Obstetrícia 3 Flashcards

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1
Q

Qual é a definição de abortamento?

A

Interrupção da gestação com feto com MENOS de 20 - 22 semanas ou 500g.

NA PROVA, GESTANTE COM < 20 SEMANAS E SANGRAMENTO = ABORTAMENTO até que se prove o contrário.

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Q

Quais são as etiologias do abortamento?

A

Anormalidades cromossômicas:
- Principal causa. Mais frequentes: aneuploidias (trissomias principalmente, a mais frequente é a trissomia do 16. Uma paciente com perda isolada precoce, principalmente no início da gravidez, tem risco = da população geral em repetir o evento.

Desordens anatômicas:
- Incompetência istmocervical (feto pesa e o colo abre), malformações uterinas (mullerianas) e sinéquias.

Doenças endócrinas:
- Insuficiência lútea (?), doenças da tireoide, DM –> a paciente com DM prévio tem que engravidar bem controlada para diminuir risco de malformação e abortamento; o risco de malformação em diabética prévia é diretamente proporcional ao nível da hemoglobina glicada. O corpo lúteo ajuda a manter a gravidez inicialmente, sustentando hormonalmente (progesterona) até a placenta assumir este papel.

Infecções:
- Rubéola, CMV, parvovirose, HIV, sífilis.

Trombofilias hereditárias:
- Questionável… a maioria recomenda não rastrear.

Distúrbios imunológicos:
- Síndrome antifosfolipídio.

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3
Q

Como é classificado o abortamento?

A
  • Precoce: < 12 semanas.
  • Tardio: 12 - 20 semanas.
  • Habitual: ≥ 3 episódios consecutivos –> necessita de investigação.

A mutação da metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) não é causa de abortamento de REPETIÇÃO!

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4
Q

Quais são as características da Síndrome Antifosfolipídeo?

A

É uma trombofilia autoimune que cursa com:
- Abortamento de repetição.
- Óbito fetal, pré-eclâmpsia.
- Trombose arterial e venosa.
- Associação com lúpus.

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5
Q

Como é feito o diagnóstico da Síndrome Antifosfolipídeo?

A

1 CRITÉRIO CLÍNICO + 1 LABORATORIAL.

Clínicos:
- Trombose arterial ou venosa ou;
- Óbito fetal após 10 semanas ou;
- Parto prematuro por pré-eclâmpsia < 34 semanas ou;
- 3 ou mais abortamentos < 10 semanas.

Laboratoriais:
- Anticoagulante lúpico.
- Anticardiolipina IgG ou IgM.
- Anti B2 glicoproteína 1 IgG ou IgM.

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6
Q

Como é o tratamento da Síndrome Antifosfolipídeo?

A
  • SAF apenas com critérios obstétricos: AAS + heparina profilática (sem trombose).
  • SAF com história de trombose: AAS + heparina terapêutica (com trombose).
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7
Q

Quais são as características da Incompetência Istmocervical?

A

Falha do orifício interno em manter a gestação, causando:
- Abortamento tardio.
- Perdas gestacionais INDOLORES: sem contrações.
- Amniorrexe precoce.
- Feto morfologicamente normal: vitalidade fetal preservada.

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8
Q

Quais são os fatores predisponentes da Incompetência Istmocervical?

A
  • Amputação do colo.
  • Dilatação do colo (mecânica - histeroscopia cirúrgica).
  • Fatores congênitos: malformação uterina.
  • Partos laboriosos.
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9
Q

Como é feito o diagnóstico da Incompetência Istmocervical fora da gravidez e na gravidez?

A

Fora da gravidez:
- Histerossalpingografia.
- Histeroscopia.
- Passagem de vela de Hegar 8.

Na gravidez:
- Dilatação do colo indolor.
- USG: encurtamento do colo, dilatação cervical (sinal do lápis/funil).

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10
Q

Qual é o tratamento da Incompetência Istmocervical?

A

Cerclagem uterina (McDonald) entre 12 - 16 semanas (média 14).

Deve-se ter um USG morfológico comprovando que está tudo bem com o feto.

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11
Q

Quais são os tipos de abortamento de acordo com o colo uterino?

A

Colo fechado:
- Ameçada: apenas susto.
- Retido: feto morto.
- Completo.

Colo aberto:
- Inevitável.
- Infectado: clínica de infecção.
- Incompleto: saiu, mas não tudo.

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12
Q

Quais são as características da Ameaça de abortamento - Colo fechado?

A
  • Sangramento e dor discreta.
  • BHCG positivo.
  • Útero: compatível com IG.
  • Colo uterino: fechado.
  • USG: presente.
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13
Q

Como é o tratamento da Ameaça de abortamento - Colo fechado?

A

Ambulatorial: sintomáticos + avaliar imunoglobulin anti-RH.

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14
Q

Quais são as características do Abortamento retido - Colo fechado?

A
  • Sangramento e dor ausentes.
  • BHCG negativo ou em queda.
  • Útero: menor que IG.
  • Colo uterino: fechado.
  • USG: embrião ≥ 7mm sem BCE..
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15
Q

Como é o tratamento do Abortamento retido - Colo fechado?

A
  • Repetir USG (confirmatório).
  • Esvaziamento uterino.
  • Avaliar imunoglobulina anti-RH.
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16
Q

Quais são as características do Abortamento completo - Colo fechado?

A
  • Sangramento discreto, dor ausente.
  • BHCG negativo ou em queda.
  • Útero: menor que IG.
  • Colo uterino: fechado.
  • USG: útero vazio (endométrio < 15mm –> JÁ SAIU TUDO).
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17
Q

Como é o tratamento do Abortamento completo - Colo fechado?

A

Sintomáticos + avaliar imunoglobulina anti-RH.

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18
Q

Quais são as características do Abortamento inevitável - Colo aberto?

A
  • Sangramento intenso, cólicas.
  • BHCG positivo.
  • Útero: compatível com IG –> ainda não saiu o bebê.
  • Colo uterino: aberto.
  • USG: BCE presente/ausente.
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19
Q

Como é o tratamento do Abortamento inevitável - Colo aberto?

A
  • Aguardar resolução espontânea ou esvaziamento uterino.
  • Avaliar imunoglobulina anti-RH.
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20
Q

Quais são as características do Abortamento Infectado - Colo aberto?

A
  • Sangramento fétido, dor abdominal.
  • BHCG negativo.
  • Útero: amolecido, doloroso.
  • Colo uterino: aberto.
  • USG: restos ovulares + febre.
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21
Q

Como é o tratamento do Abortamento Infectado - Colo aberto?

A
  • Clindamicina + Gentamicina.
  • Esvaziamento uterino.
  • Avaliar imunoglobulina anti-RH.
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22
Q

Quais são as características do Abortamento incompleto - Colo aberto?

A
  • Sangramento variável, cólicas.
  • BHCG negativo ou em queda.
  • Útero: menor que IG.
  • Colo uterino: aberto ou fechado.
  • USG: restos ovulares (endométrio > 15mm –> incompleto).
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23
Q

Como é o tratamento do Abortamento incompleto - Colo aberto?

A
  • Esvaziamento uterino.
  • Avaliar imunoglobulina anti-RH.
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24
Q

Como podemos fazer o diagnóstico diferencial do abortamento facilmente?

A

Colo fechado:
- Ameaça: BCE+; sintomáticos.
- Completo: útero vazio (< 15mm); nada.
- Retido: BCE-, CCN ≥ 7MM; esvaziamento.

Colo aberto:
- Inevitável: BCE +/- (embrião) + cólica; esvaziamento.
- Incompleto: restos; esvaziamento.
- Infectado: restos; esvaziamento + ATB.

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25
Q

Como é feito o esvaziamento cirúrgico?

A

Menor ou igual 12 semanas:
- AMIU (melhor) ou curetagem.

MACETE: AMIU é para útero MIÚDO.

MAIOR QUE 12 SEMANAS:
- Sem feto: curetagem.
- Com feto (inevitável/retido): Misoprostol +/- curetagem (apenas se necessário).

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26
Q

Quando é permitida a interrupção voluntária da gestação?

A

1. Risco de vida para a gestante:
- Abortamento terapêutico.
- Atestado por 2 médicos.
- Notificação da Comissão de Ética do Hospital.

2. Decorrente de violência sexual:
- Permitida após informar Unidade de Saúde.
- Não precisa de B.O ou autorização judicial.

3. Anencefalia:
- Descriminalização em 2012.
- Interrupção > 12 semanas (se desejar).
- Diagnóstico USG com 2 fotografias (sagital e transversal).
- Laudo assinado por 2 médicos.

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27
Q

Qual a definição de gestação ectópica?

A

É a implantação do blastocisto fora da cavidade endometrial.

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28
Q

Quais são os fatores de risco para gestação ectópica?

A
  • Cirurgia tubária prévia.
  • DIU: fator de risco relativo (comparados a pacientes com método anovulatório).
  • Gestação ectópica prévia.
  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
  • Endometriose: distorção da cavidade, sinéquias.
  • Contracepção de emergência.

A localização mais comum é na ampola, seguida pela região ístmica.

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29
Q

Quais são os sintomas clássicos, da gestação ectópica subaguda e da aguda?

A

Clássicos:
- Dor abdominal.
- Amenorreia.
- Sangramento vaginal (não obrigatório).

Subaguda:
- Dor abdominal.
- Amenorreia.
- Sangramento vaginal (não obrigatório).
- 70% região ampular.
- Sem instabilidade hemodinâmica.

Aguda:
- 30% dos casos, região ístmica (distende menos, tendência a rompimento).
- Sinal de Laffon.
- Sinal de Cullen.
- Sinal de Blumberg.
- Sinal de Proust: dor no fundo de saco de Douglas por irritação peritoneal.
- Instabilidade hemodinâmica.

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30
Q

Como é feito o diagnóstico de gestação ectópica?

A

BHCG - limite discriminatório:
- < 1.500 = repetir.
- ≥ 1.500 = ACHAR SACO GESTACIONAL (“DESCOBRIMENTO DA ECTÓPICA”).

Ultrassonografia:
- Saco gestacional em anexo.
- Anel tubário.
- Pseudo saco gestacional.
- Dopplerfluxometria: fluxo ao redor do anel tubário.

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31
Q

Qual é o tratamento para gestação ectópica?

A

Depende de variáveis como:
- Estabilidade hemodinâmica.
- Integridade da trompa.
- Desejo de nova gravidez.
- Características do saco gestacional.
- Acesso a diferentes terapias: exemplo, acesso a laparoscopia.

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32
Q

Qual é o tratamento para gestação ectópica com instabilidade hemodinâmica?

A

Laparotomia com salpingectomia.

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33
Q

Qual é o tratamento cirúrgico para gestação ectópica?

A

Salpingostomia linear:
- Ectópica íntegra (laparoscopia).

Salpingectomia:
- Sangramento incontrolável.
- Ectópica recorrente.
- Trompa uterina muito lesada.

Salpingostomia:
- Trompa contralateral doente.
- Manutenção do desejo reprodutivo.
- Tubária de pequenas dimensões.

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34
Q

Qual é o tratamento medicamentoso para gestação ectópica?

A

Metotrexato: antagonista do ácido fólico (contraindicado em gravidez viável; em gravidez heterotópica, não pode usar ele).
- Saco gestacional < 3,5/4cm.
- Embrião sem atividade cardíaca.
- BHCG < 5.000mUI/ml.

Estes critérios indicam prognóstico para seu uso. Sem estas condições, não há bom efeito.

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35
Q

De quais formas o metotrexato deve ser usado?

A
  • Injeção direta sobre o ovo: invasivo.
  • Intramuscular dose única (dosagem de BHCG no 4° e 7° dia): compara-se o 7° com o 4° dia; se não cair pelo menos 15%, repetir 3 vezes.
  • Intramuscular em dias alternados: mais efeitos colaterais.
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36
Q

Quando devemos ter conduta expectante na gestação ectópica?

A
  • Níveis baixos e decrescente de BHCG (< 1.000).
  • Estáveis hemodinamicamente.
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37
Q

Qual é a definição de doença trofoblástica gestacional?

A

Proliferação anormal do trofoblasto.

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38
Q

Quais são os tipos de doença trofoblástica gestacional? Divida em benignas e malignas.

A

Benignas: mola hidatiforme:
- Mola completa.
- Mola incompleta.

Maligna: neoplasia trofoblástica gestacional:
- Mola invasora: 80% dos casos de malignização.
- Coriocarcinoma.
- Tumor trofoblástico do sítio placentário.

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39
Q

Quais são os fatores de risco para doença trofoblástica gestacional?

A
  • Idade > 40 anos.
  • Mola hidatiforme anterior.
  • Inseminação artificial.
  • Tabagismo.
  • Abortamentos prévios.
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40
Q

Quais são as manifestações clínicas da doença trofoblástica gestacional? Divida em clássicas e outras.

A

Clássicas:
- Sangramento vaginal.
- Náuseas e vômitos incoercíveis.
- Útero amolecido, maior que IG.

Outras:
- Emissão de vesículas (degeneração hidrópica ao USG).
- Pré-eclâmpsia precoce (< 20 semanas): geralmente ela se desenvolve > 20 semanas.
- Cistos tecaluteínicos: tratando a doença, eles somem (frutos de estímulo hormonal).
- Hipertireoidismo.

A mola é tudo HIPER (hiper útero, hipertensão precoce, hipertireoidismo, hiperêmese, hiper BHCG). Na mola incompleta, o quadro não é tão florido e o BHCG é próximo da normalidade.

41
Q

Diferencie a mola hidatiforme completa e incompleta através destas características:

  • Cariótipo.
  • Feto.
  • BHCG.
  • Cistos tecaluteínicos.
  • USG.
  • Malignização.
A

Mola completa:
- Cariótipo: 46 XX/XY (diploide).
- Feto: NÃO.
- BHCG: MUITO ELEVADO.
- Cistos tecaluteínicos: COMUM.
- USG: ECOS AMORFOS.
- Malignização: 10 - 30%.

Mola incompleta:
- Cariótipo: 46 XXY/XXX/XYY (triploide).
- Feto: SIM/NÃO.
- BHCG: POUCO ELEVADO.
- Cistos tecaluteínicos: RARO.
- USG: ECOS DISPERSOS + FETO.
- Malignização: 5 - 10%.

42
Q

Como acontece a mola completa e a mola incompleta?

A
  • Mola completa: um espermatozoide entra no óvulo vazio e se duplica lá dentro.
  • Mola incompleta: óvulo tem um material genético e dois espermatozoides entram no óvulo, formando assim um material triploide; material do pai e da mãe, portanto, pode ter formação de feto.
43
Q

Como é feito o diagnóstico da mola?

A

Ultrassom:
- Tempestade de neve.

Laboratorial:
- BHCG superior a 200.000mUI/ml.

Histopatológico:
- Confirmação do diagnóstico.

44
Q

Quais são as condutas na mola?

A

Vacuoaspiração:
- Procedimento de escolha.
- Menor risco de perfuração.

AMIU e Curetagem:
- Alternativas.

Histerectomia total profilática:
- Prole completa E > 40 anos (manter os ovários!!**).
- É uma medida redutora do risco de malignização (Não zera o risco).

45
Q

Como é feito o controle pós-molar? —> ATENÇÃO - PROVA!!!.

A

BETA-HCG:
- Semanal até zerar (3 negativas).
- Mensalmente até 6 meses do 1° resultado negativo.

REALIZAR CONTRACEPÇÃO DE ALTA EFICÁCIA –> NÃO PODE DIU!

  • Acompanhamento clínico: 1° sítio metastático é pulmão, 2° canal vaginal; observar manifestações de hipertireoidismo.
  • Acompanhamento USG: observar se não houve invasão, alteração de fluxo.
  • Raio X de tórax.
  • Anticoncepção de alta eficácia.
46
Q

Quando pensar em malignização da mola?

A

BHCG:
- Elevação por 2 semanas (2 valores consecutivos).
- Estabilização dos níveis por 3 semanas/4 valores (+/- 10%).
- Ausência de negativação em 6 meses (divergente).

Exame clínico:
- Surgimento de metástases (vagina, pulmão).
- Ultrassonografia com imagem intramiometrial.
- RI e PI das artérias uterinas baixo –> significa que aumentou o fluxo.

47
Q

Cite as 3 neoplasias trofoblásticas e suas características.

A

Mola invasora:
- 70 a 90% dos casos.
- Sequela da mola hidatiforme.

Coriocarcinoma:
- 10 a 30% dos casos.
- Pós mola, aborto, gestação a termo ou ectópica (pode evoluir após gravidez viável).

Tumor trofoblástico do sítio placentário:
- Trofoblasto intermediário.
- Raro.
- Eleva hPL (lactogênio placentário).

48
Q

Qual é o tratamento das neoplasias trofoblásticas?

A

MALIGNIZAÇÃO = QUIMIOTERAPIA!

49
Q

Qual é a definição de descolamento prematuro de placenta?

A

É a separação da placenta normoinserida com MAIS DE 20 SEMANAS e antes do feto!

Ou seja, o descolamento é prematuro, uma vez que descola antes da expulsão. Acarreta risco para o feto e para a gestante –> EMERGÊNCIA MÉDICA.

50
Q

Como é classificado o descolamento prematuro de placenta?

A
  • Grau 0 (assintomático): diagnóstico histopatológico.
  • Grau 1 (leve): sangramento discreto, sem hipertonia.
  • Grau 2 (intermediário): sangramento moderado, hipertonia!
  • Grau 3 (grave): sangramento importante, óbito fetal (risco para a mãe).
    • 3A: sem coagulopatia.
    • 3B: com coagulopatia.
51
Q

Qual é a fisiopatologia do descolamento prematuro de placenta?

A
  1. Por algum motivo, descola-se a placenta e forma um hematoma retroplacentário. Este cresce e a área de descolamento aumenta, aumentando o sangramento.
  2. Sangue fora do vaso irrita o útero –> hipertonia uterina, contrações e hipotonia uterina pós-parto (continua a sangrar). Este útero que não relaxa prejudica a perfusão sanguínea para criança –> sofrimento fetal.
  • Útero de Couvelaire (apoplexia útero placentária): útero enorme com múltiplos hematomas (coágulo invade parede uterina, desorganiza o miométrio).
  1. Além disso, há consumo de fatores de coagulação e entrada de tromboplastina para dentro da circulação materna (risco de CIVD).
52
Q

Quais são os fatores de risco para o deslocamento prematuro de placenta?

A

Causas traumáticas:
- Versão fetal externa.
- Retração uterina intensa: polidramnia (reduz rápido pressão) e gemelar (na hora que sai o primeiro, reduz muito a pressão).
- Miomatose uterina.
- Traumatismo abdominal.

Causas não traumáticas:
- Síndromes hipertensivas: é a PRINCIPAL causa de DPP.
- Tabagismo, cocaína.
- RPMO, corioamnioite.
- Idade > 35 anos.

53
Q

Como decorar estes fatores de risco para DPP?

A

TÁ COM DPP!

  • Trauma.
  • Anos > 35.
  • Corioamnioite.
  • Drogas (cocaína e tabaco).
  • Polidramnia (e gemelar).
  • Pressão alta: principal.
54
Q

Qual é o quadro clínico de DPP?

A
  • HAS.
  • Dor abdominal.
  • Hipertonia uterina (útero lenhoso): É O MAIS IMPORTANTE.
  • Sangramento vaginal escuro: coágulo cresce até exteriorizar. Em 20%, não há sangramento vaginal.
  • Sofrimento fetal ou ópbito fetal: mesmo que esteja batendo 130 - 140bpm.
  • Hemoâmnio: coágulo começa a drenar para dentro da cavidade.
  • Coagulopatia.
55
Q

Como é o diagnóstico de DPP?

A

CLÍNICO! NÃO PEDIR EXAME DE IMAGEM (ATRASA O TRATAMENTO)!

56
Q

Quais exames complementares podemos pedir para DPP?

A

Os exames avaliam a gravidade:
- Hemograma, plaquetometria.
- Tipagem sanguínea.
- Coagulograma.
- Rotina de doença hipertensiva.

57
Q

Qual é a conduta na DPP?

A

DEPENDE DA VITALIDADE FETAL!

Feto vivo:
- Via mais rápida (geralmente cesariana): se a paciente estiver com dilatação total e feto baixo, pode-se fazer fórceps e tirar ainda mais rápido.

Feto morto:
- DPP grave! Próximo estágio = coagulopatia (não queremos abrir barriga).
- Melhor vaginal (se for demorar = cesariana para preservar a mãe).

Amniotomia:
- SEMPRE MARCAR NA PROVA QUANDO FOR DPP!
- Reduz a compressão da veia cava inferior.
- Dificulta ampliação do deslocamento.
- Melhora hipertonia, coordena contrações.
- Identifica hemoâmnio.
- Diminui pressão intrauterina.
- Diminui risco de coagulopatias.
- Induz ou acelera o trabalho de parto.

58
Q

Quais são as complicações da DPP?

A
  • Choque hipovolêmico.
  • Insuficiência renal aguda.
  • Necrose hipofisária: Síndrome de Sheehan (agalactia).
  • Coagulação intravascular disseminada (CIVD).
  • Útero de Couvelaire, atonia uterina.
59
Q

O que é a placenta prévia?

A

Implantação da placenta no segmento inferior do útero após 28 semanas!

  • Placenta entre a apresentação fetal e o colo.
60
Q

Como é a classificação da placenta prévia?

A
  • Marginal: apenas na margem.
  • Parcial: fecha apenas parcialmente.
  • Total: fecha totalmente.

Mais atualmente:
- Placenta prévia: parcial + total –> conduta é cesárea.
- Inserção baixa: não atinge o colo, mas se localiza até 2cm dele.

61
Q

Quais são os fatores de risco para placenta prévia?

A
  • Multiparidade: útero fica maior, parede mais fina –> penetração anormal da placenta e ela não sobe, além, de alterar perfusão em áreas da placenta.
  • Endometrite.
  • Abortamento provocado.
  • Tabagismo.
  • Cicatrizes uterinas prévias.
  • Grande volume placentário: gemelar.
  • Idade > 35 anos.
62
Q

Qual é o quadro clínico da placenta prévia?

A
  • Sangramento indolor: não tem hipertonia, taquissistolia, sem dor abdominal.
  • Espontâneo.
  • Progressivo: de repetição e cada vez pior.
  • Sangramento vermelho vivo.
  • Sem hipertonia uterina.
63
Q

Como guardar as características clínicas de placenta prévia?

A

PRÉVIA!

  • Progressivo.
  • Repetição.
  • Espontâneo.
  • Vermelho vivo.
  • Indolor.
  • Ausência de hipotonia e sofrimento fetal.
64
Q

Como é feito o exame físico de placenta prévia?

A

PROIBIDO TOQUE VAGINAL! Passa o espéculo!

65
Q

Quais exames de imagem devemos pedir na placenta prévia?

A

ULTRASSONOGRAFIA TEM QUE PEDIR!
- Dopplerfluxometria: avaliação de ACRETISMO PLACENTÁRIO (1° exame).
- Ressonância magnética: alta acurácia, similar à USG. Realiza avaliação de acretismo placentário (é a melhor em casos de dúvidas do acretismo).

66
Q

Diferencie DPP e placenta prévia através destas características:
- Sangramento.
- Dor.
- Sofrimento/óbito fetal.
- Hipertonia.
- Hipertensão.
- Gestante.

A

DPP:
- Sangramento: escuro, súbito.
- Dor: sim.
- Sofrimento/óbito fetal: comum.
- Hipertonia: comum.
- Hipertensão: comum.
- Gestante: hipovolemia, CIVD.

Placenta prévia:
- Sangramento: vivo, recorrente.
- Dor: não.
- Sofrimento/óbito fetal: raro.
- Hipertonia: ausente.
- Hipertensão: raro.
- Gestante: pouca repercussão.

67
Q

Como deve ser o manejo diante da placenta prévia?

A

Depende da intensidade do sangramento e da idade gestacional!

Hemorragia importante ou gestação à termo:
- Parto.

Hemorragia leve e gestação pré-termo:
- Expectante.

Via de parto:
- Placenta prévia total = cesariana.
- Placenta prévia parcial = cesariana (maioria).
- Palcenta prévia marginal ou baixa = parto vaginal é permitido (pode realizar amniotomia para acelerar e fazer criança descer, comprimindo a parte que está sangrando).

68
Q

Quais são as complicações da placenta prévia?

A
  • Acretismo placentário.
  • Atonia uterina.
  • Infecção puerperal.
  • Parto prematuro.
  • Apresentações anômalas: pélvica, côrmica.
  • Discinesias uterinas.
69
Q

O que é o acretismo placentário?

A

Penetração mais acentuada da placenta na parede do útero.

70
Q

Como é classificado o acretismo placentário?

A
  • Placenta acreta: até camada esponjosa do endométrio –> AINDA dá para tentar tirar.
  • Placenta increta: até o miométrio –> IMPOSSÍVEL de tirar.
  • Placenta percreta: até ou além da serosa –> IMPOSSÍVEL de tirar.
71
Q

Quais são os fatores de risco para acretismo placentário?

A
  • Placenta prévia.
  • Cesariana anterior: maior número de cesáreas, maior o risco de acretismo.
72
Q

Qual é o quadro clínico do acretismo placentário?

A
  • Falha na tentativa do secundamento.
  • Hemorragia na tentativa do secundamento.
  • Hematúria.
73
Q

Como é feito o diagnóstico de acretismo placentário?

A
  • Ultrassonografia: ausência do plano hipoecoico.
  • Dopplerfluxometria: fluxo placentário em direção à bexiga.
  • RM: em caso de dúvida ao USG.
74
Q

Como é feito o manejo de acretismo placentário?

A
  • Cuidados pré-operatórios: programar interrupção eletiva (cesárea com histerectomia), reserva de sangue, UTI, equipe preparada.
  • Ideal: histerectomia total abdominal.
  • Placenta acreta, prole incompleta: pode-se ter tentativa de remoção manual.
75
Q

O que é a rotura uterina?

A

Rompimento parcial ou total do miométrio!

76
Q

Quais são os fatores de risco para rotura uterina?

A
  • Cirurgia miometrial.
  • Trauma uterino.
  • Malformação congênita.
  • Parto obstruído.
  • Sobredistensão uterina: gemelar.
  • Ocitócitos, prostaglandinas (cuidado com misoprostol).
  • Manobra de Kristeller: PROSCRITA.
77
Q

Qual é o quadro clínico da iminência de rotura e da rotura consumada?

A

Iminência de rotura:
- Sinal de Bandl-Frommel: palpa-se uma elevação no útero (banda) e este ponto onde terá a rotura começa a distender. No Frommel, o ligamento redondo começa a ser palpável na lateral do útero.

Rotura consumada:
- Dor súbita, lancinante –> depois vira um período de acalmia (contração para quando rompe a hemorragia vai para o abdome).
- Parada do trabalho de parto.
- Hemorragia (abdominal, vaginal).
- Sinal de Clark: entra ar na cavidade peritoneal e começa a dissecar a parede –> ENFISEMA SUBCUTÂNEO (crepitação na palpação abdominal).
- Sinal de Reasens: subida da apresentação no toque (criança lançada para cavidade abdominal).
- Sofrimento agudo/óbito fetal.
- Choque hipovolêmico.

78
Q

Qual é o manejo da iminência de rotura e da rotura consumada?

A

Iminência de rotura:
- Cesariana. Avaliar uterolíticos.

Rotura consumada:
- Rafia uterina ou histerectomia.

79
Q

O que é a rotura de vasa prévia?

A

Trauma de vasos prévios, geralmente inseridos na placenta de forma anômala.

É uma hemorragia de origem fetal, portanto, uma pequena quantidade de sangramento gera óbito.

80
Q

Quais são os fatores de risco para rotura de vasa prévia?

A
  • Inserção velamentosa do cordão umbilical.
  • Placenta bilobada.
  • Placenta subcenturiada.
81
Q

Qual é o quadro clínico da rotura de vasa prévia?

A
  • Hemorragia no momento da amniorrexe.
  • Sofrimento/óbito fetal.
82
Q

Quais exames de imagem podemos solicitar para diagnosticar vasa prévia?

A

Ultrassonografia.

83
Q

Qual é a conduta na rotura de vasa prévia?

A
  • Cesariana eletiva (se possível).
  • Cesariana de urgência.
84
Q

O que é a rotura de seio marginal?

A

Trauma periférico do espaço interviloso!

É um sangramento que não traz nenhuma repercussão tanto para a mãe quanto para o feto.

85
Q

Qual é o quadro clínico da rotura de seio marginal?

A
  • Pequeno sangramento vaginal, vermelho vivo.
  • Periparto.
  • Indolor.
  • Sem hipertonia ou sofrimento fetal.
  • Placenta normoposicionada.
86
Q

Qual é a conduta na rotura de seio marginal?

A

Observação: segue parto via vaginal.

87
Q

O que é a doença hemolítica perinatal (DHPN)?

A

Anemia fetal decorrente da produção de anticorpos maternos contra hemácias fetais!

88
Q

Quais são as formas de DHPN?

A
  • Sistema ABO.
  • Sistema RH.
  • Variante DU.
  • Antígenos atípicos.
89
Q

Quais as características de DHPN por sistema ABO?

A
  • Forma mais comum.
  • Anti-A ou Anti-B.
  • Hemólise branda.
  • Sem necessidade de contato prévio.
  • Protege parcialmente para incompatibilidade Rh.
90
Q

Quais as características de DHPN por sistema RH?

A
  • Formas graves de DHPN.
  • Necessita de contato prévio.
91
Q

Quais as características de DHPN por variante DU?

A
  • Expressão fraca do antígeno D.
  • RH negativo funciona como RH postiivo.

Se avaliarem esta variante, a paciente não sensibiliza.

92
Q

Quais as características de DHPN por antígenos atípicos?

A
  • Não RH ou ABO.
  • 2% dos casos.
  • Associado a hemotransfusão.
  • Maioria não produz DHPN grave.
93
Q

Em qual situação pode ocorrer DHPN por sistema RH?

A

Gestante RH-; pai RH +; criança RH+.

94
Q

Qual é a fisiopatologia da DHPN por sistema RH?

A
  • 1° gestação: hemorragia fetomaterna –> hemácia fetal circula na mãe –> produção de anticorpos IgM (não atravessa barreira placentária).
  • 2° gestação: passagem de anticorpo IgG (anti-D) pela placenta –> hemólise fetal.
95
Q

Qual é o quadro clínico de DHPN por sistema RH?

A
  • Anemia fetal.
  • Diminuição da viscosidade sanguínea: sangue corre rápido no USG.
  • Hipercinesia.
  • Hidropsia.
  • Óbito fetal.
96
Q

Como é feito o diagnóstico de DHPN por sistema RH?

A

Coombs indireto (rastreamento):
- Gestante RH negativo com parceiro RH positivo (existem outros anticorpos atípicos que positivam o coombs indireto).
- Negativo: repetir com 28, 32, 36 e 40 semanas –> repetir no pós-parto.
- Positivo < 1:16: repetir mensalmente.
- Positivo ≥ 1/16: AVALIAÇÃO DA ANEMIA FETAL.

97
Q

Como é feita a avaliação da anemia na DHPN por sistema RH?

A

Dopplervelocimetria da ACM:
- Rastreamento de escolha.
- Circulação hiperdinâmica de resposta.
- Avaliação da velocidade máxima do pico sistólico. Se velocidade máxima > 1,5 = SUSPEITA DE ANEMIA GRAVE.

Cordocentese:
- Padrão ouro - invasivo.
- Dosagem da hemoglobina.
- Permite terapêutica.
- Indicado quando há alteração no doppler de ACM ou hidropsia fetal.

Outros métodos (achados tardios):
- Cardiotocografia com padrão sinusal.
- USG com hidropsia fetal.

98
Q

Como é feito o tratamento da anemia na DHPN por sistema RH?

A

Transfusão intrauterina:
- Cordocentese: até 34 semanas.

Parto:
- Exsanguíneotransfusão: após 34 semanas.

99
Q

Como é feita a profilaxia da anemia da DHPN por sistema RH?

A

Imunoglobulina anti-D 300mcg.

Apenas para gestantes não sensibilizadas (coombs indireto negativo):
- Após o parto (ideal < 72h): pode até 28 dias.
- Hemorragia na gestação: qualquer sangramento na gravidez.
- Procedimento fetal invasivo: amniocentese.
- 28 semanas (recomendável): tem que fazer de novo após o parto!

A imunoglobulina dada é anticorpo –> coombs indireto temporariamente positivo. Perde o sentido ficar acompanhando ele.