Dor abdominal Flashcards

1
Q

Diagnóstico de apendicite aguda

A
  1. Alta probabilidade (história clássica, homem, 10-40 anos): diagnóstico clínico
  2. Dúvida (criança, idoso, mulher) ou suspeita de complicação (massa ou evolução tardia > 48h): TC de abdome

-Criança ou gestante: USG | se inconclusiva na gestante = RNM

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2
Q

Tratamento de apendicite complicada ou tardia (> 48h)

A

Abscesso: drenagem guiada por TC + ATB por 4-7 dias + colonoscopia após 4-6 semanas + avaliar apendicectomia tardia

Fleimão: ATB por 4-7 dias + colonoscopia após 4-6 semanas + avaliar apendicectomia tardia

Peritonite difusa: cirurgia de urgência (idealmente laparoscopia) + ATB por 4-7 dias

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3
Q

Conduta diante de um apêndice normal em cirurgia de urgência por peritonite difusa

A

Apendicectomia incidental + investigar outros locais (divertículo de Meckel, vesícula)

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4
Q

Escore que quanto maior, maior a chance de ser apendicite aguda

A

Escore de Alvarado:

-Dor que migra para FID: 1 ponto
-Anorexia: 1 ponto
-Náuseas/vômitos: 1 ponto
-Dor à palpação em FID: 2 pontos
-Descompressão positiva em FID: 1 ponto
-Temperatura > 37,5ºC: 1 ponto
-Leucocitose: 2 pontos
-Desvio à esquerda: 1 ponto (o escore modificado não considera)

0-3 pontos = improvável → avaliar outras causas

4-6 pontos = provável → observação por 12 horas → cirurgia

≥ 7 pontos = muito provável → apendicectomia

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5
Q

Diagnóstico de diverticulite aguda

A

TC de abdome + colonoscopia após 4-6 semanas para afastar CCR

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6
Q

Classificação de Hinchey de diverticulite aguda

A

Classificação de Hinchey:

0: ausência de complicações

I: abscesso pericólico
-Ia: fleimão
-Ib: abscesso pericólico

II: abscesso pélvico

III: peritonite purulenta

IV: peritonite fecal

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7
Q

Indicações de internação na diverticulite aguda

A

-Complicações na TC (perfuração, abscesso, microperfurações, fleimão)

-Peritonite difusa ou dor incontrolável

-Comorbidades significativas, > 70 anos ou imunossupressão

-Impossibilidade ou falha no tratamento ambulatorial

-Processo inflamatório mais intenso (≥ 2 critérios SIRS)

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8
Q

Tratamento da diverticulite aguda

A

Ambulatorial (Hinchey 0): dieta líquida + analgesia oral + avaliar ATB oral

Hospitalar: ATB IV (cefalosporina de 3ª geração + metronidazol) + hidratação IV + analgesia + dieta zero → líquida

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9
Q

Complicações cirúrgicas da diverticulite aguda e tratamento

A

Abscesso ≥ 4 cm: drenagem percutânea guiada por TC + ATB + colonoscopia após 4-6 semanas + cirurgia eletiva sempre

Peritonite: ATB + cirurgia de urgência (sigmoidectomia à Hartmann = colostomia proximal)

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10
Q

Conduta na peritonite purulenta por diverticulite aguda (Hinchey III)

A

Lavagem laparoscópica pré-operatória

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11
Q

Indicações de cirurgia eletiva em casos não complicados de diverticulite aguda

A

Imunodeprimidos
Incapaz de excluir CCR
Fístula colovesical (fecalúria)

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12
Q

Idoso com dor abdominal intensa desproporcional ao exame físico: hipótese, principal causa e diagnóstico

A

Isquemia mesentérica aguda

Principal causa: embolia (50%) –> não oclusiva (vasoconstrição) –> trombose arterial –> trombose venosa

Diagnóstico:
-AngioTC: mais utilizado
-Angiografia mesentérica seletiva: padrão-ouro

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13
Q

Tratamento da isquemia mesentérica aguda

A

Embolia ou trombose arterial: heparinização + embolectomia ou trombectomia por angiografia + papaverina pós-operatória

Trombose venosa: heparinização

Vasoconstrição: papaverina intra-arterial

Refratário, peritonite ou necrose: cirurgia (ressecção intestinal)

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14
Q

Dor logo após a alimentação + emagrecimento + história de angina, claudicação: hipótese, principal causa, diagnóstico e tratamento

A

Isquemia mesentérica crônica

Principal causa: aterosclerose

Diagnóstico: angiografia/angioTC = oclusão > 50% em pelo menos duas artérias

Tratamento: revascularização
-Jovem: cirurgia
-Idoso ou comorbidade: stent (endovascular)

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15
Q

Dor abdominal, diarreia mucossanguinolenta, febre e distensão em idoso em pós-operatório de cirurgia de aneurisma de aorta abdominal: hipótese, diagnóstico e tratamento

A

Colite isquêmica

Diagnóstico:
-Retossigmoidoscopia: mucosa inflamada
-Clister opaco: áreas de edema alternadas com áreas de retração (sinal das impressões digitais/thumbprinting)

Tratamento: suporte +- cirurgia (colectomia parcial ou total) se peritonite, hemorragia, colite fulminante ou quadro refratário

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16
Q

Sinais de hemorragia retroperitoneal que indicam gravidade na pancreatite aguda

A

Sinal de Cullen (equimose periumbilical)

Sinal de Grey Turner (equimose nos flancos)

Sinal de Fox (equimoses na região inguinal)

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17
Q

Diagnóstico de pancreatite aguda

A

2 ou 3 critérios:

  1. Dor abdominal fortemente sugestiva
  2. Aumento de amilase e lipase ≥ 3x (lipase é mais específica)
  3. Exames de imagem característicos:

-USG: avaliar a via biliar

-TC com contraste: ≥ 72-96 horas ou imediatamente se for quadro grave, piorando ou duvidoso. Se for feita inicialmente, repetir após 72h

-USG endoscópica: suspeita de microlitíase

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18
Q

Como a pancreatite aguda pode ser classificada de acordo com a TC

A

Edematosa: captação homogênea de contraste

Necrosante: captação heterogênea —> gás (preto) = infecção na necrose

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19
Q

Classificação de gravidade mais utilizada para pancreatite aguda

A

Critérios de Atlanta modificados:

-Leve (80-90%): sem falência orgânica ou complicações

-Moderadamente grave: falência orgânica transitória (< 48h) ou complicação local isolada

-Grave: falência orgânica persistente por > 48h

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20
Q

Pancreatite aguda grave

A

Critérios de Ranson ≥ 3 | PCR > 150 mg/dl por > 48 horas | Apache II ≥ 8 | hipocalcemia

21
Q

Não fazem parte dos critérios de Ranson para pancreatite aguda

A

TGP
Amilase
Lipase
Bilirrubina

22
Q

Tratamento da pancreatite aguda

A

Leve: internação + suporte + CVL eletiva na mesma internação

Grave: UTI + suporte nutricional (enteral X NPT) + CPRE se coledocolitíase, colangite ou icterícia progressiva + CVL eletiva após 6 semanas

23
Q

Complicações precoces (< 4 semanas) da pancreatite aguda e conduta nas não infectadas

A

Não necrótica: coleção fluida aguda peripancreática (30-50%)

Necrótica: coleção necrótica aguda

Conduta expectante

24
Q

Conduta nas complicações precoces (< 4 semanas) da pancreatite aguda infectadas

A

Coleção fluida infectada: punção guiada por TC + imipenem

Necrose infectada: punção guiada por TC + imipenem → necrosectomia

25
Q

Complicações tardias (> 4 semanas) da pancreatite aguda e conduta nas não infectadas

A

Não necrótica: pseudocisto (15%) - amilase continua elevada + massa.
-Tratamento: acompanhamento | drenagem transgástrica via EDA se sintomas (compressão epigástrica), ruptura ou hemorragia

Necrótica: WON (Walled-off Necrosis”)
-Tratamento: acompanhamento | drenagem transgástrica via EDA se dor persistente ou não consegue progredir dieta

26
Q

Conduta nas complicações tardias (> 4 semanas) da pancreatite aguda infectadas

A

Pseudocisto e WON infectados:

Punção guiada por TC + imipenem → necrosectomia

27
Q

Principal causa de pancreatite crônica e diagnóstico

A

Álcool (70-80%)

Diagnóstico:
-Função pancreática (teste da elastase fecal)
-Imagem: TC de abdome (dilatação de ductos, calcificação e atrofia) | USG endoscópica (achados precoces)

28
Q

Tratamento de pancreatite crônica

A

Suspender álcool e tabagismo + refeições fracionadas e hipolipídicas

Esteatorreia: enzimas pancreáticas VO + IBP

DM: hipoglicemiantes orais ou insulinoterapia

Dor: analgesia escalonada –> descompressão por CPRE –> cirurgia de Puestow (Partington-Rochelle)

29
Q

Principal indicação cirúrgica na pancreatite crônica e técnica

A

Dor refratária à descompressão por CPRE + dilatação ductal > 7 mm

Cirurgia de Puestow (Partington-Rochelle): anastomose pancreatojejunal em Y de Roux

30
Q

Complicação da pancreatite crônica

A

Trombose da veia esplênica (hipertensão porta pré-hepática): varizes em fundo gástrico isoladas + esplenomegalia

31
Q

Principal causa de abdome agudo no idoso

A

Doenças das vias biliares (colecistite aguda) –> obstrução intestinal –> apendicite aguda

32
Q

Principais causas de abdome agudo não obstétrico na gestante

A
  1. Apendicite aguda
  2. Colecistite aguda
33
Q

Melhor momento para intervir cirurgicamente na gestante

A

2º trimestre

34
Q

Investigação de apendicite aguda na gestante e tratamento

A

USG –> RNM –> TC

Tratamento: apendicectomia videolaparoscópica precoce

35
Q

Desvantagens da laparoscopia na gestante em relação à laparotomia (mas a laparoscopia é preferida)

A

Acidose fetal (CO2 do pneumoperitônio)

Hipofluxo placentário (aumento de pressão intrabdominal)

36
Q

Tratamento de colelitíase sintomática e pancreatite biliar na gestante

A

Manejo conservador + CVL após o parto (se muito sintomática, esperar pelo menos o 2º trimestre)

37
Q

Mulher com paralisia flácida há 3 semanas + abdome agudo há 15 dias + crise convulsiva após a laparotomia + surto psicótico há 1 ano: hipótese

A

Porfiria intermitente aguda (mulher jovem - estrógenos podem ser gatilhos)

38
Q

Porfiria intermitente aguda:
a) Gatilhos
b) Diagnóstico
c) Tratamento

A

a) Álcool, tabaco, antibióticos (sulfas), anticonvulsivantes, barbitúricos, estresse, estrógenos e chumbo

b) Aumento das porfirinas totais e porfobilinogênio (PBG) na urina

c) Suspender gatilhos + hematina (hemina) + SG 10% EV

39
Q

Hepatite C + bolhas em regiões de fotossensibilidade (mãos) + cicatrizes, alopecia, hirsutismo: hipótese, diagnóstico e tratamento

A

Porfiria cutânea tarda

Diagnóstico: aumento das porfirinas totais e uroporfirinogênio na urina

Tratamento: fotoproteção + flebotomias + hidroxicloroquina

40
Q

Fatores de risco para isquemia mesentérica aguda não oclusiva

A

Vasoconstrição exagerada: choque, ICC, hipóxia grave, vasoconstritores, cocaína e digitálicos

41
Q

Conduta nutricional na pancreatite aguda

A

A dieta pode ser reintroduzida dentro das primeiras 24-48 horas: preferir a via oral se pancreatite aguda leve e sem dor → enteral → parenteral

42
Q

Diagnóstico diferencial de apendicite aguda em crianças em idade escolar

A

Adenite mesentérica

43
Q

Critérios de Ranson (pancreatite aguda biliar)

A

“LEGAL FECHOU” ou “Importante Lembrar Totalmente da Grande Lista Para Evitar Sequestro de Homens na UrCa”

Admissão:
-Idade > 70 anos
-Leucocitose > 18 mil
-TGO > 250
-Glicemia > 200
-LDH > 400

Primeiras 48h:
-PaO2: não disponível
-Excesso de base mais negativo que -5 mEq/L
-Sequestro de líquidos > 4 L
-Hematócrito reduzido em > 10 pontos
-Aumento do BUN (nitrogênio ureico sanguíneo) em > 2 mg/dl
-Cálcio sérico < 8 mg/dl

Ranson ≥ 3 = pancreatite aguda grave

44
Q

Parâmetros do escore BISAP na pancreatite aguda

A

-Derrame pleural
-Ureia > 25 mg/dl
-Idade > 60 anos
-Alteração do estado mental
-SIRS

45
Q

Segmentos intestinais que sofrem primeiro em situações de isquemia/choque + conexões arteriais

A

-Ponto de Griffiths = flexura esplênica (intercessão da a a. mesentérica superior com a inferior)

-Ponto de Sudeck = junção retossigmoidea (intercessão da a a. mesentérica inferior com a ilíaca interna)

Conexões arteriais: arco de Riolan e arcada marginal de Drummond

46
Q

Ramos intestinais da artéria mesentérica superior

A

Ramos jejunoileais: jejuno e íleo

Ileocólica: íleo terminal, ceco e apêndice

  • Apendicular: apêndice

Cólica direita: ceco, cólon ascendente e flexura hepática

Cólica média: flexura hepática e cólon transverso

47
Q

Ramos intestinais da artéria mesentérica inferior

A

Cólica esquerda: flexura esplênica e cólon descendente

Sigmoidea: sigmoide

Retal superior: reto superior

48
Q

Irrigação do reto médio e inferior

A

Médio: artéria retal média, ramo da ilíaca interna

Inferior: artéria retal inferior, ramo da pudenda interna (que é ramo da ilíaca interna)

49
Q

Critérios de Ranson (pancreatite aguda não biliar)

A

“LEGAL FECHOU” ou “Importante Lembrar Totalmente da Grande Lista Para Evitar Sequestro de Homens na UrCa”

Admissão:
-Idade > 55 anos
-Leucocitose > 16.000/mm3
-Glicose > 200 mg/dl
-DHL > 350 UI/L
-TGO > 250 UI/L

48 horas:
-Redução do hematócrito > 10 pontos
-Aumento do BUN > 5 mg/dl
-Ca sérico < 8 mg/dl
-PaO2 < 60 mmHg
-Déficit de base > 4 mEq/L
-Déficit de fluido estimado > 6 L