PANCREATITE AGUDA - TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES Flashcards
Em relação á nutrição…
A diretriz recomenda…
o início precoce de nutrição oral em 24 horas! Se o paciente não conseguir ingerir por causa do vômito, deve-se tentar a via nasoentérica.
A nutrição parenteral é reservada para casos com dor e/ou vômitos refratários e impossibilidade total de nutrição enteral. Por outro lado, não há recomendação para nenhum tipo específico de dieta enteral!
Nutrição enteral em comparação com a nutrição parenteral total
diminui as complicações infecciosas, falência de órgãos e mortalidade; pois mantém a integridade, ou seja, a barreira da mucosa intestinal, impedindo a translocação de bactérias e infecção da necrose pancreática nas formas graves da doença.
Não há tratamento específico para pancreatite aguda, apenas suporte e será baseado em
jejum inicial, hidratação, analgesia, controle de diurese, correção de eletrólitos e sintomáticos (controle da dor principalmente).
Critérios diagnósticos para pancreatite biliar
- Quadro clínico característico (dor em abdômen superior, em faixa, geralmente de instalação súbita, muitas vezes irradiada para costas, acompanhado de náuseas e vômitos)
- Elevação de amilase e/ou lipase maior que três vezes o valor normal
- TC com contraste EV demonstrando alterações pancreáticas (* classificação de Balthazar)
O diagnóstico se dá na presença de 2 critérios destes 3, ou seja, “clínica + laboratorial” ; “clinica + imagem” ou “laboratorial + imagem”
pacientes com pancreatite leve por cálculos biliares que melhoram espontaneamente devem
ser submetidos à colecistectomia na mesma internação para prevenir ataques recorrentes. E abordagem laparoscópica continua sendo o procedimento padrão ouro.
Profilaxia com antibióticos na pancreatite aguda
evidências recentes têm mostrado que a profilaxia com antibióticos em pacientes com pancreatite aguda não estão associados a uma redução significativa na mortalidade ou morbidade. Assim, antibióticos profiláticos de rotina não são mais recomendados.
<em>Segundo a última publicação sobre o manejo da pancreatite aguda ( 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis)</em>
O pseudocisto de pâncreas tem indicação cirúrgica nos casos…
sintomáticos e geralmente quando maiores de 6 cm, sendo a derivação interna para o tubo digestivo o principal tratamento (via endoscópica ou cirúrgica).
Evita-se a drenagem externa pelo risco de criação de uma fístula pancreática.
Antibiótico terapia na pancreatite aguda
Atualmente não há indicação de antibiótico profilático na pancreatite aguda, apenas terapêutico (Imipenem é a primeira escolha), quando há infecção comprovada.
As indicações de cirurgia do pâncreas na pancreatite aguda são
restritas. Indica-se cirurgia nos casos de necrose infectada (presença de gás no retroperitônio ou cultura / bacterioscopia positiva de aspirado de coleção peripancreática) e sempre o mais tarde possível, “nunca antes de 14 dias”. Adiando intervenções cirúrgicas por mais de 4 semanas após o início da doença resulta em menos mortalidade.
Em caso de coleções necróticas fluidas, o tratamento
pode ser percutâneo por punção guiada por ultrassom ou TC
O pseudocisto de pâncreas é
uma coleção peripancreática pós pancreatite aguda (geralmente grave), composta por suco pancreático, e que não foi absorvida após 4 a 6 semanas.
É chamado de pseudocisto pois não possui uma cápsula verdadeira, ou seja, um epitélio de revestimento, mas sim uma cápsula inflamatória formada pelo “bloqueio” dos órgãos adjacentes.
A maioria dos pseudocistos resolvem espontaneamente. No entanto, hemorragia, infecções e “efeito de massa” causando compressão extrínseca de órgãos adjacentes podem complicar o quadro. Pseudocistos infectados podem apresentar gases na tomografia computadorizada.
O pseudocisto de pâncreas tem indicação cirúrgica nos casos
sintomáticos e geralmente quando maiores de 6 cm, sendo a derivação interna para o tubo digestivo o principal tratamento (via endoscópica ou cirúrgica). A via endoscópica ( cistogastro ou cistoduodenoanastomose, também denominadas derivação cistogástrica ou cistoduodenal) é menos invasiva e está associada a menor morbidade e mortalidade.
Nos casos de consistência da elevação da PIA acima de 12 mmHg, a HIA está definida, e o início do manejo deve ser baseado em medidas clínicas. Estas podem ser resumidas em cinco categorias principais:
- Melhorar a complacência abdominal, com sedação e analgesia, bloqueadores neuromusculares e evitando elevação da cabeceira acima de 30º;
- Evacuar conteúdos intraluminais, através de descompressão nasogástrica e retal e uso de agentes procinéticos;
- Evacuar coleções líquidas;
- Corrigir o balanço hídrico positivo, evitando o excesso de carga hídrica, uso de soluções hipertônicas, diuréticos e diálise; e
- Suporte orgânico, mantendo pressão de perfusão abdominal (PPA) > 60 mmHg com vasopressores, e otimizando a ventilação, com recrutamento alveolar
Nas situações em que as medidas clínicas forem insuficientes e há progressão para um estado de disfunção orgânica com valores da PIA SUSTENTADAMENTE acima de 20 mmHg, estaremos diante de Síndrome Compartimental Abdominal, cujo tratamento é a descompressão cirúrgica do abdome (DCA), com laparotomia ampla.