Reumatologia 2 Flashcards

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1
Q

O que é a colagenose?

A

É uma doença inflamatória multissistêmica de característica autoimune (autoanticorpos) contra o tecido conjuntivo de origem idiopática. Estes autoanticorpos habitualmente modificam o fator antinuclear (FAN).

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1
Q

Qual a epidemiologia da esclerodermia?

A

Mulher, de meia idade (30 - 50 anos).

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2
Q

Qual é a patogênese da esclerodermia?

A

Os anticorpos atacam de forma permanente o tecido conuntivo, causando destruição do tecido e posterior fibrose, especialmente em 4 regiões:

  • Pele.
  • Esôfago.
  • Rim.
  • Pulmão.

A teoria mais aceita é a vascular, onde os anticorpos promovem vasoconstrição do tecido conjuntivo e morrendo por isquemia. Outra teoria é imunológica por ataque de linfócitos e anticorpos.

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3
Q

Qual é a clínica da esclerodermia? Cite as manifestações nas regiões mais acometidas.

A

Pele:
- Esclerodactilia (mão em garra): fibrose gera contração da mão.
- Fácies esclerodérmica: nariz fino, microstomia.
- Telangiectasias, calcinose: dilatação vascular compensatória, uma vez que vários vasos sofreram vasoconstrição. Calcinose é a calcificação do subcutâneo.
- Fenômeno de Raynaud: é uma vasoconstrição transitória, gerando uma alteração trifásica (palidez –> cianose –> rubor).
- Doença de Raynaud (primária): fenômeno e mais nada.

Esôfago:
- Disfagia: diminuição da peristalse do esôfago.
- Refluxo: hipotensão do esfíncter inferior.

Rim:
Pode-se haver uma crise renal (vasoconstrição difusa), gerando:
- IRA oligúrica (isquemia renal.
- HAS grave (maior letalidade).
- Anemia hemolítica microangiopática.

TRATAR CRISE RENAL COM IECA!

Pulmão:
- Alveolite com fibrose: doença intersticial do pulmão - vidro fosco na TC.
- Hipertensão pulmonar: vasoconstrição da artéria pulmonar.

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4
Q

Quais são as formas clíniocas da esclerodermia?

A

Forma localizada: só atinge a pele (morfeia, esclerodermina linear, lesão em golpe de sabre).

FORMA SISTÊMICA:

1. Cutânea difusa (ANTICORPO ANTI-TOPOISOMERASE 1 - ANTI SLC 70)**:
- Órgãos internos + qualquer parte da pele (difusa).
- Alveolite com fibrose intersticial.
- Crise renal: ANTI-RNA POLIMERASE 3.

2. Cutânea limitada (ANTICORPO ANTICETRÔMERO):
- Órgãos internos + cutâneo limitado a regiões distais (ANTI-CENTRO).
- Hipertensão pulmonar.
- Síndrome CREST: Calcinose, Raynaud, Esofagopatia, Sclerodactly, Telangiectasias.

3. Visceral (< 5%):
- Não atinge pele, apenas órgãos internos (difícil diagnóstico).

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5
Q

Cite as principais características dos anticorpos da esclerodermia e o padrão de FAN de cada um.

A

FAN + em 90 - 95% dos casos.

  • ANTI-TOPOISOMERASE 1 (ANTI-SCL-70): padrão nucleolar –> doença intersticial pulmonar.
  • ANTI-RNA POLIMERASE 3: padrão nucleolar –> crise renal.
  • ANTICENTRÔMERO: padrão centromérico –> hipertensão pulmonar isolada.
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6
Q

Qual o principal exame complementar da esclerodermia?

A

A capilaroscopia do leito ungueal: vasoconstrição dos capilares com consequente dilatação compensatória dos capilares remanescentes, formando a imagem de um “borrão”).

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7
Q

Qual é o tratamento da esclerodermia?

A

APENAS SINTOMÁTICOS: trata as complicações da doença!

  • Acometimento pulmonar (alveolite): Ciclofosfamida ou Micofenolato.
  • Acometimento renal: IECA - não faz corticoide!
  • Fenômeno de Raynaud:
    • Evitar fatores precipitantes (frio, estresse, tabagismo).
    • BCC diidropiridínicos: aminodipina, nifedipina.
    • Opções: inibidores da fosfodiesterase 5, nitroglicerina (patch).
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8
Q

Qual é a epimdeiologia da Polimiosite e da Dermatomiotise?

A

Mulheres, de meia idade.

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9
Q

Como é o acometimento da musculatura na Poliomiosite e na Dermatomiotise?

A

Fraqueza muscular simétrica e proximal de MMSS e MMII (poupa face e olhos). Em 20 - 50% dos casos, pode gerar dor.

O paciente terá dificuldade de levantar o braço (pentear cabelo, escovar o dente), assim como terá dificuldade em subir escada.

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10
Q

Como é o acometimento pulmonar na Polimiosite e na Dermatomiosite?

A

Doença pulmonar intestricial.

  • Anticorpos: anti-Jo1 (PRINCIPAL) e anti-MDA5.
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11
Q

Quais outras possíveis complicações da polimiosite e da dermatomiosite?

A

Sintomas constitucionais, artrite, Raynaud.

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12
Q

Quais são as manifestações dermatológicas da polimiosite e da dermatomiosite?

A
  • Polimiosite: NÃO TEM.
  • Dermatomiosite: Pápulas de Gottron, Héliotropo, mão de mecânico, rash malar, rash em “V”.
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13
Q

Como é a relação da poliomiosite e da dermatomiosite com o desenvolvimento de malignidades?

A
  • Polimiosite: menor irsco de neoplasia.
  • Dermatomiosite: maior risco de neoplasia (colo uterino, ovário, pulmão, pâncreas, bexiga e estômago).]

O risco de malignidade da dermatomiosite é muito maior nos primeiros anos de diagnóstico; há uma sugestão de rastreio, mas não há consenso.

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14
Q

Como está a CPK na polimiosite e na dermatomiosite?

A

As enzimas musculares estão elevadas (CPK, aldolase, TGO).

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15
Q

Quais são as manifestações cutâneas da dermatomiosite?

A
  • Pápulas de Gottron: pápulas violáceas sobre as articulações - PATOGNOMÔNICO.
  • Heliótropo: erupção violácea na pálpebra superior - PATOGNOMÔNICO.
  • Mão de mecânico: fissura e descamação na região lateral dos dedos.
  • Outras: rash malar (“pega” sulco), rash em “V” (sinal do manto/chale - cervical).
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16
Q

Quais são os exames complementares que podemos solicitar na polimiosite e na dermatomiosite?

A
  • Laboratório: CPK, aldolase, AST e ALT.
  • Eletroneuromiografia: diferencia miopatia e neuropatia.
  • Imagem (RM da musculatura): avalia resposta ao tratamento.
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17
Q

Como é feita a confirmação diagnóstica da polimiosite e da dermatomiosite?

A
  • Biópsia muscular.
  • RASH CUTÂNEO ESPECÍFICO: GOTTRON e HELIÓTROPO.
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18
Q

Como é feito o tratamento da poliomiosite e da dermatomiosite?

A
  • Corticoide + imunossupressores (Azatioprina, Metotrexato) = RESPONDEM BEM.
  • Graves/refratários: imunoglobulina endovenosa.
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19
Q

Quais são as características da dermatomiosite juvenil?

A
  • < 16 anos.
  • Aumento do risco de calcinose.
  • Diminuição da incidência de neoplasias.
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20
Q

Quais são as características da miosite por corpúsculos de inclusão?

A

Possui características ANTAGÔNICAS à dermatomiosite e polimiosite.

  • Homem (geralmente > 50 anos).
  • Fraqueza DISTAL E ASSIMÉTRICA.
  • Baixa resposta ao corticoide.
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21
Q

Como é a Doença mista do tecido conjuntivo (DMTC)?

A

A grande manifestação é uma mistura de várias coleganoses. A expressão clínica é de várias colagenoses + artrite reumatoide.

NA PROVA –> DMTC = ANTI-RNP!

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22
Q

Quais são os órgãos alvos do lúpus eritematoso sistêmico (LES)?

A

Doença das ITES e das PENIAS

  • Pele (dermatite).
  • Articulações (artrite).
  • Serosas (serosite).
  • Hematológico (penias).
  • Rins (nefrite).
  • SNC (encefalite).
  • Pneumonite, miocardite…
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23
Q

Qual é a fisiopatologia do lúpus?

A
  • HLA DR2 e DR3.
  • Deficiência de complemento: não regula bem a resposta imune.
  • Vírus: pode ser gatilho para LES.
  • Estrogênio: é o grande hormônio deflagrador da autoimunidade.
  • Luz ultravioleta: os raios ultraviolentas podem ativar o sistema imune a resposta inflamatória, podendo mudar o DNA celular e transformar a sua célula em um antígeno.

Em última análise, todos estes fatores de risco levam à produção de AUTOANTICORPOS.

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24
Q

Quais são os anticorpos relacionados ao lúpus?

A

Antinucleares (FAN) - positivo em 98% dos casos:

  • Anti-DNA dupla hélice: indica nefrfite. É o 2° mais específico e mostra ATIVIDADE DE DOENÇA.
  • Anti-histona: quase 100% no fármaco induzido (histona = nome de remédio; 70% têm este anticorpo, mesmo sem fármacos).
  • Anti-Sm: é o mais específico do LES.
  • Anti-RNP: DMTC.
  • Anti-La (SS-B): Sjogren, sem nefrite –> ou tem o anti-DNA ou o Anti-La.
  • Anti-Ro (SS-A): Sjogren, Lúpus neonatal, FAN - , fotossensibilidade, lúpus cutâneo subagudo.
    • Lúpus neonatal: anti-Ro atravessa a barreia placentária e gera arritmia (BAVT).
    • 2 - 5% tem FAN - e Anti-Ro +.
    • Lúpus cutâneo subagudo: parece psoríase.

EM PROVA = ANTI-DNA e ANTI-SM = LÚPUS!

Anticitoplasma:

  • Anti-P: psicose (esquizofrenia –> delírio e alucinação); é o 3° mais específico, também é um FAN.

Antimembrana:
- Anti linfócito, anti neurônio, anti plaqueta, anti hemácia.
- Antifosfolipídio: anticoagulante lúpico, anti-β2glicoproteína 1, anticardiolipina –> TROMBOSE.
- O anticoagulante lúpico é capaz de alargar o TPPa in vitro –> CUIDADO EM QUESTÃO.

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25
Q

E como é o FAN no lúpus?

A

Presente em 95 - 98% dos pacientes. Por ser um fator antinuclear, abrange todos estes anticorpos:
- Anti-DNA.
- Anti-histona.
- Anti-Sm.
- Anti-RNP.
- Anti-La (SS-B).
- Anti-Ro (SS-A): é o mais chato de ser detectado pelo FAN, onde deve-se utilizar melhores substratos para este aparecer. Na prática, o paciente é Ro+ e FAN+; porém, em uma grande suspeita de LES e FAN-, deve ser por conta do Anti-Ro que é chato de ser detectado.
- Anti-P –> anti-citoplasma.

O FAN É O EXAME MAIS SENSÍVEL PARA LES –> RASTREAMENTO/TRIAGEM. 100% dos pacientes com LES são FAN+, porém o exame só é positivo em 98% dos casos (em 2%, o anti-Ro atrapalha).

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26
Q

Quais são os critérios diagnósticos para LES?

A
  • Critério de entrada (triagem): FAN + (> 180); se negativo, pensar em outra doença.

Critérios aditivos:

  1. Constitucional: febre > 38,3°C.
  2. Pele/mucosa:
    • Alopecia sem cicatriz.
    • Úlcera oral (aftoide).
    • Lúpus cutâneo subagudo ou discoide: mais agressivas e deixa cicatriz fibroide (couro cabeludo principalmente).
    • Lúpus cutâneo agudo (rash malar): poupa o sulco nasolabial.
  3. Articulação:
    • Artrite ou dor com rigidez matinal.
    • ≥ 2 articulações (pequenas articulações das mãos, com caráter migratório). Raramente gera deformidades articulares.
  4. Serosa - ATÉ AQUI = LÚPUS brando:
    - Derrame pleural ou pericárdico.
    - Pericardite aguda.
  5. Hematológico:
    - Leucopenia < 4.000.
    - Plaquetopenia < 100.000.
    - Anemia hemolítica com Coombs positivo.
  6. Renal:
    - Proteinúria > 0,5g/dia.
    - Nefrite lúpica à biópsia.
  7. Neuropsiquiátrico:
    - Delirium: estado confusional agudo.
    - Psicose: alucinações e delírios.
    - Convulsão.
  8. Anticorpo antifosfolipídio.
  9. Complemento: C3 e/ou C4 baixo.
  10. Anticorpo específico: anti-DNA ou Anti-Sm.

Lúpus brando = acometimento até a serosa (pele/mucosa, articulação, serosa). Lúpus grave = acometimento do rim e manifestação neuropsiquiátrica.

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27
Q

Quais são as características do Lúpus fármacoinduzido?

A
  • Homem = mulher (culpa é do medicamento).
  • Anti-histona +.
  • Raro acometimento de rim e SNC (geralmente é um LES até moderado).
  • Drogas = PH do Lúpus:
    • P: procainamida (maior risco) –> antiarrítmico.
    • H: hidralazina (mais comum) –> vasodilatador, maior quantidade de usuários.
  • Tratamento: suspender medicamento (bom prognóstico).
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28
Q

Quais são as manifestações renais do LES - glomérulo? Classifique a lesão glomerular pelo histopatológico.

A

Presença de anti-DNA nativo e complemento baixo.

  1. Mesangial mínima.
  2. Mensagial proliferativa.
  3. Proliferativa focal.
    4. Proliferativa difusa: é a MAIS COMUM e MAIS GRAVE –> síndrome nefrítica que pode evoluir rapidamente para GNRP.
    5. Membranosa: síndrome nefrótica (proteinúria pura).
  4. Esclerosante avançada.

QUALQUER COMPONENTE NEFRÍTICO = PROLIFERATIVA DIFUSA.

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29
Q

Qual é o tratamento do LES?

A

Paara todos: protetor solar, parar de fumar, hidroxicloroquina (aumenta sobrevida, diminui recaídas).

  • Formas leves (pele, mucosa, articulação): AINES +/- corticoide em dose baixa (Prednisona 7,5mg/dia).
  • Formas moderadas (constitucional, hematológica): forme leve +/- imunossupressor (azatioprina, belimumabe).
  • Formas graves (rim e SNC):
  • Corticoides em altas doses +/- imunossupressor (Ciclofosfamida, Micofenolato, Rituximabe).
  • Nefrite lúpica: corticoide em pulsoterapia + Micofenolato; depois do surto, apenas o Micofenolato.
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30
Q

Como acontece a Síndrome de Sjogren?

A

Através de um infiltrado leucocitário crônmico nas glândulas exócrinas (pâncreas, TGI, genitália, pele, glândula salivar, glândula lacrimal).

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31
Q

Qual é a clínica da Síndrome de Sjogren?

A
  • Síndrome seca: xeroftalmia + xerostomia>
    • Xeroftalmia: sensação de areia nos olhos.
    • Xerostomia: dentes em mal estado de conservação.
  • Outros: artralgia, mialgia, vasculite cutânea…
  • Maior risco de linfoma de parótida.
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32
Q

Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Sjogren?

A
  • Anti-Ro (SS-A) e Anti-La (SS-B) ou;
  • Biópsia de lábio inferior.
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33
Q

Como é feito o tratamento da Síndrome de Sjogren?

A
  • Medidas gerais: lágrima artificial (evitar ceratite seca), higiene buscal (dentista de 3/3 meses), parar de fumar –> evitar medicamentos anticolinérgicos.
  • Manifestações sistêmicas: corticoide/imunossupressor.
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34
Q

Cite as principais características da Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo

A
  • Trombose em qualquer lugar; venosa, arterial, vasos útero placentários com aborto de repetição e prematuridade.
  • 40 - 50% associados ao LES.
35
Q

Como é feito o diagnóstico da Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo?

A

1 critério clínico + 1 critério laboratorial

Clínico:
- Trombose (arterial ou venosa).
- Morbidade gestacional:
1. ≥ 3 abortos < 10 semanas.
2. Aborto > 10 semanas.
3. Prematuridade ≤ 34 semanas.

Laboratorial:
- Anticardiolipina IgM/IgG.
- Anti-β2glicoproteína IgM/IgG.
- Anticoagulante lúpico: alarga o PTT in vitro, porém, in vivo favorece coagulação.

Anticorpos positivos 2x com intervalo ≥ 12 semanas! Quando o paciente faz um quadro de trombose, esta desencadeia uma resposta inflamatória. Assim, um processo de trombose pode deflagrar os parâmetros laboratoriais secundários ao processo inflamatório da trombose, não sendo a causa para esta última; ou seja, podem ser falso positivos.

36
Q

Como é o tratamento da Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo

A

Anticoagulação se trombose (Varfarina): anticoagulação inicial com HBPM (Enoxaparina) + Varfarina (Marevan). No início, a varfarina leva a coagulação por consumo de proteína C/S –> INR entre 2 e 3 –> tira a Enoxaparina e mantém a Varfarina para a vida toda.

37
Q

Qual é o conceito de vasculite?

A

Inflamação vascular em um contexto de inflamação sistêmica (primária), gerando consequências:

  • Sistêmica: febre, fadiga, emagrecimento, anorexia.
  • Vascular: lesão do vaso e do órgão por ele irrigado.
38
Q

Como as vasculites são classificadas por Chapel Hill? Cite as doenças principais de cada grupo.

A

1. Grandes vasos:
Pensamos em arota e seus ramos para cabeça e pescoço; é praticamente impossível obstruir estes vasos, portanto, a clínica será de diminuição da luz –> CLAUDICAÇÃO.
- Arterite temporal.
- Arterite de Takayasu.

2. Médios vasos:
Faz-se uma inflamação em dois pontos distais, gerando uma dilatação central (aneurismas). Estes também irrigam as vísceras, gerando angina.
- Doença de Kawasaki.
- Poliarterite nodosa.

3. Pequenos vasos:
Aumenta-se a permeabilidade vascular, permitindo a saída de hemácias e gerando petéquias/púrpuras/equimoses/mononeurite múltipla.
- Poliangeíte microscópica.
- Churg-Strauss/Wegener.
- Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA).
- Vasculite crioglobulinêmica.

Variável/outras:
- Doença de Behçet (queima filme).
- Buerger (Tromboangeíte obliterante) –> não é uma vasculite primária, portanto, não há inflamação sistêmica (vasculite de vasos distais.

39
Q

Como é feito o diagnóstico das vasculites?

A

1. Marcadores inflamatórios:
- Aumento de PCR, VHS.
- Anemia normocítica e normocrômica.
- Leucocitose/trombocitose (pode ser normal ou elevada): na vasculite, a contagem plaquetária é normal ou elevada –> a púrpura da hematologia é trombocitopênica.

2. Anticorpos:
Anticorpo Anti-Citoplasma de Neutrófilo (ANCA):
- C-ANCA (ANTI-PROTEINASE 3): Wegener (Poliangeíte granulomatosa).
- P-ANCA (ANTI-MIELOPEROXIDASE): Poliangeíte Microscópica/Churg-Strauss.

TODAS AS VASCULITES ANCA+ CURSAM COM SÍNDROME PULMÃO RIM.

3. Avaliação vascular:
- Imagem: angiografia/ecocardiograma.
- Biópsia do vaso ou tecido.

40
Q

Em qual sexo é mais comum a vasculite de grandes vasos?

A

Em mulheres.

41
Q

Qual é a clínica da Arterite Temporal?

A
  • Mulheres ≥ 50 anos.
  • Geralmente começa com quadro de cefaleia e espessamento da artéria temporal.
  • Hipersensibilidade do escalpo (dói para pentear cabelo) - isquemia do couro cabeludo.

** A PRINCIPAL CLAUDICAÇÃO É A MANDIBULAR**!

  • Associação com Polimialgia Reumática em 50% dos casos (dor + rigidez matinal na cintura escapular e pélvica).
  • Febre de origem indeterminada.

Amaurose (complicação): oclusão da central da retina ou oftálmica –> URGÊNCIA (pegar pesado com corticoide).

42
Q

Como é o laboratório da Arterite Temporal?

A
  • Aumento de VHS > 40 - 50.
43
Q

Como é feito o diagnóstico da Arterite Temporal?

A
  • Biópsia da temporal (padrão ouro): PODE TRATAR ANTES DA BIÓPSIA (fica positiva em vigência de tratamento/melhora por 14 dias.
  • USG com Doppler.
44
Q

Como é feito o tratamento da Arterite Temporal?

A
  • Prednisona: RESPOSTA DRAMÁTICA. Em 48/ 72horas, paciente fica assintomático.
  • Eventualmente, pode-se acrescentar AAS pelo medo de oclusão da central da retina/oftálmica.
45
Q

Qual é a clínica da Arterite de Takaysu?

A
  • Mulheres < 40 anos.
  • Claudicação de MMSS: normalmente acomete a subclávia (paciente não consegue pentear o cabelo).
  • Pressão e pulsos assimétricos em MMSS.
  • Sopros em carótida, subclávia e aorta.

Hipertensão renovascular (complicação): eventualmente, pode acometer o ósteo das artérias renais, gerando hipertensão renovascular.

TAKAYA-SUUUUUUUUUUU = SUBCLÁVIA.

46
Q

Como é feito o diagnóstico da Arterite de Takaysu?

A

Angiografia (angioTC ou angioRM)

47
Q

Como é feito o tratamento da Arterite de Takaysu?

A

Prednisona +/- metotrexato.

  • Angioplastia após remissão.
48
Q

Compare a Arterite Temporal x Arterite de Takayasu nas seguintes categorias: epidemiologia, vasos acometidos, claudicação, lesão grave, palavras chave, diagnóstico, tratamento.

A

Arterite Temporal:
- Epidemiologia: mulher velha.
- Vasos acometidos: temporal.
- Claudicação: mandíbula.
- Complicação: cegueira.
- Palavras chave: cefaleia, aumento de VHS, polimialgia reumática.
- Diagnóstico: biópsia.
- Tratamento: corticoide - resposta dramática.

Arterite de Takayasu:

  • Epidemiologia: mulher jovem.
  • Vasos acometidos: subclávia, aorta, carótida, renal.
  • Claudicação: MMSS.
  • Complicação: hipertensão renovascular.
  • Palavras chave: assimetria de pulsos.
  • Diagnóstico: angiografia.
  • Tratamento: Corticoide +/- Metotrexato.
49
Q

Em qual sexo é mais comum a vasculite médios vasos?

A

Homem com ANEURISMAS, podendo levar a ANGINAS.

50
Q

Como é a clínica da Doença de Kawasaki?

A
  • Menino de 1 - 5 anos.
  • Febre ≥ 5 dias – CRITÉRIO OBRIGATÓRIO!
  • Congestão conjuntival bilateral.
  • Alterações em lábios e cavidade oral: língua em framboesa.
  • Linfonodomegalia cervical não supurativa (≥ 1,5cm).
  • Exantema polimorfo.
  • Alterações nas extremidades: descamação periungueral, edema endurado de mãos/pés.

FEBRE + 4 CRITÉRIOS

51
Q

Como estará o laboratório da Doença de Kawasaki?

A

Aumento de complemento (C3).

52
Q

Como é o diagnóstico da Doença de Kawasaki?

A
  1. Febre ≥ 5 dias – CRITÉRIO OBRIGATÓRIO!
  2. Congestão conjuntival bilateral.
  3. Alterações em lábios e cavidade oral: língua em framboesa.
  4. Linfonodomegalia cervical não supurativa (≥ 1,5cm).
  5. Exantema polimorfo.
  6. Alterações nas extremidades: descamação periungueal, edema endurado de mãos/pés.

SUSPEITA DE KAWASAKI = OBRIGATÓRIO PEDIR ECOCARDIOGRAMA (ANEURISMA DE CORONÁRIA EM 25% DOS CASOS)!

53
Q

Como é o tratamento da Doença de Kawasaki?

A

Começar o tratamento imediatamente! Quanto mais precoce, menor a chance de evoluir com aneurisma coronariano.

  • Imunoglobulina endovenosa: reduz a probabilidade de aneurisma coronariano - 2g/kg de 10 - 12h.
  • AAS em dose alta: 80 - 100mg/kg/dia divididos em 6h.
54
Q

Como é a clínica da Poliarterite/Poliangeíte Nodosa (PAN)?

A
  • Homem de 40 - 60 anos.
  • HAS renovascular: presença de aneurismas renais.
  • Retenção azotêmica.
  • Sintomas gastrointestinais: presença de aneurismas mesentéricos (angina mesentérica).
  • Dor testicular: angina testicular (aneurismas testiculares).
  • Mononeurite múltipla e Livedo reticular.

MACETE: A PAN tem ANeurismas e ANginas; a PAN poupa pulmão - fala rápido!!!!

55
Q

Como é o laboratório da Poliarterite/Poliangeíte Nodosa (PAN)?

A
  • Hepatite B: HBsAg+ / HBeAg + (até 30% dos casos).
56
Q

Como é o diagnóstico da Poliarterite/Poliangeíte Nodosa (PAN)?

A
  • Biópsia de pele, testículo.
  • Angiografia mesentérica, renal: múltiplos aneurismas.
57
Q

Como é o tratamento da Poliarterite/Poliangeíte Nodosa (PAN)?

A
  • Corticoide + ciclofosfamida.
  • Tratar hepatite B.
58
Q

Como é a clínica da Poliangeíte Microscópica?

A

PAN + Síndrome Pulmão Rim

  • Capilarite pulmonar: hemoptise.
  • Capilarite renal: glomerulonefrite (GNRP).
59
Q

Como é o laboratório da Poliangeíte Microscópica?

A

P-ANCA (ANTI-MIELOPEROXIDASE).

60
Q

Como é o tratamento da Poliangeíte Microscópica?

A

Corticoide + Ciclofosfamida.

61
Q

Como é a clínica da Poliangeíte com Granulomatose Eosinofílica (Churg-Strauss)?

A

SÍNDROME PULMÃO RIM

  • Homem 30 a 50 anos.
  • Asma de repetição: estranho começar nessa idade, ainda é refratária.
  • Infiltrados pulmonares migratórios.
  • Mononeurite múltipla.
  • GESF leve.
  • Gastroenterite e miocardite eosinofílicas.

MACETE: CHURG-STRAUSSSSS (imagine a falta de ar).

62
Q

Como é o laboratório da Poliangeíte com Granulomatose Eosinofílica (Churg-Strauss)?

A
  • Eosinofilia > 1.000 (> 10%) / aumento de IgE.
  • P-ANCA (ANTI-MIELOPEROXIDASE).
63
Q

Como é o diagnóstico da Poliangeíte com Granulomatose Eosinofílica (Churg-Strauss)?

A

Biópsia pulmonar.

64
Q

Como é o tratamento da Poliangeíte com Granulomatose Eosinofílica (Churg-Strauss)?

A

Prednisona + Ciclofosfamida.

65
Q

Como é a clínica da Poliangeíte com Granulomatose (Wegener)?

A

SÍNDROME PULMÃO RIM

  • Ser humano com 30 - 50 anos.
  • Sinusite com rinorreia purulenta.
  • Exoftalmia: granuloma na via aérea vai para região retro-orbitária, empurrando o olho para fora.
  • Perfuração em VAS: necrose do granuloma, formando um buraco.
  • Nariz em sela: necrose do granuloma.
  • Hemoptise: o granuloma pulmonear necrosado pode desencadear, diferencia-se de tuberculose por um quadro que começa em VAS.
  • GNRP.
66
Q

Como é o laboratório da Poliangeíte com Granulomatose (Wegener)?

A

C-ANCA (97%) = ANTI-PROTEINASE 3.

67
Q

Como é o diagnóstico da Poliangeíte com Granulomatose (Wegener)?

A

Biópsia de VAS e Pulmonar.

68
Q

Como é o tratamento da Poliangeíte com Granulomatose (Wegener)?

A

Corticoide + Ciclofosfamida.

69
Q

Correlacione os ANCA com a Síndrome Pulmão Rim!

A

Poliangeíte Microscópica:
- P-ANCA (ANTI-MIELOPEROXIDASE).
- Hemoptise, GESF grave –> GNRP.

Churg-Strauss:
- P-ANCA (ANTI-MIELOPEROXIDASE).
- Asma, GESF branda.

Poliangeíte com Granulomatose (Wegener):
- C-ANCA (ANTI-PROTEINASE 3).
- Hemoptise, GESF grave.

Síndrome de GoodPasture:
- Anticorpo anti-MB (glomerular e alveolar).
- Hemoptise e GNRP.
- Também pode ter p-ANCA.

70
Q

Como é a clínica da Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA)?

A
  • Homem < 20 anos.
  • Infecção prévia de via aérea (50 - 60%), pode ser vacina também (cachumba).

Tétrade da vasculite por IgA:
- Púrpura palpável (gravidade dependente)>
- Artrite/artralgia NÃO DEFORMANTE.
- Dor abdominal.
- Hematúria (Berger - Nefropatia por IgA).

71
Q

Quais são as complicações da Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA)?

A
  • Invaginação (íleo-ileal é a mais comum).
  • Orquite, epididimite, torção testicular.
  • Hemorragia conjuntival.
  • Cefaleia, crises convulsivas.
  • Alterações de comportamento.
72
Q

Como é o laboratório da Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA)?

A
  • Aumento de IgA.
  • Sem plaquetopenia ou coagulopatia.
73
Q

Como é o diagnóstico da Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA)?

A

Critérios clínicos:
- ACR (≥ 2): Púrpura, idade ≤ 20 anos, dor abdominal, biópsia compatível.
- EULAR: púrpura não trombocitopênica + 1 (dor abdominal, artrite/artralgia, biópsia compatível).

BIÓPSIA COM PADRÃO DE LEUCOCITOCLASIA (leucócitos destruindo aquele local)

74
Q

Como é o tratamento da Púrpura de Henoch-Schonlein (vasculite por IgA)?

A
  • Suporte.
  • Corticoide se complicações: gastrointestinal, nefrites graves, neurológicas.
75
Q

Qual é a clínica da Vasculite Crioglobulinêmica?

A
  • Púrpura palpável –> úlcera cutânea.
  • Poliartralgia.
  • Glomerulonefrite BRANDA.
  • Neuropatia periférica.
  • Livedo reticular.
76
Q

Qual é o laboratório da Vasculite Crioglobulinêmica?

A
  • Diminuição do complemento (C4).
  • Hepatite C: anti-HCV (+).

MACETE: A CRIO CAI COMPLEMENTO - fale rápido.

77
Q

Como é o diagnóstico da Vasculite Crioglobulinêmica?

A
  • Crioglobulinas (+) na circulação.
78
Q

Como é o tratamento da Vasculite Crioglobulinêmica?

A
  • Imunossupressão + plasmaférese.
  • Tratar Hepatite C.
79
Q

Como é a clínica da Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger)?

A

Não há inflamação sistêmica, portanto, não é uma vasculite primária.

Clínica:
- Homem adulto, TABAGISTA.
- Necrose de extremidades.
- Fenômeno de Raynaud.
- Tromboflebite migratória.

80
Q

Quais são os vasos acometidos na Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger)?

A

Distais: pulsos proximais são poupados!

81
Q

Como é o diagnóstico da Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger)?

A

Angiografia - lesão em “saca rolhas” ou vasos espiralados.

82
Q

Como é o tratamento da Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger)?

A
  • Cessar tabagismo e NUNCA MAIS VOLTAR.
83
Q

Como é a clínica da Doença de Behçet?

A

Acontece em ser humano de 25 - 35 anos.

Clínica:
- Patergia: hipersensibilidade cutânea (arranhão vira pápula ou pústula).
- Lesões cutâneas (queima filme): pseudofoliculite/eritema nodoso.
- Úlceras orais.
- Lesão ocular:
- Hipópio: presença de leucócitos na câmara anterior do olho.
- Uveíte anterior/panuveíte.
- Neovascularização.
- Úlceras genitais: escrotais.
- Aneurismas pulmonares (raro): mas na prova é frequente.

84
Q

Como é o laboratório da Doença de Behçet?

A

ASCA +.

PEGA TODAS “ASCAMADAS” –> Anticorpo Anti Saccharomyces cerevisae.

85
Q

Como é o diagnóstico da Doença de Behçet?

A

Clínico + arteriografia pulmonar.

86
Q

Como é o tratamento da Doença de Behçet?

A

Prednisona + Ciclofosfamida.

Característica de “pico e vale”: não se sabe se é o tratamento que melhora ou o próprio curso da doença.