Infecção de sítio cirúrgico Flashcards
Consequências das ISC
A infecção do paciente cirúrgico modifica e muito o tempo de hospitalização e a morbi-mortalidade, além de tratar-se de um desafio estético algumas vezes. Fora isso, é importante ressaltar que o custo para o paciente e para o serviço de saúde aumenta.
Qual o melhor tratamento para infecção cirúrgica?
DRENAGEM/DEBRIDAMENTO/RETIRADA DE TECIDO MORTO. Acabar com o pus e a necrose.
Cuidados pré operatórios para evitar ISC
Cirurgia segura (todo o check list) Revisão das medicações em uso Alergias Jejum ASA Avaliação do porte e tipo de cirurgia Avaliação do risco cirúrgico Temperatura da sala de cirurgia Preparo e higienização da pele Degermação da pele para diminuir a população bacteriana antes de você fazer a antissepsia (importante para as cirurgias contaminadas ou naqueles locais muito sujos).
Cuidados operatórios para evitar ISC
Boa hemostasia
Fazer ligaduras isoladas
Fazer cauterização por cima do tecido envolvido
Tempo de cirurgia (demorar o mínimo possível, mas não fazer nada nas pressas)
Antibiótico profilaxia
Classificação da cirurgia quanto à contaminação
4 tipos cirurgias:
- Limpas
- Potencialmente contaminadas
- Contaminadas ou sujas
- Infectadas
Cirurgia Limpa
É aquela que não entrou em nenhum trato contaminado ( não houve lesão do trato digestório, do trato respiratório e/ou do trato urinário).
É uma ferida que não teve trauma e nem inflamação, é um tecido sadio na hora que você cortou.
É uma cirurgia que não teve nenhuma falha na técnica cirúrgica ou na técnica antisséptica (não furei luva, não caiu nada no chão, não teve nada de diferente).
São cirurgias normalmente eletivas: cirurgias de hérnia, cirurgia de tireoide, cirurgias periféricas como retirada de tumor.
A técnica antisséptica é tranquila (não houve nenhuma quebra).
Usa-se ATB profilático em cirurgias limpas?
As cirurgias limpas NÃO necessitam de antibioticoprofilaxia, pois cerca de 97% a 99% dessas cirurgias NÃO cursam com infecção cirúrgica.
Cirurgia potencialmente contaminada
TGI, TGU e/ou Trato respiratório penetrados
Contaminação não significativa
Pequena infração da técnica
Área de difícil antissepsia (virilha, axila, região perineal)
Gastrectomia, prostatectomia, reoperações recentes (porque o tecido é inflamado e cicatricial), lobectomia pulmonar, histerectomia
O paciente sofreu um trauma, mas esse trauma foi em uma superfície limpa, sem fezes, lodo ou lama e foi há menos de 2 a 4 horas. Esse paciente não tem inflamação, não tem pus, necrose no local que você vai mexer. Não houve grande quebra da técnica, mas furou a luva, alguém encostou no cirurgião, esqueceu de colocar a máscara ou falou em cima do foco operatório
Usa-se ATB profilático em cirurgias potencialmente contaminadas?
As cirurgias potencialmente contaminadas tem risco de infecção em torno de 10% (de 7 a 20%). Por isso, para esse tipo de cirurgia é FUNDAMENTAL o uso de antibioticoprofilaxia.
Antibioticoprofilaxia diminui o risco de 10% para 1 a 3%. Quem tem risco de 1 a 3% de infecção? As cirurgias limpas. Então em um único cuidado eu transformo uma cirurgia com alto risco de infecção e uma cirurgia que tem baixo risco de infecção.
Em qual tipo de cirurgia está indicado o ATB profilático?
Potencialmente contaminadas
Cirurgias contaminadas ou sujas
Ampla exposição do TGI, secreção e contaminação
Feridas traumáticas há menos de 6 horas.
Tem processo inflamatório, tem inflamação, mas não tem pus, e nem necrose.
Ela está contaminada, não está infectada.
Grande falha da técnica de antissepsia
Exemplos: Feridas resultantes de traumas, invasão inadvertida do TGI (clamp que solta durante a cirurgia, intestino perfurado soltando secreção)
*Na ortopedia: fratura exposta, mesmo com menos de 6 horas, considera-se como exposição grave. Já é antibioticoterapia.
Usa-se ATB profilático em cirurgias contaminadas?
Não!
As cirurgias contaminadas tem risco de infecção em torno de 30% (20-50%). Esse paciente é considerado contaminado/sujo. Por isso, para esse tipo de cirurgia é FUNDAMENTAL o uso de antibioticoTERAPIA (cerca de 48h, mas sempre vai depender)
Cirurgias infectadas ou sujas
Presença de pus ou necrose
Vísceras perfuradas
Feridas traumáticas com mais de 6 horas de evolução
Cirurgias infectadas ou sujas
Presença de pus ou necrose
Vísceras perfuradas
Feridas traumáticas com mais de 6 horas de evolução
Apendicite supurada, diverticulite supurada
Drenagem/debridamento e antibiótico terapia por dias
Antibioticoprofilaxia
Usar em cirurgias que comprovadamente tenham suas taxas de infecção reduzidas pela administração de ATB
Usar agentes de primeira linha (baixo espectro)
Obter níveis séricos máximos de ATB no momento da exposição ao agente infectante (momento da incisão cirúrgica)
A droga profilática tem que ser aquela que após feita, rapidamente esteja biodisponível com níveis circulantes no sangue e nos tecidos que impeçam que a infecção do local possa causar infecção pro paciente. O antibiótico profilático só serve pra evitar a infecção na ferida operatória. Ele não trata doença.
Atualmente a maior parte dos estudos novos só entendem o antibiótico profilático aquele que é usado durante o ato operatório, mas pode ser considerado até 48h após o ato.