LMC Flashcards

1
Q
  1. Um homem de 52 anos com LMC vem para avaliação por causa de dispneia há um mes. Ele foi diagnosticado com LMC fase crônica um ano atras e começou tratamento com Dasatinib. Ele tem sido aderente ao tratamento. Ele também tem histórico de HAS e faz uso de HCTZ. Nunca fumou. Ele atingiu resposta molecular nos últimos exames. Qual dos seguintes é a causa mais provável para a dispneia desse paciente?

A) IC
B) Derrame pleural
C) Pneumocistose
D) TEP
E) Hipertensão pulmonar

A

B) Derrame pleural

Comentário:
Uma grande toxicidade do tratamento com dasatinib é o desenvolvimento de derrame pleural (“derrametinib” ou “dasaguatinib”). No estudo DASISION, até 28% dos pacientes desenvolveram derrame pleural, embora maioria fossem levem. Dasatinib também pode casusar hipertensão pulmonar, e assim como outros ITKs, pode trazer complicações cardiovasculares (incidencia < 3%). Imunossupressão é improvável e profilaxia de PCP não é necessária.

References
Cortes JE, Jimenez CA, Mauro MJ, et al. Pleural effusion in dasatinib-treated patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase: identification and management. Clin Lymphoma Myeloma Leuk. 2017;17(2):78-82.
Cortes JE, Jimenez CA, Mauro MJ, Geyer A, Pinilla-Ibarz J, Smith BD. Pleural effusion in dasatinib-treated patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase: identification and management. Clin Lymphoma Myeloma Leuk. 2017;17(2):78-82.
Cortes JE, Saglio G, Kantarjian HM, et al. Final 5-year study results of DASISION: the dasatinib versus imatinib study in treatment-naïve chronic myeloid leukemia patients trial. J Clin Oncol. 2016;34(20):2333-2340.
Steegmann JL, Baccarani M, Breccia M, et al. European LeukemiaNet recommendations for the management and avoidance of adverse events of treatment in chronic myeloid leukaemia. Leukemia. 2016;30:1648-1671.

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2
Q
  1. Um homem de 47 anos com LMC vem para avaliação de rotina. Ele foi diagnostica há 2 anos com LM<C fase crônica e vem usando dasatinib 100mg/dia/ Tem uma boa tolerância ao dasatinib e tem sido aderente. Três meses após o diagnostico ele atingiu remissão hematológicas completa. Os níveis de BCR-ABL são os seguintes:

O hemograma permanece normal. Sequencialmente do DNA complementar do BCR-ABL (cDNA) mostra aquisição de mutação do T315I. Qual dos seguintes é a escolha de tratamento mais apropriada para esse paciente?

A) Bosutinib
B) Imatinib
C) Nilotinib
D) Ponatinib
E) Aumentar dasatinib para 140mg

A

D) Ponatinib

Comentário: Mutação T315I altera o local de ligação o ITK reduz a eficácia de imatinib, dasatinib, nilotinib e bosutinibj. Ponatinib mantem a sua habilidade de se ligar e inibir BCR-ABL1 apesar da presença de mutação do T315I. Omacetaxina também é ativa em LMC com T315I, no entanto é aprovado para uso após falha de 2 ITKs e estudo fase 2 sugere eficácia menor que relatado pelo ponatinib.

Reference
Molica M, Scalzulli E, Colafigli G, et al. Insights into the optimal use of ponatinib in patients with chronic phase chronic myeloid leukaemia. Ther Adv Hematol. 2019: 1-14.

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3
Q
  1. Um homem de 45 anos é encaminhado para avaliação por causa de uma historia de um mes de diminuição do apetite e saciedade precoce. Ele também vem apresentando sudorese noturna e febre baixa. Ao exame físico, não apresenta esplenomegalia. Estudos laboratoriais estão anexos.

MO mostra celularidade de 100%.
Citogenetica de MO mostra 46XX com t(9;22). Tratamento com hidroxiureia, rasburicase e alopurinol é iniciado.
Qual das seguintes medicações NÃO é iniciada como tratamento inicial nesse paciente?

A) Bosutinib
B) Dasatinib
C) Imatinib
D) Nilotinib
E) Ponatinib

A

E) Ponatinib

Comentários:
O paciente tem LMC fase crônica. Ponatinib não é aprovado para tratamento inicial em pacientes com LMC. Todas as outras opções são aceitáveis. O paciente tem um score Sokal baixo baseado na idade, plaquetas, tamanho de baço e percentagem de blastos. Pacientes com Sokal mais alto tem melhores prognostico quando tratados inicialmente com ITK de segunda geração.

Reference
Kahl KL. FDA approves ponatinib to treat adult patients with resistant/intolerant chronic-phase CML. Cancer Network. 18 December 2020. Available at: www.cancernetwork.com/view/fda-approves-ponatinib-to-treat-adult-patients-with-resistant-intolerant-chronic-
phase-cml. Accessed 14 November 2021.

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4
Q
  1. Uma mulher de 35 anos com LMC e 6 semanas de gestação deseja manter a gestação. Ela foi diagnosticada com LMC fase crônica há um ano e atingiu MMR3,5 com nilotinib. Qual dos seguintes é a recomendação mais apropriada para o tratamento dessa paciente durante a gestação?

A) Continuar nilotinib
B) Mudar para dasatinib
C) Mudar para imatinib
D) Mudar para interferon
E) Mudar para ponatinib

A

D) Mudar para interferon

Comentário:
Todos os ITKs tem potencial efeito teratogenico e devem ser evitados precocemente na gestação. Descontinuação de nilotinib é recomendado apenas em pacientes que atingiram remissão mais profunda e a mantiveram por pelo menos 2 anos. Interferon, embora não curativo, não atravessa a placenta, e deve manter a LMC sob controle até o paciente poder retornar ITK no por parto.

Reference
Bhandari A, Rolen K, Shah BK. Management of chronic myelogenous leukemia in pregnancy. Anticancer Res. 2015;35(1):1-11.

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5
Q

Um homem de 50 anos é encaminhado para avaliação por causa de historia de sudorese noturna e saciedade precoce há 3 meses. Ao exame fisico, a ponta do baco é palpável a 10cm do rebordo costal. Os exames são o seguinte;

Avaliação da MO mostra celularidade de 100% com maturação mieloide normal> Analise citogenética mostra 46 XY com t(9;22). Qual das seguintes alteraçoes laboratoriais nesse paciente indica que ele tem uma LMC fase acelerada?

A) Contagem basofilos
B) Contagem blastos
C) Leucocitos
D) Plaquetas
E) Nenhum

A

E) Nenhum

Comentarios:
Esse paciente tem LMC fase crônica. O critério para LMC acelerada varia dentre ELN, WHO, CIBMTR e MDACC. No entanto, todos requerem pelo menos um dos seguintes critérios:
- Blastos < 10%
- Basofilia > 20%
- Trombocitose > 1.000.000
- Não responder a terapia
- Esplenomegalia sem melhora com terapia
- Alterações cromossômicas adicionais

Embora esse paciente preencha critério para Sokal de alto risco, ele não preenche critério para fase acelerada.

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6
Q
  1. Uma mulher de 53 anos de idade com LMC fase crônica vem para avaliação. Ela vem sendo tratada com nilotinib pelos últimos 5 anos e gostaria de parar de tomar seu ITK. Exame fisico normal e hemograma normal. Teste molecular com RT-PCR mostra BCR-ABL de 0,1%IS que se permaneceu estável nos últimos 2 anos. Para guiar a decisão de para nilotinib, qual dos seguintes é a maior resposta atingida por esse paciente?
    
A) Resposta citogenetica completa
    B) Resposta citogenetica miro
    C) Resposta molecular maior (MMR) 3.0
    D) MMR 3.5
    E) MMR 4.0
A

C) Resposta molecular maior (MMR) 3.0

Comentário:
Esse paciente atingiu uma redução de 3-log no transcrito abaixo de 100%, definido como resposta molecular maior 3.0 (MMR 3.0). Uma MMR de 3.5 seria um transcrito abaixo de 0,031%. Uma MMR 4.0 seria menor que 0,01%. Embora pacientes com MMR 3.0 tenham taxas de sobrevida comparáveis-vos aqueles com respostas moleculares mais profundas, maioria dos estudos avaliando pacientes que pararam de tomar ITK tinham como requisito uma MMR de 4 ou mais profunda. Dessa forma, os dados indicam que a LMC dessa paciente iria persistir se ela parasse o ITK.

Reference
Hochhaus A, Baccarani M, Silver RT, et al. European LeukemiaNet 2020 recommendations for treating chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2020;34(4):966-984.

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7
Q
  1. Uma mulher de 36 anos com LMC vem para discussão de opções de tratamento. Ela vinha sendo tratada com nilotinib e atingiu uma MMR > 4,5 por 3 anos, sendo descontinuado o tratamento com ITK. Ela vem sendo mantida sob observação depois de parar o ITK há 2 anos. Os seus níveis de BCR-ABL são os seguintes:

Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado no tratamento deste paciente?

A) TMO alogênico
B) Reiniciar nilotinib
C) Começar dasatiib
D) Começar interferon
E) Observação apenas

A

E) Observação apenas

Comentarios:
Embora os níveis de trasncritos estejam aumentando lentamente, eles permanecem abaixo de MMR 3 e atualmente permanece abaixo de MMR 4,5. O critério para reiniciar ITK pelo ultimo guideloine da ELN é aumentar o nível de transcrito para uma MMR 3.0.

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8
Q

(HIAE 2022) Masculino, 64 anos, em seguimento de LMC há 10 anos com resposta molecular maior ao ITK de perimira linha e primeira geração há 9 anos. Paciente vai a consulta para avaliar suspensão do tratamento por decisão compartilhada. Para suspensão do tratamento nessa situação é necessário:

(A) Concordar com monitoramento molecular bimensal nos primeiros 12 meses e trimestralmente a partir de então indefinidamente, baseado no NCCN
(B) Saber que uma perda de resposta molecular (MMR; BCR-ABL1 > 1%IS) é estabelecida como gatilho para reiniciar a terapia
(C) Estar em remissão molecular maior (MR4.5) há no mínimo 4 anos
(D) Aprofundar resposta com ITK de 2 ou 3 geração por 1-2 anos e, então, suspender a medicação

A

(B) Saber que uma perda de resposta molecular (MMR; BCR-ABL1 > 1%IS) é estabelecida como gatilho para reiniciar a terapia

Pacientes podem buscar uma remissão livre de tratamento, seja por efeitos colaterais de ITK, toxicidade, conveniência ou desejo de gestação.
Aproximadamente metade dos pacientes que preenchem critérios para descontinuação de ITK mantem uma remissão duradoura sem ITK.
Os critérios exigidos são:
- Idade > 18 anos
- Uso confiável e correto de ITK por mais de 3 anos
- Sem resistencia documentada por ITK de 2 geração que necessitou troca para outro agente
- Evidencia anterior de transcrito BCR-ABL confiável
- Reposta molecular estável (MR4; BCR-ABL1 < 0,01% IS) por mais de 2 anos, documentado por pelo menos.4 testes separados por 3 meses cada - Letra C incorreta

O monitoramento é feito mensalmente nos primeiros 6 meses por qPCR BCR-ABL e posteriormente bimensal nos próximos 18 meses (letra A incorreta)

Os pacientes que apresentam perda de MR3 (MMR) - BCR-ABL < 1% indica repetir o exame e se persistente, retornar o tratamento

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9
Q

Quais são os critérios de LMC fase acelerada?

A

WHO
- Blastos SP ou MO: 10-19%
- Basófilos > 20%
- Plaquetas < 100.000 não atribuível ao tratamento ou > 1.000.000 não controladas com tratamento
- Geralmente associado a alterações cromossômicas adicionais durante o tratamento
- Leucocitose e esplenomegalia descontroladas

ELN
- Blastos + Promielocitos em SP ou MO > 30% (com menos de 30% de blastos)
- Basófilos > 20%
- Plaquetas < 100.000 não atribuível ao tratamento

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10
Q

Quais os critérios de LMC crise blástica?

A

WHO
- Blastos > 20% SP ou MO
- Infiltração extramedular (exceto baço)

ELN
- Blastos > 30% SP ou MO
- Infiltração extramedular (exceto baço)

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11
Q

Descreva 5 achados que sugerem pior prognóstico em pacientes com crise plástica de LMC?

A
  1. > 50% de blastos circulantes
  2. Plaquetose descontrolada
  3. Doença extramedular
  4. Curta duração de fase crônica
  5. Resposta insatisfatória a terapia inicial
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12
Q

Quando considerar ITK de segunda geração em primeira linha no tratamento de LMC fase crônica?

A

Duas principais situações:
- Pacientes com maior risco de progressão (Sokal alto ou alterações citogenéticas adicionais ao diagnóstico)
- Mulheres jovens que podem querer respostas profundas mais rápido com planejamento de suspender ITK e engravidar

Racional:
Follow up mais duradouros de ITK de segunda geração em primeira linha de pacientes com LMC fase crônica não mostrou diferença em OS ou PFS comparado com imatinib nesse cenário. Apesar disso, ITK de segunda geração em primeira linha trazem benefício de menor resistência, menor progressão para fase acelerada ou crise blástica e MMR mais rapidamente.
Mesmo com esses benefícios, devemos considerar o perfil de toxicidade dos ITK de segunda geração e que imatinib é uma opção segura e eficaz. Dessa forma, em algumas situações específicas que devemos considerar ITK de 2 geração em primeira linha (situações descritas acima)

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13
Q

Descreva os critérios de resposta hematológica completa (CHR) de pacientes com LMC em tratamento com ITK

A

**RESOLUÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA”
- Resolução esplenomegalia
- Leuco < 10.000 sem formas imaturas
- Plaquetas < 450.000

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14
Q

Defina os critérios de resposta citogenética de pacientes com LMC em tratamento com ITK
- CCyR
- PCyR
- MCyR
- mCyR

A
  • Complete Cytogenetic Response (CCyR): Ausência de metáteses analisadas com Ph+ (equivalente a BCR::ABL < 1%)
  • Partial Cytogenetic Response (PCyR): 1-35% das metáteses com Ph+
  • Major Cytogenetic Response (MCyR): 0-35% das metáteses com Ph+ (PCyR + CCyR)
  • Minor Cytogenetic Response (mCyR): >35% das metáteses com Ph+
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15
Q

Defina os critérios de reposta molecular maior e respostas moleculares profundas em pacientes com LMC em tratamento com ITK
- MMR (MR3)
- MR4
- MR4.5

A
  • As respostas moleculares são referentes a razão do BCR::ABL em relação ao gene controle (geralmente ABL)
  • A coleta pode ser feita em SP (ao contrário de resposta citogenética que é avaliada por cariótipo e estudo medular)
  • Major Molecular Response MMR (MR3): BCR::ABL< 0,1% IS
  • MR4: BCR::ABL < 0,01% IS
  • MR4.5: BCR::ABL < 0,0032% IS
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16
Q

Defina o critério de Early Molecular Response (EMR) em pacientes com LMC em tratamento com ITK e seu significado clínico

A

Early Molecular Response trata-se de obter uma resposta molecular de BCR::ABL < 10% no primeiros 3 meses de tratamento e é associado a melhor prognóstico.
Guidelines de tratamento indicam que falha em alcançar EMR em 3 meses deve levantar a suspeita de aderência ou avaliar resistência. No entanto, não é critério que deve ser usado para troca de tratamento ainda nos primeiros 3 meses (Falha EMR = ALERTA). Caso nos próximos 3 meses (primeiros 6 meses) o paciente ainda não alcance o objetivo de BCR::ABL < 10% deve-se considerar mudar terapia (desde que garantida aderência do paciente)

17
Q

Quais são os “milestones” de resposta molecular a serem alcançados em pacientes com LMC em tratamento com ITK?

A
  • 3 meses: EMR (BCR::ABL1 < 10%)
  • 12 meses: Alcançar MMR (BCR::ABL1 < 0,1%)
18
Q

O que é hiato leucêmico e em que situação ele é característico?

A

O hiato leucêmico (myelocite bulge) é um achado característico de pacientes com LMC.
Nos pacientes com LMC ocorre uma leucocitose com diferenciação de células de linhagem granulocítica, geralmente de forma escalonada e predomínio de segmentados e neutrófilos maduros. No entanto, frequentemente ocorre uma porcentagem maior de mielócitos em relação a metamielócitos (hiato leucemico)

19
Q

Em que situações a fosfatase alcalina leucocitária pode ser útil?

A

Pode ser útil para diferenciar a leucocitose de pacientes com LMC pela leucocitose de pacientes com reação leucemoide (reacional) ou outras DMPC
- LMC: FAL baixa
- Reacional: FAL Normal ou alta
- Paciente com aumento de 3 séries e suspeita de outra DMPC (PV/MF): FAL normal ou alta

Atenção: FAL pode estar alta em LMC fase acelerada ou crise blástica

20
Q

(HIAE 2021) Em relação à leucemia mieloide crônica, é correto:

(A) Terapia de 1a linha com ITK de 2a geração é benéfica para pacientes com doenças de alto risco, porém seu uso não reduz chance de transformação para fase acelerada ou blástica.
(B) O uso em primeira linha ITK de 2a geração apresenta resposta mais rápida e profunda, o que impacta na sobrevida global do paciente.
(C) Pacientes que desenvolvem mutação T315i apresentam resistência a quase todos os inibidores de tirosina quinase, exceto ao ponatinib e bosutinib.
(D) O transplante de medula óssea alogênico continua sendo uma importante opção terapêutica para pacientes em fase crônic
tirosina quinase.
(E) Pacientes com leucometria acima de 100 × 109/L apresentam frequentemente sintomas de leucoestase.

A

(D) O transplante de medula óssea alogênico continua sendo uma importante opção terapêutica para pacientes em fase crônica que falharam a dois inibidores de tirosina quinase

LETRA A e B - INCORRETAS
Estudos com follow-up mais duradouros de ITK de 2 geração não mostraram benefício de OS ou PFS quando comparados a imatinib em primeira linha. Apesar disso, ITK de 2 geração em primeira linha trazem benefício de menor resistência de ITK, menos progressão para fase acelerada ou crise blástica e MMR mais rapidamente. Mesmo assim, imatinib ainda é preferível na grande maioria dos pacientes em primeira linha, pela alta taxa de resposta e melhor perfil de efeitos colaterais. Quando então considerar ITK de segunda geração?
- Pacientes com maior risco de progressão (Sokal alto ou alterações citogenéticas adicionais ao diagnóstico)
- Mulheres jovens que podem querer respostas profundas mais rápido com planejamento de suspender ITK e engravidar

LETRA C - INCORRETA
Todo paciente que tem falha terapêutica e resistência devem ser abordados com cautela. Antes de trocar a medicação, idealmente deve-se considerar aspectos como aderência, possível evolução da doença (fase acelerada ou crise blástica) ou mutações adicionais (T315i). No caso desses pacientes, o tratamento deve ser realizado apenas com Ponatinib, única drogas sensível (PACE Trial)

LETRA D - CORRETA
Com o desenvolvimento de novos ITKs, as taxas de aloTMO caíram consideravelmente nos pacientes com LMC em fase crônica. Atualmente acaba sendo indicada para pacientes com LMC com falha ou intolerância a pelo menos duas linhas ou em estágios mais avançados de doença. Em pacientes jovens e elegíveis, deve ser considerado nessa situação de falha a dois ITKs. Outras opções são novos ITKs, como Omacetaxine ou Asciminib. No entanto, aloTMO é o único que pode trazer cura apesar da sua toxicidade.

LETRA E - INCORRETA
Embora pacientes com LMC frequentemente se apresentem com hiperleucocitose com contagens maiores que 100.000, leucostase sintomática é muito rara e ocorre quase que exclusivamente na fase acelerada ou crise blástica. Uma potencial explicação é que os leucócitos na LMC são compostos de neutrófilos maduros, pequenos e facilmente deformáveis, sem prejuízo em microcirculação.

21
Q

(HIAE 2018) Em relação à LMC, é INCORRETO afirmar:

(A) Falha em atingir resposta molecular em 12 meses não é necessariamente uma indicação de troca terapêutica.
(B) A presença de t(9;22) (q34;q11) e PCR qualitativo para BCR/ABL confirmam o diagnóstico de leucemia mieloide crônica.
(C) Pacientes com risco Sokal alto devem ser encaminhados para transplante de células tronco hematopoéticas alogênico.
(D) FISH de medula óssea pode ser utilizado para avaliar resposta citogenética.
(E) A resposta hematológica completa caracteriza-se pela normalização das contagens de leucócitos com ausência de células imaturas e menos do que 5% de basófilos no sangue periférico, plaquetas inferiores a 450.000/mm3 e baço não palpável.

A

(C) Pacientes com risco Sokal alto devem ser encaminhados para transplante de células tronco hematopoéticas alogênico.

LETRA A CORRETA
Os pacientes com LMC em tratamento devem ser monitorizados periodicamente com objetivo de atingir algumas metas que garantam boa resposta. Na falha em atingir esses objetivos devemos considerar mudança de tratamento. Esses objetivos podem ser divididos em resposta hematológica, citogenética e molecular. Os objetivos (milestones) mais importantes são os moleculares, que basicamente são a quantificação de BCR/ABL1 e sua redução no decorrer do tratamento.
- MR3 (MMR) = BCR::ABL1 < 0,1%
- MR4 = BCR::ABL1 < 0,01%
- MR4.5 = BCR::ABL1 < 0,0032%

Depois de 12 meses de tratamento com ITK, o ideal é atingir MMR. No entanto, caso não tenha sido atingido, com BCR::ABL1 entre 0,1-1% podemos discutir com o paciente e tomar uma decisão compartilhada, principalmente em pacientes mais velhos e menor PS e que estão se dando bem com a medicação. Além disso, a alternativa não pode ser considerada correta, pois uma coisa importante de se considerar antes de mudar o tratamento é se o paciente apresenta boa aderência. Ou seja, um paciente que em 12 meses não atingiu MMR, mas que não foi aderente, teoricamente não é indicação de troca de ITK

LETRA B CORRETA
O diagnostico vai ser baseado na clinica apresentada pelo paciente, com achados clássicos no hemograma + Estudo MO + Características citogeneticas e moleculares. Portanto, é essencial a evidencia de t(9;22) e detecção qualitativa de BCR::ABL1. A quantificação de transcritos não é importante para o diagnostico, mas sim para o acompanhamento do tratamento.

LETRA C INCORRETA
Os scores SOKAL e HASFORD foram desenvolvidos para tentar predizer OS antes da introdução de ITKs no arsenal terapêutico. No entanto, ainda são usados hoje em dia (apesar de haverem novos escores como o EUTOS e o ELTS). No entanto, ainda que o Sokal alto prediz um possível risco de progressão da doença, não é indicado TMO em primeira linha. O tratamento indicado é começar o ITK, sendo que alguns autores defendem iniciar ITK de segunda geração em primeira linha nesses pacientes. O TMO fica reservado para casos refratários a mais de uma linha, principalmente em pacientes jovens, ou pacientes que apresentam progressão de doença.

LETRA D CORRETA
Além de monitorização molecular como estabelecido na alternativa anterior, podemos também avaliar resposta citogenética ao tratamento
- CCyR: Sem metáteses Ph+ (equivalente a BCR::ABL1 < 1%)
- PCyR: 1-35% metáfases Ph+
- MCyR: 0-35% metáfases Ph+ (CCyR + PCyR)
- mCyR: > 35% metáfases Ph+

No entanto, prefere-se fazer a monitorização com BCR::ABL1 por ser mais fácil realizar coleta de SP e não precisar de repetidas punções de MO

LETRA E CORRETA

22
Q

(HIAE 2018) Paciente com 47 anos apresenta LMC. Após 18 meses de tratamento clínico com inibidor de tiroxina kinase (dasatinib) apresenta evolução clonal com ausência de mutação do gene ABL kinase.
A melhor abordagem para este paciente é:

(A) Terapia com Interferon-alfa.
(B) Procura imediata de doador para TMO alogênico.
(C) Manutenção de tratamento e reavaliação em 6 meses.
(D) Hidroxiurea, alopurinol e terapia com nilotinib.
(E) Terapia com ponatinib.

A

(B) Procura imediata de doador para TMO alogênico.

  • Questão polemica ao meu ver -

Trata-se de um paciente com LMC, jovem e sem comorbidades, com progressão e novas alterações genéticas sem mutação de T315I.

A resistencia ao tratamento com ITKs pode ser dividida em duas categorias. Resistencia primaria e secundária:
- Resistencia primária: ITK falha em atingir resposta desejada. Ocorre em cerca de 25% dos pacientes em uso de imatinib.
- Resistencia secundária: Recaídaapós um período de reposta inicial do ITK. Ocorre em aproximadamente 8% dos pacientes tratados com imatinib.

Pacientes que perdem reposta devem ser questionados cuidadosamente para garantir aderência adequada, com objetivo de evitar escalonar terapia sem necessidade. Estudos mostram que aderência é um fator preditor independente de MMR, com um estudo mostrando que pacientes com taxa de adesão > 90% tem taxas significativamente maiores de respostas moleculares mais profundas.

Caso definida resistencia ao ITK, é indicada reavaliação da doença com hemograma, estudo medular e citogenética. Deve-se fazer estudo de mutações adquiridas do BCR::ABL1 como a T315I, de modo que alguma dessas pode ter impactado na perda de resposta ao tratamento. No caso do paciente, não foram detectadas mutações no BCR::ABL1, mas é descrita a presença de evolução clonal, que se traduz como novas alterações citogenéticas adquiridas.

Existem duas principais opções de escolha para pacientes que se torna resistente a ITK e é elegível a TMO:
- Troca de ITK (segunda ou terceira geração)
- TMO alogênico
Existem poucos dados para guiar a escolha entre essas duas ocasiões. Alguns autores indicam TMO como terapia indicada na falha de 2 linhas. Sabe-se que as taxas de resposta de pacientes que falham a nilotinib ou dasatinib são baixas e TMO é a única terapia potencialmente curativa, podendo ser bastante benéfica em pacientes mais jovens. Esse é o caso da questão, um paciente de 47 anos e que teoricamente se beneficiaria mais de TMO, e portanto, a busca de doador deve ser iniciada. No entanto, acredito que a alternativa E também possa ser uma escolha aceitável, apesar de não haver mutação T315I

23
Q
A
24
Q

(DASA 2022) Em relação a doença mieloproliferativa crônica caracterizada pela t(9;22) (q34;q11), segundo a 5ª classificação da OMS de 2022, a nomenclatura correta do gene de fusão e segundo a ELN um critério mandatório para suspensão de inibidor de tirosina quinase,
são respectivamente:

(A) BCR/ABL / idade maior que 18 anos.
(B) BCR-ABL / ausência de histórico de fase acelerada ou crise blástica.
(C) BCR:ABL / PCR quantitativo de alta qualidade com escala internacional.
(D) BCR::ABL / paciente motivado e com comunicação estruturada

A

(D) BCR::ABL / paciente motivado e com comunicação estruturada

CRITÉRIOS PARA DESCONTINUAR ITK EM LMC
Diversos estudos com ITK de 1 e 2 geração foram conduzidos para demonstrar segurança da descontinuação da medicação frente alguns critérios.

A) ELN 2020

CRITÉRIOS OBRIGATÓRIOS
- LMC fase crônica apenas
- Paciente motivado e com comunicação e retornos estruturados
- Acesso a PCR quantitativo para avaliação e monitorização de resposta
- Paciente disposto a monitoramento mais frequente após suspensão do tratamento. Isso significa monitoramento mensal por 6 meses, bimestral entre 6-12 meses e trimestral em seguida

CRITÉRIOS MÍNIMOS
- Tratamento ainda em primeira linha ou em segunda linha apenas na ocasião de troca de ITK por intolerância aos efeitos colaterais
- Duração de tratamento > 5 anos (> 4 anos se ITK de 2 geração)
- Duração de MR4 ou melhor > 2 anos
- Ausencia de falha de tratamento prévia

B) NCCN 2022
- Idade > 18 anos
- LMC fase crônica apenas
- ITK por pelo menos 3 anos
- Disponibilidade de PCR quantificável BCR::ABL
- MR4 (BCR::ABL1 < 0,01%) estável nos ultimos 2 anos, documentada por pelo menos 4 testes com 3 meses de diferença
- Paciente disposto a monitoramento mais frequente após suspensão do tratamento. Isso significa monitoramento mensal por 6 meses, bimestral entre 6-12 meses e trimestral em seguida
- Retorno de ITK imediato dentro de 4 semanas caso perda de MMR com monitoramento mensal até retorno de MMR

25
Q

(UNIFESP TMO 2022) Homem, 68 anos, DM2, DLP, há 3 meses iniciou quadro de astenia, evoluindo com distensão abdominal há 1 mês. Ao exame físico apresenta baço à 4cm do RCD. Exames complementares:
- Hb: 10,5, Leucócitos: 23.500 (neutro 13500 (57%), blastos 4%, promielo 6%, mielo 10%, metamielo 4%, bastões 13%, segmentados 20%, linfócitos 1680 (7%), eosino 2100 (9%), basófilos 5875 (25%) Plaquetas: 130.000
- Cariótipo: 46,XY, t(9,22)[20]
- PCR BCR/ABL positivo

Qual é a alternativa correta?

(A) Solicitar PCR BCR/ABL quantitativo e aguardar resultado para iniciar o tratamento.
(B) Solicitar pesquisa de mutação do BCR/ABL para a escolha do inibidor de tirosina quinase com maior potência para a alteração encontrada.
(C) O gene BCR pode ser utilizado como controle endógeno no PCR quantitativo, inicar Imatinib 400mg 12/12h.
(D) A isoforma do BCR/ABL p190 é mais comum nesse caso, iniciar Imatinib 400mg por dia.

A

(C) O gene BCR pode ser utilizado como controle endógeno no PCR quantitativo, inicar Imatinib 400mg 12/12h

LETRA A INCORRETA:
A realização de RT-PCR quantitativo antes do início do tratamento é interessante pensando no monitoramento da doença, através de quantificações seriadas de RT-PCR e da redução do log. No entanto, o início do tratamento não depende dessa medida, e o tratamento deve ser realizado o mais brevemente possível

LETRA B INCORRETA:
Em geral, a história do tratamento de pacientes com LMC e os seus desfechos mudaram após o início de ITK. Apesar do surgimento de ITKs de segunda ou terceira geração, maioria dos pacientes ainda apresenta resposta a ITK de primeira geração (imatinib). Dessa forma, não está indicada a pesquisa de mutação do domínio BCR-ABL de rotina. Essa rotina é indicada quando existe suspeita de resistencia ao ITK, baseado na dificuldade em atingir os milestones de monitoramento. Dentre essas mutações, destaca-se a T315I, que confere resistencia a maioria dos ITKs, exceto ponatinib.

LETRA C CORRETA
A monitorização do tratamento de pacientes com LMC deve levar em consideração 3 parâmetros: Resposta hematológica, citogenética e molecular.
A resposta molecular é referente a razão do BCR::ABL em relação ao gene de controle (geralmente utilizado o ABL1). A recomendação do NCCN/ELN indica monitoramento a cada 3 meses, sendo que existem alguns objetivos a serem alcançados para garantir uma boa resposta ao tratamento.

LETRA D INCORRETA
A t(9;22) que é responsável pelo mecanismo fisiopatológico da LMC resulta na proteína de fusão BCR::ABL. Dentre essas proteínas, diferentes produtos podem existir a depender do ponto de quebra cromossômica da translocação, tendo como consequencia proteínas de fusão resultantes de diferentes pesos moleculares. No caso de pacientes com LMC, a proteína de fusão mais comum é a p210 (210kDa). Uma proporção menor de pacientes com LMC podem apresentar o BCR::ABL1 p190, apesar de essa alteração ser mais comum em pacientes com LLA Ph+. A terceira isoforma é a BCR::ABL1 p230, que é a mais rara e está relacionada a variante neutrofílica da LMC e tem um curso mais indolente.

26
Q

(AC 2023) Homem de 72 anos está em acompanhamento por LMC, em fase crônica, há 7 meses. É ex-tabagista e apresenta como antecedentes patológicos DM, IAM e doença arterial periférica. Na terceira semana após a introdução de imatinibe 400 mg ao dia, apresentou rash cutâneo grau 2. Na ocasião, a conduta adotada foi a suspensão da medicação com reintrodução na dose de 300 mg ao dia, após resolução dos sintomas. O controle de transcritos de BCR-ABL no sexto mês de terapia mostrou 23%.
Considerando esse caso clínico e o perfil de eventos adversos de cada droga, assinale a alternativa que apresenta a opção terapêutica que deve ser evitada para esse paciente:

(A) Dasatinibe
(B) Nilotinibe
(C) Ponatinibe
(D) Interferon peguilhado
(E) Hidroxiureia

A

(B) Nilotinibe

Trata-se de um paciente com LMC e início recente de tratamento com ITK de primeira geração. No entanto, apresenta efeito colateral que atrapalha o curso do tratamento e apresenta monitorização com falha de resposta molecular com 6m. Pelos milestones utilizados na monitorização desses pacientes, a primeira decisão de troca de medicação deve ocorrer aos 6 mese, sendo obrigatório atingir BCR-ABL no mínimo < 10%. O paciente tinha 23% com 6 meses, sendo indicada a troca da medicação para os medicamentos de segunda geração. Dentre eles, destacam-se Nilotinib e Dasatinib.

A eficácia e segurança de ambos é semelhante, devendo a escolha ser feita através de características individuais do paciente e do perfil de efeitos colaterais.

Por se tratar de um paciente de 72 anos, com antecedente de DM e doença coronaria e arterial periférica, o NILOTINIB DEVE SER EVITADO, uma vez que os efeitos colaterais dessa medicação tem como principal marcador a piora de parâmetros metabólicos e cardiovasculares.

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Q

Mulher, 68 anos, portadora de LMC, em segunda linha terapêutica devido a falha de resposta com uso de Imatinib. Procura atendimento devido dor e redução de temperatura em membro inferior direito (mostrado abaixo). Quais TKIs estão MAIS relacionados a este efeito adverso?

(A) Bosutinib e Nilotinib
(B) Dasatinib e Ponatinib
(C) Nilotinib e Dasatinib
(D) Ponatinib e Nilotinib

A

(D) Ponatinib e Nilotinib

O uso de Ponatinib e Nilotinib (em segundo lugar) está associado à ocorrência de eventos vasculares como AVC, IAM e doença arterial periférica.

O mecanismo está relacionado à inibição de outras enzimas tirosina quinase associadas à regulação da função plaquetária e do endotélio vascular.

Portanto, devem ser evitados, sempre que possível, em pacientes com fatores de risco adicionais para essas complicações.

Apesar de sua potência e resistência à mutação T315I, o uso de Ponatinib em primeira linha para tratamento de LMC NÃO foi autorizado devido à alta taxa de eventos arteriais (até 30%).

Durante o tratamento com esses agentes, deve-se monitorizar regularmente o pulso em extremidades por meio do índice tornozelo-braquial e controlar fatores de risco modificáveis como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes e tabagismo.

Key Points:

  1. O uso de Ponatinib e Nilotinib está associado a eventos vasculares;
  2. Recomenda-se o controle rigoroso dos fatores de risco modificáveis durante o tratamento.

Referências:

  1. Schiffer CA, et al. Overview of the treatment of chronic myeloid leukemia. Uptodate. 2020.
  2. Merkulova A, et al. Ponatinib treatment promotes arterial thrombosis and hyperactive platelets. Blood Adv. 2019.
  3. Hamadi A, et al. Ponatinib Tyrosine Kinase Inhibitor Induces a Thromboinflammatory Response. Thromb Haemost. 2019.