Osteoporose Flashcards
Osteoporose definição
doença esquelética sistêmica caracterizada por baixa massa óssea e desorganização da microarquitetura do tecido ósseo, que leva à fragilidade óssea e à susceptibilidade à fraturas
Diagnóstico
a osteoporose pode ser diagnosticada em mulheres na pós-menopausa e homens > 50 anos quando há um risco elevado para fratura.
Densidade mineral óssea: T score ≤ -2,5 em coluna ou quadril
Ocorrência de fratura por fragilidade em quadril
Osteopenia + fratura por fragilidade vertebral, úmero proximal, rádio distal e pelve
Risco elevado de fratura calculado por FRAX
Classificação
Primária: quando a perda óssea se associa aos efeitos da menopausa e do envelhecimento.
Secundária: quando doenças ou medicamentos têm efeito deletério ao tecido ósseo.
Causas: endócrinas, nutricionais e gastrointestinais, medicações, outras
EPIDEMIOLOGIA
Doença proporcional ao envelhecimento
1/3 mulheres > 50 anos e 1/5 homens > 50 anos terá uma fratura osteoporótica
Alto custo: custo da assistência médica e perda de produtividade
FATORES DE RISCO
Fatores maiores / imutáveis: idade > 60 anos, sexo feminino, história familiar de osteoporose e fratura, etnia (caucasianos e asiáticos), menopausa.
Fatores menores / mutáveis: alcoolismo, tabagismo, baixo peso (IMC < 19), deficiência de vitamina D, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio na dieta, amenorréia / hipogonadismo primária e secundária, imobilização prolongada.
Fatores hormonais:
Testosterona: forma mais do que protege, poder anabólico muito maior do que o estrógeno → reserva óssea dos homens é maior do que a das mulheres.
Estrogênio: protege mais do que forma
Reserva óssea: genética, atividade física na infância, doenças repetidas na infância
REMODELAÇÃO ÓSSEA
Processo que dura 3-6 meses: reabsorção óssea por 2-3 semanas, formação e mineralização por 2-3 meses.
Balanço ósseo negativo:
Perda óssea rápida (comum na menopausa): associada a um aumento da atividade osteoclástica.
Perda óssea lenta (envelhecimento): relaciona-se com a diminuição da atividade osteoblástica.
O primeiro osso a ser acometido é o trabecular → 1º fratura coluna lombar (tem mais osso trabecular)
Pico de massa óssea inadequado:
Condições de saúde na infância e adolescência determinam o adequado acúmulo de massa óssea
Condições desfavoráveis como desnutrição, doenças graves ou longos períodos acamado
Perda de massa óssea com a menopausa e o envelhecimento
Maior reabsorção óssea após a menopausa
Menor formação óssea com o envelhecimento em ambos os sexos
Afilamento cortical, perda de conectividade das trabéculas
Doenças, medicações ou condições que causem osteoporose secundária:
Causas endócrinas: hipercortisolismo, hiperparatireoidismo, tireotoxicose, hipogonadismo, DM 1 e 2, acromegalia e deficiência de hormônio de crescimento.
Causas nutricionais ou gastrintestinais: disabsorção (doença celíaca, doença de Crohn, fibrose cística, ressecção gastrintestinal), alcoolismo, deficiência de cálcio e/ou vitamina D, anorexia nervosa e doença hepática crônica.
Medicações: GC, anticonvulsivantes, inibidores de aromatase, quimioterapia e imunossupressores, acetato de medroxiprogesterona, agonistas de GnRH, heparina e dicumarínicos, lítio, IBP, ISRS e inibidores de SGLT2.
Outras: doenças crônicas, AR, espondilite anquilosante, AIDS/HIV, DPOC, entre outras
Quadro clínico
Geralmente assintomática, principalmente no início do quadro
Dor nas costas
Perda de altura
Postura encurvada
Facilidade de ter fraturas
Exames complementares
Densitometria (DMO): avalia qualidade do osso
Indicação:
≥ 65 anos para mulheres e > 70 anos para homens
Mulheres < 45 anos com deficiência estrogênica
Mulheres na peri-menopausa e pós-menopausa com fator de risco
Mulheres com amenorréia secundária > 1 ano
Indivíduos com história de fratura por trauma mínimo ou atraumática
Classificação T-score:
Até -1 DP = normal
-1,1 a -2,4 DP = osteopenia
≤ -2,5 DP = osteoporose
T-score compara com um adulto jovem, Z-score relaciona com a faixa etária
FRAX: algoritmo que calcula a probabilidade de fratura a partir de fatores clínicos de risco. Os resultados do FRAX mostram a probabilidade em 10 anos de uma fratura maior (fratura clínica vertebral, antebraço, úmero e quadril) ou uma fratura de quadril isolada
Laboratoriais: hemograma, cálcio, fósforo, PTH, testes de função hepática, 25-OH vitamina D, fosfatase alcalina, creatinina, testosterona total, calciúria de 24h, marcadores de remodelação óssea (na prática não são utilizados, apenas em estudos clínicos)
RX: identifica fraturas
TC: menor relevância, avalia listeses e luxações
RNM: melhor acurácia para fraturas
Tratamento objetivo
Reduzir risco de fraturas e perda óssea
Controle da dor
Manter a funcionalidade
Não medicamentoso:
Atividade física (carga, equilíbrio)
Cessar tabagismo e etilismo
Ambiente adequado para evitar quedas
Ingestão adequada de cálcio e vitamina D (dose ideal 800-100 UI/diária, deve estar > 30 no idoso)
Tratamento medicamentoso
Anti-catabólicos (anti-reabsortivos): bifosfonatos, terapia hormonal, modulador seletivo do receptor de estrógeno (SERMS), denosumabe
SUS: alendronato, risedronato
Bifosfonatos: ação residual no osso (dá para parar por um tempo). Absorção baixa pelo tubo digestivo, devem ser tomados de manhã, com água, em jejum, e não pode deitar depois (muito irritantes para o TGI - esofagite)
Anabólicos: teriparatida
Indicação: indivíduos que apresentam massa óssea muito baixa e continua fraturando apesar da terapia utilizada anteriormente
Dupla ação: romosozumab
O tratamento da osteopenia vira a prevenção da perda óssea, enquanto o tratamento da osteoporose visa a prevenção da fratura