Tuberculose Flashcards

1
Q

Quadro clínico da tuberculose

A

Evolução crônica. Queixa de semanas ou meses.

1) Tosse

2) Febre

3) Sudorese noturna

4) Emagrecimento

5) Tosse produtiva com secreção mucopurulenta

6) Dor torácica

7) Hemoptise

8) Rouquidão

9) Disfagia

Tosse persistente por >3 semanas: pensar em tuberculose
A dor torácica pode ocorrer com ou sem derrame pleural

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2
Q

Agente etiológico da tuberculose

A

Mycobacterium tuberculosis:
1) Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR)

2) Parede com alto teor de lipídeos

3) Aeróbio (portanto, as lesões costumam ocorrer no ápice do pulmão)

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3
Q

Relevância da tuberculose no mundo

A

A tuberculose é o agente isolado que mais mata no mundo

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4
Q

Vacina BCG

A

1) Em sua produção, é utilizado o Mycobacterium bovis, que faz parte do complexo Mycobacterium tuberculosis

2) Aplicada por via intradérmica no braço direito do recém-nascido

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5
Q

Micobactérias não tuberculosas (MNT)

A

Ex: M. kansasii, M. avium complex

Menos virulentas do que a M. tuberculosis
Podem causar: doença pulmonar, linfadenite, acometer pele e tecidos moles, acometer tecido ósseo

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6
Q

Transmissão da tuberculose

A

1) Transmitida por meio da inalação de aerossóis (a pessoa tosse, espirra ou fala)

2) Essas partículas podem se ressecar no ar, permanecendo potencialmente infectantes por muito tempo

3) Contatos com o paciente exigem o uso de máscara N95 (ou KN95 ou PFF2)

4) Quem tem risco de se infectar: pessoas que têm contato prolongado com o paciente, como as pessoas que vivem com ele e funcionários do hospital

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7
Q

Fisiopatologia

A

1) Após a inalação de partículas com o Mycobacterium, ocorre uma infecção no pulmão, o qual é a porta de entrada e sítio primário da infecção

2) 70% das pessoas não se infectam, eliminando imediatamente a bactéria, enquanto que 30% se infecta, porém não necessariamente evoluindo para a doença em si (quadro de latência)

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8
Q

Granuloma

A

O granuloma não é um mecanismo de eliminação, porém de contenção, de modo que as bactérias permanecem de forma latente dentro do granuloma, podendo desenvolver infecções a posteriori (reativação da doença)

Granuloma apresenta necrose caseosa em seu centro

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9
Q

Teste PPD (ou tuberculínico)

A

Identifica tuberculose latente

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10
Q

Nódulos de Ghon

A

1) A infecção pulmonar permite a disseminação para outros órgãos, dependendo da resposta imune do paciente, até que se estabeleça os nódulos de Ghon. Essas lesões em geral se calcificam

2) Na infecção primária, ocorre geralmente na região subpleural, em região média do pulmão, onde há maior fluxo de ar, o que favorece a deposição do bacilo. A calcificação pode progredir levando a cavitações, podendo levar à disseminação broncogênica, afetar os linfonodos, causar colapso do brônquio (atelectasia) e se disseminar ao sangue (tuberculose disseminada)

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11
Q

Infecção latente

A

Na infecção latente, há ausência de manifestações clínicas com imunorreatividade mensurável à Mycobacterium tuberculosis.

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12
Q

A pessoa não está doente, mas tem IGRA e PPD positivo

A

Indica uma tuberculose latente

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13
Q

Quais fatores favorecem a progressão da tuberculose?

A

1) Extremos de idade

2) Etilismo

3) Desnutrição

4) Nefropatia crônica

5) Terapia com corticosteroides ou outros imunossupressores

6) Doenças do sistema hematopoiético e neoplasias

7) Infecção HIV-AIDS

8) Transplantes

9) Uso de imunobiológicos (principalmente inibidores do TNF-alfa)

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14
Q

Coinfecção HIV/tuberculose

A

A pessoa com tuberculose tem 18% de chance de ter HIV. Oferecer teste de HIV para esse paciente (o prof tinha dito que o paciente podia recusar)

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15
Q

Raio X de tórax da tuberculose

A

1) Localização sub-apical posterior do lobo superior ou ápice do lobo inferior. Isso ocorre pelo fato dessas localizações serem um ambiente mais ventilado e natureza aeróbica da micobactéria, além do fluxo linfático deficiente nos ápices, favorecendo a retenção dos bacilos e necrose tecidual quando a hipersensibilidade se desenvolve

2) Ademais, a disseminação hematogênica leva à tuberculose miliar (ou disseminada), que se apresenta no RX de tórax com aspecto de nódulos coalescentes

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16
Q

Tomografia da tuberculose

A

1) Os achados sugestivos de atividade incluem as cavidades de paredes espessas, nódulos centrolobulares de distribuição segmentar ou confluentes, consolidações, espessamento de paredes brônquicas, espessamento bronquiolar, “árvore em fluorescência ou brotamento”, bronquiectasia e massas

2) Os achados sugestivos de inatividade (ou sequelas) incluem as cavidades de paredes finas, bronquiectasia de tração, estrias, enfisema, padrão em mosaico e nódulos

17
Q

Baciloscopia

A

Pesquisa direta de BAAR.

Para detectar de 1 a 2 bacilos no esfregaço, é necessário que a amostra contenha 5000 bacilos. Portanto, é um teste com baixíssima sensibilidade

não identifica o agente etiológico

e não fornece informação sobre resistência aos fármacos

18
Q

Cultura para micobactéria

A

Método diagnóstico muito melhor (exame padrão-ouro), porém demora de 15 a 45 dias. A cultura possibilita a identificação da espécie e a susceptibilidade do agente às drogas

19
Q

Teste rápido molecular (ou TRM-TB)

A

1) Teste totalmente automatizado, em que se coleta o escarro do paciente e o coloca em uma máquina, a qual identifica a micobactéria por PCR em 1h45 minutos.

2) Apresenta alta sensibilidade e é capaz de identificar genes bacterianas que conferem resistência à Rifampicina

20
Q

Teste de amplificação de ácidos nucleicos (ou PCR)

A

Sensibilidade menor que a teste rápido, sendo utilizado em situações especiais, quando a baciloscopia e cultura são negativas e em formas extrapulmonares de tuberculose, onde a baciloscopia é negativa e a cultura demanda tempo

21
Q

Adenosina deaminase (ou ADA)

A

1) Enzima que predomina em linfócitos T, encontrada particularmente em tecido linfóide

2) O aumento dos níveis de ADA encontra-se relacionada à ativação dos linfócitos T em resposta a antígenos da tuberculose.

3) Trata-se, assim, de um marcador biológico que geralmente é utilizado nos casos de tuberculose serosa

22
Q

Tuberculose latente

A

Diagnosticada através da prova tuberculínica (PT-PPD) e IGRA (Interferon Gamma Release Assay)

1) Prova tuberculínia (PPD):
a) teste cutâneo, que consiste na aplicação da tuberculínica sob a camada superior da pele do antebraço do paciente, avaliando a reação de hipersensibilidade do tipo tardia, em resposta a antígenos do bacilo da tuberculose
b) O resultado é medido em 48 a 72 horas após a aplicação: 0 a 4 mm significa não reator, 5 a 9 mm significa reator em indivíduos imunossuprimidos e acima de 10 mm significa reator em pessoas saudáveis
c) O problema é que pode ocorrer reação cruzada do teste com micobactérias ambientais e com a vacina BCG (Mycobacterium bovis atenuado por diversas passagens)

2) IGRA:
a) teste sofisticado, que utiliza duas proteínas codificadas por dois genes que são muito característicos da tuberculose.
b) Esses genes não são codificados pelo Mycobacterium bovis, de modo que não há influência da vacina BCG sobre o teste

23
Q

Tratamento da tuberculose

A

Terapia combinada quádrupla:
1) Isoniazida ou Hidrazida + Rifampicina + Pirazinamida + Etambutol. Atualmente, existem comprimidos que contém todas essas drogas juntas (apresentação 4 em 1)

2) A quantidade de comprimidos depende do peso do paciente

3) Fase intensiva: duração de 2 meses e utilização de 4 drogas

4) Fase de manutenção: duração de 4 meses e utilização de 2 drogas, apenas a Isoniazida e Rifampicina

24
Q

Formas meningoencefálica e osteomuscular no tratamento da tuberculose

A

Nessas formas, a fase de manutenção dura 10 meses

25
Q

Etambutol

A

O etambutol não pode ser usado por crianças menores de 10 anos, devido ao risco de neurite óptica (uma criança menor de 10 anos pode não avisar sobre alterações na visão)

26
Q

Qual é o principal efeito colateral do tratamento da tuberculose?

A

Hepatopatia

27
Q

Prevenção da tuberculose

A

1) Vacina BCG: impede as formas graves da doença em crianças

2) Busca ativa de casos: início precoce do tratamento e diminuição da chance de transmissão

3) Tratamento de infecção latente: realizada em casos de pacientes HIV positivos, contactantes e imunossupressão

28
Q

Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (ou SIRI)

A

1) Condição observada em alguns casos de HIV ou imunossupressão

2) Com a TARV ou outro tratamento que melhore a imunossupressão, a pessoa pode apresentar uma resposta inflamatória exuberante, piorando os sintomas

3) A supressão de células LT-CD4 pelo HIV ou por drogas imunossupressoras provoca uma diminuição da resposta normal do organismo a determinadas infecções. Isso não só torna mais difícil o combate a infecção, porém também pode significar que um nível de infecção que normalmente produziria sintomas é por outro lado não detectado (infecção subclínica)

4) Se a contagem de células LT-CD4 aumenta rapidamente, há um aumento súbito da resposta inflamatória que produz sintomas inespecíficos como febre

29
Q

Tuberculose extra-pulmonar

A

1) Pode acometer qualquer órgão, como as pleuras, gânglios, intestino, fígado, baço, aparelho genito-urinário, ossos, meninges, pele, olhos, pericárdio e peritônio.

2) A tuberculose extra-pulmonar pode ocorrer devido à três situações:
a) focos decorrentes da disseminação de secreções infectadas nos tratos respiratório e gastrointestinal (complicação da tuberculose pulmonar cavitária)
b) focos estabelecidos por disseminação por contiguidade (focos subpleurais para espaço pleural)
c) focos estabelecidos por disseminação linfo-hematogênica no momento da infecção primária (em indivíduos com algum grau de imunodepressão)

Em todas essas situações, o acometimento pulmonar pode ou não estar presente

30
Q

Tuberculose extra-pulmonar - tuberculose ganglionar (ou escrofulose)

A

Geralmente, cervical e unilateral, mais frequentemente à direita, com um aumento gradual e indolor do gânglio, sem sinais inflamatórios cutâneos. Ainda, pode fistulizar, com a saída de material seroso ou purulento

31
Q

Tuberculose extra-pulmonar - tuberculose serosa

A

Acometimento da pleura, pericárdio e peritônio, as quais podem evoluir com ascite

32
Q

Tuberculose extra-pulmonar - tuberculose vertebral (ou mal de Pott)

A

1) Acometimento do disco intervertebral, com curso prolongado

2) A lombalgia pode evoluir com abscesso paraespinhal e formação de fístulas, fraqueza ou paralisia dos membros inferiores e cifose

3) Os exames de imagem demonstram uma lesão óssea lítica, com destruição do disco, fusão de corpos vertebrais e achatamento das vértebras

33
Q

Tuberculose extra-pulmonar - neuro-tuberculose

A

1) Pode evoluir com morte ou sequelas, como meningoencefalite crônica ou tuberculoma.

2) Apresenta um amplo espectro, desde uma cefaléia crônica até um quadro súbito e agudo, podendo acometer os pares cranianos

3) Em geral, evolui com meningite

4) A doença pode ser localizada ou disseminada (miliar)

5) A letalidade em crianças menores que 5 anos, adultos maiores que 50 e duração maior que 2 meses é 20, 60 e 80%, respectivamente