Hérnias de parede abdominal Flashcards
HÉRNIAS DE PAREDE ABDOMINAL - Epidemiologia
O reparo das hérnias são uma das operações mais comumente realizadas por cirurgiões gerais. (herniorrafia inguinal).
EUA mais de 600.000 correções de hérnias são realizadas por ano
Apesar da frequência cirúrgica das hérnias algumas complicações permanecem: dor pós-operatória, lesão de nervo, infecção e recorrência
Hérnia é derivada da palavra latina ruptura
Calcula-se que 5% da população venha a desenvolver uma hérnia da parede abdominal. A prevalência das hérnias aumenta com a idade, particularmente para as hérnias inguinal, umbilical e femoral.
Cerca de 75% de todas as hérnias ocorrem na região inguinal (e dessas 2/3 são indiretas). É a mais comum entre homens e mulheres.
Homens são 25 vezes mais propensos a ter uma hérnia inguinal do que as mulheres
Uma hérnia pode ocorrer em vários locais do corpo, mas esses defeitos mais comumente envolvem a parede abdominal
Terceira causa mais comum de obstrução depois da brida e tumores
Hérnias femorais (10/1) e umbilicais (2/1) são mais comuns em mulheres do que em homens [mais a mais comum em qualquer sexo é a inguinal indireta – cuidado com o pega ratão]
As hérnias femorais são as que tem maior taxa de estrangulamento (15 a 20%) [o orifício é menor]
A maior parte das hérnias estranguladas são inguinais (porque tem mais)
Tanto a hérnia inguinal indireta como as hérnias femorais predominam do lado direito atribui-se isso a uma demora na atrofia do processo vaginal após a descida mais lenta do testículo direito para o escroto durante o desenvolvimento fetal.
E a predominância da hérnia femoral do lado direito deve-se ao efeito de tamponamento do cólon sigmóide no canal femoral esquerdo.
Fatores de risco
Congênitos
Persistência do processo vagina (principal)
Prematuridade e baixo peso
Deficiências de colágeno (Marfan, Ehlers-Danlos, Hunter)
Adquiridos
Alterações do colágeno: tabagismo e idade avançada
Prostatismo, DPOC, neoplasia Intra-abdominal, constipação, ascite, obesidade (situações que aumente a pressão intrabdominal - tosse persistente, dificuldade de urinar e defecar)
HÉRNIA
Protusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes (adjacentes).
Hérnia epigástrica – entre o xifoide e o umbigo
Umbilical
Inguinais (diretas e indiretas)
Femorais – abaixo do ligamento inguinal no canal femoral
Componentes das hérnias
ANEL HERNIÁRIO – quando você palpa a borda da aponeurose (o mais problemático é um anel estreito – risco de hérnia encarcerada) ou COLO HERNIÁRIO - é localizado na camada músculo aponeurótica mais interna
SACO HERNIÁRIO – bolsa que envolve a víscera (peritônio) e faz protrusão no colo
CONTEÚDO HERNIÁRIO – própria víscera que passou pra outra cavidade
HÉRNIA INGUINAL INDIRETA
O saco herniário passa do anel inguinal interno obliquamente em direção ao anel inguinal externo, lateralmente aos vasos epigástricos e por fim para o escroto/ associa-se a persistência do conduto peritônio vaginal (no homem) e do canal de nuck na mulher (Precisa de um canal – canal inguinal – vai entrar pelo anel profundo, passa pelo canal, e saí pelo anel superficial – lateral aos vasos epigástricos inferiores).
HÉRNIA INGUINAL DIRETA
O saco faz protrusão para fora e para frente e é medial ao anel inguinal interno e vaso epigástricos inferiores (ela destrói a parede e saí do triangulo de Hasselbach, ela é medial aos vasos epigástricos inferiores).
HÉRNIA EM PANTALONA OU MISTA
Ocorre quando existe um componente de hérnia indireta e direta.
Anatomia - Ligamento inguinal e Canal inguinal
Ligamento inguinal: espessamento do oblíquo externo – divide (acima dele) espaço onde ocorrem as hérnias inguinais e (abaixo dele) espaço onde ocorrem as hérnias femorais.
Canal Inguinal: Canal inguinal tem 4cm de comprimento e está localizado logo acima do ligamento inguinal. Estende-se entre os anéis inguinais interno (profundo) e externo (superficial). O canal inguinal contém o cordão espermático em homens e ligamento redondo do útero nas mulheres.
Começa no anel inguinal interno ou profundo [região delimitada pelos vasos epigástricos inferiores – borda medial do anel] (evaginação da fáscia transversal) e terminal no anel inguinal externo ou superficial (uma abertura da aponeurose do oblíquo externo)
Teto do canal ou limite anterior – aponeurose do músculo oblíquo externo
Assoalho ou limite posterior - fáscia transversalis – que fica em cima do peritônio
Borda superior ou limite medial – tendão conjunto (união das fibras arqueadas da aponeurose do oblíquo interno + aponeurose do transverso)
Borda inferior ou limite lateral - ligamento inguinal
Limites do canal inguinal
Teto do canal ou limite anterior – aponeurose do músculo oblíquo externo
Assoalho ou limite posterior - fáscia transversalis – que fica em cima do peritônio
Borda superior ou limite medial – tendão conjunto (união das fibras arqueadas da aponeurose do oblíquo interno + aponeurose do transverso)
Borda inferior ou limite lateral - ligamento inguinal
Dentro do canal inguinal
Homens
Funículo espermático (músculo cresmaster, ducto deferente, artérias e veias testiculares, veias do plexo pampiniforme, ramo genital do nervo genitofemoral)
Dentro do canal inguinal - Mulheres
Ligamento redondo
Triângulo de Hasselbach
Área de fraqueza da parede abdominal [onde acontecem as hérnias diretas - faz parte do assoalho do canal inguinal]. Revestida apenas pela fáscia transversal.
Limites:
Vasos epigástricos inferiores
Borda lateral do músculo reto abdominal
Ligamento inguinal
A hérnia inguinal indireta é ______ (medial/lateral) aos vasos espigástricos inferiores
LATERAL
A hérnia inguinal direta é ______ (medial/lateral) aos vasos espigástricos inferiores
MEDIAL
HÉRNIA DIRETA
Hérnia diretas ocorrem no triângulo de Hesselbach (hérnia inguinais indiretas originam-se lateramente ao triângulo)
Borda superolateral: vaso epigástricos inferiores
Borda medial: bainha do reto
Borda inferiror: ligamento inguinal
A causa é um enfraquecimento da parede posterior (defeito adquirido).
- A parte mais frágil da parede posterior é a fáscia transversalis. A fáscia pode ser empurrada pelas alças e pode surgir uma protuberância
- Em qualquer momento em que aumente a pressão intra-abdominal pode haver aumento da pressão na parede posterior do canal inguinal: obesidade, gestação, exercício físico
- Enfraquecem fáscia transversalis e parede posterior: desnutrição, tabagismo, doenças crônicas
- Não é toda a fáscia transversalis que fica frágil e sim uma área triangular específica: os limites do Triângulo do Hesselbach (ligamento inguinal, vasos epigástricos inferiores e borda lateral do reto do abdome)
HÉRNIA REDUTÍVEL
Quando seus conteúdos podem ser reposicionados por entre a musculatura circundante, vai e volta -> cirurgia eletiva.
HÉRNIA IRREDUTÍVEL OU ENCARCERADA
Quando não poder ser reduzida. Vai e não volta mais (Pode fazer um quadro de abdome agudo obstrutivo).
HÉRNIA ESTRANGULADA
Hérnia encarcerada com suprimento sanguíneo comprometido para seus conteúdos, o que é uma complicação grave e potencialmente fatal (tem dor, é mais aguda, calor, febre, leucocitose, peritonite, necrose).
HÉRNIA DE RICHTER
Somente a porção da borda anti-mesentérica do intestino é apreendida dentro da hérnia (só um pedacinho da alça está pinçada, pode estrangular, mas não causa obstrução intestinal).
HÉRNIA DE DESLIZAMENTO
Uma víscera herniada forma parte da parede do saco herniário
HÉRNIA EXTERNA
Faz protusão através de todas as camadas da parede abdominal.
HÉRNIA INTERNA
Protusão do intestino através de um defeito da cavidade peritonial.
HÉRNIA INTERPARIETAL
Ocorre quando o saco heniário é contido na camada musculoaponeurótica da parede abdominal.
Diagnóstico - hérnias de parede abdominal
Clínico!
Abaulamento na região inguinal é a principal queixa
Examinar o paciente em decúbito e em pé verificar assimetrias, abaulamento
Varia entre assintomática até peritonite
Abaulamento redutível
Dor, desconforto ou peso na virilha
Tumoração fixa (encarcerada)
Parestesias
Encarceradas: Dor mais intensa, sinais de obstrução, cirurgia de urgência de 6 a 12h
Estrangulada: Sinais flogísticos, febre, hipotensão, leucocitose, cirurgia imediata
Na maioria das vezes não precisa fazer exame de imagem, o diagnóstico é CLÍNICO, faz-se as vezes para diagnóstico diferencial com lipoma, adenopatia, hidrocele. TC é feita em casos de hérnia incisional; cistografia pode ser usada também, mas pouco comum.
Exame físico
Paciente faz manobra de valsava enquanto examinados coloca seu dedo através da bolsa escrotal em direção do anel externo
Exame físico para determinar se uma hérnia inguinal é direta ou indireta:
Coloca-se o dedo no anel inguinal externo -> entra no canal inguinal com o dedo -> segue o trajeto -> pode-se alcançar o anel inguinal interno.
Se a hérnia for indireta: a hérnia empurra a ponta do dedo
Se a hérnia for direta: a hérnia empurra a polpa do dedo
Exame físico para determinar se uma hérnia inguinal é direta ou indireta
Coloca-se o dedo no anel inguinal externo -> entra no canal inguinal com o dedo -> segue o trajeto -> pode-se alcançar o anel inguinal interno.
Se a hérnia for indireta: a hérnia empurra a ponta do dedo
Se a hérnia for direta: a hérnia empurra a polpa do dedo
Diagnósticos diferenciais - hérnias inguinais
- Neoplasias benignas e malignas (lipoma)
- Linfadenopatia inguinal
- Hidrocele
- Varicocele
- Orquite
- Torção de testículo
- Testículo ectópico
- Varicocele
- Hematoma
- Cisto sebáceo
- Hidradenite das glândulas apócrinas inguinais
- Linfoma
- Aneurisma ou pseudoaneurisma da artéria femoral
Classificação de Nyhus
I -> Indireta sem alargamento de anel (criança) II -> Indireta com alargamento de anel III -> Defeitos da parede posterior IIIA: Direta IIIB: Mista (indireta com destruição da parede posterior) IV -> Recidivadas IV A: Direta IV B: Indireta IV C: Femoral IV D: Mista
Tipos mais específicos de hérnias
Hérnia de Garangeot Hérnia de Cooper Hérnia de Amyand Hérnia de Litreé Hérnia ciática Hérnia perineal Hérnia obturadora
Hérnia de Garangeot: apêndice em hérnia femoral
Hérnia de Cooper: femoral que continua até os grandes lábios
Hérnia de Amyand: apendicite dentro da hérnia inguinal
Hérnia de Litreé: divertículo de Melckel dentro da hérnia
Hérnia ciática: protrui para o forame ciático
Hérnia perineal:
Defeitos congênitos ou adquiridos
São incomuns
Podem ocorrer após ressecção abdominoperineal ou prostatectomia
Geralmente tratadas por uma abordagem transabdominal e perineal
Hérnia obturadora: Saí do forame obturador (Sinal de Howship-Romberg: dor na face medial da coxa)
Hérnia de Spiegel
: Entre a borda lateral do músculo reto abdominal e linha semilunar.
Quadro clínico: dor localizada na região, o abaulamento geralmente não é palpável porque está abaixo da aponeurose
USG e TC podem ajudar no diagnóstico
Tratamento: cirúrgico devido ao risco de encarceramento
Hérnias Lombares
De Grynfeltt: Limites – Trígono lombar superior, 12ª costela, musculatura paravertebral, músculo oblíquo interno (geralmente oriundas de um problema congênito)
De Petit: Trígono lombar inferior, crísta ilíaca, músculo oblíquo externo e músculo latíssimo dorsal – é mais comum (podem ser por traumatismos, após outros procedimentos cirúrgicos ou espontâneas)
Tratamento
CIRÚRGICO!
Princípios do tratamento cirúrgico: Reduzir ou ressecar os elementos herniados, dissecar, ligar e seccionar o saco herniário, correção do defeito anatômico causador da hérnia (sutura, tela, prótese).
Identificar e eliminar o fator de risco no pré-operatório.
Tempos operatórios básicos - herniorrafia
Inguinostomia inguinal (incisão): reta ou oblíqua (abertura da pele ou subcutâneo)
Seccionar o teto do canal inguinal (aponeurose do oblíquo externo)
Isolar os elementos do cordão espermático
Isolar o saco herniado
Nas indiretas: Abre o saco herniado – avalia a situação da víscera, se viável – empurra ela pra dentro da cavidade e sutura o saco na sua base.
Nas diretas: Não abre o saco porque nesse caso a abertura do saco implica na abertura do peritônio e entrada na cavidade, faz-se então uma sutura em bolsa ao redor, joga o saco de volta para a cavidade, faz um reforço da parede posterior (nem sempre pode-se usar tela, principalmente se houver algum tipo de infecção).
Várias técnicas podem ser utilizadas para essa correção:
• Bassini – sutura do tendão conjunto ao ligamento inguinal
• Andrews – 2 linhas de suturas (deixa o cordão no subcutâneo)
• Shouldice – Embricamento 4 linhas de sutura (das sem tela é a melhor, com menor chance de recidiva)
• McVay – Sutura do tendão conjunto ao ligamento de Cooper (única que corrige as hérnias inguinais e femorais). Cuidado com lesões vasculares femorais.
• Lichtenstein
Reforço de parede
Sob tensão: Maior chance de recidiva -> Bassini, Andrews, Shouldice, McVay
Livre de tensão (telas):
• Lichtenstein – livre de tensão: menor recidiva, menos dor e desconforto, a tela mais usada é a de polipropileno (causa uma reação fibrótica que é boa para o resultado esperado). Incisão na tela, gravata [cria um novo canal interno], criando-se novo anel inguinal interno.
Via posterior para correções
Mais fisiológico, ao esforço fixa mais a tela. Em caso de recorrência, trabalha em tecido sadio.
Stoppa – técnica não é mais utilizada, era uma tela por via posterior
Laparoscópica: TEP, TAPP.
Benefícios e pontos negativos - laparoscopia
Alta precoce, rápido retorno ao trabalho e as atividades esportivas e é a indicada para hérnias recidivadas e bilaterais (bem melhor fazer por vídeo)
Vantagem mecânica de colocação de uma tela por trás do defeito cobrindo o orifício miopectínio e usando as forças naturais da parede abdominal para ancorar a tela no local
Menos dor pós-operatória
Melhor visualização da anatomia
Menos infecção de sítio cirúrgico
Vantagens na abordagem de hérnia bilateral e recidivada
Pontos negativos: Tempo cirúrgico prolongado, anestesia geral, viola a cavidade peritoneal, maior custo.
Técnicas Laparoscópicas: TEP
Totalmente extra peritoneal (usa tela também)
A dissecção começa no espaço pré – peritonial usando um balão dissector
Abordagem mais rápida e menor risco de lesão viscera intraperitoneal é minimizado
- Dissecção rápida
- Sem risco de lesão intracavitária
- Maior custo (balão dilatador)
- Espaço limitado
Técnicas Laparoscópicas: TAPP
Transabdominal pré-peritoneal
Invade a cavidade peritoneal, anestesia geral, complicações do pneumoperitônio.
Triangulo de Doom ou da morte – canal deferente, vasos gonadais e peritônio – onde passam os vasos ilíacos, não pode colocar grampos lá ou o paciente sangra demais.
Triângulo da dor (porção do trajeto íleo-púbico) – por onde passam nervos, não pode colocar grampos ou o paciente terá dor crônica.
Triangulo de Doom ou da morte
canal deferente, vasos gonadais e peritônio – onde passam os vasos ilíacos, não pode colocar grampos lá ou o paciente sangra demais.
Complicações - herniorrafia
Seroma – porção de subcutâneo que produz líquido – complicação mais comum Infecção da ferida operatória: 1 a 2% Lesões nervosas (n. íleo – inguinal, n. íleo-hipogástrico e ramo genital do n. genitofemoral) Orquite isquêmica (trombose do plexo pampiniforme), atrofia testicular Lesão de ducto deferente Hidrocele Recidivas Bassini: 2,9% a 25% McVay: 1,5% a 15,5% Stoppa: 0 a 7% Shouldice: 0,2% a 2,7% Lichtenstein: 0 a 1,7%
Pós-operatório - herniorrafia
Risco de infecção – principalmente se tiver tela (cuidados com a ferida operatória, ATB profilático se tela)
Atividade física só após 4 semanas
Hérnias estranguladas
É a complicação mais grave dos pacientes portadores de hérnia, nela o suprimento sanguíneo para o conteúdo herniário está comprometido
Incidência: ocorre com mais frequência nas hérnias grandes que têm pequenos orifícios. O pequeno colo da hérnia obstrui o fluxo sanguíneo arterial, a drenagem venosa ou ambos, para os conteúdos do saco herniário causando isquemia e necrose
Adesões entre os conteúdos da hérnia e o revestimento peritoneal do saco podem proporcionar um ponto de acorrentamento que aprisiona os conteúdos da hérnia e predispõe a obstrução intestinal e ao estrangulamento.
A estrangulamento acomete 1,3 – 3% das hérnias
Maioria dos estrangulamentos hérnia inguinal indireta
As hérnias femorais têm a maior taxa de estrangulamento (15 a 20% ) de todas as hérnias devido ao limite rígido do anel femoral, portanto recomenda-se que todas hérnias femorais sejam reparadas.
Quadro clínico:
Hérnia irredutível
Interrupção do trânsito intestinal
Necrose, gangrena, perfuração
Sinais locais e sistêmicos
Dor súbita que vai agravando
Febre
Tonalidade avermelhado da pele local.
Tratamento: Correção cirúrgica.
O reparo de uma hérnia com suspeita de estrangulamento é mais seguro usando uma abordagem pré-peritonial. Com essa exposição os conteúdos do saco herniário podem ser diretamente visualizados e sua viabilidade avaliada.
O anel constrictor é identificado e pode se incisado para redução da víscera aprisionada com mínimo perigo para os órgãos circundantes, vasos sanguíneos e nervos.
Se for necessário ressecar o intestino o peritônio é aberto e a ressecção feita sem necessidade de uma segunda incisão.
Hérnias femorais
Compreende a 3% das hérnias inguinais
Mulheres > 45 anos, 4:1. São raras em homens
50% dos homens com hérnia femoral terão uma hérnia inguinal associada esta relação é de 2% para as mulheres
As hérnias femorais tem a maior taxa de estrangulamento 15 a 20% portanto todas devem ser reparadas (muitas vezes é necessária enterectomia)
Canal femoral limites: superior pelo trato iliopúbico, inferiormente pelo ligamento de cooper , lateralmente pela veia femoral e medialmente pelo ligamento lacunar.
Clínica: Abaulamento abaixo do ligamento inguinal
Tratamento
Técnicas: McVay (ligamento de cooper)
Uma abordagem pré –peritonial
Disseção e redução do saco herniário
Obliteração do defeito no canal femoral ou por aproximação do trato ileopúbico ao ligamento de Cooper ou por colocação de uma prótese de tela para obliterar o defeito
Hérnias ventrais - Hérnias incisionais
10-15% de todas as laparotomias
São frustrantes e difíceis de tratar
Ocorrem como resultado de tensão excessiva e cicatrização inadequada de uma incisão prévia
Aumentam de volume ao longo do tempo
Sintomas: dor, obstrução, encarceramento e estrangulamento
Prevenção com melhores técnicas de fechamento (fios, espessura e prevenção de complicações da ferida)
Fatores que contribuem: Desnutrição, infecção do sítio cirúrgico, hematoma, obesidade, DM, ascite, diálise peritoneal, idade avançada, corticoide e quimioterápicos
Tratamento: Várias técnicas, aumentar a cavidade – pneumoperitônio progressivo, enxerto
Sutura simples 50% de recidiva por isso sempre preconizar colocação de tela (mas lembrar que essa não pode NUNCA ficar em contato com alças intestinais)
Paciente tem que perder peso no pré-operatório
Hérnias ventrais - Hérnias umbilicais
Baixo risco de estrangulamento
Raça negra, crianças, gravidez, ascite
Técnicas: sutura simples ou uso de telas (depende da idade e tamanho)
Crianças: Anel menor que 1,5 cm - 85% fecha até 3 anos e 90% até 6 anos
Adultos: Tratamento cirúrgico, síntese aponeurótica, colocação de tela se anel maior que 2 cm
O estrangulamento é incomum, entretanto pode ocorrer em condições de ascite crônica
Hérnias umbilicais assintomáticas, apenas detectável no exame físico não precisam de reparo
Hérnia volumosa, sintomáticas devem ser operadas
Hérnias ventrais - Hérnias epigástricas
Defeito na linha mediana entre o umbigo e o xifoide
3 a 5% das hérnias
Mais em homens 3:1
Ate 30% podem ser múltiplas
Maioria são pequenas (tem um gordura pré-peritoneal)
Assintomática ou dor acima do umbigo (devido encarceramento de gordura peritoneal)
Massa pequena, maciça e redutível
Tratamento: excisão do tecido pré-peritoneal, isolamento do saco, redução ou resseção e sutura simples