MED MOB DISTURBIOS DA SUPRARENAL Flashcards

1
Q

COMO É DIVIDIDA A GLANDULA SUPRA RENAL?

A
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2
Q

COMENTE SOBRE O EIXO HPOTALAMO-HIPOFISE- ADRENAL

A

Córtex da suprarrenal:

Hipotálamo (CRH) ➪hipófise (ACTH) ➪ córtex adrenal

O córtex é responsável pela produção de glicocorticoide (cortisol), androgênios e mineralocorticoides (aldosterona). A liberação de mineralocorticoide (aldosterona) não é controlada pelo ACTH, mas sim pelo sistema renina angiotensina aldosterona. Os glicocorticoides são os únicos que possuem feedback negativo hipotalâmico-hipofisário (excesso de glicocorticoide/ cortisol inibe hipotálamo / hipófise e, também, inibe a liberação de ACTH; o contrário também é verdadeiro).

Medula da suprarrenal:

É responsável pela redução hormonal catecolaminas como a noradrenalina, a adrenalina e a dopamina.

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3
Q

DEFINIÇÃO SDR CUSHING

A

A síndrome de Cushing é o conjunto de sintomas resultante da exposição prolongada e inapropriada à excessiva quantidade de glicocorticoides (GC) circulantes. Pode ser causada pela exposição exógena a glicocorticoides (causa mais frequente) ou pela produção endógena aumentada.

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4
Q

Etiologia da Sdr cushing

A

Exposição exógena (mais comum);
Doença de Cushing (adenoma hipofisário);
Secreção ectópica de ACTH e produção autônoma pela suprarrenal (tumor ou hiperplasia)

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5
Q

Quadro clínico da Sdr de Cushing

A

As principais manifestações clínicas são obesidade central, fraqueza muscular, osteoporose, HAS, glaucoma, catarata, euforia, irritabilidade, labilidade emocional, insônia e depressão, impotência, eventos tromboembólicos, estrias violáceas e hiperglicemia.

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6
Q

Diagnóstico da Sdr de cushing

A

O primeiro passo é identificar o hipercortisolismo (positivar ao menos 2 dos 3 testes de screening – supressão com dexametasona 1mg às 23h, cortisol livre urinário – CLU e cortisol plasmático ou salivar à meia-noite);
Após essa confirmação, dosar ACTH plasmático para investigar da topografia da condição:
ACTH suprimido ou baixo (ACTH-independente): TC de abdômen superior para investigar adenoma, hiperplasia ou carcinoma suprarrenal.
ACTH elevado (ACTH-dependente – 80% dos casos): RM de sela túrcica e Liddle 2 (dexametasona 2mg de 6 em 6 horas, por 48 h) para investigação de Doença de Cushing ou ACTH ectópico.

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7
Q

Tratamento da Sdr de Cushing

A

Depende da causa.

· Na doença de Cushing, o tratamento é a ressecção transesfenoidal do microadenoma

· Nos casos de adenoma e carcinoma, é indicada a adrenalectomia.

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8
Q

HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
definição

A

O hiperaldosteronismo primário (HP) é a síndrome caracterizada pela produção autônoma excessiva de aldosterona, com supressão da atividade de renina plasmática. É considerada a causa mais comum de hipertensão secundária juntamente com a estenose de artéria renal.

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9
Q

Etiologia HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

A

Adenoma produtor de aldosterona (Síndrome de Conn) – 30% a 40% dos casos.

o Hiperplasia bilateral idiopática – 60% a 80% dos casos.

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10
Q

Quadro clínico HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

A

O quadro, em geral, é inespecífico e, em sua maioria, assintomático. A apresentação clássica é composta por hipertensão arterial, hipocalemia e alcalose metabólica. A HAS normalmente é moderada à grave, principalmente, em se tratando de adenoma produtor de aldosterona.

Quando existem sintomas, estes estão relacionados à hipertensão (cefaleia e/ou palpitações) e à hipocalemia (câimbras, poliúria, tetania e fraqueza muscular). Nos casos graves de hipocalemia, pode haver arritmias (fibrilação atrial), quadriparesia e rabdomiólise. Os sinais de Trosseau e Chvostek podem estar presentes devido à alcalose metabólica.

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11
Q

Rastreamento HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

A

Hipertensão sustentada > 180X110 mmHg;
Hipertensão associada à hipocalemia, espontânea ou induzida por baixas doses de diuréticos;
Hipertensão resistente (> 140/90 mmHg) com três ou mais anti-hipertensivos em dose máxima (incluindo um diurético) ou PA controlada (< 140/90 mmHg) com quatro ou mais medicamentos anti-hipertensivos;
Hipertensão em pacientes com incidentaloma adrenal;
Hipertensão e apneia do sono;
Hipertensão e fibrilação atrial;
Hipertensão e história familiar de hipertensão de início precoce ou acidente vascular encefálico em idade jovem (< 40 anos);
Todos os parentes de primeiro grau hipertensos de pacientes com hiperaldosteronismo primário.
Os exames a serem solicitados no rastreamento são o potássio sérico, a aldosterona plasmática e a atividade de renina plasmática (ARP).

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12
Q

O diagnóstico de HIPERALDO PRIMÁRIO é provável quando:

A

Hipocalemia: o potássio reduzido fala a favor de HP. Entretanto, a maioria dos pacientes apresentam-se com o potássio normal.
Atividade de renina plasmática: < 1 ng/ml/h;
Aldosterona plasmática: ≥ 12 ng/dL (preferencialmente > 15 ng/dL);
Relação aldosterona/atividade de renina plasmática (ARP): valores > 30 e principalmente > 50 são sugestivos de HP.

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13
Q

Em que situação não há necessidade de testes confirmatórios no hiperaldo primário?

A

Atenção: hipocalemia espontânea em paciente jovem (< 45 anos), ARP indetectável, aldosterona plasmática > 20 ng/ml e relação A/ARP > 40 confirmam o diagnóstico de HP, sem a necessidade de testes confirmatórios.

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14
Q

Quais são os testes confirmatórios par hiperaldo primário?

A

Para a confirmação do HP, é importante realizar a correção da HAS e da hipocalemia. Anti-hipertensivos como os diuréticos, betabloqueadores e agonistas de aldosterona devem ser suspensos, enquanto os demais podem ser mantidos.

· Teste da sobrecarga oral de sódio;

· Teste da infusão de solução salina;

· Teste de supressão com fludrocortisona;

· Teste do captopril.

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15
Q

Quais são os exames de localização no hiperaldo primário?

A

Tomografia de adrenais: é o exame de escolha. Deve ser realizado somente após o diagnóstico laboratorial de HP.
Hiperaldosteronismo idiopático: adrenais normais ou aumentadas bilateralmente;
Adenoma: pequenos nódulos hipodensos, geralmente com menos de 2 cm.
Carcinomas: costumam ter tamanho > 4 cm, margens irregulares, áreas de necrose ou hemorragia, densidade > 10 UH e washout (clareamento) lento de contraste.
Cateterismo de veias adrenais: é o método de escolha na diferenciação entre adenoma secretor e hiperaldosteronismo idiopático, pois permite estabelecer se a produção de aldosterona em excesso é uni ou bilateral.

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16
Q

Tratamento do hiperaldo primário

A

Tratamento cirúrgico: tanto nos casos de adenomas produtores de aldosterona quanto nos casos de hiperplasia adrenal primária, o tratamento de escolha é a adrenalectomia unilateral.
Tratamento farmacológico:
É indiciado nos casos de contraindicação cirúrgica ou nos pacientes com hiperaldosteronismo idiopático. O tratamento de escolha é feito com a espironolactona. Caso não haja controle adequado dos níveis de PA, outras medicações anti-hipertensivas podem ser usadas, como amilorida, BCC, IECA e/ou BRA.
O tratamento do hiperaldosteronismo responsivo a glicocorticoides é feito com dexametasona.
Nos casos de carcinoma adrenal, o tratamento é cirúrgico e farmacológico com o uso de espironolactona. As drogas indicadas para pacientes com persistência do tumor são o mitotano, etoposídeo e/ou cisplatina.

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17
Q

INSUFICIÊNCIA ADRENAL definição

A

A insuficiência adrenal (IA) é a síndrome decorrente da perda parcial ou completa da capacidade de secreção dos hormônios produzidos no córtex da glândula adrenal. A IA primária ocorre por redução da produção hormonal do córtex da glândula. Já a IA secundária acontece por doença no eixo hipotálamo-hipófise, causando redução do ACTH sobre as adrenais. Entretanto, a causa mais frequente de IA é aquela decorrente do uso crônico de glicocorticoides, levando à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA).

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18
Q

Etiologia da insuficiencia adrenal

A

IA primária (Doença de Addison):

Ocorre a destruição da glândula por processo autoimune (causa mais comum), infecções (paracoccidioidomicose, tuberculose, Histoplasmose e HIV), tumor, amiloidose, hemorragia ou necrose inflamatória.

IA secundária:

Há a interrupção do eixo por suspensão abrupta do uso de corticoides exógenos (causa mais comum), lesão de hipófise ou lesão de hipotálamo.

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19
Q

QUADRO CLÍNICO DA INSUF ADRENAL

A

Quadro clínico:

Tem relação direta com o comportamento hormonal:

· ⇩ Cortisol: hipotensão, dor abdominal, redução de glicose e eosinofilia.

· ⇩ Androgênios: redução da pilificação feminina.

· ⇩ Aldosterona: redução de sódio, aumento do potássio e acidose.

· ⇧ ACTH: hiperpigmentação (devido aumento da POMC) ocorre somente na insuficiência adrenal primária.

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20
Q

Diagnóstico DA INSUF ADRENAL

A

Confirmar o hipocortisolismo:

O primeiro passo é confirmar o hipocortisolismo, através da dosagem de cortisol plasmático matinal, dosado entre 8-9 horas.

· Cortisol basal < 3 µg/dL + manifestações clínicas sugestivas confirmam o diagnóstico;

· Cortisol basal > 18 µg/dL exclui o diagnóstico de IA;

· Cortisol basal entre 5-18 µg/dL indica um teste de estímulo para confirmação da IA.

Avaliar o ACTH:

ACTH > 2 vezes o limite superior da normalidade (LSN): IA primária;
ACTH normal ou baixo: IA secundária ou terciária. Nos casos de IA secundária, deve-se avaliar outros hormônios hipofisários e realizar RM de sela túrcica.
Testes de estímulo:

· Teste de estímulo com ACTH: coleta-se o cortisol basal e, após, administra-se ACTH sintético. O cortisol é dosado após 30 e 60 minutos. O normal é ter um pico de cortisol > 18 µg/dL após o estímulo.

· Teste de tolerância à insulina: administra-se insulina regular (0,05 UI/kg) e dosa-se o cortisol 30 e 60 minutos após. O normal seria o aumento do cortisol, em razão da hipoglicemia. É considerado o teste padrão ouro para IA.

· Teste do glucagon: geralmente é indicado quando houver contraindicação ao teste de tolerância à insulina. Coleta-se o cortisol basal e em seguida aplica-se 1mg de glucagon, com dosagens posteriores de cortisol aos 90, 120, 150, 180 e 240 minutos. O normal seria o aumento do cortisol devido à presença do glucagon em níveis elevados.

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21
Q

Tratamento da INSUF ADRENAL

A

O tratamento crônico, na IA primária, deve ser feito com a reposição de glicocorticoides (GC) e mineralocorticoides enquanto, na IA secundária, a reposição será realizada apenas com GC.

Reposição de glicocorticoides: a primeira opção é a hidrocortisona, porém a medicação não é comercializada no Brasil, salvo em farmácias de manipulação. Logo, deve-se optar por prednisona ou prednisolona, preferencialmente em baixas doses para minimizar o risco de colaterais.
Reposição de mineralocorticoides: é feita somente na IA primária. A droga de escolha é a fludrocortisona, na dose de 0,05-0,2 mg/dia.
Crise adrenal: é uma condição potencialmente fatal, que requer diagnóstico e tratamento rápidos. Além de hidratação vigorosa e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, está indicada a corticoterapia:
Hidrocortisona 100mg EV em dose de ataque. Nas próximas 24-48 horas, continua-se a infusão salina e hidrocortisona, na dose de 50mg EV a cada 6 horas.

22
Q

O USO DE CORTICOIDE EXOGENO É UMA DAS CAUSAS MAIS COMUNS DE INSUF ADRENAL , QUANTO TEMPO É NECESSÁRIO PARA INIBIÇÃO DIO EIXO ?

A

Dica: o uso de corticoide por período < 2-3 semanas (independente da dose) não é suficiente para inibição do eixo.

23
Q

COMO É REALIZADO O DESMAME DO GC ?

A
24
Q

HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA DEF

A

É um grupo de doenças de herança autossômica recessiva caracterizada por alterações na produção de hormônios produzidos pela adrenal.

25
Q

Etiologia DA HAC

A

Deficiência da enzima 21-hidroxilase (90% dos casos);

· Deficiência de 11-beta-hidroxilase (cerca de 5% dos casos);

· Deficiência de 17-alfa-hidroxilase;

· Deficiência de 3-beta-HSD;

· Deficiência de proteína StAR.

26
Q

Quadro clínico da HAC

A

As manifestações clínicas são dividias em três formas:

Clássica virilizante simples: em neonatos do sexo feminino, cursa com sinais de virilização da genitália externa. Além disso, pode ocorrer aumento de testosterona, de massa muscular, aparecimento de pelos pubianos, axilares e faciais precoces, presença de acne e alterações no timbre de voz. Nos homens, pode ocorrer aumento do pênis, porém com testículos de volume pré-púbere.

Clássica perdedora de sal: quando o início é no primeiro mês de vida, causa ganho ponderal, vômitos, diarreia e recusa alimentar. Em indivíduos não tratados adequadamente nos sintomas iniciais, o lactente pode ter desnutrição, hipotensão, perfusão capilar e periférica ruim.

Não clássica: manifesta-se habitualmente na infância tardia, na adolescência ou no início da vida adula. Os sintomas típicos são pubarca prematura, hirsutismo, oligomenorreia, acne e infertilidade. Também pode ser assintomática. Muitas vezes, essa forma pode ser confundida com a síndrome dos ovários policísticos.

27
Q

Diagnóstico HAC

A

Triagem neonatal: dosagem de 17-hidroxiprogesterona entre o 1º e 5º dia de vida.
Demais casos:
Deficiência de 21-hidroxilase: dosagem de 17-hidroxiprogesterona e D4-andostenediona;
Deficiência de 11-beta-hidroxilase: 11-deoxicorticosterona e 11-deoxicortisol no plasma ou de seus metabólitos em urina de 24 horas;

28
Q

Tratamento HAC

A

Reposição de glicocorticoides e mineralocorticoides.

29
Q

FEOCROMOCITOMA DEF

A

São tumores secretores de catecolaminas derivados de células cromafins da medula suprarrenal (feocromocitoma) ou dos gânglios simpáticos (paragangliomas: feocromocitomas extra-adrenais). A distinção entre eles é importante devido à associação com neoplasias, ao risco de malignidade e à necessidade de teste genético.

30
Q

PECULIARIDADES DO FEOCROMOCITOMAS

A

Dica: “regra dos 10% para os feocromocitomas” ➪ 10% bilaterais, 10% malignos e 10% extra-adrenais (paragangliomas – órgão de Zuckerkandl).

31
Q

Quadro clínico FEO

A

A tríade paroxística de cefaleia, de sudorese e de palpitações é típica da doença, porém é relatada por poucos pacientes. Outros sintomas comuns são tremor e ansiedade.

32
Q

Diagnóstico FEO

A

Aumento de catecolaminas e metanefrinas no plasma/urina e localização do tumor (TC, RNM ou cintilografia).
Na prática, dosa-se metanefrinas fracionadas no plasma. Se estiver normal, exclui o diagnóstico. Se estiver alterado, medir metanefrinas e catecolaminas na urina 24h. Se der positivo, identificar topografia. Caso seja extra-adrenal, cintilografia.

33
Q

Tratamento FEO

A

Adrenalectomia: após controle da PA com alfa e betabloqueadores.
Preparo cirúrgico: primeiramente, é feito o alfa-bloqueio por 10-14 dias antes do procedimento. Drogas usadas: fenoxibenzamina 5 a 10mg a cada 8-12h com incremento de 10mg até dose de 60-90 mg/dia. Opção prazosin.

34
Q

INCIDENTALOMA ADRENAL DEF

A

Achado ocasional de massa adrenal > 1 cm em exames de imagem. Deve-se avaliar se o incidentalomas é funcionante ou não, além de excluir metástases e carcinoma.

35
Q

Tratamento INCIDENTALOMA

A

Incidentalomas adrenais funcionantes: adrenalectomia;
Incidentalomas adrenais não-funcionantes: avaliar tamanho e características radiológicas.
Se > 4cm ou com características de malignidade: indicar cirurgia.
Se < 4 e com sinais de benignidade: novo exame dentro de 3-6 meses e seguimento um ano após.

36
Q

SDR METABÓLICA DEF

A

A síndrome metabólica é um fator de risco múltiplo para doença cardiovascular aterosclerótica e DM2. É composta por dislipidemia aterogênica, hipertensão arterial, obesidade centrípeta, resistência à insulina e/ou hiperglicemia e estado pró-trombótico e pró-inflamatório. A síndrome ocorre mais comumente em mulheres e frequentemente em populações caracterizadas por excesso de ingestão de nutrientes, sedentarismo e maior susceptibilidade genética.

37
Q

Critérios diagnósticos da SDR METABOLICA

A

O diagnóstico é feito com a presença de 3 dos 5 aspectos a seguir:

Obesidade centrípeta definida por circunferência abdominal ≥ 102 cm em homens e ≥ 88 cm em mulheres. Atenção: segundo a Federação Internacional de Diabetes, devemos utilizar pontos de corte diferenciados de acordo com a raça/etnia. De um modo geral, o ponto de corte para mulheres é uma circunferência abdominal ≥ 80 cm e para homens ≥ 90 cm, com exceção dos europídeos que devem apresentar circunferência abdominal > 94 cm para homens;

Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL ou em vigência de uso de medicação para hipertrigliceridemia;

HDL < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres ou em vigência de uso de medicações para HDL baixo;

PAS ≥ 130mmHg, PAD ≥ 85 mmHg ou em vigência de uso de medicações anti-hipertensivas;

Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL, diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou em vigência de uso de medicações para glicemia elevada.

38
Q

COMPONENTES DA SDR METABOLICA

A
39
Q

DOENÇA HEPÁTICA ESTEATÓTICA METABÓLICA DEF

A

A doença hepática esteatótica metabólica (DHEM) é a doença mais comum do fígado, afetando 30% da população mundial. Compreende um espectro de manifestações hepáticas associadas a distúrbios metabólicos e cardiovasculares, como obesidade e/ou distribuição desfavorável de gordura, resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes tipo 2 (DM2).

40
Q

Rastreamento: DOENÇA HEPÁTICA ESTEATÓTICA METABÓLICA

A

O rastreio para avaliação do risco de fibrose avançada associada à DHEM, deve ser realizado com escores laboratoriais clínicos como o FIbrosis-4 (FIB-4) em todos os adultos com pré-DM ou DM2.

Dica: O FIB-4 é calculado a partir de dados clínicos e laboratoriais, que incluem idade, níveis de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e contagem de plaquetas.
Em pacientes com pré-DM ou DM2 e FIB-4 ≥ 1,3 (sugerindo risco indeterminado ou alto de fibrose avançada), é recomendado a investigação adicional com elastografia transitória. Já a biópsia hepática (método padrão-ouro), por ser um método invasivo, com limitações devido ao curso, reprodutibilidade e risco de complicações, deve ser considerada somente em pacientes cuja avaliação por métodos não invasivos foi duvidosa, especialmente quando houver dúvidas sobre a etiologia da doença hepática.

41
Q

Tratamento: DOENÇA HEPÁTICA ESTEATÓTICA METABÓLICA

A

Tratamento:

Modificação do estilo de vida (MEV), com foco na perda de peso ≥ 5% é a primeira escolha para tratamento da DHEM em pacientes com DM2 ou pré-DM.
Quando a MEV for insuficiente para atingir a meta de perda ponderal, o uso de medicações antiobesidade é recomendado para pacientes com DM2, DHEM e IMC ≥ 27.
Nos pacientes com DM2 e DHEM que apresentam evidência de esteato-hepatite (EHM) e/ou fibrose, o uso de medicações para DM2 com ação na DHEM deve ser considerado em combinação com a MEV para a melhora dos desfechos hepáticos.
Pioglitazona e os análogos de GLP-1: são as terapias de primeira linha.
É importante destacar que a metformina não está associada a benefícios específicos relacionados à DHEM.
Em pacientes com DM2, DHEM e índice de massa corporal ≥ 35 kg/m², a cirurgia bariátrica deve ser considerada se a combinação de modificação do estilo de vida e farmacoterapia não tiver se mostrado eficaz para melhorar a DHEM.
➪Atenção:

Não existem evidências para se recomendar o uso de vitamina E, pentoxifilina e silmarina para o tratamento de DHEM em pacientes com DM2.
No estudo PIVENS, realizado em pessoas com DHEM e sem DM2, o uso da vitamina E (800 UI/dia) por dois anos promoveu melhora do índice NAS em dois ou mais pontos, sem aumento na fibrose vs. placebo (43% vs. 19%, p < 0,001). Embora a suplementação da vitamina E seja considerada para DHEM em pessoas sem DM2, ensaios específicos em pessoas com DM2 ainda são necessários. Uma questão de segurança da vitamina E é que ela parece aumentar o risco de câncer de próstata em homens idosos.

42
Q

OBESIDADE DEF

A

A obesidade é uma doença crônica de prevalência elevada e crescente nos últimos anos, sendo considerada uma epidemia global. A etiologia da obesidade é composta por um conjunto de fatores como sociais, ambientais e predisposição genética. A doença está correlacionada com aumento de mortalidade e com risco aumentado de várias doenças, como: DM, HAS, dislipidemia, cardiopatias, AVE, doença hepática gordurosa metabólica, osteoartrite, câncer e SAOS.

43
Q

Diagnóstico OBESIDADE

A

Classificação do IMC:

As recomendações para IMC da National Institutes of Healts (NIH) e pela OMS para caucasianos, hispânicos e negros são:

· Baixo peso: IMC < 18,5 kg/m²;

· Peso normal: IMC 18,6-24,9 kg/m²;

· Sobrepeso ou pré-obesidade: IMC 25-29,9 kg/m²;

· Obesidade: IMC ≥ 30 kg/m²;

· Obesidade grau I: IMC de 30-34,9 kg/m²;

· Obesidade grau II: IMC de 35-39,9 kg/m²;

· Obesidade grau III (também referido como obesidade grave, extrema ou mórbida): IMC ≥ 40 kg/m².

44
Q

Tratamento OBESIDADE( OBJETIVO)

A

O objetivo do tratamento é prevenir, tratar ou reverter as complicações da obesidade e melhorar a qualidade de vida do paciente. Devemos sempre orientar mudança de estilo de vida (MEV), o que inclui mudança nos hábitos alimentares e incentivo à prática de atividades físicas.

A perda de peso de 5-10% do peso corporal total é indicativa de boa resposta ao tratamento, seja ela apenas com MEV ou composta por MEV e tratamento medicamentoso. Já uma perda de peso acima de 10% do peso corporal total é indicativa de excelente resposta ao tratamento. Caso a perda ponderal seja menor que 5% do peso corporal total em 6 meses, deve-se tentar outras estratégias no tratamento.

45
Q

Indicações de tratamento OBESIDADE

A

IMC acima de 30 kg/m²;

· IMC acima de 27 kg/m² em associação a comorbidades (síndrome dos ovários policísticos, DM2, dislipidemia etc.)

46
Q

Medicações liberadas para o tratamento da obesidade no Brasil:

A

Sibutramina: inibe a recaptação de serotonina e de norepinefrina, reduzindo a ingestão alimentar e estimulando a termogênese em tecido adiposo.
Efeitos adversos mais comuns: cefaleia, boca seca, constipação intestinal, insônia e discreta elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca. É contraindicada para pacientes com alto risco cardiovascular.
Posologia: dose inicial 10 mg/dia. Dose máxima 15mg/dia.

Orlistate: inibidor de lipases gastrointestinais, promovendo a liberação de gordura pelas fezes, não possuindo atividade sistêmica e, também, não atuando no centro regulatório do apetite.
Efeitos adversos mais comuns: fezes oleosas, aumento do número de evacuações, flatulência com ou sem eliminação de gordura e urgência fecal. É contraindicado em pacientes com síndromes disabsortivas, colestase ou histórico de presença de cristais de oxalato de cálcio na urina.
Posologia: dose inicial de 120mg nas refeições. Dose máxima de 120mg 3 vezes ao dia.

Liraglutida: trata-se de um análogo de GLP-1, tendo ação tanto na obesidade quanto no DM2. Ele atua inibindo o apetite, reduzindo o esvaziamento gástrico e secretando insulina independente dos níveis glicêmicos.
Efeitos adversos mais comuns: náuseas, vômitos, distensão abdominal e alteração do hábito intestinal. É contraindicada para pacientes com histórico de pancreatite, história pessoal ou familiar de neoplasia endócrina múltipla 2A e 2B e câncer medular de tireoide.
Posologia: dose inicial 0,6mg SC/dia. Dose máxima 3mg/dia.

Semaglutida: análogo de GLP-1 recentemente aprovado pela ANVISA para tratamento de obesidade, sob o nome Wegovy®. A semaglutida com dose máxima de 1mg (Ozempic®) é indicada para o tratamento de DM2, porém é largamente utilizada no tratamento da obesidade de maneira off-label.
Efeitos adversos mais comuns: semelhantes aos da liraglutida e outros análogos de GLP-1.
Posologia: dose inicial 0,25mg por semana. Dose máxima 2,4 mg por semana.

Associação de Bupropiona com Naltrexona (Contrave®): é a combinação de um inibidor da recaptação de dopamina e norepinefrina (bupropiona) com um antagonista opioide (naltrexona) que atua no centro regulador do apetite e no sistema de recompensa.
Efeitos adversos mais comuns: são os gastrointestinais (diarreia, constipação e náuseas), podendo incluir tonteira, cefaleia e insônia. As contraindicações incluem hipertensão não controlada, história de crises convulsivas, bulimia ou anorexia nervosa (por redução do limiar convulsivo) e uso crônico de opioides.
Posologia: dose inicial 90/8mg 1x/dia. Dose máxima: 180/16mg 2x/dia.

47
Q

Medicamentos ainda não disponíveis no Brasil para o tratamento de obesidade.

A

Tirzepatida: agonista duplo dos receptores GLP-1 e GIP. O estudo SURMOUNT-1 revelou perda de peso média de quase 22kg nos pacientes em uso da dose máxima e média de 15 kg na menor dose, comparados a 3kg no grupo placebo. Foi liberada pela ANVISA (Mounjaro®) para uso em pacientes com DM2 em setembro de 2023, e liberada pelo FDA em 08 de novembro de 2023 para pacientes com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades.
Efeitos adversos mais comuns: semelhantes aos dos análogos de GLP1.
Posologia: dose inicial 5mg SC, uma vez por semana. Dose máxima 15 mg, uma vez por semana.

48
Q

Medicamentos off-label para o tratamento da obesidade

A

Fluoxetina e sertralina: são inibidores seletivos da recaptação da serotonina que podem ser utilizados em pacientes com obesidade associada a transtorno depressivo ou a transtorno de compulsão alimentar.
Topiramato: um anticonvulsivante capaz de auxiliar em mudanças do comportamento alimentar.

49
Q

Venvanse é liberado para o tratamento de obesidade?

A

Dica: a lisdexanfetamina (Venvanse®) é um pró-fármaco, da d-anfetamina. É utilizada para tratamento de TDAH e, também, é liberada para tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar em adultos. Contudo não é liberado em bula para tratamento da obesidade.

50
Q

Uma vez confirmado o hipercortisolismo, o objetivo
é descobrir a causa. QUAL O PROXIMO PASSO?

A

Em um primeiro momento, deve-se analisar o ACTH
plasmático. 1)ACTH suprimido: patologia primária da
suprarrenal. Solicita-se uma TC de abdome superior. Um tumor <3 cm
provavelmente é um adenoma, enquanto que >6 cm representa um carcinoma
(principalmente, se vier associado à virilização). 2)ACTH aumentado: patologia do eixo
hipotálamo-hipófise ou secreção ectópica de ACTH/CRH. Solicita-se RM de sela
túrcica e o teste de Liddle 2, o qual consiste em um teste de supressão do ACTH
em doses de dexametasona mais altas (2mg VO de 6/6h nas 48h que antecedem o
exame).
-Se a RM for normal e não houver supressão do
cortisol com o teste de Liddle 2: secreção ectópica de ACTH. Como 50% dos casos
é relacionada a carcinoma de pequenas células do pulmão, o próximo passo é
pedir uma TC de tórax e abdome.

-Se a RM for normal, mas houver supressão do
cortisol plasmático pelo teste de Liddle 2: adenoma hipofisário pequeno.
Faz-se, assim, necessário a realização de um cateterismo de seio petroso
inferior.
3)ACTH normal: estimular a hipófise com CRH exógeno. Nas doenças primárias da suprarrenal o ACTH não aumenta após o estímulo. Nas doenças da hipófise (doença de Cushing), ocorre um aumento exagerado de ACTH.