Insuficiência venosa crônica Flashcards
Insuficiência venosa crônica
Conjunto de manifestações clínicas causadas por anormalidades do sistema venoso periférico, geralmente acometendo membros inferiores
Mecanismos responsáveis pelo retorno venoso (6)
- Pressão cardíaca – coração como bomba de sucção
- Baixa pressão abdominal
- Atuação da “esponja venosa” das plantas dos pés
- Inspiração - Princípio de Valsalva
- Contração da musculatura da perna
- Valvas venosas
A IVC é mais comum em que sexo?
Feminino
Telangiectasias
- Capilares, arteríolas ou vênulas dilatadas e aparentes
- < 2 mm
- Assintomáticas
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Microvarizes/veias reticulares
- Veias dilatadas entre 2 e 4 mm
- Sem elevação no plano da pele
- Geralmente assintomáticas
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Varizes
- Veias dilatadas do sistema venoso SUPERFICIAL > 4 mm
- Elevadas em relação ao plano da pele
- Geralmente sintomáticas (dor, queimação)
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IVC primária/Varizes primárias
IVC primária do sistema venoso superficial sem nenhuma causa relacionada ao sistema venoso profundo
IVC secundária/Varizes secundárias
- Efeitos no sistema venoso superficial (varizes) por problemas no sistema venoso profundo
- Síndrome pós-trombótica
- Fístula arteriovenosa
- Agenesia congênita de sistema venoso profundo (SVP)
Geralmente secundária a TVP
Fisiopatologia
IVC/varizes primárias
- Disfunção/enfraquecimento da parede venosa, gerando afastamento das cúspides e refluxo
- Aumenta a pressão hidrostática, causando edema
- Edema gera inflamação que gera mais edema
- Maior permeabilidade vascular promove extravasamento de hemácias (sendo que a degradação da HB em hemossiderina gera alterações na pele e lesão tecidual).
- O edema também impede a difusão adequada de nutrientes para as células assim, os músculos ficam doloridos e fracos, e a pele se torna gangrenosa e ulcerada.
IVC
Fatores predisponentes
-
30% fatores ambientais
- Longos períodos parado em ortostatismo
- Idade
- Sexo feminino
- Obesidade
- Gestações repetidas
- Salto alto (não há contração da panturrilha)
- 70% PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
IVC
Quadro clínico
(sintomas habituais + sintomas ocasionais)
Sintomas habituais nos MMII
- Dor
- Cansaço
- Sensação de peso ou de latejamento
- Desconforto
Sintomas ocasionais
- Ardor/queimação
- Prurido cutâneo
- Formigamento
- Inchaço
- Cãibras musculares
- Pernas inquietas
IVC
Dor característica
Dor bilateral, vespertina, piora no final do dia e melhora com a elevação dos membros inferiores
(peso nas pernas, latejamento, piora nos dias que trabalha mais, fica mais em pé, pode piorar no pré menstrual ou período menstrual, ou no calor)
Complicações da IVC
Varicorragia
Sangramento de uma veia superficial, ulceração da veia, com abertura do lúmen para o exterior
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Complicações da IVC
Varicotrombose/Tromboflebite superficial
Coágulo dentro de uma veia varicosa causando inflamação
De acordo com a região faz-se um tratamento com o uso de trombolíticos pelo risco de cair no sistema venoso profundo, mas geralmente os cuidados são locais como anti-inflamatório, analgesia, compressa morna
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Complicações da IVC
Úlceras
Estágio mais avançado da insuficiência venosa crônica
O edema impede a difusão adequada de nutrientes dos capilares para as células cutâneas; assim a pele se torna gangrenosa e ulcerada
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Classificação CEAP
- Clínica (0-6)
- Etilogia
- Anatomia
- Patofisiologia
Classificação CEAP
C - Clínica
- 0 – Sem sinais clínicos (mas pode ter algum sintoma)
- 1 – Telangiectasias e veias reticulares
- 2 – Varizes
- 3 – Varizes com edema
- 4 – Varizes + edema + alterações de pele
- 5 – Varizes + úlcera cicatrizada
- 6 – Varizes + úlcera ativa
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Classificação CEAP
E - Etiologia
- Congênita
- Primária
- Secundária (geralmente pós-trombose; a trombose lesa as válvulas e essas perdem sua função)
Classificação CEAP
A - Anatomia
- Superficial, profunda, perfurantes
Classificação CEAP
P - Patofisiologia
Refluxo, obstrução (TVP ativa), ambos
IVC
Diagnóstico
Clínico!
História clínica
- Pesquisa de causas secundárias
Exame físico
- Em pé e deitado!!
- Inspeção
- Manobras especiais para testar o refluxo venoso (porém hoje com o USG são pouco utilizadas)
IVC
Exame padrão-ouro
USG Duplex Scan (Ecodopller)
- Padrão – ouro
- Localização de refluxos
- Safenas, perfurantes
- Fazer exame em pé
- Planejamento cirúrgico
IVC
Exames complementares
USG ECODOPPLER - PADRÃO OURO
Flebografia
- Situações especiais
- Punção femoral ou de veia do pé para investigação de causas secundárias
Tomografia computadorizada
- Avalia síndromes compressivas abdominais
Pletismografia
- Registro da variação do volume do membro pela entrada e saída de sangue
Pressão venosa ambulatorial
- Monitorização hemodinâmica da insuficiência venosa – aferição do valor da pressão do refluxo venoso no interior dessa veia
Tratamento IVC
Medidas não medicamentosas
- Repouso com elevação de membros inferiores
- Evitar sapatos altos
- Corrigir obesidade
- Realizar atividade física adequada
- Cama em Tredelemburg
Tratamento IVC
Flebotônicos
- Terapia complementar (para pacientes com sintomas, sem indicação cirúrgica ou com persistência dos sintomas pós cirurgia)
- Minimizam sintomas e edema dos membros inferiores na IVC
Ações
- Reforçam a parede venosa
- Melhora a microcirculação
- Melhora a drenagem linfática
- Diminui a permeabilidade capilar
- Diosmina
- Hesperidina
- Geralmente associação usados em associação (Perivasc: Diosmina + Hesperidina)
- Dobesilato de cálcio
- Cumarina
- Troxerrutina
- Castanha da índia
Tratamento IVC
Funções da terapia compressiva
- A compressão equilibra o aumento patológico da pressão venosa
- Promove absorção do edema e retorno dos líquidos para o sistema venolinfático
- Alivia/trata os sintomas da IVC
*Não comprimir de forma a interferir com suprimento arterial
Tratamento IVC
Meias de compressão
- Terapia compressiva elástica
- Compressão graduada
- 15-20 mmHg: profilaxia, viagens de longa distância
- 20-30 mmHg: CEAP 2 e 3
- 30-40 mmHg: CEAP 3, 4 e 5, linfedemas leves
Tratamento IVC
Terapia compressiva elástica para úlceras varicosas
Os sistemas inelásticos são os melhores para tratar úlceras (principalmente as não cicatrizadas) - IVC avançada
- Bota de Unna
- Bandagens multiextrato
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Tratamento das telangiectasias
Escleroterapia química
- Glicose 75%, Ethamolin®, polidocanol
- Irritação endotelial produzindo oclusão e fibrose
Escleroterapia térmica
- Laser transdérmico – queima o vaso
- Usado com ou sem associação à escleroterapia química
Tratamento das varizes
Flebectomia
- Ligadura de veias perfurantes
Safenectomia convencional
- Exérese com fleboextrator e incisões da safena
Termoablação (laser ou radiofrequência)
- “queima a safena por dentro” (não precisa de incisão)
- Menor tempo de recuperação
- Maior satisfação cosmética
Escleroterapia com espuma
- Ablação química de veias de grosso calibre
- Polidocanol + ar = espuma
- Concentrações diferentes de acordo com a veia
- A espuma potencializa o químico
Qual é a patologia vascular mais prevalente na população?
INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA!