Cirurgia 1 Flashcards

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1
Q

Qual a sequência correta de atendimento ao politraumatizado e o que fazer em cada item?

A

A: Coluna cervical + via aérea
B: Respiração
C: Circulação + controle da hemorragia
D: Disfunção neurológica
E: Exposição + controle do ambiente para evitar hipotermia.

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2
Q

Quando devemos primeiro fazer o XABCDE?

A

Quando o ambiente for extra-hospitalar e o paciente estiver exsanguinando.

Se a questão de prova falar do ATLS –> seguir ABCDE à risca!

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3
Q

Qual é a distribuição trimodal do trauma?

A
  • Segundos a minutos (50%): apneia (TCE/TRM) - prevenção: cinto, lei seca, airbag…
  • Minutos a horas (30%): potencial de cura - necessita de ATLS
  • > 24 horas (20%): TEP, sepse, disfunção múltipla de órgãos - necessita de bom atendimento médico
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4
Q

O que fazer no A do ABCDE?

A
  • Estabilizar a coluna cervical: colar + prancha + coxins.
  • Verificar se via aérea está pérvia –> fonação preservada.
    • Pérvia: O2 (>= 10l/min - máscara com reservatório).
    • Não pérvia: via aérea artificial
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5
Q

Quais as indicações de via aérea artificial?

A
  • Apneia
  • Proteção de via aérea: sangramento, queimadura de face/VA, vômitos
  • Incapacidade de manter oxigenação (tórax instável)
  • Hematoma cervical pulsátil/expansão - rouquidão
  • TCE grave (Glasgow <= 8)
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6
Q

Como é feita a triagem no politrauma?

A
  • Número de vítimas menor que capacidade médica: mais grave
  • Número de vítimas maior que capacidade médica: maior chance de vida
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7
Q

Quais são os tipos de via aérea definitivas e não definitivas?

A

** Definitivas: **
- Intubação orotraqueal
- Intubação nastraqueal - não faz em trauma facial
- Cricotireoidostomia cirúrgica
- Traqueostomia (se faz de forma eletiva)

** Não definitivas: **
- Cricotireoidostomia por punção
- VA supraglóticas: máscara laríngea e Combitubo

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8
Q

Como é feita a IOT de sequência rápida?

A

Etomidato (0,3mg/kg) + Succinilcolina (1mg/kg)

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9
Q

Como é feita a avaliação do tubo depois da IOT?

A
  • Visualização e exame físico (ausculta ambos HT e epigástrio)
  • Capnografia + RX de tórax
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10
Q

O que fazer se não consegue/não é possível intubar?

A
  • Máscara laríngea
  • Combitubo
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11
Q

O que fazer se não consegue/não é possível intubar e não tem VA supraglótica?

A
  • Cricotireoidostomia cirúrgica.
  • Cricotireoidostomia por punção:
    • < 12 anos ou SUFOCO
  • Traqueostomia (entre 2° e 3° anel traqueal)
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12
Q

O que fazer no B do ABCDE?

A
  • Oferecer O2 >= 10l/min
  • Exame físico do aparelho respiratório
  • Oximetria de pulso
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13
Q

O que fazer no C do ABCDE?

A

Circulação + controle da hemorragia! Trauma + hipotensão = choque hipovolêmico hemorrágico até que se prove o contrário
- 2 acessos venosos periféricos
- Cristaloide aquecido = 1L e 20ml/kg na criança
- Estimativa de perda volêmica

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14
Q

Como estimar a perda volêmica no trauma?

A

Estágio 1:
- NORMOTENSO
- FC < 100
- Perda: < 15%
- Sangue: não

Estágio 2:
- NORMOTENSO
- FC > 100
- Perda > 15%
- Sangue: talvez

Estágio 3:
- HIPOTENSO
- FC > 120
- Perda > 30%
- Sangue: sim

Estágio 4:
- HIPOTENSO
- FC > 140
- Perda > 40%
- Sangue: sim (maciço)

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15
Q

Como é o protocolo de transfusão maciça? Qual suas indicações?

A

1CH:1P:1CP
Indicações:
- Classe 4
- ABCD >= 2 (trauma penetrante, fast +, FC >= 120, PA <= 90)
- Índice de choque > 0,9 (FC/PAS)
- Paciente que não respondeu a volume

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16
Q

Qual a indicação de ácido tranexâmico? Como é feito?

A

Sangramento não compressível, com perda volêmica pelo menos classe 3
- 1g em até 3h após trauma + 1g em 8h.

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17
Q

Por que avaliar a diurese?

A

Avalia a perfusão:
- Adulto: > 0,5ml/kg/h; criança 1ml/kg/h; criança < 1 ano: 2ml/kg/h
- Contraindicações do cateter vesical: sangue no meato uretral, retenção urinária, hematoma perineal, fratura de pelve (fazer uretrocistografia retrógrada).

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18
Q

Como é o choque neurogênico?

A

Hipotensão + FC baixa/não sobe

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19
Q

Como avaliar o D do ABCDE?

A

Disfunção neurológica: glasgow (P), pupilas e extremidades

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20
Q

Como avaliar o E do ABCDE?

A
  • Expor o paciente
  • Controle da temperatura
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21
Q

Qual é a clínica do pneumotórax hipertensivo?

A

Componente respiratório + hemodinâmico:
- MV diminuído/abolido.
- Hipertimpanismo.
- Desvio contralateral da traqueia
- Turgência jugular
- Hipotensão - choque obstrutivo

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22
Q

Como é o diagnóstico do pneumotórax hipertensivo?

A

CLÍNICO! Não precisa de imagem

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23
Q

Como é o tratamento do pneumotórax hipertensivo?

A

Conduta imediata - temporária:
- Toracocentese de alívio
- Adulto: 5° EIC anterior à LAM
- Criança: 2° EIC na linha hemiclavicular

  • Drenagem em selo d’água:
    • 5° EIC anterior à LAM.
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24
Q

O que pensar se drenou e não melhorou?

A
  • Avaliar técnica
  • LESÃO DE GRANDE VIA AÉREA (BRÔNQUIO FONTE): borbulhamento intenso, não reexpansão.
    • Diagnóstico: broncoscopia.
    • Conduta imediata: IOT seletiva/colocação de 2° dreno
    • Conduta definitiva: toracotomia.
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25
Q

O que é o pneumotórax aberto? Qual sua clínica e tratamento?

A

Lesão > 2/3 diâmetro da traqueia

Clínica - apenas componente respiratório.
- Dispneia.
- Ferida soprante.
- MV diminído

Tratamento:
- Imediato: curativo em 3 pontas.
- Definitivo: drenagem em selo d’água (5° EIC anterior à LAM) + fechamento

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26
Q

O que é o pneumotórax simples?

A

< 1/3 do hemitórax do paciente - apenas respiratório:
- Não precisa ser drenado
- Só precisa ser drenado se: paciente em transporte aéreo ou ventilação mecânica.

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27
Q

O que é o tórax instável, sua clínica e seu tratamento?

A

Fratura em >= 2 arcos costais consecutivos em pelo menos 2 pontos

Clínica:
- Dor intensa: gera atelectasia e insuficiência respiratória
- Respiração paradoxal

O que mata o paciente com insuficiência respiratória é a DOR e a CONTUSÃO PULMONAR.

Tratamento:
- Suporte: Analgesia + O2

Contusão pulmonar:
- Tratamento: suporte.
- Considerar IOT + VM se: SatO2 < 90% ou PaO2 < 60mmHg.

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28
Q

Qual a clínica e tratamento do hemotórax?

A

Clínica:
- MV diminuído.
- Macicez à percussão
- Jugular colabada
- Hipotensão

Tratamento:
- Drenagem em selo d’água em 5° EIC anterior à LAM (se for importante, autotransfusão).

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29
Q

O que é o hemotórax maciço?

A

Drenagem > 1500ml ou;
** Constante > 200-300ml/h**.

Realizar toracotomia de urgência para reparo! Pode-se fazer autotransfusão

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30
Q

Qual é a clínica, diagnóstico e tratamento do tamponamento cardíaco?

A

Clínica - Tríade de Beck:
- Bulhas abafadas
- Estase jugular
- Choque
- Pulso paradoxal (queda de PAS > 10mmHg na inspiração)
- Sinal de Kussmaul - piora da turgência jugular na inspiração

Diagnóstico:
- Clínica + FAST (subxifoidiana)

Tratamento:
- Imediato: pericardiocentese de alívio (15 - 20ml)
- Definitivo: toracotomia + reparo da lesão (pode ir direto se tiver cirurgião habilitado)

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31
Q

Qual a clínica, diagnóstico e tratamento da lesão de aorta?

A

Acontece ao nível do ligamento arterioso.

Clínica:
- Discrepância dos pulsos do MMSS (bons) e MMII (ruins)
- Clínica pobre
- Se história compatível = investigar –> fratura de esterno, fratura de costela, fratura de clavícula

Diagnóstico:
- Raio X: alargamento do mediastino (> 8cm), perda do contorno aórtico, desvio da traqueia/TOT para direita
- AngioTC/arteriografia - confirma o diagnóstico.

Tratamento
- Tratar outras lesões (estabilidade por 24 horas)
- Manter FGC < 80 e PAM entre 60 - 70mmHg; pode usar betabloqueador se der
- Toracotomia ou reparo endovascular

32
Q

Como é a contusão miocárdica?

A

Investigar se: fratura do esterno, arcos costais superiores

** Clínica**:
- Insuficiência de VD
- Arritmias: extrassístoles, FA, bloqueio de ramo dirieto.

Diagnóstico:
- Arritmias
- Hipotensão + aumento da PVC
- ECO: alterações de motilidade

Tratamento:
- Suporte (24 horas em monitorização)
- Antiarrítmicos +/- inotrópicos

33
Q

Quais são as lesões mais comuns no trauma de abdome em lesões penetrantes e contusas?

A

Penetrantes:
- PAF: delgado
- Arma branca: fígado

Contusas:
- Baço

Sinal do cinto de segurança:
- Delgado e mesentério

34
Q

Quais exames podem ser utilizados no trauma de abdome?

A

Tomografia - exige estabilidade:
- Melhor exame para trauma contuso
- Classifica as lesões e avalia retroperitôneo
- TC de corpo inteiro
- Não é bom para vísceras ocas e diafragma

Videolaparoscopia - exige estabilidade:
- Lesões na transição toracoabdominal (7° EIC), geralmente penetrante
- Cada vez mais usada para dúvidas diagnósticas.

FAST - paciente instável:
- Identifica líquido livre.
- Feito à bera leito
- Avaliação: saco pericárdico (subxifoidiana), espaço hepatorrenal, esplenorrenal, suprapúbica

35
Q

Quando indicar laparotomia?

A

Em ABDOME CIRÚRGICO

Penetrantes:
- Peritonite.
- Evisceração
- Choque

Contusos:
- Peritonite
- Retro/pneumoperitônio.

36
Q

Qual a conduta em abdome penetrante não cirúrgico?

A

Arma de fogo:
- Normalmente pega tripa –> maioria tem indicação de laparotomia
- Se flanco e dorso + paciente estável = TC.

Arma branca:
- Flanco e dorso + paciente estável = TC
- Exploração digital da ferida:
- Negativa: sutura + alta (avaliar tétano + ATB)
- Positiva/duvidosa: observação 24 horas + exame físico seriado (2/2h) + hemograma 8/8h

 - Alteração?
      - Não: reiniciar dieta + alta (avaliar tétano + ATB)
      - Sim: abdome cirúrgico = laparotomia
                 Leucocitose/queda da HB > 3 = VLP ou TC = positivo = laparotomia.
37
Q

Qual a conduta em abdome contuso não cirúrgico?

A

Estável:
- TC para avaliar grau das lesões. TC positiva com lesão intra-abdominal não necessariamente indica cirurgia

Instável:
- Não politrauma = laparotomia.
- Politrauma = fast = positivo = laparotomia.

38
Q

Quando indicar tratamento conservador?

A
  • Abdome não cirúrgico
  • Estabilidade hemodinâmica, consciente, sem intoxicação
  • Condições de observação/intervenção: hospital, MÉDICO, TC, Angiografia com embolização
39
Q

O que fazer no trauma esplênico?

A

É a lesão mais comum no trauma contuso
- Fratura de arcos costais e sinal de Kehr (E - dor referida na região na ponta da escápula ou ombro E)
- Dor à direita: sinal de Laffont - hemorragia retroperitoneal.

Tratamento conservador:
- Abdome não cirúrgico
- Estabilidade hemodinâmica, consciente, sem intoxicação
- Condições de observação/intervenção: hospital, MÉDICO, TC, Angiografia com embolização

Lesão de baço + ESTÁVEL HEMODINÂMICAMENTE + BLUSH (contraste vazando da víscera) = angioembolização (arteriografia com embolização)!

Tratamento cirúrgico:
- Falha do conservador
- Instabilidade hemodinâmica

Qual cirurgia?
- Esplenectomia total - vacinar contra germes encapsulados (pneumococo, meningococo, haemophilus)

40
Q

O que fazer no trauma hepático?

A

Tratamento conservador:
- Abdome não cirúrgico
- Estabilidade hemodinâmica, consciente, sem intoxicação
- Condições de observação/intervenção: hospital, MÉDICO, TC, Angiografia com embolização

Lesão de fígado + ESTÁVEL HEMODINÂMICAMENTE + BLUSH (contraste vazando da víscera) = angioembolização (arteriografia com embolização)!
Pseudoaneurisma = angioembolização

Tratamento cirúrgico:
- Falha do conservador
- Instabilidade hemodinâmica

Qual cirurgia?
- A menor possível

E se não parar de sangrar durante a cirurgia?
- Manobra de Pringle: clampeamento do ligamento hepatoduodenal (colédoco, artéria hepática, veia porta)
- Se mesmo assim não parar: provável lesão de VCI –> controle de dano –> packing –> peritoniostomia –> UTI –> abre de novo após 24/72h.

41
Q

Quais os tipos de fratura de pelve e o que fazer?

A

Tipos:
- Compressão lateral (60 - 70%): lesão visceral, sangra pouco
- Compressão vertical (5 - 15%): lesão visceral, sangra pouco
- Compressão AP (15 - 20%): fratura em livo aberto –> INSTABILIDADE
- Sangramento venoso e ramos da artéria ilíaca interna.
- Hipotensão –> amarrar a pelve no trocâncer maior do fêmur

E se não parar de sangrar?
- Packing pré-peritoneal
- Mesmo assim não parou: sangramento arterial –> angioembolização

42
Q

Como é a cirurgia para controle de danos?

A
  • Cirurgia inicial breve: controle da hemorragia e lesões grosseiras + peritoniostomia
  • Reanimação em UTI: controle da hipotermia, DHE, distúrbios hemorrágicos. Após 24/72h, volta para ciruriga definitiva
  • Cirurgia definitiva: reparo definitivo
43
Q

O que é a síndrome compartimental abdominal e qual seu tratamento?

A

PIA >= 12/21 + disfunção orgânica (hipotensão, IRA, IRPa, acidose, HIC)
- PIA normal = < 8mmHg.
- Hipertensão abdominal: PIA >= 12 sem repercussão clínica

Tratamento:
- Medidas gerais: posição supina, reposição volêmica com cautela, drenagem de coleções, analgesia e sedação, cuidado com a VC.
- Descompressão (laparotomia) para os refratários às medidas iniciais.

Se PIA > 25 (grau 4) ou PIC aumentada = DESCOMPRESSÃO (LAPAROTOMIA)

44
Q

Quais são as zonas cervicais e suas características?

A

Zona 1:
- Base do pescoço até desfiladeiro torácico.
- Fúrcula esternal até a cartilagem cricoide.
- Acesso cirúrgico difícil: maior mortalidade (pode-se ter que fazer esternotomia com extensão cervical, toracotomia anterolateral mais alta).

Zona 2:
- Cartilagem cricoide até o ângulo da mândibula.
- Acesso cirúrgico mais fácil (usa o ECOM como limite; incisão oblíqua ipsilateral).
- Estruturas importantes: carótida, vertebrais, jugulares e trato aerodigestivo.

Zona 3:
- Ângulo da mandíbula até a base do crânio.
- Acesso cirúrgico difícil.

45
Q

Qual é a conduta no trauma cervical?

A

LESÃO ÓBVIA = CIRURGIA –> trauma cervical + instabilidade, sangramento ativo, hematoma em expansão, lesão aerodigestiva (“bolhas de ar” saindo da região).

ESTÁVEL + SEM INDICAÇÃO DE CIRURGIA = INVESTIGAÇÃO:
- AngioTC; arteriografia; doppler –> avalia lesão vascular, via aérea e via digestiva.
- Laringoscopia; broncofibroscopia; EDA e Esofagografia.

LESÃO SUPERFICIAL (NÃO VIOLOU O PLATISMA):
- Sutura + alta.

46
Q

Qual é o grande exame para fraturas de face?

A

TOMOGRAFIA = FACE ou SEIOS DA FACE.

47
Q

Como são classificadas as fraturas de face?

A
  • Le Fort 1 (Guérin ou Disfunção Dentoalveolar): linha de fratura transversa (separa em um bloco só).
  • Le Fort 2: separa o osso maxilar e nasal do osso frontal.
  • Le Fort 3: tipo 2 + acometimento da órbita. Quando for cirúrgico, deve ser feita rapidamente; conservador, pode deixar > 48 horas.
48
Q

Qual é a indicação de cirurgia de face?

A

PERDA DE FUNÇÃO ou PREJUÍZO ESTÉTICO.

  • Exemplos: fratgura com explosão do assoalho da órbita causando aprisionamento de musculatura extraocular, fratura de mandíbula/maxila que pode levar a má oclusão
49
Q

Qual estrutura está lesionada ao ter um sangramento protuso de orofaringe e o que fazer?

A

Artéria maxilar ou palatina (ramos da carótida externa), pode-se fazer ligadura da carótida externa.

50
Q

Quais são as complicações mais comuns do tratamento cirúrgico em cirurgia de face?

A
  • Fístula liquórica.
  • Epistaxe.
51
Q

Como a uretra masculina é dividida?

A

É dividida em 2 grandes pedaços, através do “diafragma urogenital” em:

Uretra posterior:
- Segmento prostático.
- Segmento membranoso.

Uretra anterior:
- Segmento bulbar: classicamente pela queda a cavaleiro.
- Segmento peniano: trauma penetrante, mordedura, fratura de corpos cavernosos.
- Segmento glandular: ao nível da fossa navicular.

52
Q

Como é feita a investigação no trauma uretral?

A

Ao suspeitar de trauma uretral, não passar cateter vesical!

  • Sangue no meato.
  • Hematoma/equimose perineal ou escrotal.
  • Retenção urinária.
  • Fratura de pelve.

EXAME NA SUSPEITA DE TRAUMA URETRAL = URETROGRAFIA RETRÓGRADA!

53
Q

Qual é a conduta no trauma uretral?

A

INICIAL:
- Não passar cateter vesical!
- Realizar descompressão por CISTOSTOMIA ABERTA (avaliar débito urinário.
- Lesão de uretra + fratura de pelve/gravidez = cistostomia supra-umbilical –> NÃO SE FAZ PUNÇÃO SUPRAPÚBICA NESTES PACIENTES.

54
Q

Quais são os possíveis mecanismos de lesão de bexiga?

A
  • Intraperitoneal: aumento súbito da pressão intra-abdominal (paciente que bate de carro, comprimindo pelo cinto de segurança).
  • Extraperitoneal: fraturas e luxações de pelve.
55
Q

Como é feita a investigação no trauma de bexiga?

A
  • Cistografia retrógrada: queremos avaliar a cúpula da bexiga.
  • Imagem sem ver a cúpula = lesão intraperitoneal.
  • Imagem com cúpula íntegra e vazando contraste para a região extraperioneal = lesão extraperitoneal.
56
Q

Qual a conduta no trauma de bexiga intra e extraperitoneal?

A
  • Intraperitoneal ou lesão do colo vesical ou fragmentos ósseos na parede vesical ou aprisionamento de parede = LAPAROTOMIA COM RAFIA DA LESÃO.
  • Extraperitoneal = cateterismo vesical por 14 dias.
57
Q

A PARTIR DAQUI = CIRURGIA 3 Como é a avaliação pré operatória?

A
  1. Avaliação do risco cardiovascular
  2. Exames complementares.
  3. Manejo de medicamentos
  4. Antibiótico profilaxia
58
Q

Como é feita a avaliação cardiovascular (risco cirúrgico) no pré-operatório?

A

Cardiopatias graves contraindicam a cirurgia:
- Angina instável
- ICC descompensada
- Arritmia grave
- Valvopatia grave

Índice de Lee Revisado (IRCR LEE):
- Coronariopatia.
- AVC ou AIT.
- Renal crônico (Cr > 2)
- Diabetes insulinodependente
- ICC.
- Operação grande.

>= 2 preditores de risco –> AVALIAR MET’S (capacidade funcional do coração)

Capacidade funcional - MET’S:
- 1 MET –> cuidados próprios.
- 4 METS –> subir 1 lance de escadas
- 4 a 10 METS –> limpar a casa/arrastar móveis
- > 10 METS –> pratica esportes

< 4 METS = TESTE CARDÍACO NÃO INVASIVO (ecocardiograma de esforço, teste de esforço, cintilografia miocárdica. O stress cirúrgico gasta 4 METS, portanto, devemos perguntar se o paciente sobe bem um lance de escadas

59
Q

Resuma a avaliação cardiovascular

A
  1. Índice de LEE < 2 = CIRURGIA
  2. METS >= 4 = CIRURGIA
  3. Teste cardíaco não invasivo = CIRURGIA

Se não passou em nenhum destres –> contraindicado!

60
Q

Como é feita a solicitação de exames pré operatórios de acordo com a idade e comorbidades?

A

Idade:
- < 45 anos: NÃO PEDIR NADA
- >= 45 anos: ECG (homem)
- >= 55 anos: ECG + hemograma (homem e mulher)
- >= 70 anos: ECG + hemograma + ureia/creatinina + glicose + eletrólitos

Idade pela USP:
- < 40 anos: não pedir NADA.
- >= 40 anos: ECG + hemograma (homem)
- >= 50 anos: ECG + hemograma (homem e mulher)
- >= 65 anos: ECG + hemograma + ureia/creatinina + glicose + eletrólitos + RX de tórax

Comorbidades e cirurgia:
- HAS: ECG + ureia/creatinina, eletrólitos…
- Diabetes: ECG + ureia/creatinina, eletrólitos…
- Pneumectomia: espirometria…

61
Q

Quais são os exames polêmicos que pedem em pré operatório?

A
  • Coagulograma: anamnese suspeita ou estimativa de sangramento > 2L na cirurgia
  • Raio X de tórax, pedir se:
    • 50 anos + cirurgia de alto risco
    • IMC > 40
    • DPOC

USP SP: tabagismo (>= 20 maços/ano) ou >= 65 anos
** PSU-MG: errado num tá* (colocam sempre RX de tórax, especialmente em cirurgia de abdome superior

62
Q

Quais drogas manter no pré operatório?

A

ME APLICA:

  • Metimazol e Propiltiouracil
  • Estatinas
  • Anti-hipertensivos
  • Psicotrópicos.
  • Levotiroxina
  • Inalatórios e insulina (1/2 na manhã –> atualizado)
  • Corticoide
  • AAS.
63
Q

Quais drogas suspender no dia (24 horas antes da cirurgia)?

A

AH… deixa 1 dia antes

  • Antidiabéticos (semaglutida são 21 dias antes)
  • Heparinas:
    • Não fracionada: 6h antes.
    • Baixo peso molecular: 12 - 24 horas antes.
64
Q

Quais drogas suspender 2 - 3 dias antes da cirurgia?

A
  • Novos anticoagulantes
  • Metformina
  • AINES
65
Q

Quais drogas suspender >= 5 dias antes da cirurgia?

A
  • Clopidogrel.
  • Varfarina: ponte com heparina (suspende a varfarina e começa HBPM até INIR < 2/1,5; quando bate o INR, suspende a heparina 24 horas antes, opera no dia seguinte e, após a cirurgia, volta com a heparina e varfarina, só liberando esta paciente para casa com INR entre 2 - 3.
66
Q

Quando fazer antibioticoprofilaxia?

A

** CIRURGIA LIMPA **
- Não invade tratos contaminados (TGI, respiratório, ginecológico, urinário, biliar)
- Exemplos: cirurigas plásticas, tireoidectomia, neurocirurgia, cirurgias cardíacas, cirurgias vasculares
- Não se faz antibioticoprofilaxia! Exceção: osso e prótese em cirurgia aberta.
- Cirurgia de hérnia com tela aberta: fazer antibioticoprofilaxia.

** CIRURGIA LIMPA CONTAMINADA (POTENCIALMENTE CONTAMINADA) **
- Invade sob controle (boa técnica asséptica).
- Exemplos: colelitíase por videolaparoscopia.
- SEMPRE FAZ ANTIBIÓTICO! Exceto: colecistectomia videolaparoscópica e traqueostomia.

** CONTAMINADA **
- Sem controle ou inflamação
- Exemplo: apendicite, colecistite, colelitíase com perfuração da víscera pelo médico
- SEMPRE FAZ ANTIBIÓTICO! Exceto: colecistectomia videolaparoscópica e traqueostomia.

SUJA OU INFECTADA:
- Infecção ativa ou víscera perfurada no trauma.
- Exemplos: apendicite perfurada, necrosada ou com abscesso (não foi o médico que provocou a perfuração).
** ANTIBIOTICOTERAPIA! MANTÉM POR MAIS 5 - 7 DIAS APÓS CIRURGIA**!

67
Q

Qual antibiótico fazer? Quando fazer? Quando interromper?

A

Qual antibiótico?
- Cefazolina = pele, osso, estômago e delgado sem obstrução (até a válvula íleocecal).
- Cefalozina + metronidazol = a partir da válvula íleo cecal ou obstrução
- Alternativa: cefoxitina (anaeróbio = B. fragilis)

Quando fazer?
- 30 a 60 minutos antes da incisão - inducação anestésica
- Exceção: apendicite quando for operar 12 - 24 horas depois, começa o antibiótico até o momento da cirurgia. Se estiver perfurado, necrosado, abscesso –> mantém após cirurgia

Quando interromper?
- Final da cirurgia (até 24 horas)

68
Q

O que é o projeto ERAS e ACERTO no pós operatório?

A
  1. Avaliar suporte nutricional: quando indicado, deve-se investir em nutrição 10 dias antes da cirurgia (diminui complicações infecciosas, cicatriciais).
  2. Jejum pré operatório abreviado: Maltodextrina 2h antes da cirurgia – a água com açúcar quebra o jejum, diminuindo a REMIT.
  3. Não fazer preparo de colón de rotina para cirurgias colorretais.
  4. Tricotomia APENAS APÓS indução.
  5. Reduzir hidratação venosa: < 30ml/kg/dia, incluindo o ato operatório: 1 litro de soro fisiológico tem muito sódio, o que gera um grande edema.
  6. Prevenir náuseas/vômitos: antiemético regular (ondansetrona 4mg 12/12h).
  7. Analgesia regular evitando opioide: o opioide causa uma condição chamada de íleo metabólico, onde o intestino todo “para” e gera distensão abdominal, atrasando a recuperação do paciente.
  8. Racionalizar uso de sondas e drenos: algumas questões de prova escrevem “não usar sondas e drenos”.
  9. Realimentação precoce: até 24 horas e ultraprecoce (até 4 horas):acordou e está com fome, dá comida.
69
Q

Quais são as complicações sistêmicas no pós operatório?

A

Febre no pós operatório = 6P’S
- Pulmão
- Perfringens
- Piuria
- Perna
- Pele
- Parede

1° - 3° dia de pós operatório
- Pulmão - atelectasia: a dor faz colabar os alvéolos, aumentando inflamação e gerando febre. Pode ter sintomas respiratórios
- Inflamação sistêmica
- Perfringens - infecção necrosante: C. perfringens - a ferida fica suja, inflamada e com crepitação (gás).

3° - 5° dia de pós operatório:
- Piúria - ITU: buscamentos na história o uso de cateter vesical de demora.

** 5° - 7° dia de pós operatório**:
- Perna - TVP e TEP: buscar imobilização na história

5° - 10° dia de pós operatório:
- Pele: infecção da ferida
- Parede: deiscência da ferida

70
Q

Quais são as complicações locais? Curativo sujo?

A

Seroma:

  • Grandes descolamentos da pele (retalho, plástica).
  • Curativo com secreção serrosanguinolenta (amarelo citrina)
  • CURATIVO POUCO SUJO (PEQUENO) - ABAULAMENTO DA FERIDA
  • Prevenção: dreno (hemovac)
  • Tratamento: punção

Deiscência da ferida/aponeurose:

  • Sutura com maior tensão (pacientes inflamados, síndrome compartimental, operação de emergência, obesidade mórbida, áreas de tensão)
  • Distúrbios da cicatrização (desnutridos, oncológicos, idade avançada, deficiência vitamínica)
  • **Curativo com secreção serossanguinolenta (água de carne).
  • CURATIVO MUITO SUJO (GRANDE) - EXTRAVASAMENTO LÍQUIDO/GORDURA.
  • Tratamento: laparotomia e ressutura (se abriu aponeurose); se abrir apenas pele, deixa cicatrizar por 2° intenção (já está contaminada)

Infecção da ferida

  • Assepsia inadequada.
  • Diminuição da imunidade
  • Curativo com secreção serossanguilonenta (turvo ou purulento)
  • CURATIVO POUCO SUJO (PEQUENO) - SINAIS INFLAMATÓRIOS
  • Tratamento: drenagem +/- antibiótico (tira o ponto e deixa cicatrizar por 2° intenção).
    • O ATB é feito em infecção profunda, prótese (repercussão sistêmica)
71
Q

Como é feita a avaliação pré anestésica?

A

1. Alergias?
- Drogas
- Esparadrapo
- Látex

2. Está em jejum?
- Líquidos claros (Maltodextrina): 2 horas antes.
- Leite materno: 4 horas antes.
- Leite e fórmulas: 6 horas antes
- Sólidos e não claros: 6 horas antes (pode 8 horas).
- Carnes e frituras: 8 horas antes.

3. Via aérea difícil? –> Mallampati (sentado):
- Classe 1: pilares amigdalianos (fauces)
- Classe 2: ponta da úvula (úvula por completo)
- Classe 3: base da úvula (úvula parcial)
- Classe 4: palato duro

72
Q

Como é feita a classificação de ASA?

A
  • ASA 1: sem doença
  • ASA 2: doença não limitante (obesidade, tabagismo, etilismo social, gestação, hipertensão arterial controlada).
  • ASA 3: doença com limitação funcional (reversível) –> HAS descontrolada ou alguma complicação por este = suspende até estabilizar virar ASA 2
  • ASA 4: doença incapacitante (irreversível) –> não se faz cirurgia com ASA 4, apenas de urgência.
  • ASA 5: moribundo –> não se opera nem de emergência
  • ASA 6: morte encefálica –> transplante.
73
Q

Drogas anestésicas - quando usar e não usar inalatórios?

A

- Usar: falta de acesso, criança e manutenção da anestesia
- Não usar: obstetrícia, aumento da PIC, hipotensão e hipertermia maligna

74
Q

Drogas anestésicas - quais são as drogas inalatórias?

A

Utilizados:
- Sevoflurano: é o mais utilizado, baixa pungência –> indicado em asma e tabagismo
- Desflurano: vaporizador diferente, mantém em estado líquido
- Isoflurano: cheiro de remédio de barata e alta pungêncoa –> causa tosse e laringoespasmo.

Obsoletos:
- Halotano: é o mais potente de todos, com mais efeitos colaterais (menor CAM)
- N2O (óxido nitroso): é o menos potente de todos, com maior velocidade (maior CAM)

75
Q

Drogas anestéicas - quais são os hipnóticos e seus efeitos?

A

Causam inconsciência + sedação + amnésia

1. Tiopental (barbitúrico):
- Neuroprotetora: diminui a PIC + indução rápida.
- Causa hipotensão e depressão respiratória

2. Propofol
- Despertar rápido (“menor ressaca”), com rápida ação.
- Causa hipotensão + acidose + dor (lidocaína)

3. Midazolam:
- Amnésia retrógrada + sedação leve
- Antídoto: flumazenil

4. Etomidato:
- Cardioprotetora - estabilidade cardiovascular.
- Causa supressão drenal + dor (opioide)

5. Quetamina
- Sedoanalgesia + vasoconstrição + broncodilatação (melhor no choque, asma).
- Causa aumento da pressão arterial + taquicardia + alucinação

76
Q

Drogas anestésicas - quais são os opioides e seus efeitos na analgesia?

A

Anestesia:
- Fentanil

Dor pós operatória:
- Morfina, meperidina e tramadol: a ideia é evitar os opioides.

Ação:
- Altera a percepção da dor + bloqueio neurovegetativo.
- Extra: bloqueia o reflexxo simpático da intubação (não faz hipertensão, taquicardia).

Efeitos colaterais:
- Depressão respiratória + náuseas + dminuição da motilidade intestinal + retenção urinária + prurido
- Antídoto: Naloxona (se tórax duro = naloxona + succinilcolina).