Obstetrícia 1 Flashcards
Onde acontece a fecundação?
Na trompa, especificamente na região da AMPOLA.
Quando, tecnicamente falando, a gravidez começa?
No momento da nidação (implante na cavidade uterina) –> FASE DE BLASTOCISTO. É neste momento em que há desenvolvimento trofoblástico e que produz HCG.
A BHCG é uma glicoproteína produzida por…
Sinciciotrofoblasto.
Quando a BHCG é detectada, quando dobra e quanto tem seu pico?
- É detectada 8 - 11 dias após a concepção
- Dobra a cada 2 - 3 dias (se estiver bem implantado na cavidade uterina; caso não dobre, sinal de ectópica ou abortamento)
- Pico entre 8 - 10 semanas.
Sinais/sintomas de presunção
São aqueles sentidos pela mãe: Polaciúria, sonolência, fadiga, movimentos fetais, náuseas/vômitos matinais, atraso menstrual superior a 2 semanas.
- Alterações cutâneas: estrias, cloasma, linha nigra.
- Alterações mamárias (LONGE DO MENINO): Tubérculos de Montgomery, Rede de Haller, Sinal de Hunter.
Sinais de probabilidade
São aquelas PRÓXIMAS DO MENINO:
- Sinal de Hegar: amolecimento do istmo - presente no 1° trimestre.
- Sinal de Piscacek: assimetria do corpo uterino no ponto de nidação (início da gravidez)
- Sinal de Nobile-Budin: o útero muda forma de pera para uma forma mais globosa, preenche o fundo de saco vaginal (“toca a bundinha da criança”)
- Sinal de Jaccquemier ou Chadwick: vulva arroxeada
- Sinal de Kluge: vagina roxa.
- Regra de Goodel: colo com consistência amolecida, mais “labial”
- Sinal de Osiander: pulso arterial durante o toque vaginal.
Sinais de Certeza
- Ausculta do batimento cardíaco fetal com Sonar/Pinard.
- Percepção dos movimentos fetais pelo médico
- Sinal de Puzzos: rechaço fetal - a criança bate no dedo durante o toque vaginal.
Quando se consegue auscultar os batimentos cardíacos fetais com SONAR e com PINARD?
- Sonar: 10 - 12 semanas (palpa o útero acima da sínfise púbica).
- Pinard: 18 - 20 semanas (apenas quando passa da cicatriz umbilical).
Achados no USG transvaginal e correlação com as semanas gestacionais
- Saco gestacional: 4 semanas.
- Vesícula vitelínica: 5 semanas
- Embrição/BCE: 6 - 7 semanas.
Qual é o melhor parâmetro para definir idade gestacional?
Comprimento cabeça nádega
O que pensar se BHCG > 1.500 e sem saco gestacional?
Gravidez ectópica!
Como é feita a regra de Nagele?
- Somar 7 ao dia da DUM
- Somar 9 ou substrair 3 do mês.
Modificações do organismo materno: OSTEOARTICULAR
- Lordose lombar
- Marcha anserina
- Frouxidão articular, principalmente pélvicas
Modificações do organismo materno: RESPIRATÓRIAS
AUMENTA:
- Ventilação minuto, pO2 arterial: tem que aumentar o volume minuto, uma vez que precisa de oxigênio para mãe e para a criança.
- Consumo de O2.
DIMINUI:
- Capacidade residual funcional, pCO2 arterial: a paciente tem que colocar mais CO2 para fora, uma vez que se reter, gera acidose e o bebê morre. Na medida que o útero cresce, o diafragma sobe e isto limita a capacidade residual funcional.
- Bicarbonato sérico: diminui para compensar a alcalose respiratória.
Modificações RESPIRATÓRIAS do organismo materno: CLÍNICA
- Dispneia fisiológica (progesterona, hiperventilação): a FR fica normal. Apenas há uma sensação de falta de ar ao decúbito dorsal
- Alcalose respiratória compensada
- Maior circunferência torácica (hiperventilação + útero dificultando a descida do diafragma)
Modificações do organismo materno: CARDIOVASCULAR
AUMENTA:
- Débito cardíaco (40 - 50%): precisa perfundir dois organismos.
- Frequência cardíaca: diminui a resistência vascular periférica, gerando resposta compensatória.
- Volume plasmático
DIMINUI:
- Pressão arterial: placenta cresce e diminui resistência vascular periférica (funciona como uma fístula)
- Retorno venoso: útero comprime VCI, tendência a trombose e edema de MMII
- Diminuição da pressão oncótica: perde líquido para 3° espaço por proteinúria fisiológica
Quais são os principais problemas cardiovasculares nas modificações fisiológicas maternas?
- Síndrome hipercinética: aumenta o volume, sangue dilúido correndo rápido
- Síndrome da hipotensão supina: retorno venoso prejudicado.
- Sopros cardíacos: sistólicos são fisiológicos. O diastólico necessita de investigação
- Risco de congestão pulmonar: aumento da volemia, diminuição da pressão oncótica
Modificações do organismo materno: HEMATOLÓGICAS
AUMENTA:
- Volume plasmático (40 - 50%)
- Volume eritrocitário (20 - 30%)
- Leucocitose
- Fibrinogênio
- Fator VII, VIII, IX e vW
DIMINUI:
- Viscosidade sanguínea.
- Hematócrito
- Quimiotaxia
- Sistema fibrinolítico
Modificações do HEMATOLÓGICAS do organismo materno: CLÍNICA
- Anemia dilucional
- Aumento de infecções (quimiotaxia diminuída)
- Melhora de doenças autoimunes.
- Maior risco de eventos trombóticos
Modificações do organismo materno: METABÓLICAS
ESTADO DIABETOGÊNICO:
- Hormônios contra-insulínicos (hPL - lactogênio placentário, cortisol): aumenta a resistência à insulina.
- Lipólise, aumento de ácidos graxos: fonte de energia, preservando a glicose para a criança - a gicose passa por difusão facilitada.
- Menor responsta insulínica, uso periférico de glicose
- Hiperinsulinismo compensatório
Modificações do organismo materno: RENAIS
AUMENTA:
- TFG (50%)
- Reabsorção de sódio
- Diâmetro do ureter (à direita principalmente) e pelve renal
DIMINUI:
- Ureia e creatinina (metade do valor de antes)
- Reabsorção tubular de glicose
- Tônus vesical
Modificações do RENAIS do organismo materno: CLÍNICA
- Glicosúria fisiológica
- Hidronefrose
- Aumento de ITU
- Incontinência e aumento da frequência urinária
Modificações do organismo materno: GASTROINTESTINAIS
AUMENTA:
- Fosfatase alcalina
- Saturação de colesterol
- Vascularização gengival
DIMINUI:
- Peristaltismo
- Tônus do esfíncter gastroesofágico
- Esvaziamento gástrico
- Contração da vesícula biliar
Modificações do GASTROINTESTINAIS do organismo materno: CLÍNICA
- Pirose
- Constipação intestinal
- Aumento de litíase biliar
- Varizes hemorroidárias (constipação)
- Sangramento gengival
Hiperêmese gravídica: CLÍNICA
Náuseas e vômitos persistentes, associado a:
- Perda de peso (> 5%).
- Desidratação
- DHE.
- Cetose e cetonúria
É mais comum < 14° semana (1° trimestre). Em pacientes > 20 semanas, pensar em outros diagnósticos diferenciais
Hiperêmese gravídica: DIAGNÓSTICO E ROTINA LABORATORIAL
- Laboratório: hipocalemia, hiponatremia, alcalose metabólica hipoclorêmica (HCl para fora) e cetonúria
- Rotina laboratorial a se pedir: hemograma, sódio, potássio, TSH/T4 livre, sorologias para hepatite, EAS e Urocultura (observar cetonúria), amilase e provas de função hepática/renal.
Hiperêmese gravídica: TRATAMENTO
- Ambulatorial: antieméticos orais.
- Hospitalar: progressão de dieta (dieta 0 por 24/48 horas), Ringer ou SF + tiamina, correção de DHE, antieméticos parenterais
Hiperêmese gravídica: COMPLICAÇÕES
- Encefalopatia de Wernicke: espoliação de tiamina (B1), gerando nistagmo, ataxia e confusão mental
- Síndrome de Korsakoff: fase crônica da encefalopatia, alteração de comportamento + amnésia retrógrada/anterógrada
- Síndrome de Mallory-Weiss: rompe vasos.
Quantas consultas devem ser feitas no pré-natal (mínimo e recomendado)
MÍNIMO:
- 1 no 1° trimestre.
- 2 no 2° trimestre.
- 3 no 3° trimestre.
IDEAL:
- Até 28° semana: mensalmente.
- 28° - 36° semana: quinzenalmente
- 36° - 41° semana: semanalmente.
Marcos importantes do exame físico
- 10 a 12 semanas: passa da sínfise púbica –> ESCUTA COM SONAR
- 20 a 22 semanas: chega na cicatriz umibilical – ESCUTA COM PINAR
Exames complementares do pré natal (1° consulta)
- Hemograma
- Tipagem sanguínea e fator RH
- Coombs Indireto se paciente RH negativo
- Glicemia de jejum: se normal, TOTG entre 24 - 28 semanas
- TOTG 75g: entre 24 - 28 semanas
- Urinocultura, EAS.
- TR sífilis e/ou VDRL (1° trimestre = treponêmico)
- TR HIV/Anti-HIV (1° trimeste = teste rápido)
- HbsAg
- Toxoplasmose IgG e IgM.
- Anti-HCV.
Qual os valores de referência de hemoglobina na gestante?
Fisiológico: > 11g/dl. No 3° trimestre, toleramos até 10,5g/dl.
Toxoplasmose: gravidade x transmissão
- No primeiro trimestre, é mais grave. Menor transmissão.
- No terceiro trimestre, é menos grave. Maior transmissão.
Toxoplasmose: IgM positivo e IgG negativo
- Infecção aguda ou falso-positivo.
- Iniciar tratamento
- Dosar IgA ou repetir IgG em 3 semanas.
Toxoplasmose: IgM positivo e IgG positivo
<= 16 semanas: Espiramicina + teste de avidez
- Baixa avidez: infecção há menos de 4 meses –> tratar
- Alta avidez: infecção há mais de 4 meses –> para o tratamento
> 16 semanas: TRATAMENTO
Toxoplasmose: investigação fetal
- PCR no líquido amniótico (a partir de 16 semanas)
- USG mensal: avalia estrutural.
Toxoplasmose: tratamento
- Tratamento materno (prevenção de transmissão): Espiramicina 1g VO 8/8h.
- Tratamento fetal (se infecção/alto risco): Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido Folínico (a partir de 16 semanas)
Se na investigação fetal:
- Evidência de infecção: esquema tríplice
- Sem evidência de infecção: espiramicina (trata mãe, diminuindo transmissão vertical)
Quando deve ser feito o RASTREIO PARA GBS?
- Entre 35 - 37 semanas com swab vaginal e retal.