AC 1.8 - Pericardite Flashcards
Qual definição de pericardite?
A pericardite aguda é um processo inflamatório que acomete o pericárdio, tendo como resultado uma síndrome clínica composta geralmente por uma tríade de manifestações:
- Dor torácica (geralmente pleurítica)
- Atrito de fricção pericárdica
- Alterações eletrocardiográficas: supra-desnível generalizado do segmento ST ao ECG.

Qual a tríade clinica que caracteriza a pericardite?
- Dor torácica (geralmente pleurítica)
- Atrito de fricção pericárdica
- Alterações eletrocardiográficas: supra-desnível generalizado do segmento ST ao ECG.

Alguns casos de pericardite aguda podem demonstrar assocciação com miocardite. Neste caso, como se encontra a função ventricular na peri e na miocardite?
- Miopericardite → pericardite prevalente e função ventricular normal
- Perimiocardite → miocardite prevalente e função ventricular reduzida
A pericradite é mais comum em adultos (40 a 50 anos) do sexo feminino.
verdadeiro ou falso?
Falso
A pericradite é mais comum em adultos jovens (20 a 50 anos) do sexo masculino.
Como são divididas as pericardites?
- Infecciosa
- não infecciosa
Entre as infecções pericárdicas, a pericardite bacteriana é a mais comum e seu processo inflamatório deve-se à ação direta da bactéria ou a uma resposta imune.
verdadeiro ou falso?
falso
Entre as infecções pericárdicas, a pericardite viral é a mais comum e seu processo inflamatório deve-se à ação direta do vírus ou a uma resposta imune.
A pericardite bacteriana (purulenta) manifesta-se geralmente com derrame pericárdico, e sua origem pode estar em situações como pneumonia, empiema, disseminação hematogênica, quimioterapia.
verdadeiro ou falso?
VERDADEIRO
Quais são as manifestações clínicas da pericardite bacteriana?
A apresentação é geralmente aguda, com febre, calafrios, sudorese noturna e dispneia, mas os sinais clássicos de dor torácica e atrito pericárdico à ausculta são raros.
Quais são as principais causas de pericardite?
- síndrome pós-lesão cardíaca
- pericardite pós-infarto
- Pericardites neoplásicas
- Pericardite por radiação (radioterapia)

A pericardite aguda classicamente se manifesta como uma síndrome afebril com frequente acometimento de vias aéreas inferiores, dor torácica e atrito pericárdico.
verdadeiro ou falso
Falso
A pericardite aguda classicamente se manifesta como uma síndrome febril com frequente acometimento de vias aéreas superiores, dor torácica e atrito pericárdico.
Não há achado fisiológico quando o paciente está com pericardite e não possui outra comorbidade.
verdadeiro ou falso?
falso
o único achado físico anormal é o atrito causado pelo contato entre as camadas inflamadas do pericárdio
Por que ocorre atrito quando o paciente tem pericardite?
Esse ruído descrito como raspar, ranger ou fricção (“rangido do couro de uma sela nova”) ocorre em razão dos depósitos fribrinosos no espaço pericárdico, com 3 componentes clássicos à ausculta cardíaca: sístole atrial, sístole ventricular e fase inicial da diástole ventricular.
O que esperar da auscuta cardíaca de um paciente com derrame pericárdico?
Hipofonese de bulhas
Como é feito o diagnóstico de pericardite aguda?
Deve haver pelo menos 2 dos seguintes critérios:
- Dor torácica típica
- Atrito de fricção pericárdica
- Alterações sugestivas no ECG
- Derrame pericárdico novo ou piorando.
Em relação aos marcadores laboratoriais, quais exames devem ser solicitados para ver a ATIVIDADE da doença?
- Troponina I (TnI)
- VHS, leucocitose ou PCR
- Peptídeo natriurético atrial do tipo B (BNP)
Em relaçao aos MARCADORES DE ATIVIDADE DE DOENÇA por que é pedido cada um?
- Troponina I é um marcador de necrose miocárdica
- PCR marcador de inflamação
- BNP mede a insuficiência cardíaca
Em relação aos marcadores laboratoriais, quais sao os marcadores de diagnostico etiológico?
- Dosagem de hormônios tireoidianos;
- Provas reumatológicas;
- Função renal;
- Hemoculturas, na suspeita de infecção bacteriana.
- Na presença de derrame pericárdico volumoso, a análise histológica e imuno-histoquímica do pericárdio e do líquido pericárdico
- Na pericardite aguda idiopática recorrente, a presença de autoanticorpos antinúcleo (FAN) em baixos títulos é comum e sugere uma possível patogênese autoimune
alterações eletrocardiográficas da pericardite são bastante amplas e acontecem em quais seguimentos?
segmentos PR, segmento ST e no ritmo
alterações eletrocardiográficas da pericardite são bastante amplas e acontecem em 4 estágios. Quais são eles?
Estágio I
Primeiras horas a dias.
Supradesnível do segmento ST côncavo e difuso, exceto em aVR e V1, aonde ocorre infradesnível → melhor
achado propedêutico para o diagnóstico da pericardite aguda.
Onda T apiculada, com leve aumento da amplitude;
Infradesnível do segmento PR (exceto em aVR, aonde ocorre supradesnível).
Essas alterações acontecem em mais de 80% dos casos.
Estágio II
Primeira semana.
Normalização do segmento ST e PR, além do achatamento da onda T.
Estágio III
Inversão da onda T difusa, simulando isquemia miocárdica.
Estágio IV
Retorno à normalidade da onda T. Pode ocorrer semanas ou meses após o evento inicial.

Alta amplitude do QRS acontece na presença de derrame pericárdico, que melhora após pericardiocentese.
verdadeiro ou falso?
falso
Baixa amplitude do QRS acontece na presença de derrame pericárdico, que melhora após pericardiocentese.

Quais são os principais diagnósticos diferenciais das alterações eletrocardiograficas da pericardite?
Os principais diagnósticos diferenciais das alterações eletrocardiográficas são infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo pulmonar, áreas discinéticas e repolarização precoce.
Cite 3 diferenças do ECG da pericardite e do infarto agudo do miocradio.
Pericardite:
- na elevação do segmento ST raramente excede 5mm de altura
- Concavidade normal
- Prolongamento do QR incomum
IAM:
- na elevação do segmento ST geralmente excede 5mm de altura
- Concavidade anormal (convexa ou “em forma de cúpula”)
- Prolongamento do QR pode ser visto
Cite 5 marcadores de risco parapericardite aguda e para que servem?
Marcadores de alto risco da pericardite aguda
- Elevação de enzimas de necrose miocárdica
- Febre acima de 38ºC e leucocitose (elevada possibilidade de pericardite purulenta)
- Derrames pericárdicos volumosos com ou sem tamponamento cardíaco
- Pacientes imunocomprometidos
- História prévia de anticoagulação oral
- Disfunção global pelo ecocardiograma, sugerindo miopericardite.
Esses marcadores indicam a necessidade de admissão hospitalar, intensificação da avaliação etiológica e otimização terapêutica.
Qual indicação para internar um paciente com pericardite aguda?
A apresentação clínica clínica causa não idiopática ou comprometimento hemodinâmico , sendo esse grupo de pacientes aquele que se apresenta com febre (> 38 ° C) e leucocitose , achados sugestivos de tamponamento cardíaco e grande derrame pericárdico, entre outros.
Qual o tratamento para pericardite aguda?
- Medidas adicionais incluem repouso e evitar atividade física
- AINE´s
- COLCHICINA
Em relação aos ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS (AINH), qual medicamento e qual dose prescrita?
*Ibuprofeno, 400 a 800mg a cada 6 ou 8 horas, por 14 dias;*
Qual ação da colchicina?
A colchicina tem demonstrado ser efetiva como terapêutica coadjuvante da pericardite aguda em associação com AINH, no alívio da dor e na prevenção da recorrência ao fim de 18 meses.
Qual a dose da colchicina?
A dose é de 0,5 mg de 12/12 horas ou 0,5 mg a cada 24 horas nos pacientes com menos de 70 kg, pelo período de 3 meses no primeiro evento e 6 meses na pericardite recorrente
Qual o tratamento de primeira escolha para pericardite aguda?
A associação de AINH e colchicina é o tratamento de primeira escolha na pericardite aguda.
Dor torácica da pericardite deve ser diferenciada de outras causas comuns e/ou risco de vida de dor torácica.
Cite 5 diagnosticos diferenciais.
- Isquemia miocárdica
- IAM → supradesnivelamento na pericardite aguda é difuso (não respeita a parede acometida) e geralmente côncavo.
- Embolia pulmonar
- Dissecção aórtica
- Doença do refluxo gastroesofágico
- Dor musculoesquelética