 2 cm dele).
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34
Q

Qual a importância da PP total?

A

É indicação ABSOLUTA de cesariana.

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35
Q

Qual a fisiopatologia da PP?

A

Normalmente a placenta implanta-se em locais mais vascularizados (geralmente fundo e parte superoposterior do útero), porém qualquer alteração dessa vascularização implica na inserção heterotópica.

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36
Q

Quais os FR para PP?

A
Cicatriz uterina (p FR - cesariana anterior, cirurgias uterinas), multiparidade, idade > 35a, endometrite, grande volume placentário (gemelaridade, tabagismo).
*Tabagismo: faz uma hipóxia na interface materno-fetal, havendo hipertrofia placentária aumentando o risco de PP
37
Q

Qual o QC da PP?

A

Mnemônico PREVIA: hemorragia indolor com sangue vivo, autolimitado e progressivo =

  • P: progressivo (o sangramento é progressivo, se tornando maior com o passar do tempo).
  • R: repetição (o sangramento é de repetição).
  • E: espontâneo.
  • V: vermelho vivo.
  • I: indolor.
  • A: ausência de hipertonia e de sofrimento fetal.
  • É um quadro MUITO diferente do DPP, em que é agudo, doloroso, vermelho escuro, com hipertonia e sofrimento fetal.
  • *NUNCA realizar toque vaginal, mas o exame especular precisa ser feito.
38
Q

Como deve ser o EF da PP?

A

Manobras de Leopold com apresentação anômala, tônus uterino normal, vitalidade fetal normal, SEMPRE exame especular e NUNCA TV.

39
Q

Como fazer o dx de PP?

A

Clínica (PREVIA) + exame especular (NÃO FAZER TOQUE EM HIPÓTESE NA PCTE COM PP) + USG (pref TV).
*Se for PP e eu fazer o toque, pode jorrar sangue pois eu acabo de furar a placenta dela. O quadro fica dramático pois o sangramento é de grande monta.

40
Q

Quadro DPP x PP.

A
41
Q

Qual a importância do USG na PP?

A

Ele que vai classificar a PP em parcial, total e marginal (implantação baixa da placenta), sendo fundamental para traçar a conduta (via de parto).

42
Q

O USG na PP pode ser o USGTV?

A

Pode sim!!! Pois o USGTV, quando o transdutor chega próximo ao colo, o transdutor é levantado, não entrando no colo. O risco não é significativo.

43
Q

O que influencia na conduta da PP?

A

A classificação pelo USG, estado hemodinâmico materno e a IG

44
Q

Qual a conduta em PP com IG a termo?

A

Como o sangramento é PROGRESSIVO e RECORRENTE, ou seja, vai sangrar de novo e vai ser pior, não há benefício algum em prolongar uma gestação a termo com PP, havendo até mesmo o risco de essa paciente sangrar mais e chocar (que aí irá ocorrer SFA). Portanto a conduta é interromper essa gestação.

45
Q

Qual a conduta em PP com IG prematura?

A

Depende do tipo de sangramento:

  • Intenso: interno (estabilização hemodinâmica) e interromper essa gestação.
  • Discreto: conservadora (considerar internação, considerar GC, evitar relações sexuais).
46
Q

Qual a via de parto na PP?

A
  • Total: SEMPRE cesariana.
  • Parcial: a maioria é cesariana.
  • Inserção baixa da placenta (marginal): depende do sangramento (discreto: deixa o parto acontecer; intenso: cesariana). Se possível, é interessante realizar amniotomia (método de Puzos).
  • NÃO realizar amniotomia na parcial ou total.
47
Q

Quais as possíveis complicações da PP?

A

Apresentação anômala (não cefálica - pela presença da placenta alí no colo), prematuridade, HPP (restos da placenta e atonia), infecção puerperal (restos), acretismo (PP eu devo pensar em acretismo, especialmente se cesariana de repetição).

48
Q

O que é o acretismo placentário?

A

É a placenta aderir além do que deveria na parede uterina (alcança a esponjosa, ultrapassando a compacta), dificultanto muito a saída da placenta ou até mesmo impedindo-a (sem plano de clivagem).

49
Q

Como a prova pode me evidenciar o acretismo?

A

Dificuldade na extração da placenta e invasão de estruturas adjacentes.

50
Q

Qual a epidemiologia do acretismo placentário?

A

1/700 partos.

51
Q

Quais os FR para acretismo placentário?

A

PP, cesária, manipulação uterina, curetagem, infecção intrauterina. A placenta acreta e a PP estão intimamente relacionadas, devendo ser suspeitado o acretismo em casos de PP.

52
Q

Qual a classificação do acretismo placentário? Qual a importância dela? Qual a CD em cada uma?

A
  • Acreta: aderida à camada esponjosa do endométrio (ainda não atingiu o músculo). Ainda é possível tentar remover manualmente (conservadora - ainda pode haver plano de clivagem), mas o padrão é a histerectomia.
  • Increta: aderida até o miométrio (INvade). O ÚNICO tto é a histerectomia (sem plano de clivagem).
  • Percreta: PERfura o miométrio (já chegou na serosa), podendo até mesmo invadir bexiga, sigmoide, outras estuturas. Histerectomia.
    A classificação é importante pois, a depender do tipo de acretismo, manualmente ela já não sairia e não teria motivo para tentar isso. Além disso, apresentam gravidade crescente.
    *O de escolha, para qualquer acretismo, é a histerectomia.
53
Q

Qual a conduta em acretismo placentário?

A

O melhor é a histerectomia, pois não há como retirar essa placenta manualmente.

54
Q

Como fazer o dx de acretismo placentário?

A

O ideal é fazer o dx pré-natal através da USG, doppler, RNM (quando USG inconclusivo). USG normal é uma área hipoecoica entre a placenta e a bexiga, representando o miométrio. O acretismo aparece como a perda dessa área hipoecoica além da identificação de lagos placentários (áreas anecoicas) na espessura da placenta. O doppler evidencia hipervascularização uterovesical, neovascularização nesses lagos placentários e hipervascularização subplacentária (percreta).
Caso não tenha sido feito no pré-natal, após o parto é feito pela dificuldade de extração da placenta.

55
Q

É possível realizar histerectomia subtotal no acretismo placentário?

A

Sim, mas não deve ser PP, pois senão ficariam restos de placenta.

56
Q

Quando pensar em rotura?

A

Quando o quadro não se encaixou em DPP e PP.

57
Q

Quais os tipos de rotura?

A

Rotura do seio marginal, rotura de vasa prévia e rotura uterina.

58
Q

O que é o seio marginal?

A

É a extrema periferia (a borda) da placenta (onde a face materna e a fetal se encontram) no espaço interviloso. É a coleção de sangue nessa região.

59
Q

Quando ocorre a rotura do seio marginal?

A

Durante o TP.

60
Q

Qual o QC da rotura do seio marginal?

A

Sg indolor, espontâneo, vermelho vivo, tônus uterino normal e sem sofrimento fetal (MUITO semelhante à PP), ocorrendo classicamente durante o TP. O sg tende a ser autolimitado.

61
Q

Qual a diferença da rotura do seio marginal e da PP?

A

A USG da rotura do seio marginal está NORMAL, diferentemente da PP.

62
Q

Como fazer o dx da rotura do seio marginal?

A

O dx definitivo é feito apenas APÓS o parto (análise histopatológica), porém esse dx não irá mudar a conduta, pois a criança já nasceu.

63
Q

Qual a conduta da rotura do seio marginal?

A

Como o prognóstico é MUITO bom, a conduta é apenas acompanhar o TP.

64
Q

O que é a vasa prévia?

A

Vasa prévia é a presença de VASOS DESPROTEGIDOS (correm livres sobre as membranas) do cordão entre a apresentação e colo, sendo uma anomalia de inserção do funículo umbilical na placenta. Esses vasos desprotegidos que tem o risco de rotura. Se fosse o cordão, iria ocorrer um prolapso de cordão, e não hemorragia.

65
Q

O que é a rotura de vasa prévia?

A

É uma condição muito grave em que há rotura desses vasos desprotegidos localizados entre o OCI e a apresentação fetal.

66
Q

Quais os FR da rotura de vasa prévia?

A

Inserção velamentosa do cordão (vasos correndo na membrana amniótica), inserções marginais do cordão, placentas bilobadas, placentas sucenturiadas (lobo acessório separado da massa placentária).

67
Q

O que é a insercção marginal do cordão umbilical?

A

É a placenta em raquete, em que o cordão se insere nas margens da placenta.

68
Q

O que são as placentas bilobadas?

A

São placentas com uma separação em dois lobos com veias e artérias umbilicais distintas que se unem em um único cordão.

69
Q

O que é a placenta sucenturiada?

A

É a presença de lobos adicionais de tecido placentário localizados a alguns centímetros do lobo principal. As artérias e veia umbilicais se estendem através da membrana da massa placentária para alcançar o outro lobo. Esses vasos que podem complicar com vasa prévia ou o lobo acessório pode complicar com PP.

70
Q

O que é a inserção velamentosa do funículo umbilical?

A

É o término precoce da gelatina de Warthon antes do funículo umbilical alcançar a placenta, fazendo com que esses vasos passem pelas membranas desprotegidos entre o âmnio e o córion, podendo ou não ocorrer os vasos prévios. Está associada a DM materno, tabagismo, malformações congênitas, idade materna avançada e RCIU. Pode complicar com compressão e trombose desses vasos, além da rotura.

71
Q

Qual o QC da rotura de vasa prévia?

A

Sangramento APÓS AMNIORREXE (rompeu e imediatamente sangra) + SFA (podendo ir a óbito rapidamente).

72
Q

De quem é o sangramento na rotura de vasa prévia e qual a gravidade disso?

A

O sangramento é FETAL, sendo uma condição EXTREMAMENTE GRAVE, evoluindo a óbito fetal rapidamente.

73
Q

Quando a presença de vasa prévia deve ser investigada? Como fazer essa investigação e qual o achado?

A

Deve ser feito em todas as gestantes com: placentação baixa, bilobada, sucenturiada e resultante de técnicas de reprodução assistida, sendo feito com USG doppler, observando-se a presença dos vasos entre a apresentação e o OCI.

74
Q

Qual a conduta em rotura de vasa prévia?

A

Retirar o MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, geralmente por cesariana. Caso dx prévio ao TP, realizar cesariana com 36s ou mais de forma eletiva.

75
Q

O que é a rotura uterina?

A

É o rompimento parcial ou total do miométrio durante a gravidez ou TP, criando uma comunicação entre a cavidade uterina e a cavidade abdominal.

76
Q

Rotura uterina é a mesma coisa que deiscência de cicatriz uterina? Explique.

A

Não, pois a deiscência de cicatriz uterina é o rompimento das fibras miometriais apenas em região de cicatriz, mantendo a serosa intacta.

77
Q

Qual a epidemiologia da rotura uterina?

A

3,5/1.000 se cesária anterior e 6/10.000 se sem cicatriz uterina.

78
Q

Qual a classificação da rotura uterina?

A

Parcial/Incompleta: preserva a serosa e está quase sempre associada a deiscência de cicatriz uterina. A maioria das vezes é assintomática e pode virar completa no TP.
Total/Completa: rompimento da parede uterina e da serosa.

79
Q

O que é a iminência de rotura uterina?

A

É quando há uma síndrome que me mostra que o útero irá romper, a síndrome de Bandl-Frommel, em que se forma um anel que separa o corpo do segmento uterino no local que irá romper. Junto com esse anel, é possível palpar ligamento redondo de ambos os lados (cordões fibrosos palpáveis), que é o sinal de Frommel.

80
Q

Quais os FR de rotura uterina?

A

Cirurgia uterina prévia (p cesária corporal ou de repetição), trauma abdominal, parto obstruído, indução com ocitocina/prostaglandina, manobra de Kristeller e malformação congênita.

81
Q

Comente sobre a rotura uterina na gravidez.

A

É rara, ocorre mais frequentemente na 2a metade da gestação, manifesta-se como abdome agudo grave e a CD é LE com rafia simples em 2 planos caso paciente sem prole constituída ou histerectomia caso multípara.

82
Q

Quais as causas da RU no TP?

A

Pode ser espontânea ou provocada por procedimentos obstétricos transpélvicos, fórcipe, extração podal, versão interna.

83
Q

Quais os fatores predisponentes às roturas uterinas espontâneas no TP?

A

Fatores que enfraquecem a parede uterina (infecção, adenomiose, multiparidade, acretismo placentário, DTG, cicatrizes) associados a fatores que configuram o parto obstruído (desproporção cefalopélvica, apresentações anômalas, malformações uterinas), fazendo com que o miométrio aumente muito suas contrações chegando até a exaustão.

84
Q

Qual o quadro da rotura uterina?

A

O quadro se inicia com a IMINÊNCIA DE ROTURA UTERINA, caracterizando-se pela sd de Bandl-Frommel (sd da distensão segmentária): as contrações são vigorosas e excessivamente dolorosas, há o sinal de Bandl (palpação do anel que separa o corpo uterino do segmento inferior) e o sinal de Frommel (palpação do ligamento redondo). Caso sem CD aqui, evolui para rotura completa, em que o QC é de uma dor súbita e lancinante no hipogástrio, o TP é imediatamente paralisado, pode ser possível a palpação de partes fetais no abdome, podendo ou não haver sg VV ou para o peritôneo (choque e peritonite).
Além disso, pode haver a presença dos sinais de Clark (crepitação por enfisema subcutâneo pela comunicação da vagina com a cavidade abdominal) e Reasens (subida da apresentação), sendo sinais de rotura consumada.

85
Q

Quais as consequências fetais da RU completa?

A

O óbito fetal é a regra, não sendo mais possível auscultar os BCFs.

86
Q

Qual a conduta na iminência de rotura uterina?

A

Cesariana de urgência. Pode-se tentar usar uterolíticos antes como ponte.

87
Q

Qual a conduta na rotura consumada?

A

Histerorrafia ou histerectomia (depende se tem ou não prole constituída).

88
Q

Qual o prognóstico da rotura uterina?

A

É muito ruim, sendo que a mãe está em risco iminente de morte.

89
Q

Quais condições estão relacionadas com a rotura uterina?

A

Desproporção cefalopélvica, macrossomia fetal, multiparidade, miomectomia.