HEMOTERAPIA Flashcards
(HIAE 2018) Sobre o Procedimento Operacional Padrão nas reações transfusionais, é correto afirmar:
(A) São consideradas reações transfusionais imediatas aquelas que ocorrem até 4 horas depois de iniciada a transfusão.
(B) Quaisquer sintomas ou sinais ocorridos durante ou após a transfusão devem ser considerados como sugestivos de possível reação transfusional, devendo ser investigados para tal.
(C) O médico prescritor da transfusão, e não a enfermeira ou o técnico que instalou a transfusão, é responsável pelo reconhecimento dos sinais e sintomas decorrentes de reações transfusionais e pela imediata comunicação do problema ao médico do serviço de hemoterapia.
(D) Não é obrigatória a interrupção da transfusão no caso de reações transfusionais (febril, alérgica, hemolítica aguda, ana- filática, sobrecarga circulatória).
(E) O Serviço de Hemoterapia deve registrar apenas as reações transfusionais graves que lhe forem informadas, bem como a conduta e o tratamento instituído. Tais registros devem ser mantidos pelo período mínimo de 20 anos.
(B) Quaisquer sintomas ou sinais ocorridos durante ou após a transfusão devem ser considerados como sugestivos de possível reação transfusional, devendo ser investigados para tal
LETRA B - CORRETA
O definição de reação transfusional é um evento ou resposta indesejável que ocorre no paciente associada temporalmente com a administração de sangue ou hemocomponente.
LETRA A - INCORRETA:
Conforme o tempo de aparecimento do quadro clínico ou laboratorial, a reação transfusional é classificada em:
- IMEDIATA – Quando ocorre durante a transfusão ou até 24h (vinte e quatro horas) após o seu início
- TARDIA – Quando ocorre após 24h (vinte e quatro horas) do início da transfusão (dias, semanas, meses ou anos).
LETRA C - INCORRETA
Em geral, a vigilancia de sinais e sintomas de possíveis reações transfusionais é realizada por profissionais da enfermagem e o médico avalia o paciente em seguida caso alguma alteração.
LETRA D - INCORRETA
Sempre que houver uma reação transfusional ou suspeita de reação, inclusive reações febris, a transfusão deve ser interrompida imediatamente e investigação de diagnósticos diferenciais. Em alguns casos de reações, desde que descartadas causas graves, a transfusão pode ser reiniciada, desde que respeite o tempo de validade da bolsa após o início da transfusão (4h)
LETRA E - INCORRETA
(HIAE 2018) Sobre reações transfusionais, é INCORRETO afirmar:
(A) Na TRALI, existe um infiltrado pulmonar difuso intenso no Rx de pulmão. O quadro é autolimitado e tende a desaparecer em até 8 horas.
(B) A reação anafilática é uma reação grave que ocorre após transfusão de poucos mililitros de sangue. Ocorre pela presença de IgG ou IgE ou anti-IgA em receptores deficientes em IgA. A frequência é de uma reação a cada 20.000 a 50.000 transfusões.
(C) As reações hemolíticas agudas − RHA são causadas por reação de antígeno-anticorpo, envolvendo os anticorpos naturais IgM (anti-A, Anti-B, Anti-AB) ou imune, presentes no soro do paciente e respectivo antígeno presente na unidade transfundida. Resulta na hemólise das hemácias ou liberação de citocinas, ativação de complemento (hemólise intravascular – ABO, Kell, Duffy e Kidd), ativação da via intrínseca da coagulação e geração de bradicinina que pode desencadear hipotensão arterial e vasoconstrição dos principais órgãos levando a insuficiência renal. Ocorrem minutos a horas da transfusão.
(D) Nas reações hemolíticas agudas, os sinais clínicos são variáveis e irão depender do nível de consciência do receptor. Possíveis sintomas: dor no trajeto venoso, ansiedade e angústia respiratória, dor torácica, dor lombar, dispneia, tremores, febre 39 a 42 oC, cianose labial e de extremidades, hipotensão, podendo evoluir para quadro grave com choque, coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal aguda. A intensidade da reação depende da quantidade de sangue infundido e dos títulos e tipos dos anticorpos envolvidos. Aproximadamente cerca de 30 mL de sangue incompatível infundido pode levar ao óbito do paciente.
(E) TRALI é uma reação imediata grave, caracterizada pela presença de anticorpos antileucocitários, presentes na bolsa de sangue transfundido, que se ligam ao antígeno do receptor e se aglutinam na vasculatura pulmonar, com liberação de enzimas lisossômicas, ativação de complemento, aumento da permeabilidade vascular pulmonar e extravasamento de líquido nos alvéolos. Frequência de 1 em cada 5.000 a 10.000 trans- fusões. Ocorre em até 4 horas após a transfusão. Depois da RHA − reações hemolíticas agudas é a causa mais comum de reação transfusional fatal – 5%
(A) Na TRALI, existe um infiltrado pulmonar difuso intenso no Rx de pulmão. O quadro é autolimitado e tende a desaparecer em até 8 horas.
(HIAE 2018) Sobre reações transfusionais, é INCORRETO afirmar:
(A) Após uma primeira reação urticariforme, recomenda-se, cerca de uma hora antes de iniciar a transfusão das próximas unidades de sangue, a pré-medicação com anti-histamínico e/ou paracetamol e/ou corticosteroide. Após duas ou mais reações, iniciar com hemácias lavadas. Os filtros de remoção de leucócitos nestes casos são ineficientes, pois, não retêm proteínas plasmáticas.
(B) Na reação urticariforme deve-se considerar a possibilidade de reiniciar a transfusão de sangue, não ultrapassando o prazo máximo de 4 horas a contar do início da infusão.
(C) Em casos de reações febris, deve-se interromper a transfusão imediatamente e após resolução dos sintomas o hemocomponente pode ser reinfundido no paciente.
(D) As provas pré-transfusionais devem ser repetidas com as amostras pré e pós-transfusionais.
(E) A reação urticariforme é a reação transfusional mais comum, ocorrendo em 1 a 2% dos pacientes e sua etiologia está relacionada à hipersensibilidade às proteínas plasmática.
(C) Em casos de reações febris, deve-se interromper a transfusão imediatamente e após resolução dos sintomas o hemocomponente pode ser reinfundido no paciente.
Toda vez que suspeita-se que um paciente esteja passando por uma reação transfusional, a infusão deve ser interrompida e realizada investigação e conduta de acordo com os sintomas. Em alguns casos a transfusão pode ser retomada desde que descartados eventos mais graves e desde que não passe do período de validade da bolsa (4h após abertura do sistema). Geralmente isso não envolve reações febris, uma vez que pode ser difícil de diferenciar.
LETRA A - INCORRETA?
As reações transfusionais alérgicas são as mais comuns durante a prática médica. No entanto, existem estudos que demonstram que pré-medicação não trazem benefício na recorrência de eventos relacionados a reações transfusionais alérgicas ou reação febril não hemolítica. Dessa forma, não é obrigatória a sua realização Em geral indica-se lavar hemácias quando o paciente apresenta reações graves, como anafilaxia. Mas a parte da alternativa que indica lavar após 2 ou mais reações também é verdade conforme alguns protocolos.
(HIAE 2021) Com relação à doença do enxerto contra hospedeiro relacionada à transfusão de componentes sanguíneos celulares, é correto:
(A) Pacientes que recebem doação de plaquetas HLA-combinadas apresentam menor risco dessa complicação.
(B) A forma mais eficaz de prevenção é realizar filtração pré-estocagem.
(C) Apresenta bom prognóstico, com mortalidade de menos de 10%.
(D) A forma mais eficaz de prevenção é irradiação com 2.500 a 5.000 cGy.
(E) Essa complicação é comum em pacientes com Anemia Falciforme.
(D) A forma mais eficaz de prevenção é irradiação com 2.500 a 5.000 cGy
O GVHD transfusional é causado por linfócitos competentes do doador organizando resposta imune contra antígenos do receptor, geralmente em um paciente imunocomprometido.
Uma outra forma dessa reação ocorrer, mesmo em um paciente imunocompetente, é quando o paciente recebe hemocomponentes de parentes de primeiro grau. Isso acontece pois pode haver alguma compatibilidade HLA e o receptor não orquestrar uma resposta imune contra os linfócitos do doador. No entanto, os linfócitos existentes no produto podem levar a resposta imune e destruição de antígenos. (LETRA A INCORRETA)
LETRA B INCORRETA: A filtração é uma forma de leucodepleção, levando a redução de leucócitos totais no produto. No entanto, não é eficaz para reduzir significativamente o numero de linfócitos que levariam ao GVHD.
LETRA C INCORRETA: Em geral, o GVHD transfusional está relacionado a acometimento de pele, fígado, TGI e MO. O acometimento de MO leva a uma destruição de precursores hematopoiéticos e aplasia de MO, com citopenias graves e geralmente é o mecanismo de óbito. Geralmente o prognostico é muito ruim com alta mortalidade, pois a aplasia é irreversível a não ser que seja realizado transplante de MO. No entanto, o diagnóstico geralmente é tardio e não da tempo de buscar doadores e realizar o TMO.
(HIAE 2021) Em relação à refratariedade plaquetária, é correto:
(A) Quando definida por contagem pós-transfusional de 1 hora, a amostra deve ser colhida de 15 minutos a 1 hora após o término da transfusão.
(B) É definida por aumento plaquetário inadequado após a transfusão de plaquetas em pelo menos quatro transfusões consecutivas.
(C) Não há relação com incompatibilidade ABO.
(D) Febre e infecção não impactam no incremento plaquetário.
(E) Os fatores imunes são responsáveis pela grande maioria dos casos.
(A) Quando definida por contagem pós-transfusional de 1 hora, a amostra deve ser colhida de 15 minutos a 1 hora após o término da transfusão
A refratariedade plaquetária vai ser definida como incremento insuficiente pós transfusional de acordo com um calculo específico. Para que seja estabelecido esse diagnóstico, o incremento deve ser insuficiente em duas transfusões consecutivas (LETRA B INCORRETA) e com plaquetas ABO compatíveis (plaquetas também possuem ABO e podem contribuir para incremento insuficiente, apesar de não causar hemólise - LETRA C INCORRETA)
O calculo é conforme o calculo da imagem seguinte e em dois momentos. Em uma hora (LETRA A CORRETA) e em 24h após a transfusão.
Pode ser classificada entre dois grupos: IMUNE ou NÃO IMUNE
- Causas NÃO IMUNES: 70% (sepse, febre, esplenomegalia, sangramento, CIVD, medicamentos, GVHD, VOD) - LETRA D INCORRETA
- Causas IMUNES: 30% (anti-HLA e anti-HPA) - LETRA E INCORRETA
Como diferenciar causas imunes de não imunes?
- IMUNE: Ocorre falha de incremento desde o início, por causa da presença de anticorpos. CCI 1h < 5x109 + Anticorpo positivo
- NÃO IMUNE: Ocorre incremento inicial e consumo no decorrer das 24h com perda de incremento. CCI 24h < 5x109 + Possível causa subjacente
(HIAE 2021) O Sistema Rh é importante em termos de transfusão, uma vez que os antígenos desse sistema são muito imunogênicos. Sobre esse sistema, é INCORRETO:
(A) Os anticorpos Rh, na maior parte das vezes, não se ligam ao complemento.
(B) Os antígenos Rh residem nas proteínas transmembrana e são partes integrantes da membrana da hemácia.
(C) A maior parte dos anticorpos Rh são IgM.
(D) Anticorpos Anti-Rh reagem a 37 °C.
(E) Anticorpos Rh são reforçados quando testados com hemácias tratadas com enzimas.
(C) A maior parte dos anticorpos Rh são IgM
O sistema Rh é o maior e mais complexo sistema de grupos sanguíneos, compreendendo 54 antígenos numerados RH1 a RH61. Representa um dos sistemas de maior interesse clínico, por seu envolvimento da doença hemolítica perinatal, nas reações transfusionais hemofílicas e nas AHAI.
Os antígenos Rh estão localizados em duas proteínas não glicosiladas. As proteínas Rh são compostas por 417 aminoácidos e atravessam a membrana eritrocitária (LETRA B CORRETA)
Os anticorpos do sistema Rh, em especial o anti‐D, não são naturais. Eles são produzidos a partir de um estímulo imunológico, seja a gestação de um feto RhD positivo, ou transfusão de um componente RhD positivo. Eles são de natureza IgG, ativos a 37 oC e são melhor detectados por meio da utilização da anti‐ globulina humana ou por meio da utilização de painéis de hemácias tratadas por enzimas proteolíticas (LETRA D e E CORRETAS).
Como são IgG, atravessam a barreira placentária e estão envolvidos em casos de doença hemolítica perinatal. (LETRA C INCORRETA)
Esses anticorpos não fixam complemento e a destruição das hemácias é extracelular, podendo estar associados a casos de reação transfusional por destruição das hemácias no meio extravascular. (LETRA A CORRETA)
(HIAE 2021) Sobre uso de crioprecipitado na prática transfusional, é correto:
(A) Crioprecipitado é constituído de fibrinogênio, fator VIII, fibronectina, fator XIII e fator de von Willebrand.
(B) Em geral, cada unidade de crioprecipitado apresenta cerca de 50 mg de fibrinogênio.
(C) Reposição de crioprecipitado deve ser usada em casos de intoxicação cumarínica.N
(D) Crioprecipitado deverá ser irradiado para evitar reações transfusionais.
(E) Transfusão de crioprecipitado é terapia de escolha para tratamento de hemofilia A por conter fator VIII.
(A) Crioprecipitado é constituído de fibrinogênio, fator VIII, fibronectina, fator XIII e fator de von Willebrand
LETRA A - CORRETA: O Crioprecipitado é obtido mediante congelamento de plasma fresco (1-6 gras). Com isso ocorre precipitação de alguns componentes e posteriormente é realizada retirada do sobrenadante. Ele é mantido armazenado em -18 graus descongelado antes da utilização. Ele é composto de:
- FVIII
- FvW
- FXIII
- Fibrinogenio
- Fibronectina
LETRA B INCORRETA: Quanto a quantidade de cada componente do crioprecipitado;
- FVIII: 80 UI
- Fibrinogenio: 150-250mg (E NÃO 50MG)
- FXIII: 50-75UI
LETRA C INCORRETA: Não faz sentido repor crioprecipitado na intoxicação cumarínica pois não contem os fatores vitamina K dependente (V,VII,IX,X)
LETRA D INCORRETA: O objetivo da irradiação é inativar linfócitos do doador para evitar enxerto vs hospedeiro transfusional em pacientes imunossuprimidos. No entanto, crioprecipitado é um componente que não tem linfócitos e portanto não precisa ser irradiado.
LETRA E INCORRETA: O ideal para esses pacientes é repor produtos apenas com FVIII, pela dose disposta. A dose de profilaxia de hemofilia A em geral é de 20-30UI por Kg, sendo 80UI muito pouco.
Qual o tempo MÁXIMO recomendado para o procedimento de coleta na doação de sangue?
A) 30 min
B). 60 min
C) 15 min
D) 12 min
C) 15 MIN
Para realização do procedimento de coleta de sangue deve-se evitar punção em locais com lesões dermatológicas ou cicatriciais, inclusive possíveis lesões relacionadas a punções anteriores.
A área da pele escolhida para punção venosa para coleta deve ser cuidadosamente preparada, incluindo cuidadosa higienização com DUAS etapas de antissepsia.
A veia a ser puncionada não deverá ser palpada após a preparação da pele, caso contrário o procedimento de antissepsia deve ser repetido.
O procedimento de coleta de sangue será realizado por profissionais de saúde treinados e capacitados, trabalhando sob a supervisão de enfermeiro ou médico.
Todo o material utilizado no procedimento será descartável, estéril e apirogênico e o tempo de coleta não será superior a 15 minutos, sendo o tempo IDEAL de até 12 minutos.
Serão adotados cuidados com o doador após a doação, a fim de garantir sua integridade.
Será ofertada hidratação oral ao doador depois da doação e antes que o mesmo se retire da instituição, aconselhando-se também a oferta de lanche.
É recomendável que o doador permaneça por no mínimo 15 minutos no serviço de hemoterapia antes de ser liberado.
Qual das doenças potencialmente transmissíveis por transfusão deve ser notificada em até 24h a partir da suspeita inicial quando for identificada na triagem do doador?
A) Sífilis em gestante
B) Malária na região extra-amazônica
C) Infecção aguda pelo HIV
D) Infecção aguda por hepatite C
B) MALÁRIA NA REGIÃO EXTRA AMAZONICA
Dependendo do marcador identificado na triagem do doador para doenças transmissíveis por transfusão, pode haver indicação de notificação compulsória mesmo para casos suspeitos.
Fazem parte dessa categoria as seguintes condições:
- Hepatites virais (B e C);
- Doença de Chagas aguda;
- Infecção pelo HIV/Aids;
- Infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical;
- Infecção pelo HIV;
- Malária na região Amazônica e extra-Amazônica;
- Sífilis adquirida, congênita ou em gestante.
Dentre estas, a doença de Chagas aguda e a malária na região extra-Amazônica devem ter sua notificação IMEDIATA ou em até 24 horas a partir da suspeita inicial. As demais situações devem ser notificadas em até 1 semana.
No caso específico da doença de Chagas, como o serviço de hemoterapia não possui condições ideais para realizar o diagnóstico confirmatório e classificar o estágio da doença, a notificação não exige especificação da mesma como aguda ou crônica.
Key Points:
- Doença de Chagas aguda e malária na região extra-Amazônica são de notificação imediata ou, no máximo, em 24 horas a partir da suspeita inicial na triagem de doadores de sangue.
Mulher, 24 anos, hígida, doadora de sangue de repetição, comparece ao hemocentro para nova doação. Resultado dos testes de triagem para doenças infecciosas mostrado abaixo. Neste momento, qual conduta NÃO está indicada?
A) Iniciar retrovigilancia de doações anteriores
B) Convocar doadora para coleta de segunda amostra
C) Retestagem da mesma amostra com metodologia diferente
D) Descarte dos hemocomponentes obtidos
C) RETESTAGEM DA MESMA AMOSTRA COM METODOLOGIA DIFERENTE
Quando os testes de triagem para doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue forem reagentes (resultado positivo ou inconclusivo) em qualquer doador de sangue que, em doações anteriores, foi testado como NÃO reagente (soroconversão/viragem), o serviço de hemoterapia adotará procedimentos de retrovigilância, que se iniciam por:
- Verificação do estoque para identificar se há hemocomponentes dessa doação, procedendo com o seu descarte, se houver;
- Retestagem da mesma amostra da doação para confirmar o resultado inicial, quando a soroconversão/viragem for detectada somente pelo teste SOROLÓGICO.
Ainda segundo as normas vigentes, a retestagem deve ser feita com kits de diferentes produtores ou utilizando metodologia diferente, para afastar problemas de falso positivo em decorrência da qualificação técnica do teste ou de características da amostra/indivíduo.
Quando os testes realizados forem de natureza diferente, por exemplo: ELISA/Quimioluminescência e NAT, essa necessidade de diferenciação já estará contemplada.
No caso da detecção de viragem pelo NAT para HIV e/ou HCV isoladamente ou associado a teste sorológico, NÃO será necessária a realização de teste adicional para confirmar o resultado inicial.
Key Points:
- Quando os testes de triagem forem reagentes (positivos ou inconclusivos) em um doador previamente não reagente, deve-se descartar todos os hemocomponentes obtidos pela doação e retestar a mesma amostra com kit diferente ou metodologia diferente.
- A detecção de viragem pelo NAT para HIV e/ou HCV não exige realização de teste confirmatório na amostra da doação.
Referências:
- Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância - Guia para a Hemovigilância no Brasil. ANVISA. 2015.
Homem, 40 anos, compareceu ao hemocentro para doação voluntária de sangue. Durante a coleta, ocorreu erro técnico e foi coletado volume de 500 ml de sangue total. Neste caso, qual a conduta recomendada?
A) Aliquotar em duas bolsas
B) Acrescentar volume complementar de anticoagulante
C) Produzir exclusivamente plasma e plaqueta
D) Descartar o produto
D) DESCARTAR O PRODUTO
Conforme a legislação, qualquer coleta de sangue total com volume >495 ml deve ser DESPREZADA devido à perda da proporção adequada entre o sangue e o volume fixo de anticoagulante disponível na bolsa (60 a 65 ml).
Por isso, o volume recomendado para coleta é de 450 ± 45 ml, não podendo exceder 495 ml.
Key Points:
- O volume máximo de sangue total coletado por doação é de 495 ml.
Mulher, 22 anos, doadora de medula óssea para TMO alogênico aparentado. Encaminhada ao hemocentro de referência para doação de sangue autóloga. Durante a coleta, entretanto, manifestou ataque de pânico, sendo necessário interromper o procedimento. Volume coletado: 228 ml, armazenado em bolsa padronizada contendo 60 ml de CPDA-1, sem solução aditiva. Neste caso, qual a conduta recomendada?
A) Reduzir o volume de anticoagulante e armazenar a bolsa de sangue
B) Descartar a bolsa de sangue
C) Acrescentar solução aditiva e armazenar a bolsa de sangue
D) Armazenar a bolsa de sangue
B) DESCARTAR A BOLSA DE SANGUE
Todas as bolsas utilizadas para coleta de sangue contem anticoagulante, normalmente com volume fixo de 60-65 ml por bolsa.
Para garantir a proporção adequada entre o anticoagulante e a quantidade de sangue coletada, recomenda-se obter o VOLUME IDEAL de 450 ± 45 ml de sangue total por doação.
Para essa quantidade FIXA de anticoagulante, é permitido a coleta de volumes menores, entre 300 a 404 ml de sangue total, desde que o concentrado de hemácias produzido seja identificado como “unidade de baixo volume de concentrado de hemácias”.
Coletas especiais com volume de sangue total inferior a 300 ml só podem ser utilizadas para fins transfusionais quando obtidas em bolsas específicas para este fim ou manipuladas em sistema estéril, não sendo permitida a abertura do sistema de conexões para correção do volume de anticoagulante.
Portanto, coletas de sangue com volume inferior a 300 ml devem ser desprezadas na maioria dos vezes.
Key Points:
- O volume habitual de anticoagulante presente nas bolsas é de 60-65 ml;
- Concentrados de hemácias produzidos a partir de doações com volume entre 300 e 404 ml de sangue total devem ser identificados como “unidades de baixo volume de concentrados de hemácias”.
- Em geral, bolsas com volume inferior a 300 mL devem ser desprezadas.
Referências:
- Portaria de Consolidação nº 5. Ministério da Saúde. 2017.
Homem, 68 anos, portador de adenocarcinoma de pâncreas, será submetido a duodenopancreatectomia eletiva. Hb 11,2 g/dl e Ht 34%. Foi encaminhado pelo médico assistente para doação de sangue autóloga antes da cirurgia. Neste caso, qual o intervalo MÍNIMO recomendado entre a coleta de sangue e o procedimento cirúrgico?
A) 48h
B) A doação autóloga está contraindicada pela presença de anemia
C) 72h
D) 7 dias
C) 72h
A doação AUTÓLOGA pré-operatória faz parte das medidas para reduzir a exposição a sangue alogênico em indivíduos que serão submetidos a procedimentos com expectativa de sangramento importante.
Para ser realizada, depende da solicitação do médico ASSISTENTE e aprovação conjunta do médico hemoterapeuta.
A unidade de componente sanguíneo a ser utilizada é rotulada como “Doação Autóloga” e NÃO pode ser utilizada para outros fins.
As doações autólogas são submetidas aos mesmos testes imunohematológicos e testes para detecção de infecções transmissíveis pelo sangue realizados nas doações convencionais. Entretanto, não interferem na liberação do produto mesmo quando forem reagentes.
NÃO há limite de idade para realização de doação autóloga e a concentração de hemoglobina ou hematócrito do doador-paciente não deve ser inferior a 11g/dL e 33%, respectivamente.
A frequência das doações autólogas será determinada pelo médico hemoterapeuta, respeitando-se os seguintes critérios:
- Não será colhido sangue do doador-paciente dentro das 72 horas anteriores ao procedimento cirúrgico
- O intervalo entre cada doação autóloga não será inferior a 7 dias (exceto em situações excepcionais).
Key Points:
- A doação autóloga deve ser utilizada exclusivamente para esta finalidade;
- O intervalo mínimo recomendado entre a doação autóloga e o procedimento cirúrgico é de 72 horas.
Referências:
- Portaria de Consolidação nº 5. Ministério da Saúde. 2017.
Mulher, 32 anos, recebeu transfusão de 1 CH devido sangramento uterino pós-parto. Após 2 meses, recebeu telefonema do hemocentro responsável informando que foi identificada viragem sorológica do doador no teste anti-HTLV 1/2. A paciente foi convocada para realização de sorologia, cujo resultado foi NEGATIVO. Neste caso, qual o tempo MÍNIMO de seguimento recomendado para descartar infecção do receptor?
A) 6 meses após a transfusão
B) 3 meses após a transfusão
C) 12 meses após a transfusão
D) 1 mês após a transfusão
C) 12 MESES APÓS TRANSFUSÃO
No processo de retrovigilância, a legislação prevê que a responsabilidade de localizar e convocar o receptor no caso de viragem laboratorial do doador deve ser compartilhada tanto pelo serviço de hemoterapia que forneceu o sangue quanto pelo serviço de saúde onde a transfusão foi realizada.
O tempo mínimo de acompanhamento para descartar com segurança a transmissão da infecção por HTLV 1/2 recomendado pela legislação é de 12 meses após a transfusão de sangue.
Outras situações de viragem laboratorial exigem menor faixa de tempo de seguimento do receptor.
Key Points:
- A responsabilidade de localizar e convocar o receptor no caso de viragem laboratorial do doador deve ser compartilhada tanto pelo serviço fornecedor do sangue quanto pelo serviço onde a transfusão foi realizada;
- O tempo de seguimento do receptor após viragem sorológica anti-HTLV 1/2 é de 12 meses para que o risco de infecção seja descartado.
Referências:
- Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil . ANVISA. 2015.
Qual das seguintes alterações laboratoriais no sangue do doador NÃO está relacionada à doação de granulócitos por aférese?
A) Hipofibrinogenemia
B) Hiperamilasemia
C) Hipercalcemia
D) Alargamento de TTPa
C) HIPERCALCEMIA
A transfusão de granulócitos é um procedimento controverso indicado para pacientes com neutropenia grave e transitória que desenvolvem complicações infecciosas ameaçadoras à vida.
A falta de estudos de boa qualidade prejudica a avaliação do efeito terapêutico desta terapia de suporte.
Pacientes submetidos a quimioterapia de alta intensidade (incluindo transplante de medula óssea), com expectativa de resolução relativamente rápida da neutropenia e complicações bacterianas ou fúngicas graves são elegíveis a tratamento de suporte com transfusão diária de granulócitos até resolução da neutropenia.
Caso o tratamento seja indicado, é importante ressaltar que trata-se de terapia complementar e que a melhora do paciente não está condicionada exclusivamente à sua realização.
Para doação, é necessário selecionar indivíduo saudável e isogrupo ABO em relação ao paciente.
O doador recebe estímulo com G-CSF, com ou sem Dexametasona, em dose única na véspera do procedimento e realiza a doação por método de leucocitoaférese.
Durante a sessão de aférese, utiliza-se anticoagulação ex vivo com citrato de sódio, que age por meio da quelação do cálcio necessário para a cascata de coagulação.
Por esse motivo, sintomas relacionados à HIPOCALCEMIA, como parestesias em formigamente nas extremidades e cãimbras, são comuns durante e podem ser resolvidos com suplementação oral ou parenteral de cálcio.
A aférese é baseada no princípio de separação das frações do sangue por centrigugação. Para auxiliar na diferenciação por gradiente de densidade entre hemácias e granulócitos, o doador recebe infusão de coloide (Hidroxietilamido) durante a doação de granulócitos.
Como efeitos adversos relacionados ao uso de Hidroxietilamido temos: prurido, reações alérgicas, hipertensão arterial, redução do fibrinogênio, prolongamento do TTPA e hiperamilasemia, geralmente sem relevância clínica.
Key Points:
- A transfusão de granulócitos tem eficácia controversa e exige doador ABO compatível e altamente motivado, considerando exposição aos potenciais efeitos adversos relacionados ao uso de G-CSF, ao procedimento de aférese e ao uso de Hidroxietilamido;
- O Hidroxietilamido é um coloide sintético utilizado como agente sedimentante para auxiliar na separação entre hemácias e granulócitos por centrifugação;
- A hipocalcemia é frequente nos procedimentos de aférese e decorre do uso do anticoagulante ex vivo citrato de sódio.
Referência.
- Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil. Anvisa. 2015.
- Gil Cunha De Santis. Transfusão de granulócitos. Revista Medicina, Ribeirão Preto. 1999.
Qual situação NÃO é considerada contraindicação absoluta à doação de sangue autóloga?
A) Tratamento antimicrobiano
B) Acidente vascular cerebral isquêmico nos últimos 6 meses
C) Insuficiência cardíaca compensada
D) Estenose aórtica grave
C) INSUFICIENCIA CARDIACA COMPENSADA
O serviço de hemoterapia deve definir os critérios para aceitação e rejeição de doadores autólogos, sendo contraindicações ABSOLUTAS as seguintes condições:
- Insuficiência cardíaca DESCOMPENSADA;
- Estenose aórtica GRAVE;
- Angina pectoris INSTÁVEL;
- Infarto do miocárdio nos últimos 6 meses;
- Acidente vascular cerebral isquêmico nos últimos 6 meses;
- ALTO grau de obstrução da artéria coronária esquerda;
- Cardiopatia cianótica; e
- Presença de infecção ATIVA ou tratamento antimicrobiano.
Outras contraindicações serão avaliadas caso a caso, de acordo com o protocolo do serviço de hemoterapia, podendo inclusive ser mais rigorosas que a legislação.
Qual o tempo previsto para INAPTIDÃO do doador de sangue após receber vacina dupla antitetânica do tipo adulto (dT)?
A) 3 meses
B) 48h
C) 24h
D) 4 semanas
B) 48h
As vacinas de bactérias ou vírus inativados, toxoides ou vacinas recombinantes levam à inaptidão temporário por período de 48h.
São exemplo de vacinas nesta categoria:
Pólio (Salk), Dupla do tipo adulto - dT(Difteria e Tétano), DTPa (Difteria,Tétano e Coqueluche acelular), Tetra (Difteria,Tétano, Coqueluche e Hemophillus influenzae do tipo b), Meningite, Coqueluche, Pneumococo, Hemophillus influenzae do tipo b, hepatite A, Hepatite B recombinante, HPV e Influenza.
No caso de vacinas que utilizam vírus ou bactérias vivos e atenuados, o tempo de inaptidão é de 4 semanas.
Mulher, 18 anos, comparece ao hemocentro para doação voluntária de sangue. Na entrevista, informa uso recreativo de maconha com frequência semanal. Neste caso, qual o intervalo MÍNIMO recomendado entre o uso desta substância e a doação de sangue?
A) 24 horas
B) 12 meses
C) 12 horas
D) 7 dias
12 HORAS
O uso de maconha impede a doação de sangue por período de 12 horas.
Além disso, deve-se pesquisar evidências sobre o uso de outros tipos de drogas.
O uso de anabolizantes injetáveis sem prescrição médica, crack ou cocaína por via nasal é causa de exclusão temporária da doação por um período de 12 meses, contados a partir da data da última utilização.
Na avaliação para doação de sangue, serão inspecionados ambos os braços dos candidatos para detectar evidências de uso repetido de drogas parenterais ilícitas, sendo que a presença desses sinais determina a inaptidão definitiva do doador.
Key Points:
- O uso de maconha impede a doação de sangue por período de 12 horas.
Na doação de sangue por aférese, qual o volume sanguíneo extracorpóreo MÁXIMO permitido durante o procedimento?
A) 5% da volemia
B) 15% da volemia
C) 30 ml/kg
D) 20 ml/kg
15% DA VOLEMIA
O procedimento de doação de sangue por aférese apresenta riscos maiores quando comparado à doação tradicional de sangue total.
Por esse motivo, o médico hemoterapeuta sempre será o responsável pelo procedimento de aférese, devendo estar preparado para eventuais emergências no caso de reações adversas.
Para evitar hipotensão arterial e complicações relacionadas à hipoperfusão orgânica, o volume sanguíneo extracorpóreo NÃO deve superar 15% da volemia do doador.
Em geral, considera-se que a volemia habitual de um indivíduo adulto (excluindo-se gestantes) seja 70 ml/kg.
Portanto, para adultos, o volume sanguíneo máximo permitido no circuito extracorpóreo da máquina de aférese é de aproximadamente 10 ml/kg.
Habitualmente, os circuitos extracorpóreos tem volume de 200 a 300 ml. Portanto, indivíduos acima de 30 kg podem tolerar o procedimento sem risco hemodinâmico adicional.
Key Points:
- O volume sanguíneo extracorpóreo não deve superar 15% da volemia do doador na doação de hemocomponentes por aférese.
Em qual contexto clínico NÃO há contraindicação à transfusão de concentrado de hemácias obtido de doador portador de traço falciforme?
A) Neurocirurgia
B) Doença falciforme
C) Recém-nascido
D) Acidose metabólica grave
NEUROCIRURGIA
É obrigatória a pesquisa de hemoglobina S em todos os doadores de sangue, pelo menos, na primeira doação.
Esses componentes NÃO serão desleucocitados e nem utilizados em pacientes nas seguintes situações clínicas:
- Portadores de hemoglobinopatias;
- Presença de acidose grave;
- Recém-nascidos;
- Transfusão intrauterina;
- Procedimentos cirúrgicos com circulação extracorpórea; e
- Hipotermia.
No caso de procedimentos cirúrgicos, o uso de concentrado de hemácias obtidos de doador com traço S só é contra-indicado caso seja utilizada circulação extracorpórea.
Key Points:
- É contra-indicado o uso de concentrados de hemácia com traço S nas situações: hemoglobinopatias, acidose grave, recém-nascidos, transfusão intrauterina, procedimentos cirúrgicos com circulação extracorpórea e hipotermia.
Menina, 4 anos, doadora de medula óssea para sua irmã mais nova. Recebeu reforço de vacina contra febre amarela há 2 dias. Neste caso, qual o intervalo mínimo recomendado para a doação após a vacinação?
A) 4 semanas
B) 8 semanas
C) 2 semanas
D) 12 semanas
4 SEMANAS
Doadores de células-tronco hematopoéticas devem ser vacinados conforme as recomendações habituais para a idade.
A conduta de vacinação ADICIONAL do doador na intenção de melhorar a imunidade do RECEPTOR contra determinado agente específico só tem efeito nas vacinas que geram imunidade dependente de células T. Mesmo assim, seu efeito é TRANSITÓRIO.
Portanto, NÃO se recomenda vacinação ADICIONAL do doador com esta intenção, com EXCEÇÃO da vacinação contra HEPATITE B no caso de receptores com infecção pelo vírus em ATIVIDADE.
As vacinas baseadas em vírus VIVO atenuado são CONTRAINDICADAS no período de 4 semanas anteriores à doação de células-tronco, pelo risco de transmissão de doença relacionada à vacina, mesmo que a duração habitual da viremia seja inferior a esse período.
Key Points:
- Não se recomenda vacinação adicional do doador antes da doação de células-tronco hematopoéticas;
- Caso o doador tenha recebido vacinação com vírus vivo atenuado, recomenda-se intervalo mínimo de 4 semanas antes de prosseguir com a doação de células-tronco.
Referências:
- Cordonnier C, et al. Vaccination of haemopoietic stem cell transplant recipients: guidelines of the 2017 European Conference on Infections in Leukaemia (ECIL 7). Lancet. 2019.
Mulher, 32 anos, G3P2A1, internada devido anemia secundária à hipermenorreia. Hb 4,2 g/dl. Nega hemotransfusão prévia. Foi solicitada transfusão de 1 CH convencional. Testes pré-transfusionais mostrados abaixo. Neste caso, qual a recomendação em relação à realização de FENOTIPAGEM eritrocitária da receptora?
A) Deve-se realizar fenotipagem completa
B) Não está indicada realização de fenotipagem
C) Deve-se realizar fenotipagem somente para antígenos do sistema Rh e Kell
D) Deve-se realizar fenotipagem somente para antígenos do sistema Rh
DEVE-SE REALIZAR A TIPAGEM COMPLETA
Sempre que se tratar de receptores aloimunizados contra antígenos eritrocitários ou receptores que estão ou poderão entrar em regime de transfusão crônica, recomenda-se a fenotipagem do sangue do RECEPTOR para os seguintes antígenos eritrocitários:
- Sistema Rh: D, E, e, C, c;
- Sistema Kell: K;
- Sistema Duffy: Fy(a), Fy(b);
- Sistema Kidd: Jk(a), Jk(b); e
- Sistema MNS: S, s.
Essa medida tem como objetivo prevenir a aloimunização e também auxiliar na identificação de possíveis anticorpos antieritrocitários irregulares que surgirem ao longo do seguimento clínico.
Key Points:
- Recomenda-se realizar fenotipagem eritrocitária estendida de rotina em todos os receptores aloimunizados ou que estão ou são potenciais candidatos a regime de transfusão crônica.
Homem, 45 anos, doador de sangue de repetição, comparece para nova doação. Resultados dos testes de triagem da doação atual e das doações anteriores mostrados abaixo. Neste caso, quais doações devem ser incluídas no processo de retrovigilância?
A) Set/2019 e abril/2019
B) Set/2019
C) Nenhuma
D) Set/2019, abril/19 e outubro/18
C) NENHUMA
Nos casos de viragem laboratorial/soroconversão com confirmação dos resultados iniciais reagentes para anti-HIV, anti-HCV, HBsAg ou anti-HTLV 1/2 em doador que possua doação anterior com triagem negativa, a investigação retrospectiva deve buscar todos os hemocomponentes doados até o período de SEIS meses anteriores à ÚLTIMA testagem NÃO reagente se o método utilizado for SOROLOGIA.
Se o teste utilizado for NAT isolado para HIV e HCV, deve-se rastrear somente o período de 3 meses anteriores à última testagem não reagente.
É importante observar que a data a partir da qual deve-se retroagir por seis meses ou três meses é a data da última doação cujos testes foram negativos, e não a data da doação atual (com testagem positiva).
Todos os hemocomponentes resultantes de todas as doações desse período deverão ser rastreados, com a identificação do serviço que o transfundiu e do respectivo receptor.
Para o caso de confirmação dos testes iniciais reagentes para anti-HBc, entretanto, a investigação retrospectiva deve ser dos hemocomponentes doados na última doação não reagente, caso esta tenha ocorrido há menos de 12 meses.
Key Points:
- O período de rastreabilidade é calculado a partir da última doação negativa e corresponde a 6 meses no caso de testes sorológicos positivos e 3 meses nos casos de NAT para HIV e/ou HCV positivo isolado (ou seja, com sorologia negativa concomitante).
- No caso de positividade para a sorologia anti-HBc, rastreia-se a última doação negativa que tenha ocorrido em período de até 1 ano da doação atual.
Referências:
- Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância - Guia para a Hemovigilância no Brasil. ANVISA. 2015.
Qual o volume MÍNIMO exigido para o concentrado de PLAQUETAS coletado por AFÉRESE?
A) 200 ml
B) 300 ml
C) 100 ml
D) 400 ml
A) 200ml
O concentrado de plaquetas obtido por AFÉRESE deve ter volume maior ou igual a 200mL, contagem de plaquetas maior ou igual a 3,0.10*11/unidade (plaquetaférese simples) ou maior ou igual a 6,0.10*11/unidade (plaquetaférese dupla).
A contagem de leucócitos no produto deve ser MENOR que 5,0.10*6/unidade, o pH MAIOR que 6,4 no ÚLTIMO dia de armazenamento e a cultura microbiológica deve ser NEGATIVA.
Deve ser garantido um volume MÍNIMO de plasma ou solução aditiva de 40 mL a cada 5,5.10*10 plaquetas.
Key Points:
- O concentrado de plaquetas obtido por aférese deve ter volume maior ou igual a 200mL.
Após a doação, qual o tempo MÁXIMO permitido para resfriamento do sangue total destinado à produção de concentrado de plaquetas?
A) 6h
B) 24h
C) 8h
D) 12h
C) 8h
As bolsas de sangue total resultantes do processo de doação deverão ser adequadamente acondicionadas.
Para a produção EXCLUSIVA de concentrado de hemácias e plasma fresco congelado, as bolsas de sangue total serão acondicionadas o mais brevemente possível após a coleta à temperatura de 4 ± 2⁰C.
Se a produção de concentrado de PLAQUETAS também for programada, as bolsas de sangue serão acondicionadas a temperatura entre 20 e 24ºC, nunca devendo ser inferior a 20⁰C, preferencialmente dentro das primeiras 8h e não excedendo o MÁXIMO de 24h, até que as plaquetas sejam separadas.
O sangue total coletado em locais diferentes daqueles em que será processado deverá ser transportado à temperatura de 22 ± 2°C, nunca inferior a 20°C se houver intenção de produzir concentrado de plaquetas.
Se o sangue total não for destinado à produção de plaquetas, ele poderá ser transportado à temperatura de 1°C a 10°C
Key Points:
- Se a produção de concentrado de plaquetas for programada, as bolsas de sangue devem ser resfriadas preferencialmente dentro das primeiras 8h após a coleta, nunca excedendo o máximo de 24h, até que as plaquetas sejam fracionadas.
Qual fator de coagulação NÃO está disponível em dose significativa no crioprecipitado?
A) Fator IX
B) Fator VIII
C) Fibrinogênio
D) Fator XIII
B) FATOR VIII
O crioprecipitado é constituído por fatores de coagulação insolúveis que persistem após o descongelamento do plasma fresco que foi congelado à temperatura de 1 a 6ºC.
Seus principais constituintes são:
- Fibrinogênio;
- Fator VIII;
- Fator XIII;
- Fator de von Willebrand; e
- Fibronectina.
A fibronectina não tem utilidade clínica.
Apesar de conter fator VIII e fator de von Willebrand, não deve ser utilizado para sua reposição, sendo preferido o uso dos concentrados específicos desses fatores.
Em geral, cada unidade de crioprecipitado é capaz de elevar o nível sérico de fibrinogênio em 7 a 10 mg/dl em um indivíduo de 70 kg.
A dose transfusional habitual é de 1 unidade de crioprecipitado para cada 10 kg de peso.
Key Points:
- O crioprecipitado é constituído por fibrinogênio, fator VIII, fator XIII e fator de von Willebrand.
Referências:
- Tobian A, et al. Clinical use of Cryoprecipitate. Uptodate. 2020.
Qual o volume MÍNIMO exigido para o concentrado de PLAQUETAS coletado por AFÉRESE?
A) 500 ml
B) 300 ml
C) 100 ml
D) 200 ml
D) 200ml
O concentrado de plaquetas coletado por aférese deve ter volume maior ou igual a 200 mL, contagem de plaquetas maior ou igual a 3,0.10*11/unidade (plaquetaférese simples) ou maior ou igual a 6,0.10*11/unidade (plaquetaférese dupla);
A contagem de leucócitos deve ser menor que 5,0.10*6/unidade, o pH maior que 6,4 (no último dia de armazenamento) e a cultura microbiológica deve ser negativa.
Deve ser garantido um volume mínimo de plasma ou solução aditiva de 40 mL por 5,5.10*10 plaquetas.
Key Points:
- O concentrado de plaquetas coletado por aférese deve ter volume maior ou igual a 200mL.
Homem, 52 anos, portador de leucemia mieloide aguda, evoluiu com aspergilose pulmonar grave com indicação de lobectomia segmentar à direita. Foi solicitada reserva de 2 CH leucorreduzidos e irradiados para o procedimento cirúrgico. Entretanto, nenhuma das bolsas disponíveis havia sido previamente irradiada. Considerando que estas bolsas já estavam armazenadas há 18 dias, qual será o prazo MÁXIMO de validade após a irradiação?
A) 48h
B) 24h
C) 42 dias
D) 28 dias
A) 48H
A irradiação dos hemocomponentes celulares é feita com exposição do produto a 25 Gy por meio de dispositivo próprio disponível na maioria dos bancos de sangue.
Quando realizada até 14 dias após a coleta, o concentrado de hemácias passa a ter validade de até 28 dias após a irradiação, não podendo ultrapassar o prazo de validade inicial de 42 dias.
Caso a irradiação seja feita em concentrado de hemácias com mais de 14 dias de armazenamento desde a coleta, a validade do mesmo passa a ser somente 48h.
Key Points:
- A irradiação de hemocomponentes celulares reduz a meia-vida do concentrado de hemácias;
- O prazo de validade será de 28 dias após a irradiação para produtos com até 14 dias de coleta e 48h, caso armazenados por mais de 14 dias, nunca excedendo o prazo de validade original.
Referência:
- Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil. Anvisa. 2015.