Acesso venoso central Flashcards
Acesso venoso central
Dispositivo que entra pela pele e a extremidade distal fica no terço inferior da veia cava superior ou no interior do átrio direito
Acesso venoso central
Indicações
- Monitorização hemodinâmica (Pressão Venosa Central)
- Uso de medicamentos cáusticos, hiperosmolares ou vasoconstritores (nocivos a veias periféricas)
- Administração de drogas antineoplásicas e hemoderivados
- Cateterização da artéria pulmonar
- Pacientes com impossibilidade de acesso periférico
- Nutrição parenteral total
- Hemodiálise ou aféreses
- Passagem de marca-passo transverso definitivo
- Preparo pré-cirúrgico em pacientes de alto risco
Acesso venoso central
Contraindicações
Todas relativas
- Coagulopatia
- Plaquetopenia grave
- Lesão cutânea próxima (queimadura, infecção)
- Trauma com suspeita de lesão na veia cava superior
- Pneumotórax ou hemotórax contralateral
- Pacientes agitados
- Pacientes incapazes de tolerar Tredenlenburg
- Mastectomia planejada do mesmo lado
- Obesidade mórbida
- Paciente em PCR
- Crianças menores de 2 anos (pelas complicações)
- Fratura de costelas ou clavícula do mesmo lado (pode modificar a anatomia para passagem do acesso)
LOCAIS DE INSERÇÃO DO CATETER
- Veia jugular interna (VJI)
- Veia subclávia (VSC)
- Veia femoral comum (VFC)
TOPOGRAFIA DOS VASOS E LOCAL DE PUNÇÃO
Veia jugular interna (VJI)
- Anterolateralmente à artéria carótida interna
- Punção no ápice do triângulo formado pela clavícula e pelas porções claviculares e esternal do ECM (Triângulo de Sedillot)
- Direcionar a agulha ao mamilo ipsilateral em uma angulação de 30-45° com a pele
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TOPOGRAFIA DOS VASOS E LOCAL DE PUNÇÃO
Veia subclávia (VSC)
- Localiza-se anterior e mais inferiormente à artéria subclávia separada dela pelo músculo escaleno anterior
- Abaixo da clavícula
- Profundidade: +- 2 cm após a pele
- Punção na junção do terço proximal e o terço médio da clavícula
- Direcionar a agulha à fúrcula esternal
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TOPOGRAFIA DOS VASOS E LOCAL DE PUNÇÃO
Veia femoral comum (VFC)
- Localiza-se no triângulo femoral (de Scarpa)
- Medial a artéria femoral comum
- Posicione o paciente com leve flexão e rotação lateral da coxa
- Agulha com bisel para cima
- Palpação da artéria femoral
- Puncione 1 a 2 cm distal ao ligamento inguinal e medialmente à artéria
- Direcione a ponta da agulha na direção superior com angulação de 30° a 45° com a pele
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Vantagens da utilização da VJI
- Menor risco de pneumotórax iatrogênico
- Abprdagem pela cabeceira do leito
- Compressão direta da artéria se punção acidental
- Baixo risco de falha por profissionais inexperientes
Desvantagens da utilização da VJI
- Não ideal para acessos de tempo prlongado
- Risco de punção de carótida
- Desconfortável para o paciente
- Difícil manutenção do cateter e do curativo
- Risco de perfuração do ducto torácico, se punção realizada à esquerda
- Difícil identificação anatômica em pacientes obesos ou edemaciados
- Proximidade do cateter da área de abordagem para pacientes com traqueostomia concomitante
- Veia propensa a colapsar em hipovolêmicos
- Dificíl acesso durante maniejo concomitante emergencial da via aérea
Desvantagens da utilização da veia subclávia
- Risco aumentado de pneumotórax iatrogênico
- Sangramento relacionado ao procediemnto é menos propício a pressão direta
- Menor risco de sucesso com profissionais inexperientes
- Trajeto mais longo da pele até o vaso
- Mau posicionamento do cateter é mais comum
- Cateter afetado por compressões torácicas
Vantagens da utilização da veia subclávia
- Fácil de manter o curativo e a fixação
- Mais confortável para o paciente
- Melhor identificação anatômica em pacientes obesos
- Local de inserção acessível durante o estabelecimento da via aérea
Vantagens da utilização da veia femoral
- Acesso rápido com alto risco de sucesso
- Não interfere nas manobras de RCP
- Não interfere na IOT
- Não há riscos de pneumotórax
- Não é necessária a posção de Trendelemburg durante o procedimento
Desvantagens da utilização da veia femoral
- Demora da circulação de drogas durante a RCP
- Impede a mobilização do paciente
- Dificuldade de manter o local de inserção estéril
- Risco aumentado de trombose iliofemoral
Preparação geral para o procedimento
- Conversa com o paciente
- Sedação leve
- Paramentação
- POSICIONAMENTO
- Decúbito dorsal
- Cabeça em rotação lateral contralateral ao procedimento
- Se vai puncionar à direita, voltar a cabeça para esquerda (subclávia ou jugular)
- Coxim sobre os ombros -> hiper extensão do pescoço (subclávia)
- Coxim entre as escápulas, “abre” o peito
- Antissepsia
- Clorexidina alcoólica
- Colocação de campos cirúrgicos
- Anestesia local
- USG doppler pode ajudar a localização
Técnica de Seldinger
- Punção do sítio com agulha
- Aspirar seringa e confirmar punção correta
- Retirar seringa
- Inserção do fio guia
- Retirada da agulha
- Passagem do dilatador
- Passagem do cateter com fio guia
- Retirada do fio guia
- Larvar as vias do cateter (SF 0,9%)
- Fechar saídas do cateter
- Fixação do cateter à pele
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Vantagens do acesso guiado por USG
- Diminui muito o risco de pneumotórax
- Maior taxa de sucesso, com menor número de tentativas de punção e um menor número de complicações
- Transdutor linear retilíneo 5-10 MHz
Como saber que o cateter está no local correto?
- Teste do soro, conecta o soro e abaixa ele, para baixo da linha do coração, isso vai diminuir a pressão no sistema e o sangue vai voltar
- Pedir RX de tórax para confirmar posicionamento do cateter, idealmente na entrada da cava superior no átrio direito
Complicações mecânicas
- Diretamente pela lesão da agulha
- Punção arterial (principal, femoral – jugular interna – subclávia)
- Hematoma
- Hemotórax
- Pneumotórax
Complicações infecciosas
- Contaminação humana do cateter
- Disseminação hematogênica
- Alto tempo de exposição e mau cuidado do cateter
- Infecção do local de saída – migração do patógeno ao longo da superfície externa do cateter
- Stalylococcus em primeiro e segundo lugar (s. aureus é segundo)
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Prevenção das complicações infecciosas
- Higienização das mãos
- Paramentação
- Antissepsia com clorexidina
- Reavaliação diária da necessidade de manutenção do CVC
- Não utilizar ATB tópico ou sistêmico como profilaxia
- Para enfermagem
- Trocar o curativo sempre que úmido/sujo
- Em cada troca de curativo utilizar antissepsia com PVPI ou clorexidina alcoólica
- Trocar torneirinhas, pofliflix e equipo a cada 72h
- Utilizar equipo próprio para nutrição parenteral, hemoderivados e lípides
Complicações trombolíticas
- Trombose venosa
- Principalmente relacionada a veia femoral
- Em um importante estudo: 33% dos pacientes em UTI tem algum grau de trombose e 15% associada a cateter
Complicações precoces
- Lesões no ducto torácico
- Lesões de nervos periféricos
- Ateroembolismo
- Embolia do cateter
- Pneumotórax
Complicações tardias
- Trombose venosa
- Perfuração cardíaca e tamponamento
- Hidrotórax
- Infecção
Indicações para retirada do cateter venoso central
- Término da terapia proposta
- Sinais flogísticos de infecção no sítio de inserção ou ao longo do trajeto da veia
- Bacteremia
- Sepse
- Trombose
- Obstrução
- Infecção fúngica
Contraindicações para retirada do cateter venoso central
- Troca de rotina para prevenção de infecção
- Presença de flebite mecânica
- Hemocultura positiva de germe tratável (considerar avaliação da equipe médica)
Retirada do CVC
- Procedimento estéril
- Feito pela enfermagem
- Remover os pontos cirúrgicos de fixação do cateter
- Tracionar o cateter, exteriorizando-o lentamente
- Fazer compressão utilizando compressa de gaze estéril, no sítio de inserção
- Curativo compressivo (gaze estéril e esparadrapo) no local de inserção
Cateter totalmente implantado (Portacath)
Vantagens, complicações e cuidados
Cateter venoso central geralmente utilizado em pacientes que farão quimioterapia
Vantagens
- Durabilidade (até 2 mil punções)
- Menor possibilidade de infecção
- Conforto e mobilidade
- Dispensa curativos
- Alivia complicações por punção venosa de membro superior (trombose, flebite, necrose por extravasamento de droga)
Complicações
- Infecção
- Obstrução por formação de coágulos
- Migração ou deslocamento do cateter
Cuidados
- Sem uso, manutenção mensal com solução de heparina
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Uma complicação descrita em relação a punção venosa profunda da subclávia é o hidrotórax.
Acontece na punção do lado direito ou esquerdo?
Esquerdo, pelo ducto torácico (Maior ducto linfático do corpo)
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Quilotórax, líquido branco e leitoso, riquíssimo em gordura e em triglicérides. Conduta: esvaziamento, jejum e nutrição parenteral ou dieta muito pobre em triglicérides, se não resolver espontaneamente abordar cirurgicamente