ARTRITE REATIVA ou SÍNDROME DE REITER + ARTRITE PSORIÁSICA Flashcards
Definição
é uma artrite periférica e/ou doença axial que ocorre após um processo infeccioso à distância (trato gastrointestinal ou genitourinário)
TGI agentes + comuns
Salmonella e Klebsiella. Prevalência igual entre homens e mulheres
Genitourinário
Chlamydia (necessariamente não gonocócica). Prevalência de 9 homens para 1 mulher
Tríade de REITER
artrite
uretrite não gonocócica
Conjuntivite não bacteriana
Em todos há produção de pus, mas nenhuma delas é séptica (ausência do componente bacteriano)
Epidemiologia artrite reativa
Distribuição universal
Mais comum no adulto jovem
Associação com HLA B27, que pode variar de 70-90% de positividade em pacientes com artrite reativa
Quadro clínico artrite reativa
Os sintomas têm início 2-3 semanas após a infecção
Forma de apresentação mais comum: oligoartrite assimétrica de MMII.
Outras manifestações:
lombalgia inflamatória mal definida
entesite dactilite
sacroiliíte
Olhos: conjuntivite
Pele e mucosas:
ulcerações na mucosa oral
balanite circinada
Exames laboratoriais
Identificar a infecção prévia através de urina I, coprocultura, hemocultura (mais difícil de identificar), cultura cervical e sorologia para clamídia
Provas de atividade inflamatória
Exames gerais
Radiografia artrite reativa
Em casos de artrites periféricas agudas, só vemos um ligeiro aumento de partes moles. Quando cronificam, temos achados radiográficos de osteoartroses.
Em casos de entesites agudas, não temos nenhum achado radiográfico. Quando cronificam, temos os esporões (calcificação das entesites).
Em casos de artrites axiais agudas, não temos nenhum achado radiográfico. Quando cronificam, podemos ter sacroiliíte assimétrica e/ou sindesmófitos assimétricos e grosseiros (em RX de coluna vertebral).
Tratamento
AINH: base do tratamento enquanto perdurar a dor
Analgésicos.
Glicocorticóide local (principalmente através de infiltrações) ou sistêmico (apenas na contra-indicação de AINH).
Metotrexato: droga modificadora de doença, em casos de cronificação.
Sulfassalazina: droga modificadora de doença, em casos de cronificação.
Antibióticos: quando ainda temos infecção à distância ainda ativa.
Não fazemos antibioticoprofilaxia secundária.
Em pacientes com artrite reativa e muitas lesões de pele que não melhoram com AINES e glicocorticóides, investigar HIV antes de iniciar a imunossupressão com as drogas modificadoras da doença.
Bom prognóstico, mas pode ocorrer recidivas
Artrite psoriásica hipotese diagnóstica quando
Presença de lesões de pele + comprometimento osteoarticular
Artrite psoriásica manifestação clínica
Periférico: mono ou oligoartrite, poliartrite simétrica, envolvimento das IF distais, artrite mutilante (grandes reabsorções ósseas), dactilite, entesite
Poliartrite simétrica: geralmente como evolução das formas oligoarticulares. Semelhante ao padrão da AR (pequenas juntas mãos e pés + grandes articulações). Predomínio do sexo feminino
Envolvimento das IF distais: raramente na forma inicial. Podem ser parte do quadro poliarticular. Grande associação com dactilites, distrofia ungueal e presença de pitching/unha em dedal (unha toda furadinha)
Artrite mutilante: doença erosiva e de longa evolução. Prevalência < 5%. Osteólise ocorre nas falanges, causando encurtamento dos dedos (fenômeno de telescopagem). Se colocamos o dedo a favor da gravidade, o dedo fica no tamanho normal uma vez que tem sobra de pele.
Dactilite: dactilites puras (dedos inchados por inteiro, dedo em salsicha). ≠AR, em que a articulação distal está preservada (aspecto fusiforme dos dedos).
Entesite: pode ter entesite pura (inflamação da entese)
Axial (coluna vertebral):
Em 5% dos casos apenas na forma assintomática. Nos casos sintomáticos, esse envolvimento tem uma prevalência maior
Avaliação clínica e radiológica: 20-40% dos casos apresentam alteração.
Dor nas sacroilíacas e lombalgia inflamatória. Diferentemente dos casos de espondilite anquilosante, os pacientes com artrite psoriásica podem ter mobilidade preservada e podem ter acometimento cervical sem grandes repercussões.
Manifestações extra-articulares:
Ocular: ceratite, conjuntivite e uveíte
Síndrome metabólica
Exames laboratoriais artrite psoriásica
Não há teste diagnóstico
PCR e VHS elevadas em forma poliarticular
Anemia de doença crônica
Hiperuricemia: devido ao metabolismo elevado da pele (lesões cutâneas) e pela síndrome metabólica
HLA B27 positivo em formas que acometem a coluna vertebral
Exames de imagem artrite psoriásica
RX simples:
Aumento de partes moles
Esporões: principalmente nos pés, esporão de calcâneo e do planta do pá
Erosões ósseas com áreas de proliferação adjacente
Osteólise, periostite e anquilose de pequenas articulações: forma mutilante
Sacroiliíte crônica: fusão da articulação sacroilíaca
Sindesmófitos mais grosseiros do que na espondilite anquilosante
Lesões “pencil in cup”: patognomônico da forma mutilante. Ocorre devido a osteoproliferação proximal da falange associada à osteoabsorção distal da mesma falange. O sinal clínico é a telescopagem
RNM: edema subcondral e substituição gordurosa
Tratamento
AINH: principalmente para pacientes com doença periférica com poucas articulações acometidas.
Metotrexato: indicado para pacientes que não responderam a AINH ou em comprometimento poliarticular, comprometimento axial e/ou manifestações extra-articulares. Atua tanto nas manifestações articulares quanto na pele.
Ciclosporina: serve como resgate cutâneo (melhora logo a pele), mas demora em torno de 6 meses para início da sua ação articular. Pouco usada .
Glicocorticóide: idealmente local por infiltração. Tentamos não usar o glicocorticóide sistêmico uma vez que cessado seu uso, principalmente em altas doses por longo prazo, o paciente pode fazer quadro de rebote cutâneo, fazendo um quadro de psoríase muito mais grave.