Pancreatite aguda Flashcards
Quadro clínico
Dor abdominal epigástrica em faixa irradiada para dorso, com sintomas constitucionais como náuseas e vômitos e sinais de piora clínica associada à SIRS (disfunção orgânica em casos mais graves)
Diagnóstico
2 de 3 critérios:
1- clínica compatível
2- amilase/lipase aumentadas (> 3 a 5x LSN)
3- TC alterada
Indicações TC
Se dúvida diagnóstica ou para diagnosticar complicações locais (não resolução em até 3 dias, piora após 7º dia ou piora após 10º ao 14º dia)
3 principais complicações locais da pancreatite, quando suspeitar e como diagnosticar
Coleções peripancreáticas - não resolução em até 3 dias
Necrose - piora após 7º dia
Infecção da necrose - piora após 10º ao 14º dia
Diagnostica solicitando TC
3 principais etiologias e como diagnosticar
Cálculo biliar - USG
Libação alcoólica - anamnese
Idiopática - exclusão (tentar excluir todas as causas, inclusive autoimune, medicamentosa, hipercalcemia e hipertrigliceridemia)
Pancreatite leve
Sem disfunção orgânica; TC não apresenta complicações locais; PCR, hematócrito e creatinina normais; Nível consciência preservado; Sem dispneia; Sem instabilidade hemodinâmica
Pancreatite moderada
1 disfunção orgânica durando menos que 48 horas OU presença de complicação local
Pancreatite grave
2 ou mais disfunções orgânicas ou uma que dure mais de 48 horas
Manejo inicial da pancreatite e das complicações locais
Jejum, hidratação EV vigorosa, sintomáticos, suporte, sem tratamento específico
Coleção / necrose também conservador, com vigilância infecciosa; ATB se infecção
Principal forma de prevenir infecção na pancreatite
Terapia nutricional precoce oral ou enteral (quanto antes houver estabilizado a pancreatite), evitando proliferação e translocação (antibiótico profilático não é indicado por aumentar risco de sepse fúngica)
Necrose pancreática infectada - manifestação na TC, propedêutica se dúvida diagnóstica e tratamento
Bolhas e ar no retroperitônio na TC
Punção e cultura
Suporte e ATB (assim que punção ou TC sugestiva)
ATB escolha necrose pancreática infectada
Meropenem ou imipenem
Não resposta a ATB na necrose pancreática infectada - ordem de preferência
Drenagem percutânea guiada por TC > drenagem endoscópica > desbridamento cirúrgico (preferir menos invasivo) > necrosectomia cirúrgica aberta
Pancreatite biliar - definição, melhor conduta aliada ao suporte clínico e quando fazer
Basta visualização de colecistolitíase na vigência de pancreatite;
Colecistectomia assim que melhora de pancreatite, na mesma internação se leve, 6 a 12 semanas pós alta se moderada ou grave;
Investigar coledocolitíase conforme indicado pelo risco
Complicações tardias
Pseudocisto e necrose de paredes espessadas (formação cística com reabsorção incompleta da necrose)
Pseudocisto - conduta
Acompanhar - maioria resolve em 6 meses
ATB se infectado
Derivação cirúrgica (endoscópica ou Y de Roux) se reativações recorrentes ou sintomas compressivos
Indicação necrosectomia cirúrgica
Necrose infectada, em não melhora após 48 horas de ATB, já tentadas drenagens radiointervencionistas (menos invasivas)
Investigação da causa mais frequente
Enzimas hepáticas, bilirrubinas, US vias biliares
*TGP aumentado = alto VPP para etiologia biliar
Valores normais de PCR, hematócrito e creatinina obrigatórios para caracterizar pancreatite leve
PCR < 150
Ht < 44%
Cr < 1,8
Tratamento de pseudocisto por derivações cirúrgicas - indicações
Pseudocisto infectado de forma repetida, que causa sangramento digestivo ou se reativações recorrentes da pancreatite
Necrose de paredes espessadas - tratamento definitivo mais eficaz
Derivação cisto-gástrica cirúrgica - a necrose não responde à endoscópica tão bem quanto o pseudocisto
V ou F: em pancreatite com suspeita biliar, fazer CPRE
Falso! CPRE é método terapêutico para colangite. Fazer colangiorressonância antes para buscar coledocolitíase
Paciente que reagudizou pancreatite e foi observado cisto pancreático em exame de imagem - conduta
Tratamento de suporte habitual para pancreatite, não precisa abordar o cisto
Principal medida para prevenir infecção e por quê?
Introdução precoce da dieta, preferencialmente oral (ou enteral se via alta não possível) - assim que controle adequado da dor com medicações simples
O jejum prolongado favorece proliferação e translocação bacteriana da luz intestinal para a coleção ou necrose