TENDINOPATIAS DO TORNOZELO / RUPTURAS DO TENDÃO CALCÂNEO Flashcards
Tendinopatias do tornozelo
- Conceito:
- Acometimento de qualquer tendão, principalmente o tendão calcâneo
Tendinopatias do tornozelo
- Quais as principais características do tendão calcâneo?
- Formado pela união dos músculos gastrocnêmio e sóleo
- Maior e mais forte
- Maior flexor plantar
- Zona avascular (2 a 6 cm acima da inserção) → predispõe a rupturas
Tendinopatias do tornozelo
- Quais processos patológicos podem acometer o tendão calcâneo (2) e suas principais características?
- Tendinose → crônico, degenerativo, irreparável, irreversível e sem processo inflamatório
- Tendinite → agudo, reversível e com processo inflamatório
Tendinopatias do tornozelo
- Com relação ao local de lesão do tendão calcâneo, como pode ser classificada (2)?
- Insercional
- Não insercional (corpo do tendão calcâneo)
Tendinopatias do tornozelo
- Quais regiões podem ser acometidas nas tendinopatias insercionais do tendão calcâneo?
- Na região de inserção do tendão calcâneo → presença de inflamação → calcificação
- Nas bursas pré ou retrocalcaneana
Tendinopatias do tornozelo
- Deformidade de Haglund
- Conceito:
- Grande exostose no aspecto posterossuperior da tuberosidade do calcâneo localizada anteriormente ao tendão calcâneo
- Pode estar associada com a inflamação da bursa retrocalcânea
Tendinopatias do tornozelo
- Tendinopatia insercional do tendão calcâneo
- Fisiopatologia:
- Bursite retrocalcaneana (entre a tuberosidade e o tendão calcâneo)
- Hipótese: repetição → inflamação crônica → alterações degenerativas → osteófitos intratendíneos
Tendinopatias do tornozelo
- Tendinopatia insercional do tendão calcâneo
- Clínica:
- Processo insidioso com dor e hiperemia
- Dificuldade progressiva ao usar sapatos fechados
- Dor ao levantar pela manhã / muito tempo sentado
- Dor a palpação local
- Contratura do tríceps sural (principalmente com joelho
extendido)
Tendinopatias do tornozelo
- Tendinopatia insercional do tendão calcâneo
- Qual o tratamento inicial?
- Conservador para tendinopatia (price + repouso + fortalecimento)
- Se refratário → remoção da deformidade de Haglund via aberta ou endoscópica
Tendinopatias do tornozelo
- Tendinopatia insercional do tendão calcâneo
- Qual o tratamento cirúrgico?
- Debridamento do tendão calcâneo (até 50%) + exostose calcânea (remoção do Haglund) ± transferência do flexor longo do hálux, se necessário
Tendinopatias do tornozelo
- Quais regiões podem ser acometidas nas tendinopatias não insercionais do tendão calcâneo?
- Tendão e/ou paratendão
Tendinopatias do tornozelo
- O que consiste o sinal do arco doloroso para avaliação de tendinopatia não insercional do tendão calcâneo (de Aquiles)?
- É utilizado para se diferenciar a presença de inflamação difusa (paratendinite) da presença de processo localizado degenerativo intratendíneo
- Se a dor é difusa → inflamação do paratendão
- Se a dor migra → acometimento inflamatório / degenerativo intratendíneo
Tendinopatias do tornozelo
- Qual o tratamento para tendinose não insercional?
- Inicialmente conservador (price + repouso + fortalecimento)
- Se refratário → cirúrgico
- Debridamento do tendão calcâneo (até 50%) ± transferência do flexor longo do hálux, se necessário
Ruptura do tendão calcâneo
- Epidemiologia:
- 3ª ruptura tendínea mais comum
- Mais comum em atletas recreacionais de meia-idade
- 30 a 40 anos
- Homens > mulheres (6:1)
- 200 vezes mais chance de ruptura do lado contralateral
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais os principais fatores de risco?
- Principal → lesão prévia do tendão calcâneo contralateral (200 X mais chance)
- Demais fatores → ver tabela
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais os principais mecanismos de trauma?
- Flexão plantar do tornozelo + extensão do joelho (MAIS COMUM)
- Dorsiflexão súbita e inesperada
- Dorsiflexão violenta do pé em flexão plantar (queda de local elevado)
- Golpe direto em tendão contraído
- Laceração
Ruptura do tendão calcâneo
- Diagnóstico:
- Pesquisar antecedentes de tendinopatia local
- Atletas recreacionais (30 a 50 anos)
- Dor súbita no terço inferior e posterior do tornozelo
- Marcha desconfortável ou incapacidade
- Exame físico compatível
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizado o teste de Thompson para avaliação de ruptura?
- Com o paciente em decúbito ventral e joelho fletidos a 90°, o examinador aplica compressão ao nível da panturrilha
- Se o tendão estiver íntegro, o tornozelo realiza flexão plantar (Thompson negativo)
- Em caso de ruptura desse tendão, o pé não se movimenta (Thompson positivo)
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizado o teste de Matle para avaliação de ruptura?
- Paciente posicionado em decúbito ventral
- Em seguida, solicita-se ao paciente que faça a flexão dos joelhos até 90°
- Durante a flexão deve-se observar a posição do tornozelo
- Se o pé declinar para a posição neutra ou para dorsiflexão podemos diagnosticar ruptura do tendão calcâneo
Ruptura do tendão calcâneo
- Qual a indicação de realização de ressonância magnética?
- Para casos duvidosos e crônicos
- Não solicitar de rotina!
Ruptura do tendão calcâneo
-
V ou F:
- Pela literatura, o tratamento conservador e cirúrgico apresentam resultados semelhantes.
- Verdadeiro
Ruptura do tendão calcâneo
- Para quais perfis de pacientes deve-se considerar o tratamento conservador?
- DM, neuropatia, imunocromprometidos, > 65 anos, tabagistas, sedentários, obesidade (IMC > 30), doença vascular periférica ou distúrbios dermatológicos locais / sistêmicos
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais as várias formas de tratamento conservador descritas?
- Gesso bota em equino
- Robofoot
- Brace funcional e reabilitação agressiva precoce (Campbell)
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais os dois principais tipos de reparo cirúrgico?
- Aberto
- Percutâneo
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais as principais contra-indicações para o tratamento cirúrgico?
- Insuficiência arterial
- Pele ruim e más condições de partes moles
- Comorbidades com mau controle (diabetes)
- Falta de capacidade de seguir o protocolo de reabilitação
- Obesidade → mais deiscência de sutura
- Idade avançada NÃO É CONTRAINDICAÇÃO!
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais as principais técnicas cirúrgicas abertas?
- Krackow e modificações (principal)
- Lindholm → 2 “linguetas” / bandas (reforço)
- Teuffer → fibular curto (reforço) → “Teu fibular curto”
- Turco e Spinela → fibular curto (“turco”) (reforço)
- Lynn → plantar delgado (reforço)
Ruptura do tendão calcâneo
- Quais as principais técnicas cirúrgicas percutâneas?
- Ma e Griffith
- Hsu, Berlet e Anderson
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica aberta de Krackow para reparo cirúrgico?
- Imagem autoexplicativa
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica aberta de Lindholm para reparo cirúrgico?
- Secciona-se 2 bandas de 1 cm de largura por 7 a 8 cm de
comprimento do coto proximal do tendão calcâneo, 3 cm acima da ruptura - Torcer cada aba 180°, rebater e suturar as duas bandas
Bizu: Lindholm → Linguetas (bandas)
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica aberta de Teuffer para reparo cirúrgico?
- Posterolateral
- Desinsere o tendão fibular curto da base do 5º mtt
- Túnel pelo calcâneo (diâmetro transverso)
- Indicada para coto distal curto
Bizu: Teuffer → “Teu fibular curto”
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica aberta de Turco e Spinela para reparo cirúrgico?
- Desinsere o tendão fibular curto da base do 5º mtt
- Passa pela fenda no coto distal do tendão calcâneo
- Indicada para coto distal longo
Bizu: fibular Curto (“Turco”)
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica aberta de Lynn para reparo cirúrgico?
- Acesso 12 a 17 cm medial
- Lesões com < 10 dias
- Abrir o tendão plantar delgado no sentido longitudinal, formando uma membrana de > 2,5 cm
- Recobrir o tendão calcâneo
Bizu: Lynn → “Slim” (delgado)
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica percutânea de Ma e Griffith para reparo cirúrgico?
- 2,5 cm proximal ao tendão
- Lateral-medial
Ruptura do tendão calcâneo
- Como é realizada a técnica percutânea de Hsu, Berlet e Anderson para reparo cirúrgico?
- Imagem auto-explivativa
Ruptura do tendão calcâneo
- Qual o protocolo pós operatório?
- Tala por 2 semanas, sem carga, muletas
- Robofoot com salto 2 cm por 2 semanas e já inicia flexão plantar ativa e dorsiflexão até neutro, sem carga
- Com 4 semanas, inicia carga conforme tolerância
- Com 6 semanas, retira salto, inicia alongamento em dorsiflexão e exercícios de resistência
- Com 8 semanas, retira robofoot
- Com 12 semanas, inicia treino mais intenso