Nefrologia 1 Flashcards

1
Q

Qual é a tríade clássica da Síndrome Nefrítica?

A

Hipertensão + Edema + Hematúria!

  • Oligúria = aumento do número decélulas inflamatórias na região, gerando uma obstrução do “ralo” por onde o filtrado sai.
  • Edema = o “ralo” está entupido, gerando congestão volêmica.
  • Hipertensão = o “ralo” está entupido, gerando congestão volêmica.
  • Hematúria dismórfica (acantócitos): é o sinal marcante da síndrome neftrítica!
  • Cilindros hemáticos = proteína de Tamm-Horsfall + células.
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2
Q

Como acontece a glomerulonefrite pós estreptocócica (GNPE)?

A

É a sequela tardia de uma infecção por cepas específicas do Estreptococos beta-hemolítico do grupo A - S. pyogenes (infecção de garganta ou de pele)!

  • Piodermite ou faringoamigdalite.
  • Deve-se respeitar o período de incubação: faringe 1 - 3 semanas e pele 2 - 6 semanas.
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2
Q

Qual é a clínica da GNPE?

A

Síndrome nefrítica clássica (oligúria, hipertensão, edema e hematúria).

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2
Q

Quais são as causas de Síndrome Nefrítica?

A
  • Glomerulonefrite pós estreptocócica = GNPE.
  • Glomerulonefrite não pós estreptocócica = endocardite, heatites, LES, doença de Berger, tumores…
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3
Q

Qual é o prognóstico da GNPE?

A

Excelente prognóstico!

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3
Q

Quando indicar biópsia na GNPE?

A

Quando fugir de um padrão normal!

  1. Insuficiência renal rápida e progressiva: oligúria persistente (> 7 dias), perda de função renal.
  2. Proteinúria nefrótica > 4 semanas.
  3. Hematúria macroscópica > 4 semanas.
  4. HAS > 4 semanas.
  5. Hipocomplementenemia > 8 semanas ou normal na síndrome nefrítica.
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4
Q

Como é feito o diagnóstico da GNPE? Fale sobre o fluxo diagnóstico.

A
  1. Tem história de infecção recente (piodermite ou faringoamigdalite prévia)?
  2. O período de incubação é compatível?
  3. Foi infecção estreptocócica? (ASLO = amigdalite; DNAseB = piodermite).
  4. Queda transitório do complemento (C3 e CH50? Há uma hipocomplementenemia por até 8 semanas!

Amigdala = ASLO; DERME = DNAse B!

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5
Q

Quais são os achados da biópsia na GNPE?

A
  • MO: glomerulonefrite proliferativa difusa.
  • ME: depósitos subepiteliais eletrodensos - GIBAS (CORCOVAS/HUMPS) - PATOGNOMÔNICO.
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6
Q

Qual é a história natural da GNPE?

A
  • Oligúria até 7 dias.
  • Hipocomplementenemia até 8 semanas.
  • Hematúcria microscópica até 1 - 2 anos (não é padrão de acompanhamento).
  • Proteinúria leve < 1g/dia até 2 - 5 anos (não é padrão de acompanhamento).
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7
Q

Qual é o tratamento da GNPE?

A
  • Suporte: restrição hidrossalina, diurético de alça, vasodilatadores (hidralazina ou nitroprussiato em emergências hipertensivas), hemodiálise se necessário.
  • Fazer antibiótico: penicilina benzatina (medida coletiva) –> não tem benefício na GNPE.
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8
Q

O que é a doença de Berger (nefropatia por IgA)?

A

É uma alteração assintomática, onde há depósito granular de IgA no mesângio (mexeu no mesângio, sangra).

  • Caracteriza-se por episódios intensos de hematúria e depois mais nada.
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9
Q

Como é a epidemiologia da doença de Berger?

A
  • Glomerulopatia 1° mais frequente no mundo.
  • Logo após infecção e/ou hematúria sinfaringítica.
  • Homens (2:1), 10 - 40 anos.
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10
Q

Quais são as formas clínicas da doença de Berger?

A
  1. Hematúria macroscópica recorrente (40 - 50%): hematúria - nada - hematúria.
    - Pode ser desencadeada por infecções, vacinação ou exercício rigoroso.
    - Melhor prognóstico.
    - Proteinúria subnefrótica.
  2. Hematúria microscópica persistente (30 - 40%): nada - nada - nada.
    - Proteinúria subnefrótica.
    - Crises de hematúria recorrente.
    - Pior prognóstico (não chama atenção).
  3. Síndrome nefrítica (10%) - diagnóstico diferencial com GNPE:
    - Não respeita o período de incubação.
    - Não consome complemento.
  4. Síndrome nefrótica (10%).
  5. GNRP (< 5%).
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11
Q

O que fazer diante de uma hematúria assintomática?

A

Investigar neoplasia urotelial com URETROCISTOSCOPIA E UROTOMOGRAFIA (TC com contraste trifásico - imagem de vias urinárias superiores.

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12
Q

Como é feito o diagnóstico laboratorial de Doença de Berger?

A
  • Hematúria dismórfica.
  • Complemento normal.
  • Aumento do IgA sérico (50%).
  • Depósitos de IgA em vasos da pele (50%).

Diagnóstico de certeza = biópsia.

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13
Q

Como é o tratamento da doença de Berger?

A
  • IECA/BRA: proteinúria > 500mg/dia ou HAS –> controlar a PA..
  • Corticoide (situações graves): protreinúria > 1g/dia, HAS, Cr > 1,5 ou alterações à biópsia sugestivas de mau prognóstico (crescentes).
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14
Q

Qual é o prognóstico da doença de Berger?

A
  • 60%: evolução benigna (rim estável).
  • 35 - 40%: evolução lenta para insuficiência renal –> acompanhar de perto.
  • < 5%: remissão completa.
  • Raro: evolução rápida para insuficiência renal.
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15
Q

Quais são os fatores de mau prognóstico para doença de Berger?

A
  • Idade avançada ao diagnóstico.
  • Sexo masculino.
  • Creatinina > 1,5 ao diagnóstico.
  • HAS.
  • Protenúria persistente > 1 - 2g/dia.
  • Ausência de hematúria macroscópica.
  • Depósitos de IgA nas alças capilares.
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16
Q

O que é a Síndrome de Alport?

A

Hematúria crônica + alteração auditiva (surdez neurossensorial) - nefrite hereditária.

  • Pode haver lenticone anterior (alteração do cristalino).
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17
Q

O que é a Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva (GNRP)?

A

É uma síndrome nefrítica exagerada)! Deve-se realizar biópsia e começar a tratar com corticoide, associado ou não a imunossupressor.

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18
Q

Qual é o resultado da biópsia renal de GNRP?

A

Crescentes em > 50% dos glomérulos!

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19
Q

Quais são as possíveis etiologias da GNRP?

A
  • Tipo 1 (10%): depósitos anti-membrana basal (anti-MB) - Doença de GoodPasture –> padrão linear.
  • Tipo 2 (45%): depósitos de imunocomplexos - Berger, GNPE, endocardite, hepatites virais, LES –> padrão granular.
  • Tipo 3 (45%): pauci-imune - Vasculite ANCA+ (Poliarterite microscópica e Granulomatose com Poliangeíte (Wegener)).
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20
Q

O que é a doença de GoodPasture?

A

É uma condição autoimune em que os anticorpos anti-MBG atacam a membrana basal dos glomérulos e dos alvéolos pulmonares (glomerulonefrite e alveolite), gerando uma síndrome pulmão-rim (hemoptise + glomerulonefrite).

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21
Q

Qual a epidemiologia e a clínica da Doença de GoodPasture?

A
  • Homens (6:1).
  • Relação com tabagismo.

Clínica:
- Pulmão: hemoptise.
- Rim: GNRP clássica.

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22
Como é feito o diagnóstico de GoodPasture?
Anti-MB + complemento normal + IF com padrão linear. - Biópsia renal: depósitos imunológicos na membrana basal --> padrão linear (única estrutura contígua), crescentes (não precisa ser > 50%).
23
Como é o tratamento de GoodPasture?
- **Plasmaférese**. - Prednisona (1mg/kg/dia) + imunossupressor (azatioprina ou ciclofosfamida).
24
Qual é a epidemiologia da Trombose Glomerular (SHU) - Síndrome Hemolítico Urêmica?
- Países subdesenvolvidos (doenças infectoparasitárias). - Crianças 2 a 4 anos.
25
Qual é a patogênese da SHU?
- **E. coli O157:H7**: em crianças com **gastroenterite**, esta bactéria produz uma toxina chamada **verotoxina (shiga)** e causa uma lesão do endotélio glomerular. - Quando há uma lesão do endotélio, a membrana basal é exposta na circulação e promove agregação plaquetária, formando um **trombo dentro do glomérulo**. - Assim, o sangue não consegue ser filtrado e cria-se a **síndrome urêmica (insuficiência renal) --> consumo absurdo de plaquetas (plaquetopenia) --> hemácia força a passagem pela fibrina, se quebra --> hemólise com esquizócitos**.
26
Qual é a clínica da SHU?
Tríade: - Insuficiência renal aguda. - Plaquetopenia de consumo. - Anemia hemolítica microangiopática --> esquizócitos.
27
Qual é o tratamento da SHU?
- Suporte (doença autolimitada em 7 - 21 dias). - **Não fazer antibiótico --> risco de aumentar toxina circulante**.
28
Qual é a definição de Síndrome Nefrótica?
- **Proteinúria > 3,5g/dia (adulto) e > 50mg/kg/dia (crianças) ou RPC (relação proteína creatinina) > 2 mg/kg (crianças) ou > 3mg/kg (adultos)***. - **Hipoalbuminemia (< 2,5)**: diminui também **anti-trombina 3** --> tendência **trombótica**, IgG (infecção, transferrina (anemia ferropriva). A única **substância que aumenta é a ALFA-2-GLOBULINA**. - Edema. - Hiperlipidemia: fígado tenta compensar produzindo mais proteínas para aumentar pressão oncótica --> aumenta TGL, LDL, VLDL. HDL cai. - **Lipidúria, cilindros graxos na urina (cruz maltina na microscopia)**.
29
Diferencie proteinúria seletiva X não seletiva.
- Seletiva: à custa de albumina (barreira de carga). - Não seletiva: perda proporcional (tamanho) - sai várias proteínas.
30
Qual é clínica da Síndrome Nefrótica?
- Urina espumosa (proteinúria). - Edema. - Complicações (pela perda de outras proteínas).
31
Quais são as possíveis complicações da Síndrome Nefrótica?
- Trombose venosa profunda: perda de anti-trombina, proteína C e S. Pouca resposta à heparina. - **Infecção por Pneumococo (encapsulado) - PBE**: perda de IgG. Manifesta-se com síndrome nefrótica + dor abdominal difusa, febre, irritação peritoneal (tratar com cefalosporina de 3° geração/ampicilina). - Aterogênese acelerada: aumenta os lipídeos. - Maior propensão de IVAS, infecções de pele e peritonite
32
Qual é a clínica, o diagnóstico, principal etiologia e tratamento da Trombose da Veia Renal?
**Clínica**: - Dor lombar aguda: sangue não sai do rim --> distensão da cápsula renal. - Hematúria/piora da proteinúria: edema aumenta a pressão do glomérulo. - Assimetria renal: rim ingurgitado e outro pequeno. - Varicocele: veia gonadal é tributária da veia renal. **Principais etiologias**: - **Glomerulopatia membranosa (principal)**. - Glomerulonefrite membranoproliferativa. - Amiloidose. **Diagnóstico**: - USG Doppler. **Tratamneto**: - Anticoagulação: HNF com controle do PTTa (2,5 - 3,5), depois trocamos para varfarina.
33
Quando se deve fazer biópsia na síndrome nefrótica?
**Síndrome nefrótica = BIÓPSIA**! Exceção: criança (< 8 anos) e diabético (> 10 anos de doença).
34
Qual a epidemiologia da Doença por Lesão Mínima?
- Crianças (1 - 10 anos): 85%. - Desencadeada geralmente por infecções virais.
35
Qual a patogênese da Doença por Lesão Mínima?
Perda da carga negativa da mebrana basal (proteinúria seletiva).
36
A Doença por Lesão Mínima se associa com quais situações?
- Linfoma Não Hodgkin, AINES (...ENO).
37
Qual a clínica da Doença por Lesão Mínima?
- Síndrome nefrótica clássica: proteinúria > nada > proteinúria. - Complemento normal.
38
Quais são os achados na microscopia da Doença por Lesão Mínima?
- **ME: fusão e retração dos podócitos**. - MO: não tem alteração (mínimo).
39
Qual é o tratamento da Doença por Lesão Mínima?
**Corticoide - excelente resposta**. - Recidiva: prednisona com ciclos reduzidos.
40
Quando biopsiar na Doença por Lesão Mínima?
- Refratariedade ao tratamento. - Extremos de idade (< 1 e > 10 anos). - **Hematúria macroscópica**. - Hipocomplementenemia. - HAS grave. - Insuficiência renal progressiva.
41
Qual a epidemiologia da Glomeruloesclerose Segmentar Focal (GESF)?
- Principal causa de Síndrome Nefrótica em Adultos.
42
Qual é a patogênese da GESF?
- Primária: ataque de linfócitos aos podócitos? Evolução da LM? - Secundária: sequela de agressão renal (vasculite), sobrecarga (rim único), hiperfluxo (obeside mórbida).
43
Qual é a clínica da GESF?
- **Qualquer nível de proteinúria (geralmente na faixa nefrótica)**. - HAS, hematúria microscópica, disfunção renal. - Complemento normal. **Associações: regra da exceção**!
44
Quais são os achados à microscopia na GESF?
< 50% dos glomérulos, focal + lesão mínima.
45
Qual é o tratamento da GESF?
- **Corticoterapia**: quanto mais precoce, melhor. - **Nefroproteção (se proteinúria): IECA/BRA** - a proteinúria forma lesão renal. Pode fazer até ISGLT2. - Estatina em pacientes dislipidêmicos.
46
Qual é a epidemiologia da Glomerulonefrite Membranosa?
- 2° forma mais comum de síndrome nefrótica primária (perde para GESF).
47
Qual a patogênese da Glomerulonefrite Membranosa?
- **Depósitos imunes de IgG e C3 subepiteliais (entre membrana basal e podócito) - padrão granular na IF**. - **Espessamento da membrana basal --> não é alvo específico da MB**.
48
A Glomerulonefrite Membranosa se associa a quais condições?
- Neoplasia oculta (sólida). - HBV. - LES. - Drogas (sais de ouro, d-penicilinamina, IECA-captopril, AINES-diclofenaco).
49
Qual é a clínica da Glomerulonefrite Membranosa?
- Síndrome nefrótica. - Complemento normal. - **Forma primária: Anti-PLA2R positivo. Se positivo, nem precisa de biópsia**. - É a **mais associada a trombose da veia renal**.
50
Qual o tratamento da Glomerulonefrite Membranosa?
- Nefroproteção com IECA/BRA. - Avaliar anticoagulação profilática: baixo risco de sangramento e albumina < 2 - 3g/dl. - Avaliar imunossupressão.
51
Qual é a patogênese da Glomerulonefrite Membranoproliferativa (Mesangiocapilar)?
- Proliferação mesangial intensa.
52
Qual é o achado microscópico da Glomerulonefrite Membranoproliferativa?
- **MO: sinal do duplo contorno.**
53
A Glomerulonefrite Membranoproliferativa se associa a quais condições?
- **Hepatite C**, Crioglobulinemia mista, endocardite bacteriana.
54
Qual é a clínica da Glomerulonefrite Membranoproliferativa?
- Síndrome nefrótica (30 - 40%) ou síndrome nefrítica (25%) - mexeu com mesângio = hematúria dismórfica. - **Trombose da veia renal**. - Pode ser deflagrada por **infecção respiratória alta prévia**. - **Hipocomplementenemia > 8 semanas**. **O S. pyogenes também pode gerar Glomerulonefrite Membranoproliferativa, portanto, GNPE com proteinúria nefrótica = BIÓPSIA**!
55
Qual é o tratamento da Glomerulonefrite Membranoproliferativa?
- Nefroproteção (IECA/BRA). - Grave: imunossupressão.
56
Qual é a patogênese da Amiloidose Renal?
Depósito de **fibras amiloides em todos os tecidos coradas pelo VERMELHO DO CONGO**.
57
Qual é a clínica de Amiloidose Renal?
- Síndrome nefrótica (risco de **trombose da veia renal**). - Insuficiência renal com rins aumentados. - Disfunção tubular.