Asma Na Criança E No Adolescente Flashcards
Importância de estudar a asma
1) 10% a 25% da população brasileira são asmáticos
2) Embora os óbitos e hospitalizações por asma estejam diminuindo no Brasil, os números absolutos ainda são altos
3) A taxa de mortalidade hospitalar aumentou em quase 25% ( as regiões Norte/Nordeste e Sudeste apresentaram as maiores taxas de hospitalização e mortalidade hospitalar por asma, respectivamente)
Início da asma na infância
1) 1/3 asmáticos já são sintomáticos 1º ano vida
2) 70% asmáticos iniciam sintomas antes dos 3 anos de idade
3) Asmáticos com sintomas precoces tendem a ser mais graves
4) A atopia está presente na maioria das crianças asmáticas aos três anos de idade (fator risco mais importante)
Dificuldades no diagnóstico de asma
Diagnóstico de asma:
- 3 a 4 anos após início dos sintomas
- 16 consultas médicas
Essa demora no diagnóstico e grande número de consultas levam a:
- Uso excessivo de antibióticos
- Retardo no tratamento específico
- Piora na qualidade de vida
Definição de asma
Doença inflamatória crônica caracterizada por:
- Hiper-responsividade das vias aéreas
- Limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento
- Clínica: episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse
→ interação complexa entre genética e exposição ambiental:
(epigenética)
Fisiopatologia da asma
Inflamação que envolve a participação de:
1) Células: Linfócito T, Mastócitos, Eosinófilos, Macrófagos, Neutrófilos
2) Mediadores: Quimiocinas, Leucotrienos, Citocinas, Histamina, Óxido nítrico
Se a asma não for controlada, pode evoluir para:
Remodelamento: Fibrose sub-epitelial, Espessamento da membrana basal, Hipertrofia do músculo liso, Proliferação de vasos sanguíneos, Hipersecreção de muco
Os efeitos causados por células, mediadores e remodelamento levam a obstrução das vias aéreas e reatividade brônquica
Conceito de Atopia
1) Formas de hipersensibilidade clínica desencadeadas por reação de hipersensibilidade tipo I imediata e com envolvimento de IgE
2) Predisposição genética
3) Células do sistema imune interagem com células do próprio sítio inflamatório culminando em dano tecidual
Exemplos de reações atópicas
asma, rinite alérgica, reações anafiláticas, eczema atópico e urticária
Pesquisa da IgE específica: in vivo vs in vitro
Teste cutâneo:
- Menor custo
- Resultados imediatos
- Não dependente da qualidade e padronização do laboratório
IgE específica sérica:
- Quantificação precisa
- Maior segurança
- Alergia alimentar
- Lactentes
- Doenças cutâneas
- Sem interferência de drogas
(Rast, Immunocap..)
Vírus envolvidos em exacerbações de asma
1) Rinovirus humanos (A, B e C)
2) Virus sincicial respiratório
3) Coronavirus
4) Metapneumovirus humano
5) Parainfluenza
6) Adenovirus
7) Bocavirus
OBS: Resfriado comum é o principal desencadeante de exacerbações (quanto mais jovem a criança, mais carga viral, mais exacerbação atópica)
Diagnóstico clínico de asma
1) Exacerbações
a) Episódios recorrentes de tosse, dispnéia e sibilos
b) Aperto no peito, dor torácica, dificuldade de fala
c) Melhora parcial ou total com tratamento
2) Sintomas sugestivos
a) Tosse e sibilos desencadeados por atividades físicas
b) Tosse noturna mesmo sem IVAS
c) Sintomas associados com: contato com animais, contato com poeira, exercício, IVAS, mudança de temperatura
Avaliação complementar: asma
1) Funcional – crianças com 6 anos ou +
a) Espirometria: obstrução das vias aéreas
- resposta aos β2 agonistas
- resposta ao corticosteroide oral
2) Pesquisa de Alergia:
a) Teste cutâneo de leitura imediata (Prick Test)
b) IgE específica sérica (RAST/ Immunocap)
3) Radiografia tórax
4) Hemograma
Pico de fluxo expiratório (PFE)
1) Barato e simples
2) Dependente do esforço e de técnica adequada
3) Útil na avaliação da variação diária (matutino/vespertino)
4) NÃO utilizado para diagnóstico e sim para acompanhamento
5) Pouco sensível para o diagnóstico de obstrução brônquica
6) Resultados normais não indicam que os outros parâmetros da espirometria também estarão
Asma e função pulmonar (FP)
1) Indicações (idade mínima 6 anos)
2) Confirmar o diagnóstico
3) Quantificar o grau de disfunção pulmonar
4) Ajudar na classificação de gravidade
5) Acompanhar o tratamento e as mudanças com o tempo
6) Má percepção dos sintomas em muitos asmáticos
7) Má correlação entre sintomas e FP
Parâmetros subjetivos para avaliação da gravidade da exacerbação da asma
1) Estado geral
2) Nível consciência
3) Cianose
4) Uso musculatura acessória
5) Intensidade sibilos
6) Intensidade dispnéia
Parâmetros objetivos para avaliar a gravidae da excerbação da asma
1) Frequência respiratória
2) Oximetria pulso
3) Função pulmonar
4) Gasometria arterial
Sinais de gravidae em uma crise de asma
1) Retração supra-clavicular
2) Contração músculos cervicais
3) Dificuldade de fala
4) Pulso paradoxal
5) Sudorese
6) VEF1 < 50% previsto
7) SaO2 após β2 ≤ 92%
Tratamento das exacerbações da asma
1) β2-agonista inalado de ação rápida (SABA)
(preferível spray/aerossol; inalador segunda opção)
2) Glicocorticosteroide sistêmico (prednisolona oral)
3) Oxigênio
Outros meios de tratar exacerbações da asma
1) Anticolinérgicos (brometo ipratrópio)
2) Sulfato de magnésio endovenoso
3) β2-agonista endovenoso
Corticosteroide inalado: Budesonida + Formoterol >6ª Bud ou Beclo + SABA <6a
Esquema a ser seguido em um tratamento para asma
1) Desenvolver parceria paciente/médico; educação em asma; adesão; plano de ação
2) Identificar e reduzir a exposição aos fatores de risco
3) Avaliar, tratar e monitorar a asma; plano de ação
4) Controlar as exacerbações
Plano de tratamento da asma
1) Evitar fatores de risco
2) Utilizar medicações corretamente (checar sp!!! )
3) Distinção entre tratamento de “controle” e de “alívio”
4) Monitorar os sintomas
5) Reconhecer sinais de piora e alerta
6) Buscar ajuda médica
Como evitar fatores de risco da asma
1) Principais alérgenos e poluentes:
- Fumaça de tabaco (fumante passivo) (NÃO é alérgeno, mas é irritante)
- Drogas, alimentos e aditivos
- Sensibilizantes ocupacionais
- Ácaros domésticos
- Animais
- Baratas
- Mofo
2) Exercício: com tratamento prévio
3) Vacina para influenza/ pneumococcica
Gravidae da asma
Gravidade é uma característica intrínseca da doença/paciente.
Pode ser alterada lentamente com o tempo e o tratamento; determina a quantidade de medicamentos necessária para atingir o controle
Objetivos do tratamento da asma
1) Sintomas mínimos durante o dia e ausência de sintomas à noite
2) Necessidade reduzida de medicação de alívio dos sintomas
3) Ausência de limitação das atividades físicas
4) Redução de riscos futuros: exacerbações, perda acelerada da função pulmonar e efeitos adversos do tratamento
O controle da asma depende de
1) Sintomas diurnos
2) Despertares noturnos
3) Necessidade do uso de medicação de resgate
4) Limitação de atividades
5) PFE ou VEF1
6) Exacerbações
O parâmetro são as últimas 4 semanas
0 ou 1 item: controlada
2 itens: parcialmente controlada
3 ou mais itens: Não controlada (Não se diz “descontrolada”)
Tratamento farmacológico de controle da asma
1) Corticosteroides inalados (CI)
2) Antagonistas de receptor de Leucotrieno (LTRA)
3) Broncodilatadores de ação prolongada (LABA) [>5anos]
Outros medicamentos no controle da asma
1) Teofilina de liberação lenta
2) Tiotrópio- antag. receptores muscarínicos (LAMA) [>5a]
3) Anticorpos monoclonais humanizados: anti IgE (omalizumabe), anti IL5 (mepolizumabe), anti IL5R (benralizumabe), anti IL5 (reslizumabe), anti IL 4/IL13 (dupilumabe)
4) Corticosteroide oral (CO)
Corticosteroides inalados na asma
1) Medicação de escolha na asma
2) Melhor relação custo – risco – benefício
3) Associado à redução da mortalidade por asma
4) Redução sintomas e inflamação
5) Melhora da hiper-responsividade e da função pulmonar
Dispositivos inalatórios para crianças
< 4 anos
Preferência: pMDI com espaçador e máscara
Alternativa: Nebulizador com máscara
4 a 6 anos
Preferência: pMDI com espaçador e bucal
Alternativa: Nebulizador com bucal
> 6 anos
Preferência: DPI ou
pMDI com espaçador e bucal
Alternativa: Nebulizador com bucal
Esquema de avaliação e seguimento do paciente com asma
1) Rever resposta: Medicamentos, Estratégias não farmacológicas, Tratamento FR modificáveis
2) Avaliar: Diagnóstico, Controle sintomas, Fatores de risco, Técnica inalatória, Adesão, Preferências
3) Ajustar tratamento