Cirrose parte 2 Flashcards
Assim que o paciente chega, deve manda-lo para endoscopia?
Não, tem que fazer estabilização, vamos ver como está a função renal, vamos hidratar um pouquinho e ai sim manda para endoscopia.
E se não for possível estabilizar o paciente pois ele não para de sangrar?
Eu vou comprimir o sangramento.
Como? Não é endoscopia ainda, eu passo o balão de Sengstaken Blakenmore. A técnica de passagem do balão é simples, é como se passa uma sonda nasogastrica, apesar de ser mais calibroso. O balão mais bolinha fica dentro do estômago e o balão mais salsicha fica dentro do esôfago. Então a gente passa o balão, checa que esta na posição correta com as mesmas técnicas nasogastricas e então vamos encher os balões de soro, sendo o do estomago para segurar no lugar e o esofágico para comprimir dentro da luz a parede do esôfago para parar de sangrar as varizes. O balão não resolve o problema, ele é um dedo no sangramento e se deixar tempo demais pode necrosar. O balão é para poucas horas, não deve ficar um dia é apenas para conseguir fazer a endoscopia.
Como fazer o tratamento de um paciente que continua sangrando?
O tratamento definitivo é igual a terapia endoscópica, ligadura elástica e escleroterapia. Esse paciente chega sangrando e tem ascite? Ele vai fazer PBE. Então se o paciente chega sangrando e tem ascite eu preciso iniciar a profilaxia antibiótica (ceftriaxona) numa dose menor do que a de tratamento para evitar que o paciente faça PBE. Em último caso também, pode ser indicado fazer o TIPS de emergência.
Qual é o principal componente da Encefalopatia Hepática?
A amônia, pois ela é produzida no metabolismo intermediário e tem que ser eliminada. pois ela é toxica. Uma das coisas que o fígado faz é metabolização da amônia, por tanto se o fígado está cirrótico vai ter acumulo de amônia e o que a amônia faz? Faz dano cerebral, estresse oxidativo, disfunção neuronal, quebra da comunicação entre os neurônios e a célula da glia, ou seja, quadro neurológico.
Como é feito o diagnóstico da Encefalopatia Hepática?
A encefalopatia a gente diagnostica através do exame clinico dos testes psicométricos e tem vezes que só o eletroencefalograma consegue diagnosticar. A manifestação clinica da encefalopatia mais clássica é o flapping (você pede para ele colocar o cotovelo apoiado ou a mão apoiada e faz a hiperextensão). Se estou na duvida que o paciente tem encefalopatia, eu posso lançar mão dos testes psicométricos. Eu peço para ele desenhar uma estrela, saem coisas esquisitas e o paciente jura que desenhou uma estrela, ou pede pra desenhar uma bola que é mais simples e também não sai ou assinar o próprio nome e também não sai.
Como é desenvolvida a Encefalopatia tipo B?
- O sangue tenta passar no fígado, mas esta muito hipertenso
- O sangue pega o caminho
alternativo, vai pela gástrica esquerda - Da gástrica esquerda ela chega no esôfago, cai na ázigo e vai direto para cava, - Ele Bypassou o fígado (Tipo B).
- Ocorre com pacientes com Hipertensão Portal.
Como é desenvolvida a Encefalopatia tipo C?
- A encefalopatia pode existir simplesmente pois o fígado não esta mais funcionando
- Talvez a hipertensão portal não esteja nem tão grande, mas se não tem hepatócito funcionando, o sangue que chega no fígado nem pegou o caminho alternativo nem nada, o fígado deixou ele passar sem metabolizar a amônia.
- Essa é a encefalopatia da cirrose, esse é o mecanismo clássico da cirrose, tipo C, do paciente com doença hepática CRÔNICA.
Como é desenvolvida a Encefalopatia tipo A?
A encefalopatia que acontece na hepatite hepática fulminante ou aguda que é a encefalopatia tipo A.
Obs: A de aguda, B de bypass e C de cirrose e crônica.
Qual a diferença entre a Encefalopatia tipo A e C?
Tipo A é como se fosse a tipo C, pois nas duas o hepatócito não está funcionando. O que difere é que A é aguda e C é crônica.
Qual a diferença entre a encefalopatia Overt e Covert?
- Encefalopatia Overt: encefalopatia que o médico consegue diagnosticar mesmo que seja discreta, mesmo que seja mínima, mesmo que só consiga ver com um encefalograma, se você consegue ver, ela é overt
- Encefalopatia Covert: Encefalopatia mínima, ela não é vista, mas existe um transtorno metabólico que pode a qualquer momento abrir o quadro de encefalopatia.
Quais as características da classificação de Weste Haven?
Ela classifica a encefalopatia clinicamente manifesta em 4 grupos clínicos, 1 ao 4, sendo 1 o mais leve e 4 o mais grave.
Quais as características da Classificação de Weste Haven tipo 1?
Paciente com encefalopatia muito discreta. O medico muitas vezes na primeira consulta não percebe, quem diz é o familiar, pq? Pq o paciente tem discretas alterações de personalidade, paciente tem irritabilidade, pode estar com o estado um pouco depressivo, tem alterações cognitivas leves é muito discreto. O paciente pode ter certo grau de tremor e de incoordenação e aí a gente ver no teste psicométrico, a gente pede pra ele fazer a linha e não sai.
Quais as características da Classificação de Weste Haven tipo 2?
Marcado pela clássica inversão do sono vigília. Paciente que fica acordado de noite, tocando o terror na enfermaria, não deixa ninguém dormir e dorme o dia todo. Pode ter letargia, têm alterações de humor e alterações comportamentais, as disfunções cognitivas ficam mais marcadas, surge o flapping. O flapping marca a encefalopatia tipo 2, aqui também classicamente aparece a ataxia, marcha atáxica (paciente abre a base para poder se equilibrar e vai), surge anormalidade de fala, não é afasia é mais uma fala lentificada e embolada, como se o paciente estivesse bêbado.
Quais as características da Classificação de Weste Haven tipo 3?
Esse dificilmente vai ficar em casa, pois aqui já tem alteração do nível de consciência, marcadamente sonolência diurna e noturna, o paciente fica largado dormindo, tem confusão mental, tem desorientação, tem amnesia, o flapping pode desaparecer e surge outras coisas como rigidez muscular, nistagmo, clonus, sinal de babinski, hiporreflexia ate chegar no nível 4 que é um paciente em coma.
Quais as características da Classificação de Weste Haven tipo 4?
Paciente em coma não responsivo.