Parte Geral Flashcards
É possível litigância de má-fé no processo penal?
Segundo o STJ não é cabível imposição de multa por litigância de má-fé no âmbito do processo penal, porquanto sua aplicação constituiria indevida analogia um malam parte, haja vista ausência de previsão legal no CPP
Do despacho que denega o assistente de acusação cabe recurso?
Segundo art. 273 do CPP Não cabe recusou, entretanto, deve constar dos autos o pedido e a decisão
Assistente do MP pode recorrer de decisão concessiva de HC?
Súmula 208 do STF “assistente do MP não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus”
quem pode atuar como assistente da acusação?
O ofendido ou seu representante legal, ou na sua falta, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão
O assistente de acusação tem que ser habilitado nos autos para poder interpor recurso?
Não, em regra, deve estar previamente habilitado para poder praticar atos, EXCETO no caso de recursos
Além disso, deve o assistente ser intimidado de todos os atos processuais por meio de seu advogado
o que acontece se o assistente de acusação não comparece a qualquer ato de instrução?
Já não há mais necessidade de cientificá-lo dos outros atos.
O que é o princípio da jurisdicionalidade?
Define que é exclusividade dos tribunais impor a pena e o processo é caminho necessário.
Subprincipios: Juiz natural, imparcialidade, celeridade processual
O juiz das garantias é responsável pelo que?
Art.3-B pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais.
- Receber a comunicação imediata da prisão, decidir sobre prisão provisória ou outra medida cautelar
- Determinar instauração de incidente de insanidade mental
- decidir sobre recebimento da denúncia ou queixa
o juiz da instrução é vinculado às decisões do juízo da garantia?
Não, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso no prazo de 10 dias
Quais crimes o delegado e MP poderá requisitar de quaisquer órgãos públicos ou empresas privadas, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeito?
No crime de sequestro e cárcere privado
Redução a condição análoga à de escravo
Extorsão mediante sequestro
extorsão mediante restrição da liberdade
Independe de autorização judicial e dentro de 24 horas
Para requisição de dados de localização da vítima e suspeitos é necessário autorização judicial?
REQUISICÃO DE DADOS DE LOCALIZACÃO - QUEBRA ERB’S
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao TRÁFICO DE PESSOAS, o membro do Ministério Público Ou O Delegado De Polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados - como sinais, informações e outros - que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
No que consiste o princípio da presunção de inocência?
É um princípio fundante, que confere ao acusado a condição de inocente até que se prove o contrário em um procedimento penal revestido de todas suas garantias para o imputado frente à atuação punitiva estatal;
b) É um postulado que está diretamente relacionado ao tratamento do imputado durante o processo penal, segundo o qual haveria de partir-se da ideia de que ele é inocente e, portanto, deve reduzir-se ao máximo as medidas que restrinjam seus direitos durante o processo (incluindo-se, é claro, a fase pré-processual);
c) Finalmente, a presunção de inocência é uma regra diretamente referida ao juízo do fato que a sentença penal faz. É sua incidência no âmbito probatório, vinculando à exigência de que a prova completa da culpabilidade do fato é uma carga da acusação, impondo-se a absolvição do imputado se a culpabilidade não ficar suficientemente demonstrada.
• norma de tratamento: a presunção de inocência impõe um verdadeiro dever de tratamento (na medida em que exige que o réu seja tratado como inocente), que atua em duas dimensões: interna ao processo e exterior a ele.
Internamente, é a imposição – ao juiz – de tratar o acusado efetivamente como inocente até que sobrevenha eventual sentença penal condenatória transitada em julgado. Isso terá reflexos, entre outros, no uso excepcional das prisões cautelares, como explicaremos no capítulo específico.
Na dimensão externa ao processo, a presunção de inocência exige uma proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização (precoce)
como o princípio da presunção de inocência serve como norma de julgamento?
• norma de julgamento: nessa perspectiva, a presunção de inocência é uma “norma para o juízo”, diretamente relacionada à definição e observância do “standard probatório”, atuando no nível de exigência de suficiência probatória para um decreto condenatório. Trata-se de uma regra que incide após a norma probatória, pois somente poderá ocorrer sobre o material já produzido. Concretização do favor rei.
como o princípio da presunção de inocência serve como norma probatória?
• norma probatória: a presunção de inocência como norma probatória “exige que o material probatório necessário para afastá-la seja produzido pelo órgão acusador de modo lícito e tenha conteúdo para incriminador. No cumprimento de seu ônus probatório a acusação deverá utilizar apenas de provas lícitas e voltadas a demonstrar a culpa do imputado e a materialidade da infração
quais são só direitos previstos na convenção americana de direitos humanos ao acusado?
Convenção Americana de Direitos Humanos:
Art. 8. (…)
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.