Sangramentos da 1a metade da Gestação Flashcards

1
Q

Quando ocorre o sangramento da primeira metade?

A

Em até 20s de gestação.

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2
Q

Quais as principais causas de sangramento da primeira metade?

A

Abortamento (p), doença trofoblástica gestacional e gravidez ectópica.
*Cólica + sangramento com 20s devo pensar, a princípio, em abortamento.

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3
Q

Quando a prova vai querer me afastar de abortamento?

A

Quando o b-hCG estiver muito alto e que já deveria ter um saco gestacional. Outra é um abdome agudo hemorrágico (GE rota).

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4
Q

Como a prova vai me direcionar para mola?

A

Faz pré-eclâmpsia antes de 20s, útero muito grande, sangue misturados com vesículas, útero em sanfona (sangra, diminui, volta a crescer). Perde muito material e o útero continua grande.

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5
Q

O que é o abortamento?

A

Interrupção da gravidez até 20-22 semanas ou < 500g. O peso falha mais, portanto, em casos de IG por USG de 1° tri, eu opto mais pela IG. Eu uso mais o peso quando a IG não é tão confiável. Se eu confio na IG e passou de 20-22 semanas, não é mais abortamento.

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6
Q

Como o aborto pode aparecer clinicamente (conceitos gerais)?

A
  • Subclínico: antes da próxima falha menstrual.

- Clínico: quando ocorre após gravidez confirmada (lab/USG).

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7
Q

Qual a classificação do abortamento de acordo com o tempo? Qual é mais comum?

A

Precoce: ≤ 12s. A maioria dos abortamentos é precoce (80%).
Tardio: > 12s.

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8
Q

Quais os FR para abortamento?

A

Idade materna avançada (p), álcool, trauma, tabagismo, cocaína, medicações (misoprostol, MTX, retinoides), episódio prévio, obesidade, malformações uterinas.

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9
Q

Qual a classificação do abortamento de acordo com o mecanismo de início? Qual é mais comum?

A

Provocado: não teve início espontâneo (provocado por alguma manobra, médico, etc).
Espontâneo: ocorre contra a vontade (não houve indução ou medidas).

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10
Q

Quais as situações clínicas que o abortamento é permitido no Brasil?

A

Estupro (até 20s - não precisa de perícia ou juiz = apenas com o relato da paciente + comissão de ética do hospital), anencefalia (> 12s e com 2 imagens, para dx inequívoco) e risco à vida materna (qualquer semana).

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11
Q

Qual a conduta legal do médico no atendimento à paciente vítima de estupro (indício ou confirmação)?

A

O médico, profissional da saúde ou responsável pelo estabelecimento da saúde deve comunicar o fato à autoridade policial responsável. Não devo retardar meu atendimento para isso, porém eu devo comunicar.

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12
Q

Qual a diferença entre abortamento esporádico e habitual?

A

Esporádico: ocorreu uma única vez. Não tem mais risco que a população geral em ter outro abortamento. Não há necessidade de investigação.
Habitual: 3 ou mais perdas.

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13
Q

Qual a causa mais comum de abortamento esporádico?

A

Trissomias (aneuploidias). A trissomia que isoladamente é a maior causa é a trissomia do 16.

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14
Q

Por que ocorrem as anormalidades cromossômicas como causa de abortamento? Quando são mais comuns?

A

Por fertilização por gametas anormais, fertilização anômala ou divisão embrionária anômala. São mais comuns em mulheres com idade avançada.

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15
Q

Quais as principais causas de abortamento habitual?

A

1) Anomalias cromossômicas: aneuploidias (p 16).
2) Anatômicas: IIC (abortamento tardio - colo não se mantém fechado), miomas (p submucoso), malformações uterinas (unicorno, bicorno, didelfo, septado) e sinéquias uterinas (Asherman).
3) Endocrinopatias: insuficiência lútea (não se sabe se realmente existe e se a progesterona altera em alguma coisa), hipo/hipertireoidismo, DM insulinodependente, SOP.
4) Imunológicos: SAAF.
5) Infecções.
6) Trombofilias hereditárias: fator V de Leiden, mutação no gene da protrombina e deficiência de proteínas C e S.

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16
Q

Como dx SAAF?

A

1 critério clínico + 1 laboratorial:

1) Clínico: trombose arterial ou venosa, uma ou mais morte intrauterina de feto mortologicamente normal após 10s, um ou mais parto prematuro < 34s em feto morfologicamente normal por PE, eclâmpsia ou insuficiência placentária, e 3+ abortamentos espontâneos com < 10s.
2) Laboratoriais: anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico e anti-beta2-glicoproteína I, devendo ser confirmado 2x com intervalo de pelo menos 12s.

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17
Q

Qual o tto recomendado para SAAF?

A
  • Dx por eventos obstétricos (nunca tiveram trombose arterial ou venosa): AAS 100 mg/dia + heparina em doses PROFILÁTICAS (0,5 mg/kg 1x/dia).
  • Dx por eventos trombóticos: AAS 100 mg/dia + heparina em doses TERAPÊUTICAS (eg, enoxaparina 1 mg/kg 12/12h).
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18
Q

O que é a IIC?

A

É uma incompetência do ístmo do colo do útero em que, quando a gravidez chega a um determinado desenvolvimento, o útero não consegue segurar e há o abortamento. Ou seja, uma falência no sistema que mantém o colo do útero fechado, fazendo com que ele abra e expulse o feto.

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19
Q

Como é a HND da IIC?

A

Ocorre a perda fetal após 16s, sendo cada vez mais precoce a cada episódio.

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20
Q

Como nasce a criança na IIC e na SAAF?

A

IIC: a criança nasce viva pois não é um problema dela.
SAAF: a criança nasce morta (óbito fetal).

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21
Q

Quais as características do abortamento na IIC?

A

O abortamento é tardio e vai ficando cada vez mais precoce, o colo fica curto, a dilatação é indolor e o feto está vivo/morfologicamente normal.

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22
Q

Quais os FR para IIC?

A

Hx de amputações altas do colo (eg, conização), dilatações rudes do colo para curetagens (eg, uso da vela de Hegar), partos anteriores prolongados.

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23
Q

Como dx a IIC? Qual a CD?

A

Hx de dilatação cervical indolor que ocorre principalmente no 2° trimestre e de forma recorrente.
Outras formas:
1) Fora da gravidez: dx por histerossalpingografia durante fase lútea com espessura do canal < 8 mm OU medida da dilatação do colo (capaz de passar vela de Hegar tamanho 8). A CD é a cirurgia de Lash.
2) Durante a gravidez: dilatação cervical anômala, podendo haver herniação da bolsa. USG com encurtamento do colo em paciente com hx sugestiva (< 15mm). Tto com circlagem (técnica de McDonald).

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24
Q

Quais as CI à circlagem?

A

Infecção, contrações uterinas, dilatação > 4 cm, malformações fetais incompatíveis com a vida, RPMO, IG > 24s.

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25
Q

Qual o melhor momento para a realização da circlagem profilática na paciente com IIC que está gestante?

A

Entre 12-16s com colo < 3 cm e sem herniação da bolsa preferencialmente.

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26
Q

Como é feito o tratamento da IIC?

A

Caso o colo já tenha começado a dilatar: não faço a circlagem.
O ideal é a circlagem pela técnica de McDonald entre 12-16s, período em que ainda não houve dilatação do colo. Caso a paciente entre em TP ou já chegue em 36-37s, eu corto o fio e deixo a criança nascer.

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27
Q

Quais as características do abortamento na SAAF?

A

O colo é normal (ele não vai apagando, ficando fino, etc), existem anticorpos antifosfolipídeo (anti-cardiolipina, anti-coagulante lúpico e anti-beta-2-glicoproteína 2x com intervalo de 12s), tromboses e o feto nasce morto.

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28
Q

Qual a conduta em qualquer caso da GO com sangramento vaginal?

A

Passar SEMPRE o espéculo (abortamento, laceração após relação sexual, …).

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29
Q

Quais as possibilidades de achado do colo quando passo o espéculo?

A

Aberto ou fechado, me ajudando na forma clínica desse abortamento.

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30
Q

Quais as formas de abortamento com o colo aberto?

A

Incompleto: abriu porque já saiu alguma coisa e ainda não saiu tudo.
Inevitável: saiu apenas sangue e não feto, mas vai ocorrer o abortamento pois o colo abriu.
Infectado: pode vir a partir de um incompleto que ficou material fetal que infectou.

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31
Q

Quais as formas de abortamento com o colo fechado?

A

Completo: já saiu tudo o que tinha para sair.
Ameaça: a criança está lá dentro e viva, há o sangramento mas o colo ainda está fechado.
Retido: colo fechado com a criança morta lá dentro.

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32
Q

O que é a ameaça de abortamento? Qual a frequência nas gestações?

A

É “quase” um abortamento, não ocorrendo ainda e podendo não ocorrer. Ocorre em até 20% das gestações (50% de probabilidade de evolução para abortamento espontâneo).
*Se visível atividade cardíaca à USG: o risco de abortamento cai para 10%.

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33
Q

Qual o QC da ameaça de aborto?

A

Sg pequena quantidade + cólicas leves/ausentes + colo FECHADO + VITALIDADE PRESERVADA + AU compatível com IG.

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34
Q

De forma geral, qual o valo do beta quando se encontra o SG?

A

> 1000.

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35
Q

Qual um ddx importante da ameaça de aborto e como diferenciar?

A

A GE, devendo ser diferenciada com a dosagem do beta e USG seriados.

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36
Q

Qual a CD para ameaça de aborto?

A

Repouso relativo (sem comprovação), abstinência sexual, analgesia e apoio psicossocial. SEM EVIDÊNCIA DO USO DA PROGESTERONA!!!

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37
Q

Qual a clínica do abortamento no geral?

A

Cólica + sangramento na primeira metade da gestação.

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38
Q

O que é o abortamento inevitável?

A

Considera-se uma progressão da ameaça de aborto, sendo que ainda NÃO FOI EXPELIDO NADA, porém o abortamento é certo (ovo íntegro porém inviável).

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39
Q

Qual o QC do abortamento inevitável? Qual o achado do USG?

A

Sg + colo aberto + dor em cólica. O beta geralmente está diminuído e decrescendo, a AU pode estar diminuída e a USG pode evidenciar descolamento decidual com formação de hematoma retrocorial, SG irregular, com ou sem BCF.

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40
Q

Qual a evolução e a CD no abortamento inevitável?

A
  • Evolução: completo ou incompleto.
  • CD: conservadora (aguardar a expulsão espontânea) ou esvaziamento uterino. Deve-se prescrever ig anti-Rh se Rh negativo não sensibilizadas.
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41
Q

O que é o abortamento completo?

A

Já houve a expulsão total do feto e anexos embrionários.

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42
Q

Qual o QC do abortamento completo?

A

Parada/Diminuição súbita do sg e das cólicas (ou seja, estava com sg e cólicas), AU diminuída, colo FECHADO.

43
Q

Qual a USG do abortamento completo?

A

Coágulos, ESPESSURA ENDOMETRIAL < 15 mm.

44
Q

Qual medida endometrial permite eu diferenciar entre abortamento incompleto ou completo?

A

Pela USG endometrial com espessura endometrial: > 15 mm = incompleto e < 15 mm = completo.

45
Q

Como diferenciar abortamento inevitável de IIC?

A

Ambos o feto ainda está lá dentro e o colo está aberto, porém o ABORTAMENTO tem o processo de CÓLICA, enquanto que na IIC a dilatação é INDOLOR!!!

46
Q

O que é e qual o QC do abortamento incompleto?

A

É o abortamento com expulsão de material, porém não completamente (abortamento em curso). O QC é de dor em cólica, sangramento e colo aberto ou fechado. AU diminuída.

47
Q

Qual a USG do abortamento incompleto? Qual a CD?

A

Restos ovulares, endométrio > 15mm.

CD: esvaziamento uterino.

48
Q

O que é e quais possíveis evoluções do abortamento infectado?

A

É uma complicação do abortamento incompleto ou retido, associado, frequentemente, à manipulação da cavidade uterina (tentativa de provocar o abortamento). Inicia-se com endometrite e pode evoluir com peritonite, sepse, óbito.

49
Q

Qual a microbiologia do abortamento infectado?

A

Geralmente polimicrobiana por ascensão de germes da flora vaginal, como peptoestrepto, E. coli, bacteroides e C. perfringens.

50
Q

Qual o QC e USG do abortamento infectado?

A
  • Abortamento: colo aberto + sg.
  • Infecção limitada à cavidade uterina e miométrio: febre (baixa), BEG, cólicas, sg escasso, sem sinais de abdome agudo.
  • Infecção miometrial, paramétrio, anexos, peritonite: líquido de odor fétido, febrão, taquicardia, desidratação, dores constantes, irritação peritoneal, útero amolecido.
  • USG: restos ovulares e/ou pus em fundo de saco de Douglas.
51
Q

Qual a CD no abortamento infectado?

A

Internação, suporte, ATB empírico de amplo espectro (clinda + genta 7-10d), esvaziamento uterino (sempre com ocito antes e durante o procedimento para reduzir o risco de perfuração uterina - SEM necessidade de aguardar “esfriar” a infecção para realizar). Pode ou não ser necessária a HTA.

52
Q

O que é o abortamento retido e qual seu QC?

A

É a interrupção da gravidez com retenção do ovo morto por dias/semanas. O QC é de sg, colo fechado, sem cólicas (geralmente). AU diminuída, regressão das manifestações da gestação.

53
Q

Qual o USG e a CD no abortamento retido?

A

USG: irregularidade de SG, ausência de VV e atividade cardíaca embrionária. Deve-se repetir em 15d para confirmação dx caso a IG seja < 7s. Se CCN ≥ 7 mm e ausência de BCF: interrupção.
CD: esvaziamento ou expectante (resultados piores, maior risco de complicação).

54
Q

Comente sobre o ovo anembrionado.

A

Pode ser considerado uma forma de abortamento retido, é quando há ausência de embrião apesar de SG íntegro em gestação > 6s. A USG característica é ausência de embrião em SG ≥ 25 mm.

55
Q

Quais os possíveis métodos para esvaziamento uterino?

A

1) Cirúrgicos: AMIU, vácuo, curetagem e microcesariana.

2) Clínicos: ocitocina ou misoprostol, complementando-se ou não com o cirúrgico.

56
Q

Qual o definidor da técnica de esvaziamento? Explique.

A

A idade gestacional, sendo que o corte é ≤ 12s e > 12s. Isso pois ≤ 12s há menor formação óssea, fazendo com que eu não precise me preocupar com perfuração uterina pelos ossos. Em 12s, o útero é maior e há maior formação óssea, aumentando o risco de perfuração uterina.

57
Q

Qual a técnica de esvaziamento de escolha para cada IG?

A

≤ 12s: AMIU (aspiração manual intrauterina). Caso indisponível: curetagem.
> 12s: -Sem feto (incompleto): curetagem; -Com feto (inevitável, retido): misoprostol +/- curetagem (avalio necessidade). Não uso ocitocina pois não existem tantos receptores ainda.
*No abortamento retido com ≤ 12s, eu vou para AMIU, porém o colo está fechado, portanto eu uso o misoprostol para PREPARAR esse colo e, uma vez que amoleceu o colo, eu faço a AMIU.

58
Q

Qual a complicação mais temida da curetagem? Quando suspeitar?

A

Perfuração de órgãos pélvicos, devendo ser suspeitada na passagem livre e fácil da cureta.
*A partir de 2, há maior risco de IIC por dilatação do colo.

59
Q

Qual a CD caso perfuração uterina durante a curetagem?

A

Para o procedimento e manter CD expectante com infusão venosa de ocitocina. Laparotomia se abdome agudo ou instabilidade hemodinâmica. Uma nova cureta só deve ser realizada por visualização laparoscópica ou USG.

60
Q

Comente sobre a microcesariana.

A

Esvaziamento do útero por via abdominal. Reservada para impossibilidade de esvaziamento por via vaginal ou hemorragia volumosa.

61
Q

Como é feito o acesso ao colo uterino para curetagem?

A

Pode ser feito com vela de Hegar.

62
Q

Qual técnica é a mais segura entre AMIU e curetagem?

A

O AMIU, pois há menos chance de perfurar, lesão de endométrio e sinéquia do que a curetagem.

63
Q

Quando usar a AMIU ou a curetagem?

A

AMIU: para úteros menores (miúdo), pois não faz um vácuo muito bom (≤ 12s).

64
Q

O misoprostol é CI para preparo de colo no esvaziamento uterino na paciente com historotomia prévia? Comente sobre.

A

Não é CI absoluta, porém deve ser feito com muita cautela pelo risco de rotura uterina. Opta-se preferencialmente, por outras formas, como de Krause (preparo com sonda de Foley). As CI absolutas são: GE, DTG, alto risco de rotura (2° tri+ em mulheres com mais de 1 cesariana), DIU, alergia.

65
Q

O que é a doença trofoblástica gestacional (mola)?

A

É uma degeneração hidrópica com proliferação anormal do trofoblasto, havendo a formação de vesículas (pode sair no sangramento).

66
Q

Qual a incidência da DTG?

A

1/10.000 gestações.

67
Q

Quais os tipos de mola?

A

Benigno (mola hidatiforme, podendo ser completa ou incompleta).
Maligno (neoplasia trofoblástica gestacional: mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário).

68
Q

Quais os FR para DTG?

A

> 40a, intervalo interpartal curto, SOP, abortamentos prévios, mola anterior (principal), tabagismo.

69
Q

Qual a origem da forma maligna de mola?

A

A partir de uma mola benigna ou de uma gravidez normal. Ou seja, QUALQUER GESTAÇÃO NORMAL PODE VIRAR NTG.

70
Q

Qual a forma maligna de mola mais comum?

A

A mola invasora.

71
Q

Quais os achados macroscópicos da mola hidatiforme? E microscópicos?

A

Vesículas com líquido claro, semelhantes a cachos de uva ou hidátides. Microscopicamente aparece como proliferação trofoblástica, degeneração hidrópica e déficit na vascularização.

72
Q

Como se formam as molas completas e quais as características delas?

A

A completa se forma a partir de um sptz NORMAL que fecunda um óvulo VAZIO. Todo o material genético é PATERNO, podendo ser 46 XX ou 46 YY. É diploide, NÃO há embrião (IMPORTANTE) e 20% pode malignizar.
*Outra forma: 2 sptz normais fecundando 1 óvulo vazio.

73
Q

Como se formam as molas parciais e quais as características delas?

A

Se formam por 2 sptz fecundando um óvulo normal, criando uma célula TRIPLOIDE (mais comum é 69 XXY), FORMANDO TECIDO FETAL (EMBRIÃO) e MALIGNIZA MENOS (5%), pois está mais diferenciado (há embrião/tecido fetal).

74
Q

Qual o QC da doença trofoblástica gestacional?

A

É um quadro FLORIDO: sangramento de REPETIÇÃO, vesículas, hiperêmese gravídica, hipertireoidismo (hCG pode estimular a tireoide), AUMENTO uterino, útero em sanfona (cresce, perde material e diminui de tamanho, voltando a crescer novamente). Um dado curioso e que deve me lembrar mola é o desenvolvimento PRECOCE (< 24s) de PE. Pode haver o desenvolvimento de cistos ovarianos tecaluteínicos (geralmente bilaterais = massa anexial palpável).

75
Q

Por que ocorrem e como deve ser o tto dos cistos ovarianos tecaluteínicos?

A

Ocorrem pelo hiperestímulo dos ovários pelo beta-hCG, NÃO devendo ser tratados pois irão regredis espontaneamente após resolução da doença.

76
Q

Como está o beta na mola hidatiforme?

A

Na completa está aumentado e na parcial está, no geral, normal.

77
Q

Qual o achado de USG da mola hidatiforme?

A

Imagem em flocos de neve ou nevasca ou tempestade de neve, que são as vesículas da mola (mais comum na completa). Na parcial é mais comum os cistos placentários + feto.

78
Q

Como dx a mola hidatiforme?

A

QC + USG (flocos de neve, cistos tecaluteínicos para completa e queijo suiço, cistos e feto na incompleta) + beta (> 200k sugere completa e raramente maior que 100k na parcial).

79
Q

Qual a importância do beta no contexto da mola hidatiforme?

A

Importância prognóstica e de resposta terapêutica.

80
Q

Qual a CD na mola hidatiforme?

A

Esvaziamento uterino (vácuo como escolha pelo menor risco de perfuração, AMIU e curetagem), histerotomia e histerectomia total.

81
Q

Quais os possíveis locais de mx da mola hidatiforme?

A

Pulmão. Uma vez nos pulmões, pode ir para o fígado e cérebro. Por isso o rx de tórax é fundamental e, se positivo, devo rastrear os outros 2 locais acima para mx.

82
Q

Como fazer o acompanhamento da paciente com mola hidatiforme?

A

Dosagem do b-hCG semanalmente (ou quinzenais) ATÉ a obtenção de 3 dosagens indetectáveis dele (< 5), o que totaliza negativação em 2 semanas (0-1-2), passando a ser MENSAL até completar 6 meses do 1° resultado negativo.

83
Q

Qual medida é de fundamental importância durante o acompanhamento pós tratamento da mola hidatiforme?

A

A anticoncepção, para não encobrir um possível dx de persistência ou malignização da doença. Pref por ACO. DIU CI enquanto beta detectável pelo maior risco de perfuração uterina.

84
Q

Quais os critérios de malignização na mola?

A

Aumento do hCG em 2 semanas consecutivas (> 10%), 3 semanas de platô (variando +/- 10%), 6 meses e ainda positivo (questionável, pois não é bom critério - tendência a desaparecer como critério), USG com imagens intramiometriais mistas (olho de coruja), IR ou IP das artérias uterinas baixo (< 1) e a presença de metástases (p para vagina e pulmões).

85
Q

Qual o principal local de mx na mola maligna?

A

Pulmão (dispneia, aumento de FR no acompanhamento de cura da mola - pensar em mx).

86
Q

Qual a conduta em caso de malignizaçao de mola?

A

QT (MTX ou poliquimioterapia).

87
Q

Como estadiar a NTG? Qual a CD?

A

Limitada ao útero: monoQT (MTX + ácido folínico).
Atingiu anexos, vagina ou lg largo e baixo risco (escore < 7): monoQT (MTX + ácido folínico).
Atingiu anexos, vagina ou lg largo e alto risco (escore ≥ 7): poliQT.
Mx distância: poliQT.

88
Q

O que é a gravidez ectópica (GE)?

A

É a implantação fora da CAVIDADE uterina (não do útero, pois se implantar no colo é ectópica).

89
Q

Qual o local mais comum de GE?

A

Trompa (AMPOLA!!).

90
Q

Qual a relevância do principal local de GE ser na ampola?

A

Por ser um local que não distende muito, não passa de 12 semanas e já tende a romper. Em outros locais é mais comum durar mais tempo.

91
Q

O que é a gravidez heterotópica?

A

É a concomitância de uma GE com uma intrauterina. É muito raro.

92
Q

Quais os FR da GE?

A

Qualquer fator que promova lentificação ou obstrução do ovo para o útero ou a antecipação da capacidade do ovo de se implantar. São eles: DIP, hx GE, cx tubária, reprodução assistida, endometriose, tabagismo, DIU (aumento do risco relativo).

93
Q

Como é o sangramento na GE?

A

O sangramento vaginal tende a ser pequeno, pois vai sangrar principalmente para a cavidade peritoneal. O sangramento de GE em colo e cornual é de GRANDE monta.

94
Q

Qual o QC da GE?

A

Inicialmente manifestações de qualquer gestação. Evolui com dor abdominal e sangramento vaginal discreto.
Caso GE rota (30% dos casos): choque, sinal de Blumberg, Cullen, Laffon (dor no ombro por irritação do n. frênico) e Proust (abaulamento com dor no fundo de saco - grito de Douglas) positivos.
O USG é com útero vazio ou b-hCG > 1500 (alguns autores até 2000) sem SG no útero.

95
Q

Qual o significado de USG com útero vazio?

A

Gravidez incipiente (ainda não deu tempo de aparecer o SG) ou GE.

96
Q

Qual o achado da GE na USG?

A

Anel tubário, massa complexa anexial, líquido livre em cavidade peritoneal e sinal do halo (anel de fogo - aumento da vascularização ao doppler).

97
Q

Qual estrutura na USG deve-se atentar na GE?

A

O pseudossaco gestacional, sendo uma reação decidual no endométrio que promove a formação de uma estrutura que pode lembrar um SG, porém não é.

98
Q

Qual elevação do beta me faz suspeitar de GE?

A

Aumentos menores que 50% em 48h (o normal é pelo menos 66% em 48h).

99
Q

Qual o tto da GE?

A

Pode ser expectante, medicamentoso, cirúrgico conservador ou cirúrgico radical, a depender da estabilidade hemodinâmica, integridade da tuba, desejo de engravidar, acesso e características do SG.

100
Q

Quando vou fazer o tto expectante e como fazê-lo na GE?

A

Em mulheres oligossintomáticos, GE íntegra (ainda nao rompeu; rota = cirurgia) e abortamento tubário (beta-hCG declinante e com nível inicial de 1000-1500). O seguimento é dosar o b-hCG semanalmente com queda progressiva.

101
Q

Quando vou fazer o tto farmacológico e como fazê-lo na GE?

A

GE íntegra (rota = cirúrgico) e condições IDEAIS (não CI) para o uso da medicação: b-hCG < 5000, massa < 3,5-4 cm e sem BCF. É feito com o uso do MTX IM múltiplo ou dose única, devendo acompanhar o b-hCG nos dias 1, 4 e 7. Pode subir do 1 para o 4, porém DEVE estar menor no 7° em relação ao 4° (cair pelo menos 15%). Caso não caia esses 15%, posso tentar fazer outra dose de MTX.

102
Q

Quando vou fazer o tto cirúrgico conservador e como fazê-lo na GE?

A

Ectópica íntegra, tuba contralateral comprometida e desejo reprodutivo. A cirurgia é uma salpingostomia, deixando cicatrizar por 2a intenção, por laparoscopia.

103
Q

Quando vou fazer o tto cirúrgico radical e como fazê-lo na GE?

A

GE rota (VIA DE REGRA), recorrência na mesma tuba, SG > 5 cm, tuba muito lesada, sendo feita a salpingectomia. Se ESTABILIDADE HEMODINÂMICA, posso fazer por vídeo. Se instável, faço aberta. É a melhor opção para mulheres com a outra tuba normal.