Meningites/Encefalites Flashcards
Meningites/encefalites por vírus
Agentes mais frequentes, com quadro clínico mais leve e evolução mais benigna (exceção da encefalite por herpes)
Vírus que podem causar meningites/encefalites
1) Enterovírus
2) Herpes simples (tipos 1 e 2)
3) Varicela zóster
4) Epstein Barr
5) Coriomeningite
6) Citomegalovírus
7) Caxumba
8) HIV
Tratamento das meningites/encefalites virais
O tratamento geralmente é sintomático, com hidratação e repouso. Citomegalovirus e herpes simples podem ser tratadas com antivirais
Meningite/encefalite herpética
1) HSV-1: lábios, mais comum em imunocompetentes
2) HSV-2: genital, mais comum em pacientes imunossuprimidos
3) Mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos (lesão necrótica)
4) Diagnóstico:
a) coleta do líquor (diagnóstico geral de meningite viral)
b) RNM com contraste (acometimento do lobo temporal)
c) PCR no líquor
Tratamento de meningite/encefalite herpética
Aciclovir injetável por 14 dias
Citomegalovirus
1) Responsável pela encefalite por CMV (doença do imunossuprimido)
2) Nos imunocompetentes, faz parte das síndromes da mononucleose
3) Diagnóstico
a) Coleta de líquor
b) Fundo de olho (corioretinite por CMV)
c) PCR para CMV no líquor
4) Tratamento: Ganciclovir
Bactérias causadoras de meningite mais comuns
1) 0 a 2 meses:
a) enterobactérias (E. coli, Klebsiella spp.)
b) Streptococcus agalactiae
c) Listeria
2) 2 meses a 5 anos:
a) Neisseria meningitidis
b) Streptococcus pneumoniae
c) H. influenzae
3) Acima de 5 anos:
a) Neisseria meningitidis
b) Streptococcus pneumoniae
Fisiopatologia das meningites bacterianas
1) As bactérias atravessam a barreira hemato-encefálica
2) Após essa entrada, ocorre adesão bacteriana ao endotélio dos capilares cerebrais e as bactérias começam a se multiplicar
3) O LCR apresenta uma baixa defesa imunológica, possuindo poucos leucócitos, proteínas do complemento e imunoglobulinas, favorecendo a proliferação bacteriana
Fatores predisponentes para meningites bacterianas
1) Pneumonia
2) Otite
3) Sinusite
4) Asplenia (sem baço): deixa a pessoa vulnerável a infecções por bactérias encapsuladas, como pneumococo, meningococo e Haemophilus
5) Hipogamaglobulinemia
6) Deficiência de complemento (maior risco de infecção por encapsulados)
7) Alcoolismo
8) TCE
9) Pós-operatório de neurocirurgia
10) DM
Quadro clínico da meningite
1) Febre alta (SEMPRE presente)
2) Náuseas (nem sempre presentes. Alguns pacientes vomitam sem ter náuseas)
3) Vômitos em jato (devido à hipertensão intracraniana)
4) Cefaleia
5) Convulsões
6) Rigidez de nuca (inflamação das meninges)
7) Distúrbios da consciência
8) Petéquias/púrpuras
9) Edema de papila (devido à hipertensão intracraniana)
10) Abaulamento de fontanela (Recém-nascido)
Sinal de Brudzinski
Com paciente deitado, flete-se a cabeça e, com isso, os joelhos fletem também de forma reflexa
Sinal de Kernig
Com paciente deitado, flete-se uma das pernas e a outra também flete de forma reflexa
Casos suspeitos de meningite
1) Todo paciente com quadro de febre alta súbita e vômito, sem foco de infecção aparente, acompanhado de intensa cefaleia, rigidez de nuca, sonolência, torpor, irritação e convulsões
2) Em lactentes, diminuição da sucção e abaulamento de fontanela
3) É OBRIGATÓRIA a coleta de líquor (não se pode omitir, sendo responsável por um número considerável de processos judiciais)
Diagnóstico de meningite
1) Quadro clínico
2) Coleta de líquor
3) Bacterioscópico
4) Prova de látex (bolinhas de borracha com antígenos dos agentes principais, aglutinando se houver reação)
5) PCR
6) Cultura de líquor
7) Tomografia de crânio
8) Fundo de olho
Aspecto do líquor
O líquor normal é transparente e claro como água mineral. Se estiver turvo ou purulento, isso indica a presença de células inflamatórias