Arritmias cardíacas Flashcards
Qual o conceito de Arritmia Cardíaca? (4)
- Anormalidade da frequência, regularidade ou local de origem do impulso cardíaco.
- Ou um distúrbio de condução que vai gerar uma sequência anormal de ativação desse ciclo cardíaco.
- Essas arritmias podem ser causadas por alteração da geração do pulso ou podem ser causadas por disturbios na condução do pulso.”
- Se forem causadas por distúrbios de condução, será considerada arritmia por reentrada.
Quais são as 4 perguntas para uma análise rápida das arritmias?
- Qual a FREQUENCIA CARDÍACA? (normal, taquicardia ou bradicardia)
- Tem onda “P” FACILMENTE VISÍVEL? (ritmo sinusal? – ou atrial ectópico?)
- O complexo QRS é ESTREITO ou LARGO? (supraventricular ou ventricular?)
- O ritmo é REGULAR ou IRREGULAR? (fibrilação?)
Como funciona o sistema de condução normal no coração? (3)
- Se origina no nó sinoatrial (situado perto da veia cava superior)
- é conduzido pelas fibras do nó atrioventricular
- feixe de hiss e fibras de purkinje pelo ventrículo.
O que cada parte do ECG significa? (4)
- Onda P: contração atrial
- Intervalo PR: tempo de relaxamento atrial
- QRS: contração ventricular
- Onda T: repolarização ventricular
Como calcular a FC a partir do ECG?
300 / nº de quadrados grandes entre 2 QRS’s OU
1500 / nº de quadradinhos entre 2 QRS’s
Quais são as características do Ritmo Sinusal? (5)
- Onda P positiva em DI, DII DIII e aVF
- Onda P negativa em aVR
- Relação P x QRS = 1:1 (toda contração atrial vai gerar uma contração ventricular)
- Frequência cardíaca 50-100 bpm
- Alguns fatores podem interferir no ritmo sinusal, como gênero (se masculino ou feminino), idade (crianças e idosos tendem a ter alterações), temperatura, estresse emocional, atividade física, fatores neuronais, hôrmonais, consumo de café, drogas, e etc.
Qual a definição de Taquicardia Sinusal?
Aumento da frequência cardíaca gerada por alteração a nível do nó sinoatrial
Como é feito o Diagnóstico eletrocardiográfico da Taquicardia Sinusal? (6)
- Frequencia acima de 100bpm (<150bpm)
- Onda P positiva precedendo QRS em DI, DII, DIII e aVF
- Onda P negativa em aVR
- Ritmo regular
- Enlace A/V
- Causas: Estresse físico, cafeína, hipertireoidismo, aumento do metabolismo, medicamentos, álcool, infecção, anemia (aumento do DC), IC e etc.
Em quais situações a Taquicardia Sinusal é fisiológica? (4)
- Infância
- Exercício
- ansiedade
- emoções
Cite um exemplo de situação de Taquicardia Sinusal patológica:
Ex: um paciente se apresenta a emergência em choque séptico, com um processo infeccioso muito intensificado pelo organismo, bactérias circulando na corrente sanguínea e isso gera um aumento do metabolismo e, por consequência, uma taquicardia sinusal.
Como é feito o diagnóstico clínico da Taquicardia Sinusal? (5)
- Palpitações
- Associada à causa desencadeante
- Início e término não abruptos (paciente não sabe precisar quando os sintomas se iniciaram)
Exame físico - Taquicardia
- B1 com intensidade constante
Quais são as características da Bradicardia Sinusal? (3)
- É quando o ritmo do coração, em repouso, é mais lento que o normal abaixo de 50 batimentos por minuto
- Só deve ser tratada quando sintomática (na maioria dos casos, o paciente não apresenta sintoma quando bradicárdico).
- Causas: Atléta quando examinado, uso de betabloqueadores, pacientes pós infartados (é positiva a bradicardia no repouso para dar um “descanço” para o miocárdio.
Quais são as características da Arritmia Sinusal? (9)
- Arritmia relacionada com a respiração
- Uma onda P e um QRS, e de repente aparece uma P’ (com uma morfologia diferente).
- Assintomática, é a mais comum arritmia (principalmente em crianças).
- Variação da FC com a respiração
- Na apneia a FC fica regular
- comum em crianças, porém não é exclusivo
- mais raramente pode não ter relação com a respiração, podendo ser manifestação de Doença degenerativa do Nó Sinusal.
- Como a origem da patologia estaria no nó sinusal, se o paciente tiver sofrido um infarto de VD, essa irrigação sanguínea para o nó sinusal fica comprometida. - Então não chega tanto sangue no nó e com o tempo o nó começa a sofrer uma degeneração.
O que é a Ectopia Atrial?
Quando o estímulo elétrico deixa de ser estimulado no nó sinusal, ele começa a ser originado em outros focos, passando a existir confirguração de ectopia atrial.
Como são determinados os tipos de Ectopia Atrial e quais são eles?
A origem do foco da ectopia vai determinar qual o tipo da arritmia (supra ventricular ou ventricular)
- Foco ectópico atrial = alterações supra ventricular
- Nó atrioventricular + ramos do feixe de his + fibras de purkinje = alterações ventriculares
Qual a função do nó atrioventricular? (2)
- A função do Nó atrioventricular é retardar a chegada do impulso atrial e fazer com que a contração ventricular ocorra de uma forma isovolumétrica.
- Ou seja, a função do Nó atrioventricular é proteger o ventrículo do excesso de estímulos atriais.
Toda alteração atrial vai gerar uma patologia ventricular (V/F)?
FALSO
Como são as manifestações clínicas das alterações supraventriculares e ventriculares?
- Como nas alterações supraventriculares acaba existindo um “filtro” (nó atrioventricular), a representação clínica disso será menor, menos perigosa e menos relacionada a fatalidade do que uma alteração ventricular.
- A alteração ventricular vai ter maior representação hemodinâmica - edema agudo de pulmão, IC, infarto…
O que é a Extrassístole Atrial?
Batimento completo adicional fora do ritmo.
Como é feito o Diagnóstico Eletrocardiográfico na Extrassístole Atrial? (6)
- Ritmo irregular (intervalo RR irregular)
- Onda P’ de morfologia diferente da onda P sinusal (pois ela tem origem diferente), ocorre antes do batimento sinusal esperado
- As extrassistoles que se originam no mesmo foco tem morfologia semelhante (a análise deve ser feita na mesma derivação)
- O complexo QRS geralmente é normal (tem morfologia preservada)
- Onda P ou P’ precedendo os QRS’s
- O Nó sinusal continua produzindo impulso, gerando -> Morfologia predominantemente sinusal, com batimentos ectópicos.
Quais são as possíveis causas da Extrassístole Atrial? (8)
- Tabagismo
- Álcool
- Cafeína
- Emoções
- Cansaço
- IC
- Prolapso de valva mitral
- Isquemia miocárdica
O que é a Taquicardia Atrial?
A contração Atrial ocorre de uma forma mais acelerada e a contração ventricular, por conta do nó atrioventricular, ocorre de uma forma regular.
Como é feito o diagnóstico eletrocardiográfico da Taquicardia Atrial? (8)
- As ondas P vão adquirir uma frequência superior a frequência ventricular (QRS)
- RR regulares e onda P irregulares
- Hiperautomatismo (drogas, DPOC, DNS, Distúrbios Hidreletrolíticos, alterações metabólicas, etc.)
- Onda P com morfologia anormal - P’ (as ondas P são diferentes entre si, a quantidade de ondas P diferentes é igual a quantidade de focos)
- RR regular (pois a frequência ventricular se mantém dentro do padrão. Já a frequência atrial é elevada. FC atrial = 150 a 250 bpm)
- Condução AV variável
- Marcapasso atrial migratório (MAM) - Taquicardia atrial multifocal = Tem-se simltâneamente vários focos de taquicardia atrial gerando onda P de morfologia variável com uma FC acima de 100bpm.
- Pode acontecer RR irregular, mas a morfologia de QRS não varia. PR variável.
Qualquer arritmia pode levar a outra arritmia (V/F)?
“Qualquer arritmia pode levar a outra. As drogas de parada (adrenalina, basicamente) e as drogas antiarritmicas são potencialmente arritmogênica. Quando se tem um distúrbio elétrico alterado, qualquer coisa pode ser um estopim para algo pior, inclusive drogas que estão tratando” - Bárbara
O que é o Ritmo Juncional no Nó atrioventricular? (4)
- Quando as patologias envolvem o nó atrioventricular eles são caracterizados como rítimo juncional, pois estão na junção do átrio com o ventrículo
- Ele passa a comandar os batimentos cardíacos, pois o átrio não está mais cumprindo o seu papel.
- As ondas chegam ao átrio para provocar o batimento por meio do impulso retrógrado do nó atrioventricular para o átrio.
- Onda P alterada
Como é feito o diagnóstico eletrocardiográfico no Nó Atrioventricular? (6)
- Ritmo regular, freq. cardíaca 40-60bpm (mais baixa)
- Ortostatismo, hiperventilação, exercícios físicos revertem para sinusal
- O complexo QRS geralmente é normal
- Onda P:
- Geralmente ocorre despolarização atrial retrógrada, portanto temos onda P’ negativa em D2 , D3 , aVF
- Pode ocorrer antes, durante ou após o QRS, dependendo do local de origem da extrasssístole no nó AV
- Pode estar ausente
Esse ritmo é encontrado em quais outras situações de patologias? (2)
- “Esse é um rítmo comum em situação de isquemia. Coração sofre isquemia, o nó sinusal fica comprometido e o paciente assume o rítmo juncional”
- “Se o paciente infartou, depois foi feito revascularização ou trombólise e o ECG pós intervenção indicou rítmo juncional é um marcador de prognóstico ruim.”
Quais são as características do Flutter Atrial (FTA)? (10)
- Mecanismo de Reentrada: Estímulos contínuos para o átrio, de forma independente do estímulo ventrícular
- Onda F = macro-reentrada atrial, regular e homogênea (sai do nó e vai pro átrio)
- Linha de base ondulada = serrilhamento, “dente de serra”
- Condução AV variável (1:1, 2:1, 4:1, etc.)
- Melhor observado DII, DIII e aVF
- FC atrial = 250 a 350 bpm (muito superior a frequência ventricular. A FC do paciente pode continuar em torno de 100, pois o nó atrioventricular filtra a condução do estímulo)
- Comum cardiopatia valvares, febre reumática, pós operatório cirúrgico cardíaco,
- Aumento atrial: defeitos de septo atrial, Estenose/regurgitação mitral ou tricúspide
- Também pode ocorrer sem cardiopatia estrutural (DPOC, Alcoolismo e Hipertireoidismo)
- Nos casos em que não há alteração estrutural da musculatura cardíaca, o flutter tende a ser reversível.
Oque é a Fibrilação Atrial? (4)
- Também chamado de Delirium cordis
- Impulsos multifocais gerados no átrio que vão gerar batimentos irregulares.
- Esses multiplos batimentos vão hiperestimular o nó.
- Muitos estímulos chegando no nó A-V que ele não consegue fazer sua função de filtro e traz repercussão ventricular.
Como é feito o diagnóstico eletrocardiográfico da Fibrilação Atrial?
- Ausência de onda P
- Presença de ondas f (bem visualizadas DII, DIII e aVF)
- Freqüência atrial > 300bpm; e freq. ventricular 70-120bpm
- Irregularidade no ritmo de QRS e pulso arterial
- Sustentada ou intermitente
- Variação de intensidade de B1
- Dissociação pulso-precórdio (nº pulsos radiais é < freq. cardíaca)
A Fibrilação Atrial é comum em quais cardiopatias estruturais e não estruturais? (5)
- Estenose Mitral
- Doença de Chagas
- Cardiopatia Isquêmica
- Hipertireoidismo
- Ingestão alcoolica
Qual a relação entre a Fibrilação Atrial e o Trombo-embolismo?
Aumenta o risco de complicações trombo-embólicas: A contração atrial não é eficiente, então acaba gerando um turbilhonamento sanguíneo dentro do átrio, que faz com que haja Estase em algumas áreas, podendo formar coágulos
Pacientes com Fibrilação Atrial devem fazer uso de qual medicamento? (2)
Pacientes com fibrilação atrial são candidatos a medicação com AAS (que são agregantes plaquetários) e Anticoagulantes (para tentar minimizar o aparecimento de trombos intracardíacos)
O que é a Extrassístole Ventricular?
Batimento ventricular que ocorre antes do esperado
Como é feito o diagnóstico eletrocardiográfico da Extrassístole Ventricular? (8)
- Ritmo irregular, contração descompensada e de menor intensidade
- Onda P sinusal geralmente está oculta pelo QRS, ST ou onda T da
extrassístole
*O complexo QRS - Precoce
- Não precedido da onda P
- Alargado, com mais de 0,12 sec
- Morfologia bizarra
- Geralmente, vem acompanhado de Pausa compensatória
Como é feita a classificação da Extrassístole Ventricular quanto ao nº:
- Isolada
- Agrupada
- 1 contração sistólica normal + 1 extrassistole = Bigeminismo
- 2 contrações sistólicas normal + 1 extrassistole = Trigeminismo
- 2 extrassistoles seguidas = Em pares ou pareadas
- Conjunto de 3 extrassistoles = Em salvas
Obs: “As estrassistoles ventriculares quando agrupadas possuem uma tendencia maior de degenerar em outros tipos de arritmias mais graves”.
Como é feita a classificação da Extrassístole Ventricular quanto a forma:
- Monomórfica: mesma morfologia (mesma forma)
- Polimórfica: diferentes morfologias
Quais são as possíveis causas da Extrassístole Ventricular? (5)
- Cardíacas
- Extracardíacas
- Medicamentosas
- Corações normais
- Cardiopatias (chagásica crônica e isquêmica)
Na extrassístole ventricular, O segmento ST e onda T geralmente tem polaridade oposta ao QRS (V/F)?
VERDADEIRO
Explique a situação de uma Extrasístole ventricular Precoce (R em T) Inicia Taquicardia Ventricular: (4)
- Pode acontecer um batimento de extrassístole em cima do período de repolarização da onda T, e isso favorece uma alteração de ritmo favorecendo com que haja uma taquicardia ventricular
- Taquicardia sinusal com EV precoces (R em T)
- A terceira EV inicia Taquicardia Ventricular
- Observe que a morfologia do QRS das EV é o mesmo da TV
Quais são as características da Taquicardia Ventricular? (6)
- Onda P presente SEM relação com QRS (freqüentemente)
- Complexos QRS alargados
- FC > 100bpm
- Ela pode ser não sustentada, se for um período mais curto do traçado, ou pode ser uma Taquicardia sustentada. Nesse último caso, ela terá um prognóstico pior.
- Tanto pode ser uma taquicardia sustentada com morfologia de QRS iguais, chamados de monomórficos, quanto pode ser diferentes, chamados de Polimorfos.
- Pode ter repercussão hemodinâmica, pois o ventrículo está batendo tão rápido que não da tempo de fazer o enchimento.
Quais são as características do Torsades de pointes? (4)
- “Torção das pontas do eletro”
- Um tipo de taquicardia ventricular
- Uma alteração de taquicardia mais ou menos padronizada e intercalada com período de inversão de polaridade
- Causada por um disturbio hidroeletrolítico de magnésio. Situações de hipomagnesemia estão extremamente relacionada a essa torção, e a reposição do magnésio pode reverter esse quadro.
Quais são as características da Fibrilação ventricular? (6)
- Ausência de pulso em grandes artérias (deficiência de DC)
- Perda de consciência
- Ausculta não é útil (pois o ventrículo não contrai)
- Cianose e dilatação pupilar ausente inicialmente
- Atividade elétrica ventricular incoordenada
- Assistolia - ausência de atividade elétrica e mecânica. Pode levar a degeneração ventricular
Como fazer o diagnóstico eletrocardiográfico da Fibrilação ventricular? (3)
- Ausência de onda P
- QRS aberrantes e polimórficos
- Frequencia de QRS > 300bpm
A taquicardia ventricular e Torsades de pointes podem facilmente degenerar em uma Fibrilação ventricular (V/F)?
VERDADEIRO