LUXAÇÃO DO JOELHO Flashcards

1
Q

Luxação do joelho

  • Definição / características gerais:
A
  • Perda da congruência articular tibiofemoral
  • Comprometimento de pelo menos 3 dos 4 principais “ligamentos” do joelho → LCA / LCP / CPL / LCM
  • Pode estar associada a lesão vascular, nervosa ou fratura
  • Lesões devastadoras com potencial de complicações ameaçadoras ao membro
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2
Q

Luxação do joelho

  • Epidemiologia:
A
  • Rara
    • Incidência provavelmente subestimada
    • 67% tem redução espontânea na apresentação
    • Atualmente tem maior suspeita e precisão diagnóstica → crescente frequência
  • Adultos jovens (25 a 35 anos)
  • Sexo masculino (4:1)
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3
Q

Luxação do joelho

  • Como podem ser divididos os traumas com relação a energia desprendida (3)?
A
  • Alta energia (50%)
  • Baixa energia (1/3)
    • Esportes de contato
  • Energia “ultrabaixa” (10%)
    • Obesos vítimas de queda da própria altura
    • Altos índices de complicações NV, apesar de baixa energia
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4
Q

Luxação do joelho

  • Quais os principais mecanismos de lesão (2)?
A
  • Hiperextensão do joelho (+ comum)
    • Associado ao varo/valgo ou rotações
    • Lesão dos lig. colaterais → resultando em diversos padrões de lesões ligamentares
  • Contusão com joelho em flexão de 90°
    • Paciente sentado com trauma sobre o painel do carro (anterior para posterior)
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5
Q

Luxação do joelho

  • Qual o principal nervo lesionado e suas principais características?
A
  • N. fibular → 25%
    • Pode chegar a 45% de prevalência, se associação com lesões do LCP + CPL
    • Lesão por tração (+ comum) ou contusão direta
    • Recuperação em até 50% dos casos
  • Se paralisia completa inicial, a recuperação é incerta
  • Mais comum nas luxações posterolaterais
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6
Q

Luxação do joelho

  • Quais os principais fatores de risco para lesão do n. fibular (3)?
A
  • Homens
  • IMC elevado
  • Fratura da cabeça da fíbula
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7
Q

Luxação do joelho

  • Qual a principal artéria lesionada, pontos anatômicos de fixação e suas principais características?
A
  • Art. poplítea (até 50% dos casos)
  • Ponto de “fixação” proximal → hiato dos adutores (tendão do adutor magno no epicôndilo medial)
  • Ponto de “fixação” distal → arco solear (tendão do sóleo)
  • Luxação anterior → lesões por tração com ruptura da íntima (+ comum)
  • Presença de pulso não descarta lesão vascular
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8
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais lesões associadas?
A
  • Fraturas associadas (56%)
  • Platô tibial, acetábulo, fêmur (ipsilateral)
  • 41% de fraturas múltiplas
  • Lesões vasculares (~ 50%) → art. poplítea
  • Lesão nervosa (14 a 35%) → n. fibular (25%)
    • Lesão + comum por tração
  • Amputação → 13 a 40%
  • Luxação exposta → 5 a 17%
  • Lesão de menisco e cartilagem (1/3)
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9
Q

Luxação do joelho

  • Qual a ordem de lesão de partes moles nas luxações anteriores com mecanismo de hiperextensão?
A
  • 1° a se romper → LCA
    • Rompido por forças transversais
  • 2° a se romper → LCP e cápsula posterior (30°)
    • Rompido por forças paralelas
    • Lesão do LCP em 87% das luxações
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10
Q

Luxação do joelho

  • Qual a prevalência, em termos de localização, das lesões no LCA?
A
  • 1 → porção média (45%)
  • 2 → avulsão femoral (34%)
  • 3 → tibial (21%)
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11
Q
  • Qual a prevalência, em termos de localização, das lesões no LCP?
A
  • 1 → porção femoral (76%)
  • 2 → porção média (17%)
  • 3 → tibial (21%)
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12
Q

Luxação do joelho

  • Quais os critérios de alto nível de suspeição diagnóstica na avaliação clínica inicial (3)?
A
  • Recurvato → > 30°
  • Instabilidade AP → > 1cm
  • Hemartrose
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13
Q

Luxação do joelho

  • O que considerar no exame físico inicial?
A
  • Emergência ortopédica (risco neurovascular) → ATLS
  • Lembrar da possibilidade de redução espontânea (50 a 67% casos)
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14
Q

Luxação do joelho

  • Quais os principais sinais e sintomas?
A
  • Clínica variável, exame físico limitado
  • Sinais sutis → dor, edema, escoriações pré-patelar
  • Instabilidade ligamentar grave
  • Deformidade grave ou luxação irredutível
  • Hemartrose ou hematoma extenso (ruptura da cápsula)
  • Avaliar integridade do mecanismo extensor
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15
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais características das “luxações irredutíveis”?
A
  • Presença de sulco medial transversal (“sinal da covinha medial”)
  • Lesão em “casa de botão” com o côndilo femoral medial através da cápsula e o LCM invaginado na articulação = URGÊNCIA
  • Lesão do n. fibular frequente
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16
Q

Luxação do joelho

  • Quais estruturas podem interpor nas luxações “irredutíveis”?
A
  • Cápsula medial + LCM
17
Q

Luxação do joelho

  • O que avaliar no exame físico vascular inicial?
A
  • Pulsos arteriais distais
  • Temperatura
  • Coloração
18
Q

Luxação do joelho

  • Como proceder se houver alteração significativa na avaliação vascular inicial?
A
  • Avaliação da cirurgia vascular
19
Q

Luxação do joelho

  • Como proceder se houver alteração indefinida ou “normal” na avaliação vascular inicial?
A
  • Triagem adicional
    • Índice tornozelo braquial (ITB)
    • AngioTC
    • Doppler

Se alteração significativa → avaliação da cir. vascular direto!

20
Q

Luxação do joelho

  • Como é calculado o Índice Tornozelo Braquial (ITB) e qual valor denota gravidade?
A
  • Primeiro, mede-se a pressão arterial sistólica nas artérias dos tornozelos e dos braços utilizando um aparelho de pressão e um doppler vascular
  • Após as medições, divide-se a maior pressão arterial encontrada no tornozelo pela maior pressão arterial encontrada no braço
  • ITB > 0,90 → 0% (lesão vascular) → avaliar de 2/2 horas (48 h)
  • ITB < 0,9 → suspeito → investigar com angioTC ou doppler
21
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais características da angioTC na avaliação vascular?
A
  • Atualmente amplamente utilizada
  • Menos invasiva
  • 75% menos radiação que a arteriografia convencional
  • Quase 100% de sensibilidade e especificidade
  • Nem sempre é uma boa opção no politraumatizado
  • Reações adversas ao contraste
22
Q

Luxação do joelho

  • Qual sinal radiográfico é patognomônico para lesão do CPL?
A
  • Sinal do arqueado
    • Avulsão da cabeça da fíbula
23
Q

Luxação do joelho

  • Na avaliação radiográfica, o que representa a fratura do aspecto anterior do platô tibial?
A
  • Luxação anterior → o fêmur “pressiona” parte anterior da tíbia e reduz espontaneamente
  • Tratamento conservador, se estável
  • Geralmente alta energia → investigar lesões associadas (partes moles)
24
Q

Luxação do joelho

  • Quais os parâmetros de avaliação radiográfica sob estresse (descrita por Laprade) para abertura lateral (varo)?

Comparada bilateralmente

A
  • > 2,7 mm → lesão isolada de LCL
  • > 4.0 mmLCL + CPL
25
Q

Luxação do joelho

  • Quais os parâmetros de avaliação radiográfica sob estresse (descrita por Laprade) para abertura medial (valgo)?

Comparada bilateralmente

A
  • > 3,8 mm →lesão isolada de LCM
  • > 9,8 mmLCM + CPM
26
Q

Luxação do joelho

  • Quais os parâmetros de avaliação radiográfica sob estresse para avaliação da translação posterior // gaveta posterior?
A
  • Translação posterior
    • Paciente ajoelhado em flexão com força de posteriorização da tíbia (89 N)
    • > 9,8 mm → lesão isolada de LCP
    • > 19,4 mmLCP + CPL
  • Gaveta posterior
    • Grau 2 (5 a 10 mm) → lesão isolada do LCP
    • Grau 3 (> 10 mm) → LCP e CPL
27
Q

Luxação do joelho

  • Na avaliação radiológica, qual exame de imagem é padrão ouro de avaliação?
A
  • Ressonância
    • Padrão ouro para patologias ligamentares
  • Localização precisa da lesão ligamentar
28
Q

Luxação do joelho

  • Classificação descritiva de Kennedy:

Descreve a direção da luxação

A
  • Anterior (hiperextensão) → + comum (40%)
    • Lesão da art. poplítea por estiramento
  • Posterior (trauma anterior na tíbia - painel carro)
    • Lesão da art. poplítea por contusão + lesão do mecanismo extensor
  • Medial (valgo)
  • Lateral (varo)
    • Mais lesão do n. fibular
  • Rotatória
29
Q

Luxação do joelho

  • Classificação de Schenck (5 graus):
A
  • KD 1LCP intacto (LCA + 1 périférico) ou LCA intacto (LCP + 1 periférico)
  • KD 2 → lesão bicruzada (LCA e LCP)
  • KD 3KD2 + 1 lig. periférico (M ou L)
    • Mais comum
  • KD 4KD2 + 2 lig. periféricos (M + L)
  • KD 5luxação + fratura periarticular

  • Se lesão vascular, adicionar C
  • Se lesão neurológica, adicionar N
30
Q

Luxação do joelho

  • Dentro da classificação de Schenck, qual o tipo (grau) mais comum?
A
  • KD 3 → lesão bicruzada (LCA e LCP) + 1 lig. periférico (M ou L)
31
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais indicações para o tratamento conservador?
A
  • Pacientes criticamente doentes, sem condição para cirurgia
  • Comorbidades que contraindica cirurgia (relativa)
  • Esqueleto imaturo (relativa)
32
Q

Luxação do joelho

  • Quais as opções de imobilização para o tratamento conservador?
A
  • Órtese longa de perna bloqueada em extensão ou gesso cilíndrico por 3 a 6 semanas
  • Campbell → tala posterior em semiflexão de 30 a 45º é desejável, se o joelho estiver estável nesta posição

Imobilização em extensão e semiflexão é controversa na literatura

33
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais indicações para o tratamento cirúrgico inicial com fixação externa?
A
  • Articulação altamente instável
  • Luxação irredutível
  • Expostas
  • SCA
  • Lesão vascular

Em casos de lesão vascular → indicada antes do procedimento

34
Q

Luxação do joelho

  • Quais os dois principais tipos de procedimentos cirúrgicos tardios?
A
  • Reconstrução
  • Reparo
35
Q

Luxação do joelho

  • Quais as principais complicações?
A
  • Rigidez do joelho (+ comum)
  • Falha no enxerto
  • Ossificação heterotópica (30%)
  • KD 4 → pior prognóstico
  • Artrose → 10% em 4 anos