Ginecologia 2 Flashcards

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1
Q

Classifique o Sangramento Uterino Anormal de acordo com suas causas estruturais e não estruturais.

A

PALM:
- Pólipos.
- Adenomiose: muito bem observada na ressonância.
- Leiomioma.
- Malignidades.

COEIN:
- Coagulopatias: von Willebrand, PTI…
- Ovulatório: tem período típico (extremos da vida).
- Endometriais: endometrite, por exemplo
- Iatrogênica: uso de hormônios, anticoncepcional…
- Não classificada.

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2
Q

Como deve ser feita a investigação do SUA?

A

1° - origem: deve-se fazer o exame especular.
2° - idade: importante determinar causas para faixa etária.
3° - sexualmente ativa: pensar em gestação, IST.
4° - momento do sangramento: pós coito (trauma, IST, câncer de colo).
5° - doença sistêmica: doenças da tireoide, SOP, hepatopatia.

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3
Q

Por que acontece o sangramento neonatal?

A

Por privação do estrogênio materno. Há uma interrupção brusca do aporte de estrogênio que a menina recebia da mãe quando se clampeia o cordão umbilical.

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4
Q

Qual o tratamento no sangramento neonatal?

A

Conduta expectante.

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5
Q

Quais são as causas de sangramento mais comuns na infância?

A
  • Corpo estranho: gera reação inflamatória com corrimento e sangramento anormal.
  • Infecção inespecífica: a menina, ao fazer sua própria higiene, pode levar fezes ao canal vaginal, gerando corrimento e sangramento anormal. A conduta é correção da higiene, trocar roupas íntimas com maior frequência, calcinha de algodão e banho de assento.
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6
Q

Quais são as causas de sangramento menos comuns e mais graves na infância?

A
  • Trauma/abuso sexual: obrigação pensar em abuso; queda em cavaleiro. É muito difícil um trauma acidental penetrar canal vaginal e lesão de hímen.
  • Neoplasias:
    • Vagina (Sarcoma botroide): sangue com tumoração com aspecto em cacho de uva.
    • Ovário (puberdade precoce): tumor secretor de estrogênio.
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7
Q

Quais as causas de sangramento na adolescência?

A
  • Disfunção ovulatória (anovulação): principalmente nos 2 primeiros anos após menarca, por conta da imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano.
  • Outras: coagulopatias, gestação, infecção (verificar início de vida sexual).
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8
Q

Quais as causas de sangramento nas adultas?

A
  • Disfunção ovulatória.
  • Anormalidade da gestação.
  • Outras: infecção/tumoral (miomas, pólipos).
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9
Q

Quais são as causas de sangramento pós-menopausa?

A
  1. Atrofia (30%).
  2. Terapia hormonal (30%).
  3. Câncer de endométrio (3° maior causa).
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10
Q

Quais são exames complementares diante um quadro de SUA?

A
  1. BHCG: pacientes no menacme sem contracepção.
  2. Hemograma: sempre.
  3. Coagulograma.
  4. USGTV: avaliação inicial da patologia uterina.
  5. Histeroscopia: padrão ouro para avaliar cavidade uterina.
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11
Q

O que é o mioma?

A

Corresponde a 95% dos tumores benignos do trato genital. É um tumor de musculatura lisa.

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12
Q

Quais são os sintomas que o mioma pode gerar? Como ele pode ser classificado?

A

A MAIORIA É ASSINTOMÁTICO! É um tumor tão comum que, às vezes, pode-se ter um mioma ali e não gerar sintoma; pode estar no enunciado apenas para confundir.

  • Subseroso: empurra para fora (serosa); não tem nenhum contato com o endométrio –> NÃO É CAUSA DE SUA –> não intervir.
  • Intramural: é uma possível causa de SUA –> se for muito grande, pode interferir na fertilidade.
  • Submucoso: é o grande causador de SUA –> distende a cavidade, abaulando o endométrio –> pode interferir na fertilidade (obstrução).
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13
Q

Por que o mioma sangra?

A
  • Aumento da área sangramento: abaula a cavidade.
  • Diminuição da contratilidade do miométrio.
  • Estase venosa endometrial: os vasos passando por ali são comprimidos pelo tumor.
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14
Q

Como classificar os miomas de acordo com a FIGO?

A

De dentro para fora, numera de 0 a 7:
- 0: submucoso pediculado (totalmente intracavitário).
- 1: submucoso séssil (alguma coisinha na parede).
- 2: submucoso (grande componente intramural).
- 3: intramural (ainda com contato com endométrio).
- 4: intramural (totalmente).
- 5: subseroso (bastante componente intramural).
- 6: suberoso (menor componente intramural).
- 7: suberoso (totalmente - pediculado).

O número 8 é o mioma solto na cavidade! O mioma 2 - 5 tem componente submucoso, intramural e subseroso (não é possível retirar por histeroscopia).

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15
Q

Qual é o exame capaz de definir o diagnóstico de mioma?

A

Ultrassom.

Eventualmente, realizamos ressonância para programação da cirurgia (distância do mioma para camada serosa).

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16
Q

Como é feito o tratamento dos miomas?

A

Assintomáticos:
- Conduta expectante.

Sintomática (submucoso/intramural):
- Pequeno e sintomas leves/moderados: tratamento expectante e clínico (anticoncepcional como sintomático).
- Sintoma intenso e nulípara: miomectomia.
- Sintoma intenso e multípara: histerectomia (os submucosos (0, 1 e 2) são por miomectomia histeroscópica).

Droga no preparo cirúrgico:
- Análogo do GnRH: diminui o tumor, diminui anemia. Gera sintomas de hipoestrogenismo, portanto, não pode ser utilziado por muito tempo.

Embolização da artéria uterina: evitar em nulíparas - as esferas liberadas para que haja isquemia no mioma podem chegar ao ovário, causando insuficiência ovariana.

17
Q

Quais são as possíveis denegerações do mioma?

A
  • Hialina (a mais comum): o mioma fica mais esbranquiçado e mais mole.
  • Rubra/necrose asséptica (carnosa): dor abdominal na gestação.
  • Sarcomatosa: o mioma não pode crescer após a menopausa, uma vez que é hormônio dependente. Se o mioma crescer após a menopausa = TIRAR, mesmo que assintomática.
18
Q

O que são os pólipos uterinos?

A

Lesões benignas com risco de malignização muito baixa (0,5 a 1%) - não deve rastrear. Há um risco maior após menopausa ou > 1cm.

19
Q

Qual a característica clínica do pólipo cervical?

A
  • Pode causar sinusorragia (sangramento pós coito).
  • Pode aparecer no exame especular.
20
Q

Qual a característica clínica do pólipo endometrial?

A
  • Assintomático, mas pode causar SUA.
  • Só é identificado pela USG.
21
Q

Quais exames complementares podem ser solicitados para avaliar o pólipo?

A
  • USG: a ecogenecidade é muito próxima do endométrio.
  • Histeroscopia: progressão digitiforme (espessamento mais focal), possível observar características microscópicas como vasos atípicos.
22
Q

Como é o tratamento do pólipo?

A

É realizado principalmente em:
- Sintomáticos.
- Desejo de concepção (pode ser tão grande que obstrui o ósteo tubário).
- Grandes (> 1cm) ou para excluir malignidade.

23
Q

O que é a adenomiose?

A

São múltiplos cistos (glândulas) de endométrio no meio do miométrio.

24
Q

Qual é a clínica clássica da adenomiose?

A

Sangramento uterino anormal + dismenorreia secundária!

25
Q

Quais exames complementares devemos pedir na adenomiose? Quais as características de cada um?

A

Ultrassonografia:
- Miométrio heterogêneo e com cistos.
- Útero em aspecto de “bala de canhão”.

Histeroscopia:
- Mancha acastanhada.

Ressonância:
- É O GRANDE EXAME PARA ADENOMIOSE.
- Mede-se a zona juncional mioendometrial (> 12mm).

Diagnóstico definitivo = histopatológico. Para isso, precisa do tratamento definitivo.

26
Q

Como é o tratamento para adenomiose?

A
  • Definitivo: histerectomia (total ou subtotal).

Opções conservadoras:
- DIU de progesterona (atrofia endométrio presente no miométrio, melhorando prognóstico reprodutivo).
- Progesterona sistêmica.
- ACO.
- Ablação endometrial: opção para quem não responde ao tratamento clínico e possui risco cirúrgico alto para histerectomia –> jamais em quem tem desejo reprodutivo.

27
Q

O que é a endometriose?

A

Doença crônica com endométrio FORA do útero. Gera queda na qualidade de vida, dor pélvica crônica e se associa com infertilidade.

28
Q

Qual é a clínica da endometriose?

A

Dismenorreia 2° + infertilidade + dispareunia (dor de profundidade) + dor pélvica + massa anexial + nódulo vaginal + útero com diminuição de mobilidade (sinéquias).
- Hemoptoicos, hematúria, hematoquezia - endometriose nos tratos.

29
Q

Quais as possíveis etiologias da endometriose?

A
  • Menstruação retrógrada (Sampson): dissemina para as trompas, fazendo o endométrio implantar no peritônio. No entanto, 90% das pacientes têm menstruação retrógrada e nem todas tem endometriose.
  • Imunológica: em algumas pacientes, o endométrio “escapa” do sistema imune se implanta.
  • Metaplásica: células totipotentes viram endométrio.

LOCALIZAÇÃO MAIS COMUM: OVARIANA! Forma-se um cisto de endométrio (endometrioma). No TGI, o local mais comum é o retossigmoide.

30
Q

Quais são os fatores de risco para endometriose?

A

É hormônio dependente!

  • História familiar.
  • Nulípara.
  • Primípara tardia.
  • Menarca precoce.
  • Malformação uterina.
  • Excesso de café e álcool.

A progesterona tem efeito protetor, assim como a multiparidade.

31
Q

Quais exames complementares podemos solicitar na endometriose?

A

USG simples:
- Visualiza o endometrioma (vidro fosco - sangue presente).
- Devemos procurar outros focos, então complementar com USG com preparo intestinal.

Ressonância:
- Ruim para implante pequeno e lesão superficial.
- Melhor que o USG, no entanto, pode-se ter endometriose e RM estar normal. É necessário também de preparo intestinal.

Laparoscopia - visualização + histopatológico:
- É o padrão ouro, mas hoje o USG e RM com preparo intestinal são os principais métodos para detecção e estadiamento.

CA 125:
- Pouco sensível.
- Não define doença.
- Ajuda no controle pós tratamento.

32
Q

Como é feito o tratamento da endometriose no aspecto da dor?

A
  • Pílula combinada (ACO).
  • Progesterona (Noretindrona, Dienogeste).
  • Análogo do GnRH.

Cirurgia: se houver lesão de ureter, suboclusão intestinal, endometrioma grande ou falha de tratamento clínico.

33
Q

Como é feito o tratamento da endometriose no aspecto do endometrioma?

A

CISTECTOMIA (RETIRADA DA CÁPSULA)! É o melhor tratamento, especialmente nos endometriomas grandes (> 4/6cm).

34
Q

Como é feito o tratamento da endometriose no aspecto do endometrioma intestinal?

A
  • Superficial (serosa): apenas um “shaving”, retirada pequena.
35
Q

Como é feito o tratamento da endometriose no aspecto da infertilidade?

A
  • Endometriose sem dor: reprodução assistida.
  • Endometriose + dor:
    • Bom prognóstico: cirurgia (USG e RM com endometriose mínima, poucas lesões/sinequias/aderências na laparoscopia).
    • Menor reserva ou doença avançada: FIV.
36
Q

Resuma a clínica de miomatose, adenomiose e endometriose.

A
  • Miomatose: SUA.
  • Adenomiose: SUA + dismenorreia 2°.
  • Endometriose: dismenorreia 2° + infertilidade.