Pneumonia Comunitária (PAC) Na Criança Flashcards
Definição de PAC
1) Pneumonia: quadro sindrômico —-> inflamação do tecido pulmonar.
2) Manifestações clinicas comuns a varias etiologias.
3) Pneumonia comunitária é a que decorre de infecção por agentes oriundos da comunidade em que o paciente está.
4) A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) costuma ser precedida por um quadro de infecção viral alta.
5) A mudança de sinais e sintomas do quadro viral para o bacteriano pode não ser evidente para os familiares.
Epidemiologia PAC
1) É a causa mais frequente de doença respiratória na hospitalização (351.763; 31,5%)
2) Principal causa de mortalidade em crianças menores de cinco anos
3) Mortalidade na mesma faixa etária 2.349 mortes por doença respiratória no Brasil em 2017
Diagnóstico correto e intervenção precoces são fundamentais para diminuir a mortalidade
Fisiopatologia da pneumonia
Infecções virais: aumento da aderência a mucosa
diminuição do transporte mucociliar
diminuição da fagocitose
alteram a flora bacteriana
Fatores de risco para PAC (incidência e/ou gravidade)
1) prematuridade
2) baixo peso ao nascer
3) desmame precoce
4) desnutrição
5) imunização incompleta
6) baixo nível socioeconômico
7) tabagismo passivo
8) frequência em creches
9) episódios prévios de sibilância
10) doenças de base (sistemas cardiopulmonar, imunológico ou neurológico.)
Etiologia da PAC
1) Não é identificada em até 60% dos casos de pneumonias
2) Os agentes encontrados são diferentes para cada faixa etária.
3) O conhecimento dos agentes orienta o tratamento específico.
Etiologia das pneumonias virais
1) 90 % até 1 ano de idade
50% em escolares
2) Vírus sincicial respiratório
3) Influenza
4) Parainfluenza
5) Rinovírus
6) Adenovírus
7) Metapneumovirus
8) Boca vírus
Etiologia das pneumonias bacterianas
1) Estreptococos pneumonie
2) Estreptococos grupo A
3) Estafilococos áureos ( pac complicada < 2 anos)
4) Hemofilus influenzae
5) Moraxela catarralis
6) Mycoplasma pneumonie
(pneumonia atipica primaria > 5 anos)
Pneumonias bacterianas costumam apresentar quadros mais graves
OBS: infecções mistas, com vírus e bactérias são possíveis
Quadro clínico de uma pneumonia viral
1) Febre baixa
2) Início insidioso
3) Rinorreia serosa
4) Rouquidão e sibilos.
Quadro clínico de uma pneumonia bacteriana
1) Febre moderada a elevada
2) Piora abrupta, toxemia
3) Dor torácica
4) Localização do murmúrio vesicular
5) Crepitações localizadas
Quadro clínico de pneumonia em geral
1) Febre
2) Tosse
3) Taquipneia (asma, bronquiolite)
4) Dispneia- aumento do esforço respiratório
5) Sintomas gripais
6) Dor abdominal ( lobo inferior)
7) Com ou sem alteração da ausculta pulmonar
8) Agravamento dos sintomas de uma ivas
Outros sinais e sintomas:
- irritabilidade, modificação do humor
- cefaleia
- redução do apetite
- dificuldade de mamar ou tomar líquidos
- vômitos
Clássica síndrome de condensação
1) Frêmito tóraco-vocal aumentado
2) Macicez
3) Estertores crepitantes com sopro tubário
Aspectos do exame físico de uma criança com pneumonia
1) Hipoxemia
2) Retração intercostal
3) Batimento de asas nasais
4) estridor expiratório contínuo (fechamento das cordas vocais com intuito de elevar a pressão expiratória final).
5) Ausculta pulmonar estertores finos médios e grossos.
6) Aumento da condensação por pneumonia : Diminuição do Murmúrio vesicular
7) frêmito tóraco-vocal
8) macicez
9) estertores crepitantes com sopro tubário.
Taquipneia em crianças segundo a OMS
1) >60 respirações/min em lactentes <2 meses
2) >50 respirações/min de 2 a 12 meses;
3) >40 respirações/min de 1 a 5 anos;
4) >20 respirações/min em crianças ≥5 anos
Raio X de tórax
Padrão ouro para o diagnóstico de pneumonia bacteriana
1) Confirma o diagnóstico
2) Avalia a extensão do processo
3) Identifica complicações
4) Baixa sensibilidade para diferenciar vírus de bactérias
5) Raio –X simples de tórax em PA e perfil
6) Às vezes, tomografia computadorizada de tórax
Alterações radiológicas de pneumonias virais
1) Espessamentos brônquicos e peribrônquicos
2) Infiltrados intersticiais
3) Adenopatia hilar e parahilar
4) Hiperinsuflação
5) Atelectasia
Alterações radiológicas de pneumonias bacterianas
1) Padrão alveolar segmentar ou lobar
2) Broncograma aéreo
3) Abscessos
4) Pneumatoceles
5) Derrame pleural
6) Espessamento pleural
Diagnóstico laboratorial e etiológico de pneumonia
- Hemograma
- proteína C reativa
- pró-calcitonina.
(Marcadores inespecíficos de processo inflamatório.
diferenciação entre processo viral e bacteriano resposta ao tratamento)
Pesquisa do agente etiológico - admissão hospitalar:
- Hemocultura – baixa positividade.
- Sorologias (M. pneumoniae, C. pneumoniae).
- Pesquisa de vírus respiratórios (VSR, adenovírus, influenza, parainfluenza).
Técnicas de biologia molecular (PCR / RT-PCR) – identificação de vírus e bactérias.
Tratamento ambulatorial para PAC
1) Orientar familiares
2) Administração dos antibióticos
3) Controle da febre
4) Cuidados com a alimentação: manter aleitamento materno e hidratação
5) Observar sinais de piora do paciente (serviço de saúde urgente se houver piora).
6) Reavaliar após as primeiras 48 h.
Indicações de hospitalização para PAC
1) Bebês com menos de três a seis meses de idade
2) Criança de qualquer idade cujos cuidadores não possam fornecer cuidados adequados e garantir o cumprimento do regime terapêutico.
3) Hipoxemia (saturação de oxigênio <92% no ar ambiente ao nível do mar)
4) Desidratação ou incapacidade de manter a hidratação por via oral ou alimentação
5) Desconforto respiratório moderado a grave: Frequência respiratória >70 respirações por minuto para bebês <12 meses de idade e >50 respirações por minuto para crianças mais velhas;
6) Dificuldade respiratória (grunhidos, batimento de asa de nariz, retrações); apnéia
7) Aparência tóxica (mais comum na pneumonia bacteriana e pode sugerir um curso mais grave)
8) Doenças crônicas
Quando realizar o tratamento de oxigenoterapia na pneumonia?
1) Tiragem subcostal grave
2) Taquipnéia de acordo com a faixa etária.
3) Gemência respiratória.
4) Cianose central
5) Incapacidade de deglutição pela dificuldade respiratória
6) Saturação periférica de Oxigênio (SpO2) ≤ 92%
Agitação pode ser o primeiro sinal de hipoxemia em crianças, antes mesmo da cianose.
Derrame pleural
1) Complicação mais frequente da pneumonia bacteriana.
2) No Brasil, ocorre em torno de 40% das crianças hospitalizadas por pneumonias.
Streptococcus pneumoniae (64%),
Haemophilus influenzae (7%)
Staphylococcus aureus (15%)
Pneumatocele
1) Pneumonias bacterianas :
Estafilococos
Pneumococos.
2) Na maioria das vezes, têm involução espontânea
3) Período de tempo de semanas até mais de um ano.
4) Tratamento : conservador na maioria dos pacientes.
5) Cavidade pulmonar cística de paredes finas.
Outras complicações das pneumonias
1) Abscesso pulmonar
2) Atelectasias
3) Pneumonia necrosante
4) Pneumotórax
5) Fístula broncopleural
6) Hemoptise
7) Septicemia
8) Bronquiectasia.
Prevenção das PAC’s
Evitar e tratar: desnutrição, baixo peso ao nascer, desmame precoce e tabagismo passivo, particularmente nos primeiros anos de vida.
As vacinas têm papel inquestionável como medida de prevenção em saúde:
vacinação :
- Vírus Influenza
- Pneumococo (10 ou 13 v)
- Haemophilus influenzae
3 T’s na suspeita de PAC
Tosse
Taquipneia sem sibilância
Temperatura elevada (febre)
Considerações importantes sobre PAC
1) Não esperar sinais propedêuticos clássicos para diagnostico.
2) Qualquer IVAS inicial pode complicar com pneumonia - rever o paciente em 48- 72 horas
3) Sinais clínicos mais importantes: Taquipneia, dispneia, baixa saturação de oxigênio (<92% internação)